Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 10 de março de 2013

Quando um servo de Deus entra em crise - Mt 11:1-6

Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 10 de março de 2013
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler Mateus 11:1-6
1 Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. 2 Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe:3 És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: 5 os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. 6 E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.
Dias de graça e glória para Israel, nos quais o Salvador do mundo, por um lado, e seus discípulos, por outros, enviados de dois em dois, percorriam as cidades de Israel anunciando e manifestando o Reino de Deus. Os mortos eram ressuscitados, os enfermos de toda espécie eram curados, o evangelho era pregado aos necessitados. Multidões se aproximavam do Senhor e conheciam o seu amor.
Enquanto isto, na fortaleza de Maqueros, o profeta João Batista estava preso a mando do rei Herodes. Um profeta que apenas alguns meses antes havia atraído multidões com a sua pregação, mas agora passava seus últimos dias quase isolado de tudo, a não ser pelas poucas notícias que alguns discípulos fiéis lhe traziam, do mundo exterior.
A bem da verdade, João Batista não se incomodava com o esquecimento popular. Pois quando Jesus surgiu, e foi por ele reconhecido, João entendeu que a sua missão estava cumprida, e teve grande satisfação em anunciar que Jesus era o Cristo, o Messias prometido pelos profetas, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.[1] João entendeu que com a vinda de Jesus, o reino de Deus fora aproximado; chegara aquele que derramaria o Espírito Santo, mas também traria fogo. Então muitos seriam salvos e entrariam no reino de Deus, ao passo que muitos seriam julgados e lançados no fogo inextinguível.[2] João percebeu alegremente que era a hora de Jesus crescer, enquanto ele mesmo diminuía.[3]
Mas, por alguma razão, no entendimento deste homem de Deus, alguma coisa parecia não estar “se encaixando”. Talvez João Batista, como muitos outros judeus, estivesse esperando que o Cristo trouxesse o juízo de Deus sobre os ímpios e libertação aos oprimidos de forma mais evidente, uma vez que o Messias iria trazer o reino de Deus e separar os justos dos injustos. Mas João estava na prisão, enquanto que o ímpio rei Herodes continuava a reinar livremente. Então ele envia seus discípulos a Jesus a fim de perguntar: “És tu aquele que estava para vir, isto é, o Cristo, ou havemos de esperar outro?”
Parece que “por um momento” João Batista ficou em crise quanto àquilo que ele mesmo havia crido e anunciado sobre Jesus ser o Cristo. Assim, para dirimir qualquer dúvida que pudesse haver no coração de seu amado servo, o Senhor Jesus respondeu aos discípulos:
- Digam a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os enfermos são curados, os mortos são ressuscitados, aos pobres o evangelho é pregado; “e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa” (NVI)
Depois disso, nos vs. 7 a 17, Mateus nos diz que assim que os discípulos do profeta foram embora, Jesus passou a testemunhar da grandeza que João tinha aos olhos de Deus, como um homem enviado por ele.
Eu acho interessante, meus irmãos, que estes fatos tenham acontecido logo depois de Jesus ter enviado os doze apóstolos e comissionado a igreja, com a missão de pregar o evangelho. No capítulo 10, ao nos enviar para testemunhar, Jesus nos encoraja de muitas maneiras, diante das dificuldades externas que poderemos enfrentar: rejeição, incompreensão, ódios até. Mas aqui no cap. 11, a Palavra nos fala de uma dificuldade que este profeta, João Batista, estava passando, interiormente: diante das circunstâncias, João ficou a se questionar sobre Jesus.
Me parece que com isto, uma das coisas que o nosso Pai está fazendo é nos ensinar que as dificuldades que enfrentaremos não são de natureza apenas externa. E com base nisto eu gostaria de meditar com vocês sobre o que precisamos fazer, quando nós, testemunhas de Jesus, enfrentamos crises assim.
1.    Pois os servos de Deus, por vezes, experimentam conflitos internos
Eu não tenho como superestimar a grandeza deste profeta, João Batista. Não tenho como superar os elogios que o próprio Senhor Jesus fez a respeito dele.
Um homem de grande força moral, de caráter, que desde o ventre de sua mãe fora cheio do Espírito Santo, e que com grande poder, fidelidade e humildade cumprira fielmente sua missão. Que com muita convicção, em plena certeza de fé, testemunhava de Jesus, a ponto de ser preso por causa de sua pregação. E como veremos adiante, a ponto de ser entregue à morte até. Um homem que recebera a graça de ver muita gente sendo levada ao arrependimento, a uma vida nova e transformada, diante de Deus, através do seu ministério.
Mas que agora, num momento difícil, questiona-se sobre aquilo que ele mesmo anunciara.
- Será que este homem a respeito de quem eu falei, é aquele que havia de vir, ou será que devemos esperar outro?
