Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 28 de abril de 2012
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler Mateus
5:1-10
1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se
assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou a ensiná-los,
dizendo: 3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o
reino dos céus. 4 Bem-aventurados os que choram, porque serão
consolados. 5 Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. 6
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. 7Bem-aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os limpos de
coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os perseguidos
por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
De muitas maneiras, aquele era apenas mais um dia
rotineiro na vida de Israel, de todo o vasto império romano e no mundo inteiro.
Os trabalhadores comuns estavam em suas atividades. As donas de casa varrendo,
lavando roupas, cozinhando, cuidando dos filhos. As crianças brincando,
estudando. Os reis e senadores do império governando, os soldados estabelecendo
e mantendo o domínio, os sacerdotes oferecendo sacrifícios. O sol havia nascido
como todos os outros dias, e também se poria com toda a naturalidade de sempre.
Todas as coisas estavam seguindo o seu curso natural.
Mas ali, numa das colinas ao norte do Lago da
Galiléia, nos arredores de Cafarnaum, estava acontecendo algo extraordinário. Deus
estava ali, encarnado entre os homens. Era Jesus Cristo. Encontrando um lugar
plano ele assentou-se; e seus discípulos, aproximando-se, sentaram-se também.
Nos últimos meses, tendo ouvido o chamado de Jesus
ao arrependimento, aqueles homens haviam abandonado sua antiga vida e agora
seguiam ao Senhor por onde quer que ele fosse. Já o haviam visto fazer muitos milagres
grandiosos, curando enfermos, libertando pessoas oprimidas pelo diabo, enquanto
aos sábados, indo de sinagoga em sinagoga, Jesus anunciava o Evangelho e chamava
a todos a fim de que fossem salvos.
Agora, como costumava fazer nas sinagogas quando
ia ensinar, Jesus assentou-se. Vendo isto os discípulos tomaram seus lugares,
para ouvir o que ele tinha a dizer. Então, como diz Lucas, Jesus “fixou neles o
olhar”, e disse: “Vocês são homens
abençoados...”.
Há varias razões para entendermos que Jesus se
dirigia especialmente aos seus discípulos.
E uma delas é o que
dizem os vs. 1 e 2 – “Aproximaram-se os
seus discípulos e ele passou a ensiná-los...”. Mas ainda que o texto de
Mateus nos seja suficiente, Lucas registra este fato de modo ainda mais
explícito:
Lc 6:20
Então, olhando ele para
os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é
o reino de Deus.
Olhando para os seus discípulos Jesus diz: “Vocês
são homens bem-aventurados, são gente abençoada”. E depois passa a lhes
explicar o porquê.
Mas o Espírito Santo deseja ensinar-nos que não
somente aquele pequeno grupo; por isto, além de ser muito específico no texto
de Lucas, ele coloca, no texto de Mateus, as palavras de Jesus em termos mais
gerais, dizendo que todos os homens que demonstram certas características são
abençoados da mesma maneira que aqueles primeiros.
E assim, do v. 3 ao 10 de Mateus 5, numa série de
oito afirmações, que se tornaram conhecidas como “as bem-aventuranças”, o
Senhor Deus nos diz o tipo de pessoas a quem ele abençoa, e nos diz também o
tipo de bênçãos que ele concede a elas. E do v. 11 em diante, até o final do
capítulo 7, ele apresenta os desdobramentos destas bem-aventuranças na vida
prática dos discípulos.
Como vocês podem notar, há um paralelismo na forma
de todas estas afirmações de Jesus. Elas começam com a expressão “bem-aventurados”,
seguem com uma descrição de caráter da pessoa bem-aventurada, e terminam com a
razão da bem-aventurança, quero dizer, a benção concedida por Deus em razão de
determinada qualidade.
Se você tem estas qualidades, diz o Senhor, você é
uma pessoa bem-aventurada. Mas se não as tiver, o ensino de Jesus tem também o
propósito de ensiná-lo que poderá ser. Com base nisto, o que pretendo fazer é
apresentar três considerações gerais sobre o que Deus nos ensina aqui.
