Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 18 de setembro de 2011
Pr. Plínio Fernandes
Dn 11:32
O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.
Dn 2:1-28
1No segundo ano do
reinado de Nabucodonosor, teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e
passou-se-lhe o sono. 2 Então, o rei mandou chamar os magos, os
encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais
lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei. 3
Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito.
4 Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o
sonho a teus servos, e daremos a interpretação. 5 Respondeu o rei e
disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e a sua
interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo;
6 mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim
dádivas, prêmios e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua
interpretação. 7 Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o
sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação. 8 Tornou o rei e
disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu disse
está resolvido, 9 isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só
sentença será a vossa; pois combinastes palavras mentirosas e perversas para as
proferirdes na minha presença, até que se mude a situação; portanto, dizei-me o
sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação. 10 Responderam
os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa
revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que
tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou
caldeu. 11 A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a
possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens.
12 Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos
os sábios da Babilônia. 13 Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser
mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem
mortos. 14 Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque,
chefe da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios da Babilônia.
15 E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado
do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel. 16 Foi Daniel ter
com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a
interpretação. 17 Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a
Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, 18 para que pedissem
misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus
companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19
Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o
Deus do céu. 20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de
eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; 21 é
ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá
sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. 22 Ele revela
o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.
23 A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me
deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque
nos fizeste saber este caso do rei. 24 Por isso, Daniel foi ter com
Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da
Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me
na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação. 25 Então,
Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um
dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação.
26 Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu
fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação? 27 Respondeu
Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem
encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; 28
mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei
Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua
cabeça, quando estavas no teu leito, são estas...
Dn 2:46-49
46 Então, o rei
Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e
ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes. 47
Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor
dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.
48 Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes
presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também
o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia. 49 A pedido de
Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da
província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei.
Nabucodonosor sentia-se como um rei quase que onipotente, pois tinha
autoridade para tirar a vida de quem bem entendesse, e também o poder de exaltar
e enriquecer a quem desejasse. Mas sentir-se todo poderoso não faz bem para a
alma humana, por isto ele também sentia-se muito perturbado mental e
espiritualmente.
Certa noite, antes de dormir, Nabucodonosor ficou pensando sobre o futuro.
Depois disto ele sonhou (o sonho de Nabucodonosor nós veremos na próxima
mensagem). Mas quando acordou, Nabucodonosor não conseguia mais se lembrar. No
versículo 3 ele diz que estava perturbado para saber o que havia sonhado – você
já deve ter passado por experiências como esta.
E não conseguiu mais dormir. Ele sentia que o sonho era importante, e tinha
um significado. Então mandou chamar os seus “conselheiros espirituais”. Eles
eram um grupo enorme. Mas, talvez por serem “recém-formados” na escola de
treinamento dos sábios da Babilônia, Daniel e seus companheiros não estavam
presentes na ocasião.
E assim, pessoas vindas das nações antes conquistadas, mensageiras dos mais
variados tipos de religiões e filosofias, foram ter com o rei: magos,
feiticeiros, encantadores, caldeus (uma palavra que aqui tem conotações
religiosas). O politeísmo babilônico permitia que o rei adorasse a quantos
deuses quisesse.
E havia duas coisas que ele queria saber: a primeira, o que ele havia
sonhado, e a segunda, o que aquele sonho significava. Mas como os seus “guias
espirituais” lhe disseram, o que ele estava pedindo era impossível. Pois
normalmente, o rei deveria contar o que sonhou, e então eles lhe dariam a
interpretação. Mas o que Nabucodonosor havia sonhado, como os conselheiros
disseram, “só os deuses saberiam, e eles não moram com os homens”.
Então o poderoso rei ficou furioso, e mandou que todos os seus conselheiros
fossem executados. E foram buscar Daniel e seus amigos para que fossem mortos
junto com os outros. Quando Arioque, o chefe da guarda chegou para prender
Daniel, ele perguntou: “Mas o que está acontecendo”? E Arioque contou.