Esta pergunta se torna um tanto mais aguda quando pensamos na própria experiência que João teve com o Senhor. Nos Evangelhos todos nós lemos que foi muito forte. Um dia, enquanto João pregava e batizava, o Senhor Jesus se aproximou dele, a fim de ser batizado também.  
Antes disto, Deus havia dado a João uma revelação que dizia: “Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito Santo, este é o que batiza com o Espírito Santo.” Então João viu isto acontecer e testemunhou: “Eu vi o Espírito Santo descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Ele é o Filho de Deus.” [4] João sentia-se tão maravilhado diante de Jesus que julgava-se indigno até desamarrar as sandálias nos pés do Senhor. [5] Mas agora João pergunta: “És tu aquele que havia de vir, ou devemos esperar outro?”
Um questionamento desta natureza, irmãos, não vemos, na Bíblia, apenas aqui em João Batista. Outros servos de Deus nos dão testemunho de suas dificuldades quando se deparam com o fato de que parece que o mal está triunfando, e o bem não consegue prevalecer. Um dos exemplos mais conhecidos nossos está no querido Asafe, conforme ele conta no Salmo 73. Com tintas muito fortes ele diz que quase se desviou dos caminhos do Senhor, quase abandonou sua fé. Vamos ler Sl 73:2
Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos.
Depois, dos vs. 3 a 15, ele diz que isto aconteceu porque um dia começou a observar a vida dos ímpios, e viu que eles, apesar de arrogantes, blasfemos e orgulhosos, aparentemente viviam bem, tendo conforto material e livres de preocupações, enquanto que ele, que a vida toda temera ao Senhor, se santificara, se desviara do mal, tinha tantas tribulações. E começou a pensar que purificar-se e viver a fim de agradar a Deus era uma coisa inútil. No v. 16 ele diz que não conseguia entender estas coisas.
Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim.
“É demais para a minha cabeça, eu não consigo entender”. E quase se desviou.
Mas deixe-me adiantar, porque depois não voltaremos aqui:
v. 17
Até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.
- “Não entendi até que fui buscar a Deus. E na comunhão com Deus a minha crise foi superada. A minha fé voltou, o meu coração foi renovado”.
Saindo dos Salmos, onde momentos assim são muitos, outro homem que eu gostaria de citar é o profeta Jeremias. Escolhido de Deus desde o ventre de sua mãe, chamado para anunciar a Palavra desde a juventude, em meio a uma geração perversa; homem amoroso, corajoso e fiel.[6] Mas muito sofredor, e honesto com Deus. Uma das várias crises pelas quais passou está registrada em Jr 15. Quero ler com vocês o v. 18. Vejam o que ele diz ao Senhor (e é bom registrar também a resposta do Senhor, no v. 19):
18 Por que dura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói e não admite cura? Serias tu para mim como ilusório ribeiro, como águas que enganam?19 Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu te arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás a minha boca; e eles se tornarão a ti, mas tu não passarás para o lado deles.
No v. 18, a NVI diz: “Porque te tornaste para mim como um riacho seco, cujos mananciais falham?”
Isto porque Jeremias, atendendo ao chamado do Senhor, amou a Palavra, fez dela a sua alegria e razão de viver, o alimento do seu coração; santificou-se e dedicou-se a ministrar a Israel o que recebera de Deus.[7] Mas como resultado foi desprezado pelo povo a quem amava. Então ele sente que Deus se tornara para com ele um rio sem água. Palavras duras contra o Senhor, meus irmãos, palavras de pecado até, tanto que no v. 19 o Senhor chama Jeremias ao arrependimento. Mas palavras de um homem de Deus em crise.
Ao separar, além de João Batista, estes exemplos tão fortes, quero dizer, irmão querido, que você não deve estranhar se nestes dias difíceis, de tanta apostasia, de tantos ataques dos ateus, Satanás tentar você com questionamentos sobre sua fé.
O pai da mentira sabe como, utilizando-se das aparências, por em dúvida a bondade de Deus, senão até mesmo a sua existência. E aqueles que são fiéis, que servem a Deus de todo o seu ser, de todo o seu entendimento, de todo o seu coração, de todas as suas forças, muitas vezes podem se ver atacados com as mentiras satânicas mais cruéis, com a finalidade de destruir sua fé e arrebatar suas almas.
Como os inimigos diziam ao autor do Salmo 42: “O teu Deus, onde está?” [8], assim também Satanás vocifera: “Olhe para os males do mundo. Se Deus existe, ele não tem poder para vencer o mal. Ou se pode, e não faz nada, então ele é mau.”
Assim é que João Batista foi levado a perguntar: “Será que Jesus é aquele de quem falam os profetas? Será que Jesus é aquele que virá, ou havemos de esperar outro?”