1. O que significa a
palavra “bem-aventurado”
Algumas versões da Bíblia traduzem assim: “Felizes” os humildes, ou “felizes” os pobres
de espírito, “felizes” os que choram, “felizes” os mansos... .[1]
Não é uma tradução
errada, pois este é o significado da palavra grega usada aqui. Mas ser bem
aventurado, no sentido bíblico é muito mais do que isto. Vejamos então algumas
referências representativas do que ser bem-aventurado:
Jó 5:17
Bem-aventurado é o homem
a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso.
São palavras de Elifaz, um dos amigos de Jó.
Embora a avaliação que ele estava fazendo de toda aquela situação difícil de Jó
estivesse errada, Elifaz estava completamente certo ao dizer que
“bem-aventurado é o homem a que Deus disciplina” .
Pois como diz outro
escritor inspirado, “toda a disciplina, no momento, não parece ser motivo de alegria,
mas de tristeza; mas depois ela produz em nós fruto de justiça...”, [2] isto
é, a verdadeira felicidade consiste em santidade aos olhos de Deus.
Sl 32:1-2
1Bem-aventurado aquele
cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto.2 Bem-aventurado o
homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo.
Aqui, como Paulo ensina em Romanos 4, Davi está
descrevendo as alegrias de se experimentar o perdão de Deus pela graça, mediante
a fé, independente das obras. [3]
A salvação da alma, diz
o Espírito Santo, consiste em Deus, por sua iniciativa, não atribuir a nós as
nossas iniquidades, mas em perdoar gratuitamente, em cobrir os nossos pecados.
O homem que conhece o perdão de Deus é um homem bem-aventurado.
Sl 65:4
Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas
de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de
tua casa – o teu santo templo.
Sem contar as bem-aventuranças do “sermão do
monte”, existem pelo menos 55 outras ocorrências em nossas Bíblias. [4] Estas
que acabamos de citar são suficientes para nos mostrar o que é ser bem
aventurado – é mais do que sentir-se feliz: quer dizer “abençoado, contemplado
por Deus; alguém para quem Deus está olhando com aprovação”, seja
disciplinando, seja abençoando as obras de suas mãos, seja perdoando os
pecados, seja atraindo para perto de si. Bem aventurado é aquele que é
conhecido por Deus.
E estas considerações
então nos preparam para falar de prosperidade no sentido material:
Sl 1:1-3
1Bem-aventurado o homem
que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores.2 Antes, o seu prazer está na
lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.3 Ele é como
árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu
fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
Bem-aventurado o homem que faz do Senhor e de sua
lei o seu prazer. Tudo o que ele fizer prosperará, porque a lei do Senhor é
instrução para uma vida abençoada. Agora veja: isto não quer dizer prosperidade
segundo a maneira mundana de se entender o assunto, mas de Deus. Por que digo
isto? Porque segundo a maneira mundana de se entender as coisas, os apóstolos
não foram homens bem sucedidos.
Eles foram bem sucedidos nas coisas do reino de
Deus: não se tornaram materialmente ricos, nem suas igrejas foram
“mega-igrejas”, mas deixaram o legado eterno para toda a igreja de Jesus
Cristo. Prosperidade significa “sucesso de acordo com o alvo estabelecido por
Deus”.
À luz disto nós podemos dizer então que sucesso
financeiro é um aspecto verdadeiro, uma promessa do Senhor para aqueles que têm
o propósito de lucrar financeiramente para a prosperidade do reino de Deus.
Porque nem todos são chamados para pregar a Palavra. Estes são minoria.
E os que não são chamados para pregar o Evangelho,
é lícito trabalhar pensando também em lucro financeiro. A Bíblia diz que há
três razões justas para o homem de Deus ganhar dinheiro:
Primeira, o sustento de sua própria família; segunda,
o sustento da igreja; terceira, a ajuda aos necessitados.
Então se um homem teme
ao Senhor, e como resultado deste temor do Senhor ele tem lucros, e usa o seu
dinheiro e seus bens de acordo com os propósitos de Deus, ele é bem aventurado.
Veja a promessa que o Espírito Santo nos dá no
Salmo 128
1 Bem-aventurado aquele
que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos!
2 Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te
irá bem. 3 Tua esposa, no
interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos
da oliveira, à roda da tua mesa. 4
Eis como será abençoado o homem que teme ao SENHOR! 5 O SENHOR te abençoe desde Sião,
para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida, 6 vejas os filhos de teus filhos. Paz
sobre Israel!
