Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Nosso maior amor - Mt 10:34-39


Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 24 de fevereiro de 2013
Pr. Plínio Fernandes
                Meus irmãos, vamos ler Mateus 10:34-39
34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.35 Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.
Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada. As palavras de Jesus aqui, a princípio podem nos parecer chocantes. Pois o nosso Salvador, a quem adoramos, com toda a justiça é chamado o Príncipe da Paz[1]. Assim é que, justificados pela fé, nós temos paz com Deus mediante o sangue de Jesus que foi derramado em nosso lugar, por causa dos nossos pecados[2]. E também em nossos corações, porque o castigo que nos trás a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados[3]. Da mesma forma que mediante o precioso sangue de Jesus temos paz uns com os outros, pois neles fomos feitos uma nova humanidade, uma nova grande família de filhos de Deus[4]. Portanto, não é sem motivo que a mensagem de salvação que temos em Jesus é chamada “evangelho, boa notícia”, pois nos trás noticias de paz[5].
Mas no texto que temos diante de nossos olhos, a fim de mostrar o tipo de compromisso que ele espera de nós, o Senhor Jesus usa estas palavras fortes: Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada; conflitos, inimizades; até mesmo dentro de casa, na própria família.
Hendricksen nos diz que aqui o Senhor está se utilizando de um recurso judaico chamado “mashal”, uma espécie de parábola, na qual são usadas afirmações paradoxais [6], contraditórias, a fim de impressionar nossa mente com a importância do que está sendo ensinado.
Se nós voltarmos ao início deste capítulo, veremos que nele o Senhor está nos ensinando como devemos testemunhar a seu respeito num mundo carregado de incredulidade. Os seus discípulos, ele ensina, são como “ovelhas no meio de lobos” (v.16). Muitas vezes serão mal entendidos, mal recebidos e mal tratados, muitas vezes até mesmo dentro da própria família, por causa do nome de Jesus. Mas ainda assim, seja em casa, seja lá fora, devem continuar na fé, testemunhando com sabedoria, sinceridade, gentileza, sem medo, confiando no poder e assistência do Espírito Santo. Pois há uma grande e eterna recompensa para aqueles que perseveram neste testemunho, que não se envergonham do seu santo nome diante dos homens: ele será honrado por Jesus diante do seu Pai que está nos céus (vs. 16-33).
E aqui, quando está quase concluindo este discurso, ele nos conta o grande segredo desta perseverança: para perseverar, e assim ser achado digno de Cristo, é necessário que se ame a Jesus acima de tudo e de todos, até mesmo acima da própria família; e até acima de si mesmo.
Assim, irmãos, para o fortalecimento dos nossos corações na Palavra de Jesus, vamos fazer três considerações:
1. O que Jesus não está desejando de nós
Jesus não está desejando que não amemos nossa família. Precisamos destacar isto, para que não nos enganemos em relação ao sentido do que ele diz nos vs. 34-36, e não pensemos, como algumas pessoas, que a Bíblia nos apresenta contradições.
O mandamento de Deus nas Escrituras é no sentido de que amemos nossa família e cuidemos dela. Aqui, ao dizer o que aconteceria por causa dele, o Senhor cita uma passagem de Miquéias, onde o profeta fala de uma situação que certamente Jesus reprovava. Aliás, para que entendamos melhor, vamos ler este versículo em Miquéias e observar o contexto em que estas palavras foram ditas ali:
Mq 7:5-7
5 Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro. Guarda a porta de tua boca àquela que reclina sobre o teu peito. 6 Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa.7 Eu, porém, olharei para o SENHOR e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.
Nós podemos facilmente perceber que o profeta está se queixando da corrupção moral que prevalecia em seus dias: amigos infiéis; esposas em quem não se podia confiar, filhos que não honravam os pais, conflitos familiares; os mandamentos do Senhor estavam sendo quebrados. Então, diante do mal que prevalecia, Miquéias voltava os olhos para o Senhor, esperando que dele viesse a salvação e a resposta às suas orações.
