Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 18 de março de 2012
Pr. Plínio
Fernandes
Meus amados,
vamos ver Mateus 2
1 Tendo Jesus nascido em Belém
da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a
Jerusalém. 2 E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos
judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. 3
Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém;
4 então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo,
indagava deles onde o Cristo deveria nascer. 5 Em Belém da Judéia,
responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: 6
E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de
Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel. 7
Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com
precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. 8 E,
enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do
menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.
9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no
Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino.
10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.
11 Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o
adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro,
incenso e mirra. 12 Sendo por divina advertência prevenidos em sonho
para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua
terra. 13 Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a
José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito
e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para
o matar. 14 Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e
partiu para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes, para que
se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito
chamei o meu Filho. 16 Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se
Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus
arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se
informara dos magos. 17 Então, se cumpriu o que fora dito por
intermédio do profeta Jeremias: 18 Ouviu-se um clamor em Ramá,
pranto, choro e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e
inconsolável porque não mais existem. 19 Tendo Herodes morrido, eis
que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: 20
Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já
morreram os que atentavam contra a vida do menino. 21 Dispôs-se ele,
tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. 22
Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai
Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho,
retirou-se para as regiões da Galiléia. 23 E foi habitar numa cidade
chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos
profetas: Ele será chamado Nazareno.
Quando Jesus nasceu, a terra de
Israel estava dividida em três territórios: Galiléia, ao norte, onde ficava a
cidade de Nazaré, residência de José e Maria; a Judéia, ao sul, onde ficava
Jerusalém, e entre as duas a região de Samaria.
Israel era governada por Herodes,
o Grande, que reinou durante trinta e três anos. Ele era um grande
empreendedor, construtor de grandes obras e grande administrador , mas também
grande em amor ao poder, desconfiança e crueldade. Chegou ao ponto de matar sua
esposa favorita e dois de seus filhos, quando desconfiou que eles estavam
tramando tirar-lhe o trono. Então os judeus eram governados por um homem
extremamente perigoso.
E acima de Herodes, dominando
sobre todo o império, havia o césar romano Otaviano, que tomara o nome “Augusto”,
isto é, “sublime, sagrado, venerado”. De vez em quando, a fim de organizar
melhor a cobrança de impostos, os reis ordenavam que os moradores do império
voltassem às cidades de origem de suas famílias, para que fossem alistadas num
recenseamento. E foi assim que, por ordem de César Augusto, os recém casados
José e Maria, que eram descendentes do rei Davi, foram obrigados a sair de
Nazaré e viajar para Belém, na Judéia, onde nascera o famoso rei de Israel [1].
Maria estava grávida, e em Belém nasceu seu primeiro filho, Jesus. Depois
disto, o texto nos dá a entender que eles passaram a morar Belém.
Algum tempo depois que Jesus
nasceu, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. Esta palavra, “magos”,
é de origem persa. Nós a encontramos várias vezes no livro de Daniel, como
designativo de uma classe de conselheiros dos reis da Babilônia. Eram pessoas
versadas nas “ciências do Oriente”, como astronomia, medicina, história, matemática,
e tudo isto, naturalmente, misturado a muitas superstições. De maneira que
estes homens, herdeiros de uma “magia antiga”, devem ter vindo das terras da
Babilônia, onde desde o tempo do exílio os judeus haviam exercido certa
influência cultural. Como estudiosos que eram, talvez eles tivessem
conhecimento dos antigos escritos de Nabucodonosor, das crônicas babilônicas,
talvez até mesmo do livro de Daniel, que falavam de um eterno reino vindouro. Há
um livro muito interessante publicado pela Editora Vida Nova, chamado “O fator
Melquisedeque” [2].
Nele, Don Richardson defende a tese de que, em cada cultura do mundo, Deus
deixou certas marcas que são como que uma ponte que liga aquele povo à Palavra
de Deus no Evangelho, e que então os que vão para o campo missionário devem
prestar atenção aos sinais deixados, ou dados por Deus, em cada cultura.