Mas se o homem for rico, e não temer ao Senhor,
nisto não há bem-aventurança alguma. Vamos então considerar as pessoas a quem Jesus
chama de bem aventuradas, primeiro por causa de algo que existe nelas, e
segundo, por algo que Deus dará a elas.
Vejamos
este algo que existe nelas...
2. Quais as qualidades
de uma pessoa “bem-aventurada”
Quando estou falando de qualidades, não estou me
referindo a capacidades, poderes, virtudes que existam nestas pessoas, pela
própria natureza humana. Mas de certas coisas que existem numa pessoa que
reconhece justamente o contrário: que de si mesmo, não tem nada que o faça
merecedor da graça de Deus.
Lembrem-se de que Jesus está falando aos
discípulos. Bem aventurados vós, os pobres de espírito, vós, os mansos, vós, os
misericordiosos. Cada uma destas pessoas que o ouvem tem, em seu interior,
estas características despertadas, e as estará desenvolvendo por toda a vida.
Cada seguidor de Jesus é, em primeiro lugar, uma pessoa pobre, ou humilde de
espírito. Quer dizer, é alguém que mudou a sua maneira de pensar e que sabe
que, em si mesmo, espiritualmente falando, não é, e nunca poderá ser chamado de
“rico”.
Aliás, no Apocalipse, a repreensão de Jesus sobre
a igreja de Laodicéia foi porque os crentes de Laodicéia se julgavam ricos e
abastados, sem necessidade de nada, e não percebiam, nas palavras de Jesus que
eram “miseráveis, pobres, cegos e nus”. [5] Mas a
pessoa que se arrependeu percebe que não tem nada para oferecer a Deus para ser
aceito: não tem boas obras, não tem justiça própria, não tem capacidades
espirituais que o tornem superior. Tudo o que ele tem para oferecer a Deus é a
sua necessidade.
Eu acho que uma das ilustrações bíblicas mais
fortes a respeito disto nós podemos ver na parábola do fariseu e do publicano.
Lc 18:9-14
9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si
mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: 10 Dois
homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro,
publicano. 11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo,
desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12
jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13
O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao
céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o
que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.
Eis aqui, no publicano e no fariseu, duas pessoas
que ilustram muito bem o que é ser pobre e o que é ser rico: o que é ser
humilde e o que é ser orgulhoso, o que é ser dependente da graça de Deus e o
que é ser dependente de si mesmo, de suas obras. O publicano se sente incapaz
até mesmo de olhar para o céu. Não sabe fazer uma oração bonita. Tudo o que ele
pede é que Deus tenha misericórdia.
Mas não é um exemplo único: é o sentimento de cada
crente encontrado na Bíblia. Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, Paulo, e todos
os outros. Nenhum deles pensava em si mesmo como sendo uma pessoa espiritual,
mas pobre. Cada um deles é alguém que aceitou o reino de Deus em seu coração,
que se arrependeu e se converteu a Jesus.
Agora, veja também que há uma progressão lógica de
uma bem-aventurança para outra, e também elas dependem e se complementam
mutuamente. Se você for espiritualmente pobre, então irá chorar por causa
disto; como o publicano da parábola, como Davi,[6] e
todos os outros. Se você for uma pessoa que chora por causa de sua pobreza
espiritual, será uma pessoa mansa, isto é, humilde e gentil. Se for humilde e
gentil, desejará intensamente o viver de maneira justa aos olhos de Deus,
fazendo o que é bom. Se for uma pessoa que sabe, de si mesma, o que é ter o
desejo de ser justo, mas ter que viver sempre com o fato de que é pecador,
então será misericordioso com os que pecam, será limpo de coração, isto é,
sincero, será pacificador...
Então uma qualidade segue à outra, e elas dependem
umas das outras. Não é possível ser misericordioso sem perceber seus próprios
pecados. Por outro lado não é possível receber o perdão sem se tornar perdoador
também. Mais tarde Jesus irá explicar que aquele que não é capaz de perdoar
nunca entendeu a graça de Deus, nunca confiou que também foi perdoado pela
graça. [7]
Por último: se, por
causa de sua percepção quanto à sua pobreza, você chorar, desejar santidade,
buscar a Deus de forma dependente, e assim se tornar misericordioso, manso,
sincero, pacificador, você estará se tornando parecido com Jesus. E se você
começar a ser assim, diversas consequências surgirão. Uma delas é mencionada no
v. 10:
“Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça...”.