Naturalmente que esta situação de Israel, moralmente degenerada, nunca seria aprovada por Jesus. Além disto, em Mateus cap. 15 o Senhor Jesus se queixa contra os fariseus de eles quebravam o mandamento de Deus com relação aos filhos e pais.
Mt 15:4-9
4 Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.5 Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim;6 esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição.7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:8 Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.9 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Veja: honrar pai e mãe é mandamento de Deus, palavra de Deus, diz o Senhor. Não é uma coisa superada. É vontade de Deus para todos os crentes. Não podemos nos utilizar de sutilezas, tradições inventadas por homens (nem que sejam teólogos) para invalidar qualquer dos mandamentos de Deus.
Desta maneira, os apóstolos de Jesus, seguindo os princípios do Mestre, nos ensinam que os maridos devem amar e cuidar de suas esposas, e as esposas dos maridos[7]. Os filhos para com os pais, e os pais para com os filhos[8]. E Paulo acrescenta, num contexto familiar, que Deus nos tem chamado à paz[9]. Assim, filhos, amem seus pais. Pais, amem seus filhos. Que seus corações sejam convertidos uns aos outros, pois esta é a vontade de Deus, conforme o Evangelho[10].
No entanto, inevitavelmente, porque nem todas as pessoas aceitam Jesus e sua mensagem, os conflitos surgirão numa esfera ou noutra de nossos relacionamentos, e às vezes isto poderá acontecer dentro da própria casa. E quando isto acontece, os inimigos de um crente em Jesus poderão ser seus próprios pais, ou irmãos, ou filhos. Em suma, as pessoas a quem mais amamos.
Penso que vocês já devem ter presenciado muitas situações como esta. Quem sabe até experimentando em sua própria carne a tristeza de ter uma pessoa a quem você ama, que se volta contra você por causa de sua fé.
Estou pensando num adolescente com quem tive a alegria de orar em Jundiaí, onde trabalhei algum tempo, quando ele entendeu o Evangelho e quis entregar sua vida a Jesus. Nós estávamos na sala de sua casa. Enquanto orávamos, eu coloquei minha mão sobre o seu ombro, e quando terminamos de orar o pai dele estava na porta da sala, observando. Depois que fui embora, o pai, que pertencia a uma seita esotérica, disse que ele tirasse aquela camisa e colocasse prá lavar. Que ele nem pensasse em estudar a Bíblia. Que ele nem pensasse em ir à igreja. Na semana seguinte eu não pude entrar naquela casa, pois fui proibido, e fiquei sabendo que aquele pai fizera a mesma coisa alguns anos antes, com a esposa, proibindo-a terminantemente de ser cristã.
Mas quando isto acontece, quando por causa do Senhor o conflito se estabelece, e precisamos escolher, Jesus nos ensina: temos que decidir em ficar com ele.
Então vejamos...
2. O que Jesus está desejando
Ele espera que nós o amemos acima de todos os nossos amores.
O v. 37 nos diz que mais do que à nossa própria família. O vs. 38 e o 39, mais do que a nós mesmos.
37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim.38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.
Os discípulos de Jesus conheciam muito bem o significado literal de alguém “tomar a sua cruz’. Milhares de pessoas foram cruelmente mortas pelos romanos desta maneira terrível. Quando uma pessoa era condenada à execução, o modo era este: o condenado, levando nos ombros a sua própria cruz até o lugar da execução.
Cruz significa morrer para nós mesmos. Para a nossa própria vontade, para os nossos próprios projetos, com o propósito de fazer a vontade de Deus. Significa morrer para os pecados que amamos, morrer para o mundanismo, morrer para as tentações. Morrer para os vícios, a fim de viver para Jesus.
Quando o nosso relacionamento com qualquer pessoa estiver sendo um impedimento, um embaraço em nosso relacionamento com Jesus, a nossa escolha deve ser Jesus. E isto se estende até mesmo em relação às pessoas que mais amamos.