Ele cita vários exemplos, como “o
deus desconhecido que era adorado em Atenas”, do qual Paulo se valeu para
pregar o Evangelho ali, os vários nomes de Deus que vemos no Antigo Testamento,
como o Senhor, o Deus Altíssimo, o Todo-poderoso, e que têm sido encontrados em
outras culturas antigas; e muitos outros. De qualquer forma, em sua imensa
graça e sabedoria, o Senhor se utilizou de uma coisa que fazia parte da maneira
daqueles magos entenderem a vida. E nas terras da antiga Babilônia, através de
seus estudos astronômicos, eles perceberam que uma estrela especial estava lhes
dizendo que o rei a quem os judeus esperavam havia nascido.
Então eles se puseram de viajem para
a Judéia, com presentes, a fim de adorá-lo.
Desta maneira eles demonstram que tinham um grande conhecimento sobre a
natureza do reino de Jesus. Como o recém-nascido era “rei dos judeus”, eles
naturalmente foram para Jerusalém, a capital de Judá. E em Jerusalém começaram
a perguntar: “Onde está o recém-nascido
rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para adorá-lo”.
Quando Herodes ouviu o que
estavam dizendo ficou alarmado, e com ele toda Jerusalém. Porque, imagine:
Herodes era um homem terrível. Como Saddam Hussein, do Iraque, que mandava
matar qualquer pessoa de quem desconfiasse. Então pensem como estariam se
sentindo os habitantes de Jerusalém. Se Herodes suspeitasse que qualquer pessoa
poderia reconhecer Jesus como rei, ele a sentenciaria à morte.
Herodes convocou os principais
escribas e sacerdotes. Eram as pessoas que conheciam as Escrituras Sagradas, e
como tais, deveriam saber o que elas diziam sobre o nascimento do Messias. Eles
disseram que seria em Belém, pois o profeta Miquéias havia falado sobre isto:
“E
tu, Belém, terra de Judá, embora seja tão pequena, não é a menos importante.
Pois de ti me sairá aquele que há de guiar o meu povo de Israel”.
Os sacerdotes e escribas disseram
isto ao rei e “não quiseram saber de mais nada”. Com isto, Herodes mandou
chamar os magos, secretamente. E os enviou a Belém, dizendo: “Procurem o menino cuidadosamente, e quando
vocês o encontrarem, me avisem, para que eu também vá adorá-lo”. Então eles
partiram para a pequena Belém. E a estrela que haviam visto no Oriente apareceu
de novo, precedendo-os e parando exatamente sobre a casa em que o menino Jesus
estava.
Vendo novamente a estrela, os
magos foram tomados de grande alegria. Entraram na casa, adoraram ao menino
Jesus e ofertaram seus presentes. Depois disto, em sonhos, mais uma vez foram
instruídos por Deus, agora no sentido de que não voltassem à presença de
Herodes.
E também por meio de sonhos Deus
instruiu a José, dizendo que ele fugisse para o Egito, porque o rei Herodes
tentaria matar o menino. O que de fato aconteceu. Pois quando Herodes percebeu
que os magos não voltariam, ficou furioso, e mandou matar todos os meninos de
Belém e arredores, de dois anos para baixo. Infelizmente o tipo de
comportamento tirano e genocida que não foi o primeiro, nem o último da
História da Humanidade.
A família de Jesus não precisou
ficar muito tempo no Egito, pois logo Herodes morreu. Então, guiados por Deus,
eles foram novamente para Nazaré, na Galiléia. Como temos visto em nossos
estudos anteriores, o propósito de Mateus é nos ensinar o Evangelho, a boa
notícia da salvação em Jesus Cristo. Vimos, na genealogia do capítulo 1, que
Jesus é o descendente de Davi, a quem o Senhor Deus havia prometido um reino
eterno; e descendente de Abraão, por meio de quem seriam abençoadas todas as
nações da terra. Assim Mateus nos mostra que Jesus é o cumprimento das
promessas feitas a Abraão e Davi, e depois várias vezes reiteradas através dos
profetas.