Então Daniel, com a sua peculiar prudência, foi até o rei e pediu que lhe
desse tempo, e aos seus amigos, para que buscassem a misericórdia de Deus sobre
este mistério, a fim de que não morressem. E lhes foi concedido certo tempo.
Daniel foi para casa, contou aos seus companheiros, e oraram para que o
Senhor lhes mostrasse. Não sabemos quanto tempo se passou. Mas numa visão
durante a noite, Deus revelou o segredo a Daniel. E este contou tudo ao rei.
Como resultado, suas vidas foram salvas, e o nome do Senhor foi engrandecido. Nabucodonosor
prostou-se diante de Daniel reconhecendo que o Deus a quem ele adorava era o
maior de todos.
Recordemos: “o povo que conhece o seu
Deus será forte e fará proezas”(Dn 11:32).
No cap. 1 lemos sobre a primeira proeza de Daniel e seus amigos: eles
decidiram não se contaminar com as finas iguarias do rei. Decidiram se
santificar. E o Senhor concedeu a eles dons espirituais que os distinguiram do
mundo. No que consistiu a proeza de Daniel e seus amigos nesta segunda história
que temos diante de nós? No uso dos seus dons espirituais.
Digo isto, meus irmãos, como quem lê o Antigo Testamento também com um olho
no Novo Testamento. Como quem entende que a igreja é a congregação do povo de
Deus não somente a partir do pentecoste, ou dos apóstolos, mas desde o Antigo
Testamento[1]. Entendo
que aqui em Daniel temos a igreja do Senhor reunida nas pessoas destes quatro
adolescentes, que contavam agora com dezessete ou vinte anos de idade.
Em toda a Babilônia havia núcleos judaicos. Aqui e ali alguns homens féis,
como Ezequiel e pouquíssimos outros. A maioria do povo judeu estava, ou fria
espiritualmente, e daí o cativeiro, ou enganada por falsos profetas, como
testemunha Jeremias[2].
Mas aqui temos um pequeno grupo, que como lemos no cap. 1, havia se
consagrado inteiramente a Deus. E como resultado desta consagração, além de
seus dons naturais, o Senhor também lhes concedeu dons espirituais. Dons que
foram usados para a glória de Deus e o bem da igreja.
O que lemos aqui sobre os dons que Deus lhes concedeu?
1º - Que eles foram usados num “ambiente
congregacional”
Não estou usando palavras como igreja ou congregação num sentido
institucional, mas num sentido orgânico. Eles simplesmente não tinham como se
organizar em igreja nos moldes que hoje temos. Não tinham templo onde se
reunir.
Mas não resolveram, por isto, viver “cada um prá si, cuidando de sua
própria vida espiritual, e Deus prá todos”. Daniel tem dons espirituais acima
dos demais; ele tem o dom de interpretar sonhos, e seus amigos não têm; mas ele
não está numa situação como José no Egito, isto é, não está sozinho. Ele sabe
que tem os seus irmãos na fé, e precisa o companheirismo deles.
Então surge uma situação dificílima. Não é só interpretar um sonho. É
inclusive saber o que foi o sonho. Ele vai para casa e lhes apresenta a
situação; não conta para os demais conselheiros, mas para seus irmãos, para que
enfrentem juntos aquela situação. E os quatro se põem a orar.
Irmãos, eu quero fazer uma aplicação bem prática para a nossa situação de
hoje; creio que meditar nisto nos dias de hoje é importante para nós por várias
razões:
Uma delas, é que muitas vezes nos encontramos num contexto semelhante ao
dos fiéis daqueles dias. Grande parte da igreja estava no exílio, por causa de
seus pecados. O povo escolhido, o povo que tinha uma aliança com Deus, no
sangue do cordeiro, de modo geral estava frio e desinteressado. Os que
manifestavam algum interesse religioso, como dizem os profetas Ezequiel e
Jeremias, só queriam ouvir palavras proféticas agradáveis, palavras de paz [3] e
canções de amor.[4]
Mas estes quatro decidiram se unir, se consagrar e servir a Deus. O que
vemos aqui? Um grupo pequeno. Um grupo unido. Um grupo consagrado, que decidiu
não se contaminar.