Me faz lembrar de muitas vezes em que jovens crentes me dizem ter rompido com certos namoros, embora amassem a pessoa com quem namoravam, mas que perceberam que não era a vontade de Deus conforme ensinada na Bíblia. Me faz lembrar de muitas vezes que jovens me disseram ter parado de frequentar certos lugares, certos modos de diversão, porque amam o Senhor Jesus, e perceberam que a vontade dele não estava naquelas coisas.
Me faz pensar, por exemplo, em certa senhora que conheci. Quem me contou foi o marido dela. Ele me contou como se converteu. É que a esposa dele havia se convertido primeiro, e quando isto aconteceu, ela começou a frequentar a igreja, e ele ficou furioso. Então ele deu um ultimato: ou ela parava de frequentar a igreja ou podia se preparar para a separação.  A resposta foi imediata: “Então pode preparar as malas. Porque eu vou pro céu. E se você não quiser servir a Deus comigo, eu já sei com quem vou ficar.” Ele me contou que ela falou com tanta firmeza que ele se converteu também.
E também me faz pensar no duro sofrimento que muitos filhos de Deus tiveram que passar por amor ao Evangelho. Quero citar o sempre presente John Bunyan, que foi preso por pregar o Evangelho, e muitas vezes acenavam com a possibilidade de ser solto, se tão somente prometesse que não pregaria mais. Veja o que ele escreveu em certa ocasião:
“A separação de minha esposa e meus pobres filhos esteve presente mais de uma vez, comigo nesta cela, como ganchos de ferro que me arrancassem a carne e os ossos; e não possivelmente porque aprecie muito essas misericórdias de Deus, mas sim porque pensava que tivesse tido que refletir, antes, nas muitas dificuldades, misérias e carências que minha família inteira teria que suportar no caso que eu lhes faltasse, especialmente minha pobre filha cega, que está mais perto do meu coração que todo o resto. Quando pensava na miséria da minha pobre ceguinha, meu coração parecia que ia romper-se em pedaços. Entretanto, recuperando o controle de meus pensamentos, penso que não poderia ter agido de outro modo, e que se hoje pudesse voltar a decidir, arriscaria tudo de novo, em nome de Deus, embora abandoná-los me despedaçasse. Bem via que nessa situação era eu um homem que estava derrubando a casa sobre a cabeça de sua esposa e filhos; e no entanto, pensava, isso, precisamente, era o que estou obrigado a fazer” [11].
Como foi difícil a vida deste crente. Mas ele não cedeu. Sua família também não quis que ele cedesse, antes preferiu sofrer com a pobreza ainda maior, por causa do seu chefe na prisão. E Jesus não quis que ele cedesse.
E sabem? Como disse Jesus: Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, porém, perde a sua vida por causa dele, achá-la-á. Foi perdendo a sua liberdade que Bunyan encontrou a liberdade. Foi perdendo a vida que ele a encontrou. Quem seria Bunyan se tivesse cedido às pressões do mundo para que se calasse?
Mas agora há pelo menos dois resultados: Bunyan tem um nome glorioso no céu e na igreja. E nós temos os escritos maravilhosos de um homem que permaneceu firme. Se ele tivesse negado sua fé, seria apenas um nome esquecido, que não teria nada a nos dizer hoje. Mas pela fé, mesmo depois de morto ainda fala[12].
Como é que alguém consegue amar a Jesus tanto assim? Mais do que a si mesmo? Mais do que às pessoas que mais ama? Aliás, como é que Jesus pode exigir, e ainda consegue isto de nós?
Então vejamos...
3. A razão pela qual devemos corresponder a este desejo
Aqui no capítulo 10 existem vários motivos que podemos mencionar: ele é o nosso Mestre e Senhor (vs. 24, 25), ele é o enviado de Deus Pai (v. 40), ele é o nosso Salvador e Rei (vs. 5-8).
Mas quero destacar apenas uma razão, que está razão implícita no v. 38, quando ele fala sobre tomar a sua cruz e segui-lo. Ainda que de forma muito velada, Jesus diz que em sua vida havia uma cruz.