Depois, ainda no capítulo 1,
quando Mateus nos conta sobre o nascimento de Jesus, mais uma vez ele cita o
Antigo Testamento: mais precisamente o profeta Isaías, e ali nos ensina que
Jesus é Deus que se fez homem e habitou entre nós para ser o nosso salvador. E
agora, no cap. 2, você já deve ter percebido isto: mais uma vez, os eventos na
vida de Jesus demonstram ser ele o Cristo prometido no Antigo Testamento.
Quando Herodes pergunta aos
sacerdotes e escribas onde deveria nascer o rei dos judeus, eles respondem de
acordo com o profeta Miquéias [3].
As palavras de Miquéias estão registradas, de forma parafraseada, no v. 6:
“E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as
principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo,
Israel”.
Desta
maneira, mais uma vez Mateus nos descreve Jesus. Aqui ele nos diz que Jesus é o pastor de Israel.
A palavra grega é traduzida de
várias formas, conforme o contexto em que é empregada. Por exemplo, em At 7:10,
ela fala sobre José, que foi constituído como “governador” do Egito. Em At
14:10, é usada para referir-se a Paulo, “o líder, o principal portador da
palavra”. Em Lc 22:26, “aquele que dirige” seus irmãos na igreja.
Agora o que desejo destacar, para
apreciarmos melhor o contexto do nosso versículo, é a palavra “pastor”. É assim
que esta palavra é traduzida, por exemplo, em Hb 13:17, na versão Corrigida.
“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa
alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e
não gemendo, porque isso não vos seria útil”.
A versão Almeida Revista e
Atualizada trás “guias”. A Nova Versão Internacional diz “líderes”. E a Almeida
Revista e Corrigida, “pastores”. E porque digo que dentro do nosso contexto,
sem excluir os outros aspectos, a palavra guia quer dizer “pastor”? Porque logo
em seguida Mateus diz que Jesus é um guia que apascenta. O conceito espiritual
que ela nos transmite é que nós, seres humanos, não podemos conduzir a nossa
vida sozinhos. Que precisamos alguém para nos orientar, para nos proteger, para
cuidar de nós.
Por exemplo, em Mateus 9:36,
falando sobre a necessidade de pregadores do Evangelho, o texto nos diz:
“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e
exaustas como ovelhas que não têm pastor”.
Por causa de nossas
limitações humanas, por causa dos nossos pecados, por causa das dificuldades
que a vida oferece, por causa das forças espirituais das trevas, nós somos como
ovelhas que precisam de pastor. Somos
ovelhas que não sabem conduzir seu próprio destino, que não têm poder sua
própria vida.Somos ovelhas, que se deixadas entregues aos nossos próprios
caminhos, temos a tendência de nos desviar, de andar por lugares perigosos, de
cair em buracos, em abismos até. Os abismos do pecado, os abismos das falsas
doutrinas, das falsas religiões, da falsa paz.
Agora, neste versículo (Mt
9:36) o Espírito Santo repete uma das palavras mais empregadas para se referir
aos sentimentos de Jesus em relação a nós: compaixão. Compaixão diante das
nossas aflições, compaixão diante do cansaço espiritual, emocional e físico.
Como Herodes estava
enganado a respeito de Jesus! Em sua maneira carnal de entender, se alguém havia
nascido com o destino de ser o rei dos judeus, certamente este alguém lhe seria
um rival. Por isto deveria ser morto. Mas se havia algo que Jesus nunca desejaria,
e que por isto Herodes nunca precisaria se preocupar, era o poder, a
autoridade, o prestígio ou a popularidade. Jesus não faria campanhas
publicitárias ou políticas contra Herodes, não faria conspirações; não
colocaria as multidões contra o rei; não buscaria tomar o seu lugar.
O rei Jesus veio para ser pastor. O coração do nosso rei é um coração de
pastor. A esta altura, entendo que o assunto mais importante da tua vida é
este: Jesus é o teu pastor? Jesus é o teu guia? Jesus é quem conduz a tua alma?