Amados, eles devem ser exemplo para nós. Às vezes, nos sentimos desanimados
de ver que, tanta gente que se diz crente, não tem compromisso com Deus, não
tem compromisso com a igreja, não se preocupa em se separar do mundo, não usa
seus dons espirituais, e quando os usa, os faz como um meio de autopromoção, um
meio de adquirir um nome famoso.
Nos sentimos desanimados em ser um grupo pequeno. Nos sentimos desanimados
com nossos apertos. Mas não precisa ser assim. Somos uma igreja. Ela é pequena,
assim como a grande maioria das igrejas do Senhor. Mas o mais importante é que
temos um Deus a quem servimos. Temos um Deus do céu.
E vejam como é este Deus do céu:
vs. 20-22
20 Disse Daniel: Seja
bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e
o poder; 21 é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e
estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes.
22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e
com ele mora a luz.
A Deus pertence a sabedoria e o poder – isto é, não somente a sabedoria que
os homens recebem em ocasiões especiais, mas toda a sabedoria que existe tem
sua origem em Deus. A Deus pertence o poder – e não a Nabucodonosor a qualquer
rei que seja. Eu acho uma arrogância sem medida, e uma piada, quando se referem
ao presidente de certo país dizendo que ele é “o homem mais poderoso da terra”.
Herodes era todo poderoso, até o dia e que Deus tocou nele, e ele ficou com
uma febre intestinal que durou quatro dias, depois dos quais, como diz o livro
de Atos, ele morreu comido de bichos[5]. Nabucodonosor
era o homem mais poderoso da terra, até que um dia o Senhor tocou nele e ele
ficou enlouquecido[6].
Deus é quem estabelece reis e remove reis. Ele é quem governa os tempos e
as estações. E determina os lugares da nossa habitação. Um Deus que orienta,
que livra, que atenta para os seus, para o bem daqueles que o buscam.
Então, como a Daniel e seus companheiros, cabe a cada um de nós decidir,
resolver em nosso coração o que vamos fazer: se vamos ceder às pressões da
vida, ou se vamos nos consagrar a Deus, à Palavra e à igreja. Se vamos nos isolar da igreja, ou se estaremos
unidos aos nossos irmãos. Se vamos andar com a grande multidão, ou se vamos
decidir não nos contaminar.
2º - Os dons foram exercitados “em oração”
Deus concedeu a Daniel, em sua soberania, o dom de interpretar os sonhos. Não
o concedeu aos seus irmãos, igualmente consagrados. Como o faz em toda a
igreja, concedendo dons a cada um, individualmente, como lhe apraz, segundo nos
ensina o Novo Testamento (1ª Co 12:11).
Pois na igreja, a alguns o Senhor concede os dons da Palavra, como ensinar,
profetizar, aconselhar, salmodiar. A outros, concede dons diaconais, como servir,
contribuir, exercer misericórdia. Da mesma forma, Daniel e seus companheiros,
embora no mesmo grupo, tinham diferentes dons. E agora se deparam com uma
situação acima da rotina. Eles se unem e vão orar.
Há uma promessa do Novo Testamento, mas que é verdade desde o Antigo.
Mt 18:19, 20
19Em verdade também vos
digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer
coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos
céus. 20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome,
ali estou no meio deles.
Acho muito edificante a argumentação de Thomas Goodwin a respeito da
palavra “concordarem”. A palavra grega é “symfonesosin”,
de onde vem a nossa palavra sinfonia. Significa “emitir juntos o mesmo som”. Goodwin
diz que significa terem o mesmo
sentimento a respeito de determinado assunto. Então Jesus diz: “Onde estão dois ou três reunidos em meu
nome, eu estou no meio deles. E se tiverem o mesmo sentimento a respeito de
algo, peçam e o Pai que está nos céus irá conceder”.