Veja, tudo quanto Jesus está falando, e o que ele
vai falar ainda, é completamente oposto à maneira comum de se pensar. Ele
exalta virtudes que para muitas pessoas são defeitos. Por isto Jesus encontrou
forte oposição, a ponto de ser crucificado. Então ele diz que se você começar a
pensar como ele, de um modo ou de outro você encontrará oposição também. Quem
sabe não somente oposição, mas talvez um antagonismo tão forte que desemboque
em perseguição.
- “Ah, a Thalita é ‘crentinha’, é ‘santinha’.
- Ah, o
Mazinho agora não bebe com a gente, ele ‘virou crente’.
- Ah, você
não é crente? Crente não faz isso, não faz aquilo, não faz aquilo outro...”
Nalguns casos, a perseguição é muito mais que
apenas palavras de crítica. Há lugares em que os irmãos perdem emprego por
causa disto. Há lugares em que são presos, há lugares em que são mortos até. Mas
se este é o resultado de ser parecido com Jesus, qual é a bênção disto? Onde
está o sucesso? Onde está a felicidade? A felicidade está nas bênçãos
concedidas por Deus aos que se converteram a ele:
3. As recompensas que caracterizam
as bem-aventuranças
Para cada aspecto do caráter cristão há uma benção
correspondente. Os pobres de espírito são herdeiros do reino dos céus. Eles
choram, mas serão consolados, pois Deus lhes enxugará dos olhos toda a lágrima.[8]
Mas se são herdeiros do reino dos céus, porque
herdarão a terra? Porque quando Jesus vier, estes céus e esta terra que agora
existem passarão, serão transformados em novos céus e nova terra, nos quais
habita a justiça.[9] Então a fome e sede de
justiça serão fartas, e seremos todos manifestos plenamente como filhos de
Deus.[10]
Há um sentido em que todas estas bênçãos nós já
experimentamos desde agora. Desde já nós sabemos que fazemos parte do reino dos
céus. E ansiamos pelo dia em que estaremos lá. Desde agora, uma vez que choramos
pelos nossos pecados, pelos pecados daqueles a quem amamos, somos consolados
pelo Espírito Santo, o nosso consolador.[11]
Também como diz o apóstolo, nada temos, mas
possuindo tudo, pois o Senhor graciosamente cuida de nós em cada uma de nossas
necessidades.[12] Desde já temos contemplado a
Deus, na pessoa de Jesus Cristo, temos experimentado sua presença na comunhão
da adoração, do seu doce falar à nossa alma, aos nossos corações.[13]
Mas a todas as bênçãos do reino podemos
acrescentar o comentário do apóstolo Paulo: “Agora estamos vendo como que num
espelho; mas quando Jesus vier, tudo será perfeito, pleno. Nós o veremos face a
face e seremos semelhantes a ele”.[14] Então
a bem-aventurança será completa.
Conclusão
Neste texto o Senhor Jesus inicia seu ensino descrevendo
o caráter, as qualidades espirituais dos seus discípulos: aquelas pessoas que
ouviram o seu convite ao arrependimento, que se converteram a ele e que agora,
dia após dia buscam uma mente transformada, uma vida superior à maneira natural
deste mundo.
Ele diz que os seus seguidores são pessoas
abençoadas por Deus. São abençoadas porque Deus vê nelas as pessoas que
entrarão em seu reino, que conhecerão sua misericórdia, que serão chamados seus
filhos. E o que Deus vê nos seus filhos? Vê que eles são humildes,
quebrantados, gentis, sedentos e famintos de uma vida justa, bondosos, limpos
de coração, promotores da paz, sofredores. Deles é o reino dos céus.
Aplicação
De muitas maneiras, hoje é mais um dia comum: é
Domingo; jogos do campeonato; televisão; passeios; igrejas reunidas; gente
passeando; gente trabalhando. O sol se levantou e se pôs como todos os dias.