Pois se Jesus é o teu pastor, existem algumas bênçãos especiais para você. Mateus nos diz que...
“De ti me sairá o guia que há de apascentar meu povo...”
2.1 – Antes
de dizer o que você pode esperar e encontrar em Jesus, eu quero dizer o que
Jesus não faz.
Jesus não se comporta como um
mercenário. Jesus nos diz isto de forma muito explícita, como que mostrando o
cuidado que devemos ter em relação a este assunto.
Jo 10:11-14
11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. 12 O mercenário, que não é pastor,
a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge;
então, o lobo as arrebata e dispersa. 13 O mercenário foge, porque é
mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. 14 Eu sou o bom pastor;
conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim.
Aqui Jesus faz um
contraste entre ele, como bom pastor, e o mercenário. O que é um mercenário? É
uma pessoa que busca recompensa financeira; alguém que vai à luta por dinheiro.
Evidente que desde os dias antigos muitas pessoas eram mercenárias da fé.
Jesus realizou muitas
coisas. Jesus fez muitas coisas boas para muita gente. Ele não era casado, mas
havia doze homens que estavam com ele o tempo todo, que precisavam comer,
vestir-se, ter um lugar para dormir. Quantas vezes você viu Jesus pedindo
dinheiro para as multidões?
Me diga uma coisa: as
multidões que seguiam a Jesus eram pobres? Eram de baixa classe social? Jesus
era um pastor segundo o coração do Pai? Quantas vezes você vê Jesus pregando
que se elas dessem “dinheiro para a obra”, elas sairiam da pobreza, teriam vida
farta, bons carros e prosperidade financeira?
Jesus alguma vez pregou
isto? Certo que não! E porque não o fez? Porque ele não era mercenário. Ele deu
a sua vida pelas ovelhas. Ele não ficou rico. Ele não tinha “bigas de luxo”,
não morava em palácio. E você também não vê isto sendo feito ou ensinado por
qualquer um dos apóstolos de Jesus.
Preste atenção: Jesus,
o teu pastor , não é um mercenário. Ele não “esfola” as pessoas, pobres ou
ricas, dizendo que se elas derem dinheiro verão o reino de Deus. Porque o reino
de Deus é paz, justiça e alegria no Espírito Santo. E o Espírito Santo é uma
pessoa divina, um dom da graça de Deus. Não é “uma coisa, uma mercadoria que se
adquire com dinheiro”.
As ovelhas de Jesus ouvem a voz dele,
e não ouvem a voz do mercenário. Elas sabem a diferença. Sabem quando é Jesus
quem está falando, e quando não é. Então não se deixam enganar.
2.2 – Agora vejamos o que podemos esperar e encontrar em nosso pastor
Jesus:
Em Isaías há uma promessa de paz
para os que buscam ao Senhor.
Is 55:12
Saireis com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros
romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.
Quando leio este
versículo, penso que o coração de Isaías era pura poesia, era transbordante de
canções, tanto deleite ele sentia com as promessas de Deus, a ponto de dizer
que até a natureza exultava diante das obras do Senhor.
Saireis com alegria e em paz sereis guiados. Se Jesus é quem te guia, isto é alegria e paz em seu coração. Você
pode encontrar nele descanso para a tua alma
Mt 11:28-29
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque
sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
Quais são as coisas que te
afligem? São os teus pecados, as acusações de Satanás, os teus vícios, os teus
complexos, os teus sentimentos de incapacidade diante das demandas da vida? Então
você tem um pastor chamado Jesus, para te orientar, para te fortalecer, para te
ensinar, para dar descanso à tua alma.
Você pode recorrer a ele para descansar
nos braços dele:
Is 40:10-11
10 Eis que o SENHOR Deus virá com
poder, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão está com ele, e diante
dele, a sua recompensa. 11 Como pastor, apascentará o seu rebanho;
entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que
amamentam ele guiará mansamente
Veja como o Senhor usa
o poder dos seus braços: colocando neles as suas ovelhinhas, carregando-as no
seio, guando com mansidão.