2. Quando experimentamos conflitos, nada melhor que buscar a Jesus
Quando, há pouco, lemos o testemunho de Asafe, vimos que ele ficou em crise até que entrou no santuário de Deus.[9] Então, na comunhão com Deus, o seu discernimento espiritual tornou a ele. O Espírito Santo o restaurou. O seu coração se tranquilizou. Ele não mais se desviou do Senhor.
Quando Jeremias sentiu sua fé em Deus esmorecer, confessou sua dificuldade ao Senhor. Neste caso, o Senhor o corrigiu e admoestou a arrepender-se, restaurando assim o coração do profeta.
Da mesma forma, João buscou a resposta em Jesus. Ele não tinha como falar pessoalmente ao Senhor, por isto enviou seus discípulos. Eu acho isto lindo, irmãos: apesar de toda a crise, João não deixou de confiar em Jesus, tanto que buscou nele a resposta de seu questionamento.
Me parece que isto é uma aplicação prática do que nos ensina, por exemplo, o livro de Provérbios:
Pv 3:5,6
5 Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. 6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
O Espírito Santo está nos dizendo que, sem desprezar a capacidade de entender que Deus nos deu, antes, usando-a para confiar no seu caráter, não devemos ficar olhando para as circunstâncias conforme elas aparentam, nem devemos confiar em nosso entendimento cheio de limitações, mas que devemos reconhecer a boa mão do Senhor em todos os nossos caminhos, haja o que houver. Nunca duvidar que Deus está no controle.
Assim, ainda que por um momento João tenha sentido necessidade de perguntar se Jesus era o Cristo, não deixou de acreditar nele como profeta de Deus, e não deixou de acreditar nas profecias da Palavra de Deus. Então ele pergunta a Jesus, e a resposta satisfez ao seu coração. Jesus é o Cristo, aquele que havia de vir. Não precisavam esperar outro Salvador.
Queridos irmãos, esta é exatamente a atitude que nunca podemos abandonar. Satanás anda em derredor, bramando como um leão, buscando a que possa devorar. Não se espante se ele tentar vocês com as mentiras do espiritismo, do liberalismo teológico, do ateísmo, das sociedades secretas, questionando sua fé, questionando as doutrinas das Escrituras, questionando a divindade de Jesus.
As mentiras se apresentam de várias maneiras, até opostas entre si. Pois Satanás não se importa de usar várias mentiras diferentes, conforme lhe convém. Somente em Deus há coerência na argumentação, pois somente para Deus a verdade é importante, única e sem ambiguidades.
Assim, nalguns lugares Satanás diz:
- Mas será que Jesus é realmente Deus? Nós sabemos que na terra, diz o diabo, nunca houve um espírito superior a Jesus, mas ele mesmo nunca disse ser Deus. Ele disse ser o filho de Deus.
- Onde já se viu, o diabo continua, dizer que Jesus morreu pelos nossos pecados? O que salva nossas almas é viver uma vida de caridade (e por caridade, o diabo quer dizer boas obras para que sejamos salvos). E sutilmente distorce a doutrina do amor ensinado nas Escrituras.
Noutros momentos, diante das dificuldades que os crentes enfrentam, Satanás busca colocar em dúvida o seu relacionamento com Deus:
- “Se você é filho de Deus, transforme estas pedras em pães; se você é filho amado de Deus, as coisas deveriam dar mais certo para você; se você é realmente crente, Deus deveria ouvir mais suas orações” (quer dizer – fazer mais o que você quer).
Noutros lugares ele simplesmente diz que Deus não existe.  
Mas quando vocês se virem em conflitos internos, façam como João: busquem a resposta em Jesus. A resposta não está nas filosofias humanas. Não está no conhecimento de laboratórios científicos. Não está no “ateus.com”. A resposta também não está em circunstancias favoráveis ao nosso conforto. Está no Deus vivo, no Deus triuno que se revela em Jesus.
Se em conflitos mentais, orem a ele. Se em conflitos emocionais, orem a ele. Não deixem de confiar nele e buscar nele as respostas. Não deixem de confiar na iluminação de seu Espírito Santo.
3. Quando experimentamos conflitos, nada melhor que ouvir a Palavra de Deus
Há dois sentidos em que a resposta que João recebeu foi a Palavra de Deus.
Primeiro, porque Jesus é Deus. Segundo, porque o que Jesus fez, ao mostrar as obras que realizava, foi se apresentar como o cumprimento das Escrituras.
A maior parte das Bíblias impressas que temos nos ajuda muito a entender melhor o que se passa aqui. Porque elas nos trazem algumas “letrinhas sobrescritas” e notas de rodapé que, nos vs. 4 e 5, apontam o fato de que Jesus está, ainda que indiretamente, citando o profeta Isaías, quando este fala sobre a vinda do Messias e da redenção de Israel:
Is 35:4-6
4 Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos salvará.5 Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos;6 os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo.