Sem dúvida que Daniel e seus companheiros tinham o mesmo sentimento a
respeito daquela hora. E se cumpriu o
princípio ensinado em Mateus 18.
vs. 16-19
16 Foi Daniel ter com o
rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.
17 Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e
Azarias, seus companheiros, 18 para que pedissem misericórdia ao
Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não
perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado
o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu.
Vamos fazer uma aplicação às nossas situações cotidianas?
Cada um de nós tem pelo menos um dom espiritual. Mas sozinhos não somos
ninguém. Ninguém é suficiente. Precisamos uns dos outros, assim como as mãos
precisam dos pés, e os pés do coração, enfim, assim como num corpo humano todos
os membros precisam uns dos outros.
Mas não basta estarmos juntos. É estar juntos com o mesmo sentimento. Com a
mesma alma. Com o mesmo pensamento. É estar juntos cada um compreendendo a sua
importância, a importância dos irmãos, e cada um a sua função. É estar juntos
em amor, porque o amor é o vínculo da perfeição.
E acima de tudo, é estar juntos em oração. É na oração que todas as
qualidades da união espiritual se manifestam e se desenvolvem. É também a
oração que alimenta a fraternidade espiritual. É para a oração da igreja que
Jesus faz a promessa de estar em seu meio. E é por meio da oração que somos
guiados por Deus no uso de nossos dons.
3º - Os dons foram exercidos em conjunto, num
contexto de oração, na expectativa da intervenção de Deus
vs. 16-18
16 Foi Daniel ter com o
rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.
17 Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e
Azarias, seus companheiros, 18
para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que
Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia.
Eu quero chamar atenção agora para este fato: Daniel e seus amigos
esperavam que Deus respondesse. Estou me referindo ao conceito bíblico de que
oração não é um monólogo; oração é um diálogo. Quando falamos com Deus, devemos
ficar na expectativa de que ele irá nos responder.
Hc 2:1, 2
1 Por-me-ei na minha
torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus
me dirá e que resposta eu terei à minha queixa. 2 O SENHOR me
respondeu e disse: “Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler
até quem passa correndo”.
Habacuque orou na expectativa de que Deus lhe responderia. Então orou e
ficou prestando atenção. E o Senhor falou com ele; à sua mente, ao seu coração.
Pois os deuses feitos de pedra, de madeira, de gesso, têm boca, mas não falam. Tem
pés, mas precisam que alguém os carregue.
O Senhor não é assim: ele é Espírito, e não tem uma boca física, mas fala. Ele
anda onde quer, e até voa[7]. E
responde. E revela. E orienta. Ele guia e pastoreia. Ele fala na Bíblia. Fala
ao coração. Fala à nossa mente. Até quando dormimos ele fala conosco. Pode
falar através das circunstâncias. Da pregação. Do conselho de irmãos cheios do
Espírito Santo. E fala de acordo com nossos dons.
Sl 85:7, 8
7 Mostra-nos, SENHOR, a
tua misericórdia e concede-nos a tua salvação.
8 Escutarei o que Deus, o SENHOR, disser, pois falará de paz
ao seu povo e aos seus santos; e que jamais caiam em insensatez.
Daniel e seus amigos oraram com esta confiança, nesta expectativa. E Deus
falou.
Muito tempo mais tarde, temos outra situação onde vemos este princípio se
manifestar.
At 13:1, 2
1 Havia na igreja de
Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de
Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. 2 E, servindo eles ao Senhor e
jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a
obra a que os tenho chamado.
Estes homens estavam servindo ao Senhor com seus dons. Estavam jejuando, e
sensíveis à voz de Deus. Então o Senhor falou. E orientados pelo Espírito
Santo, a igreja de Antioquia enviou a Barnabé e a Saulo para a sua primeira
viagem missionária.
Que coisa maravilhosa, o ter os ouvidos atentos para ouvir o que o Espírito
diz às igrejas. [8]
Da mesma forma, oremos, busquemos, e prestemos atenção, pois o Senhor fala.