Há outra passagem em
Isaías que eu gostaria de citar:
Is 46:1-4
1 Bel se encurva, Nebo se
abaixa; os ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; as cargas que
costumáveis levar são canseira para as bestas já cansadas. 2 Esses
deuses juntamente se abaixam e se encurvam, não podem salvar a carga; eles mesmos
entram em cativeiro. 3 Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o restante da
casa de Israel; vós, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braços desde
o ventre materno. 4 Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda
até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois,
carregar-vos-ei e vos salvarei.
Bel e Nebo, citados no
v. 1, eram deuses babilônicos; ídolos fabricados pela imaginação e pelas mãos
humanas. E como tais, suas imagens não podiam se mover, não podiam falar; ao
contrário, precisavam ser carregadas por seus adoradores. Se alguém os
precisasse transportar de um lugar para outro, colocava sobre um animal, e
então era a maior canseira para os animais.
Mas o nosso Deus não
precisa ser carregado pelos seus adoradores. Ao contrário, ele é que os
carrega. Desde a infância, até à velhice. Ele carrega e salva. Perdoa. Renova o
coração, a mente, concede paz.
Jesus não nos explora
financeiramente, não mercadeja com nossas almas, não adultera a Palavra de
Deus. Jesus é o guia que apascenta. Jesus é o guia que dá descanso para as
nossas almas. Jesus é o guia que nos carrega nos braços. É o guia que dá a vida
pelas suas ovelhas.
E isto nos conduz ao terceiro
ponto...
O que o Espírito Santo quer dizer
é que, embora Deus seja amor, embora Deus tenha amado ao mundo e ofereça o seu
amor a todo o mundo através do Evangelho, existe uma condição para que as
pessoas sejam guiadas por ele.
Voltemos ao capítulo 1, versículo
21b: “...ele salvará o seu povo dos
pecados deles...”
Jesus não salva a todos; salva
somente ao seu povo. Mas conforme o Evangelho ensina, ser povo de Jesus é algo
que está ao alcance de qualquer pessoa que quiser.
Consideremos novamente o capítulo
2, ele diz que Jesus guia ao seu povo, Israel. O que significa isto? Significa
que para uma pessoa ter a Jesus como seu guia e salvador ela precisa ser,
humanamente falando, um israelita? Por certo que não! A própria história dos
magos nos mostra que o povo de Jerusalém, juntamente com o rei Herodes, ficou
assustado quando soube do nascimento de Jesus. Por outro lado, os magos eram
gentios, não eram judeus, e vieram adorá-lo.
Este é a primeira vez, em Mateus,
que ele começa a nos mostrar que o povo que seria salvo por Jesus não era o
Israel étnico, mas o Israel da fé. Porque,
embora Jesus fosse nascido judeu, e no começo tenha sido seguido por milhares
de judeus, a nação judaica, como um todo, o rejeitou. E gradativamente o
Evangelho nos demonstra que o reino foi sendo estendido a todos os povos. Neste
sentido, quando alguém se converte a Jesus, ele é que é considerado um
verdadeiro israelita, um verdadeiro pertencente ao povo de Deus. Por exemplo,
João 1:11-12
11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a
todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que crêem no seu nome...”
Povo de Deus, então,
não é aquele que nasceu israelita, mas aquele que recebeu a Jesus, que teve fé
nele, que o reconheceu.
Em nosso texto nós
vemos a primeira atitude de Herodes e dos hierosolimitas: eles ficaram
alarmados. Há muitas pessoas, no mundo inteiro, que também ficam alarmadas, que
ficam preocupadas quando ouvem falar de Jesus. Quando ouvem que ele é Deus, que
virá para o juízo final, e que todos comparecerão diante de seu tribunal para
serem julgados. Por isto há pessoas que não querem nem ouvir falar de Jesus.