Em certo sentido, Jesus já estava carregando a sua cruz. Desde o momento em que ele deixou o trono de sua glória celestial e encarnou-se entre nós, pobre e humilde. Passou uma vida de privações, pois não tinha onde reclinar a cabeça. Passou por humilhações diante dos sábios e entendidos dos dias de sua carne. E todas as dores comuns a nós. Viveu uma vida de servo dos homens. E sofreu tentações fortíssimas. Mas foi obediente ao Pai apesar de todo o sofrimento.
Assim que, quando foi condenado, quando teve seus olhos vendados e recebia pancadas na cabeça, quando foi despido e açoitado, quando recebeu aquela coroa de espinhos que o fizeram sangrar, quando levou a sua cruz de madeira, quando foi pregado nela, quando suas vestes foram distribuídas entre os soldados, quando seus olhos santos viram o sofrimento de sua mãe, quando seu corpo foi traspassado por aquela lança, Jesus estava fazendo aquilo que fizera desde o momento em que desceu do céu: estava levando a sua cruz, dando a sua vida por amor a nós.
Jesus negou-se a si mesmo. O Filho de Deus me amou, e a si mesmo se Deus por mim. Então eu creio nele. Eu confio nele, eu vivo para ele [13].
Quando nós compreendemos, do fundo do nosso ser, como é grande o amor que Jesus tem por nós, nosso coração não consegue ter outra atitude. Quando nós consideramos que ali na cruz, o Senhor Jesus tomou sobre si o castigo de todos os nossos milhares e milhares de pecados, que ele foi castigado pelo nosso pecado, pelo nosso orgulho, pelo nosso egoísmo, por toda a nossa maldade, para nos dar vida, nós o amamos, porque ele nos amou primeiro[14].
Vejamos 2ª Co 5:14, 15
14 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Será que o amor de Cristo o torna digno do nosso amor? Mas esta é uma pergunta correta? Ao contrário, o que deveríamos perguntar não é: o que nos tornaria dignos do amor de Cristo? No entanto, fomos preciosos aos olhos do Senhor, dignos de honra[15]; ele nos amou primeiro, quando ainda éramos inimigos de Deus em nosso entendimento, e nos livrou da ira vindoura[16].
O amor de Cristo nos constrange, de tal maneira que agora morremos para nós mesmos, a fim de vivermos para ele. É este amor que faz um John Bunyan, um apóstolo Paulo, um apóstolo Pedro, uma virgem Maria. É este amor que faz um discípulo de Jesus.
Conclusão e aplicação
Irmãos, amemos nossas famílias. Amemo-nos uns aos outros, com todo o nosso coração. Nossas famílias, nossa igreja, nossos irmãos espalhados pelo mundo, nas muitas denominações eclesiásticas, são doces misericórdias do Senhor sobre nossas vidas, que nos alegram ao coração. Amemos nossa própria vida abençoada. Amemos ao mundo, a humanidade criada por Deus.
Mas em primeiro lugar, acima de tudo, acima de todos, amemos a Jesus. Foi Jesus quem se entregou na cruz, pelos nossos pecados.
Se houver em nossa vida algo – pecado, desejos, propósitos, que se colocam entre nós e Jesus, tomemos a cruz, morramos para estas coisas todas, coloquemos ao Senhor em primeiro lugar. Se houver alguém – esposa ou esposo, pais ou filhos, irmãos ou amigos, que desejam se colocar entre nós e o Senhor, Jesus em primeiro lugar. Se necessário, enfrentemos a espada, o conflito, os dissabores, mas saibamos que Nosso Senhor e Mestre, nosso Rei-pastor, nosso Deus e Salvador é digno do nosso amor.



[1] Is 9:6
[2] Rm 5:1
[3] Is 53:5
[4] Ef 2:13-19
[5] Is 52:7
[6] William Hendricksem, Mateo, pág. 357.
[7] Ef 5:22-33; 1ª Pe 3:1-7
[8] Ef 6:1-4
[9] 1ª Co 7:15
[10] Lc 1:17
[11] William Barclay, Comentário ao Novo Testamento, Mateus, pág. 425.
[12] Hb 11:4
[13] Gl 2:20
[14] 1ª Jo 4:19
[15] Is 43:4
[16] Rm 5:8-11

5 comentários:

  1. parabéns pelo esclarecimento da palavra , Deus abençoe !

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  2. Lindo,Maravilhoso estudo Bíblico!!! Que Deus continue abençoando Vcs ou vc!!!!

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  3. Muito bom, satisfeita demais com a resposta interpretada.

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  4. Gostei dos esclarecimento desta palavra , agora entendi o significado da paĺavras , vim trazer espada , e divisão e não paź

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