Conclusão e aplicação
Daniel e seus amigos conheciam a Deus. Por isto eram fortes, e fizeram
proezas. Qual foi a proeza sobre a qual lemos no cap. 2? O uso de seus dons: Em
comunhão uns com os outros. Em oração. Na expectativa do mover de Deus.
Amados, estas histórias que a Bíblia conta, como disse o apóstolo Paulo,
são para nós, para nossa consolação, para a nossa paciência e esperança. São
para nosso exemplo. [9] Então
eu quero, em nome de Jesus,
1. Me alegrar com os que se alegram.
Pois alguns de vocês, certamente, têm ouvido o falar de Deus com vocês. Têm
recebido o seu consolo nas tribulações, o seu fortalecimento, a sua orientação,
a sua bênção e a sua provisão. E certamente se alegram no Senhor. Sinais do
amor do Senhor por vocês. Porque, se temos comunhão com Deus, nós nos alegramos,
não tanto pelas bênçãos que ele nos dá, pelas vitórias que ele nos concede, mas
como disse Jesus, nos alegramos, acima de tudo, porque os nossos nomes estão
escritos no céu.
2. Mas também quero consolar os que se sentem
desanimados.
Pois o Senhor não está só com os felizes, mas é o Deus que conforta os
abatidos. É o Deus que habita num alto e sublime trono, mas que também habita
com o aflito e preocupado.
Muitas vezes se sentem pequenos e fracos. Em pouco número. Não desanimem.
Vejam o exemplo dos nossos heróis. Eram poucos. Pressionados, mas confiantes.
Unidos, consagrados. Gente de oração. Vejam qual foi o fim que o Senhor lhes
deu.
Não desanimem. Vamos continuar orando. Vamos continuar servindo. Vamos usar
nossos dons, cada um na sua função, cada um no seu encargo, mas unidos de
coração, de alma, de pensamento, completando-nos uns aos outros como corpo de
Cristo.
Eu sempre digo, nas reuniões de oração, que nos ajuntamos aqui para exercer
nosso ministério, pois a oração também é um santo serviço, algo para o qual o
Senhor nos chamou e quer que façamos. Façamos a vontade de Deus. Haverá
recompensa.
3. Também quero exortar os descomprometidos.
Digo com temor, tremor e amor, que alguns de vocês têm sido relaxados com
as coisas de Deus. Não têm se importado com a igreja. Não sabem, não querem
saber quais são os seus dons, ou se sabem não se preocupam em usá-los. Não
sabem as necessidades da igreja, ou se sabem, não se importam. Roubam a Deus e
roubam a igreja, por não serem fiéis à aliança que fizeram. E estão em pecado
por causa disto.
Na presença de Deus eu quero dizer que o Senhor vai requerer isto de vocês.
Lembrem-se de quanto Deus tem dado a vocês. E lembrem-se de que quando Jesus
voltar, ele vai pedir conta do que vocês fizeram com a vida que ele lhes deu,
com o dinheiro que ele lhes deu, com os dons e com as oportunidades que ele
lhes concedeu. Não brinquem de igreja. Não brinquem de ser crente. Não brinquem
com Deus. Pois de Deus não se zomba. Arrependam-se, confessem seus pecados ao
Senhor.
4. E por fim, quero encorajar a todos.
Vamos
servir a Deus, vamos conhecer mais a Deus. Vamos orar mais. Vamos meditar mais.
Vamos perseverar. Vamos sustentar a igreja. Pois o povo que conhece o seu Deus
é forte e ativo, se esforça e faz proezas. E depois descansará de suas obras. e por fim se levantará para receber a sua herança
[1] At 7:38
[2] Veja, por exemplo, Jr
23:9, 29:8
[3] Jr 29:8
[4] Ez 33:32
[5] At 12:23
[6] Dn 4
[7] Sl 18:10
[8] Ap 2:7
[9] Rm 15:4
Nenhum comentário:
Postar um comentário