Mas noutro sentido, pode ser extraordinário, pode
ser muito especial. Pode ser o dia de mudanças em tua alma, de mudança completa
em tua vida. Eu desejo fazer duas aplicações:
1. Para aqueles que,
mesmo estando em nosso meio, ainda não se decidiram a seguir a Jesus; que não
se arrependeram.
Pois há muitas pessoas,
no mundo inteiro, que mesmo tendo ouvido a Palavra do Evangelho, preferem viver
a seu próprio modo. Não querem chorar seus pecados, não querem mudar de vida,
não querem buscar o reino de Deus. Ao contrário, preferem “curtir este mundo”.
Olha, eu preciso ser fiel e mostrar o outro lado da moeda.
Para ser breve quanto a isto, desejo ler com vocês
Lucas 6:20-26
20 Então, olhando ele para
os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é
o reino de Deus. 21 Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome,
porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis
de rir. 22 Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e
quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso
nome como indigno, por causa do Filho do Homem. 23 Regozijai-vos
naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa
forma procederam seus pais com os profetas. 24 Mas ai de vós, os
ricos! Porque tendes a vossa consolação. 25 Ai de vós, os que estais
agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque
haveis de lamentar e chorar.26 Ai de vós, quando todos vos louvarem!
Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.
Ouça: se você for pobre, o reino é para você. Mas
se você escolher ser rico, isto é, se você não precisa de Deus; se você
escolher rir agora, curtir o mundo, se você não tiver fome de Deus, você um dia
ainda irá lamentar e chorar, mas então será tarde. Como o rico da história de
Lázaro, que quando estava no sofrimento do inferno desejou se arrepender, mas
então era tarde demais. O tempo de se converter ao Senhor é agora, é hoje.
2. Mas em segundo lugar
eu quero fazer uma aplicação aos discípulos de Jesus, aqueles que Jesus conhece
por dentro, e diz: eis aqui uma pessoa que depende só de minha graça.
Eu quero fazer uma paráfrase das palavras de
Jesus.
Assim diz o Senhor aos
seus discípulos, aos seus adoradores:
Esta Palavra é para
vocês, bênção para vocês, que me amam, e crendo em mim abriram mão das coisas
deste mundo, que abriram mão de seus próprios planos, que mudaram suas vidas e
passaram a me seguir.
Eu conheço os que são
meus. Conheço a tua pobreza, as tuas dores, conheço o teu lamento. Conheço a
fome de santidade que você tem em teu coração. Conheço as tuas lutas: as tuas
alegrias quando vitorioso, o teu sofrimento diante das derrotas. Conheço o teu
amor, a tua perseverança, a tua paciência. Sei do amor que você tem por teus
irmãos, as tuas ternas misericórdias, a maneira como você se empenha pela paz,
andando a segunda e a terceira milhas, como você serve com teus dons, com teus poucos
bens, até com sacrifício. Sei das artimanhas de Satanás contra você.
Meu filho, não desanime;
não desista. Você é um homem abençoado e Satanás sabe disto. Mas desde antes da
criação do mundo há um reino preparado para os meus, e estou preparando a tua
morada. Espere na minha Palavra. Espere na minha fidelidade. Eu não vou
demorar. Logo eu venho buscar a minha igreja. E quando eu voltar, mesmo que
você esteja no pó da terra, de lá ouvirá a minha voz; eu darei ordens aos meus
anjos, você voltará para mim, e nós vamos nos encontrar nos ares. Toda a
lágrima será enxugada. Todo o pecado será vencido.Todo o luto, toda a tristeza
serão extintos.Você nunca mais sentirá a minha falta. Continue a crer. Continue
a amar. Tua recompensa será eterna.
[1] Ex.: Nova Tradução na
Linguagem de Hoje (NTLH), Bíblia Viva (BV)
[2] Hb 12:11
[3] Rm 4:6-8
[4] Versão Almeida Revista e
Atualizada (ARA)
[5] Ap 3:17
[6] Ex.: Sl 32, 38, 51, 143,
etc.
[7] Mt 18:23-35
[8] Ap 21:4
[9] 2ª Pe 3:13
[10] 1ª Jo 3:1, 2
[11] Jo 14:16-18
[12] 2ª Co 6:10
[13] 2ª Co 3:20
[14] 1ª Co 13:12
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