Também nós vemos a
atitude posterior de Herodes. Diante de seu temor de que Jesus pudesse tomar o
seu lugar de rei, Herodes procurou matá-lo, mesmo ainda infante. De muitas
maneiras, uma atitude completamente irracional. Pois Herodes não estava
preocupado em deixar o seu trono para os filhos – o que na verdade aconteceu,
pois assim que Herodes morreu, seu filho Herodes Arquelau tornou-se rei da
Judéia, de Samaria e da Iduméia.
A preocupação de Herodes
era com o seu próprio trono, mas ele já era idoso, e morreu dentro de pouco
tempo, ao passo que Jesus era apenas um recém-nascido; não tomaria o seu trono.
Muitas pessoas, à maneira de Herodes, têm um ódio irracional de Jesus, como se
Jesus viesse para tirar o que é delas. Como se Jesus fosse um “estraga
prazeres”. E dizem: “Eu sou dono do meu
destino. Eu sou forte; sou o capitão da minha vida. Não sou um fraquinho que
precisa de um pastor para minha alma”. Não entendem que Jesus é o pastor, o bom pastor, e assim
perdem a paz e a salvação que Jesus veio dar.
Mas muitas pessoas, e graças a Deus, são milhares de milhares de pessoas,
através de todos os tempos, têm entendido quem é Jesus, e o têm buscado, e o
têm recebido, e são chamados “filhos de Deus”.
Jesus é o guia, o líder, o pastor de nossas almas. Jesus não nos explora,
mas deu a sua vida em nosso favor, e nos conduz, nos dá descanso e salvação. A
única condição é que o recebamos como nosso Deus.
Nós vamos fazer agora uma aplicação
prática, em oração.
Sei que alguns de vocês estão
alegres no Senhor, pois têm experimentado o descanso no coração, a paz do
Senhor, a renovação de suas forças. Que em paz em sido guiados, que entram e
saem com alegria. Oremos com gratidão ao nosso pastor. Sei também que alguns de
vocês têm muitas vezes passado por coisas que fazem a alma ficar cansada. Mas
Jesus é o nosso pastor.
“Vinde
a mim, vós todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei;
sem dinheiro e sem preço”.
Traga seus cuidados, seus
problemas, seus pecados, seus fardos a Jesus.
E sei também
que pode haver entre vocês pessoas que ainda não receberam a Jesus em seus
corações, mas que estão necessitadas e desejosas de fazê-lo. Seja qual for a
sua condição, vamos orar, adorar a Jesus e oferecer nossas vidas a ele.
Senhor Jesus, o nosso coração se prostra diante de ti e te adora neste
momento.
Te adoramos por tua grandeza, por tua majestade, por teu poder e
santidade. Te adoramos por tua sabedoria, tua graça e amor. Amor pelo qual o
Senhor veio do céu para nos buscar para ti mesmo. Para cuidar de nós,
apascentar nossas almas.
Querido pastor, nós nos rendemos a ti, confessando nossos pecados, que
são grandes. Somos grandes pecadores, e confiamos que o nosso Salvador é maior
que os nossos pecados.
Confessamos a ti as nossas fraquezas; as nossas tristezas, as nossas
necessidades todas. E confiamos que o Senhor, segundo o teu poder, a tua graça
e a tua fidelidade nos perdoa, nos concede novas forças, nos concede arrependimento
para que mudemos onde for necessário, nos concede alívio e proteção.
Oro, Senhor, em favor das tuas ovelhinhas: que conheçam a cada dia o
teu cuidado, a tua direção pelas veredas da justiça, o teu conduzir às águas de
refrigério da alma, do coração, da mente, a tua unção. sobre suas vidas. Tu,
que sondas o coração, vem ao encontro das tuas ovelhinhas, e apascenta cada uma
delas.
Oro também em favor daquele que ainda não tem tido este privilégio de
te conhecer assim. Mas que está ouvindo a tua voz falando ao seu coração.
Concede a tua graça, Senhor Jesus. Concede, pois tu és grande e compassivo.
Amém.
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