Is 26:19
Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos.
Is 61:1
O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados.
Leiamos novamente os vs. 4 e 5
4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo:5 os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho.
Pense em João na prisão. Ele está aguardando ansiosamente a resposta de Jesus. Então seus discípulos finalmente chegam, e contam o que ouviram e viram. E João entende que diante dos olhos dos seus discípulos, as antigas palavras de Deus haviam se tornado realidade concreta. Eu acho que ele deve ter dado pulos de alegria no cárcere. Ou chorado de emoção. Ou os dois. Então João podia morrer sossegado, pois, se por um curto período de tempo sua mente ficou em dúvida, agora já não devia restar qualquer uma.
Irmãos, nunca é demais enfatizar, nunca podemos nos esquecer de dizer que Jesus e as Sagradas Escrituras são inseparáveis. Nós nos entendemos como seguidores de Jesus: ele é nosso Deus, nosso Rei,  nosso Salvador, nosso Mestre. E Jesus nos ensina que as Sagradas Escrituras são a Palavra de Deus.[10] Tudo o que ele fazia era alicerçado nas Escrituras do Antigo Testamento. Ele era o cumprimento delas, [11]  ele alimentava com elas o seu próprio coração, [12] era obediente às elas, era o seu intérprete infalível, [13]  ele as citava direta e indiretamente, como vemos aqui, e ele ensinava que elas são o alicerce de nossa fé e obediência.[14]
Não há como você seguir Jesus à parte das Escrituras. Se o Espírito de Cristo, a quem seguimos, habita em nós, [15] ele sempre nos conduzirá para a Bíblia, por meio da Bíblia e através da Bíblia.
Em qualquer tempo é assim, mas especialmente em dias de incertezas, confusões, de ataques ferozes do diabo, nada melhor do que enxergar nossos tempos, e nossas vidas, à luz da Palavra de Deus. Ela é lâmpada para nossos pés, luz para o nosso caminho.[16] Ela restaura nossa alma.[17] Ela nos faz entender que em meio a esta confusão toda que reina no mundo, os planos de Deus seguem adiante,[18] não podem ser frustrados, e fazem com que todas as coisas cooperem para o bem dos que o amam.[19]
Quando vemos a iniquidade se multiplicando e o amor de muitos se esfriando, entendemos que a Bíblia é a verdade, pois ela nos diz seria assim.[20] Quando vemos tantos “profetas”, dizendo realizar milagres extraordinários (quem sabe até mesmo fazendo?!), e ao mesmo tempo fazendo comércio com a fé de tantos, roubando descaradamente o dinheiro das pessoas em nome de Deus, e assim levando muitos a blasfemar do Evangelho, vemos a Palavra de Deus se cumprindo.[21] Quando vemos tanta gente com “coceira nos ouvidos”, correndo atrás de novidades doutrinárias, “afetadas”, amantes de si mesmas, ao mesmo tempo em que relegam a Bíblia para segundo ou terceiro planos, mais uma vez percebemos que a Palavra de Deus não falha.[22]
Ao mesmo tempo, quando vemos pecadores se convertendo, abandonando pecados, sendo libertos do poder de Satanás, tendo suas vidas transformadas, vemos como ela é viva e eficaz, como ela é santificadora.[23] E isto nos anima a conhecê-la, meditar nela, obedecê-la, esperar nela, pois ela nos diz que, assim como Jesus veio, também voltará para completar a obra que já iniciou. [24]
Concluindo...
Todos nós, os que cremos em Jesus, inevitavelmente, num momento ou noutro, temos nossos conflitos interiores. Mas quando vamos a Jesus, oramos, esperamos em sua Palavra, ele dissipa a confusão de nossa mente, ele acalma nosso coração, renova nossas forças, restaura o nosso interior.
Esta semana eu fui levado a me lembrar disto de um modo engraçado: enquanto me dirigia à igreja, logo pela manhã, estava pensando em tantas coisas que precisei fazer esta semana, mas que me desviaram de outras que havia planejado. Aqueles pensamentos estavam me deixando muitíssimo aflito. Não podemos ficar correndo atrás de todas as coisas que aparecem prá fazer, se não perdemos o foco rapidamente. Então eu li um adesivo que estava num carro à frente do meu: “Pare, ore, escute”.
Então eu disse: “Ó Senhor, muito obrigado por ter colocado ‘um anjo’ aqui para me lembrar”. E fiquei pensando que estas palavras eram um meio que Deus usou para me advertir que a coisa mais importante, mais necessária, realmente indispensável, é a nossa vida devocional, da qual não podemos descuidar nunca.
Em meio a todas as exigências do nosso dia a dia, “parar, orar, escutar a Palavra de Deus”. Foi isto que João Batista fez em meio à sua aflição. Levou sua crise ao Senhor. Esperou a resposta do Senhor. Foi isto que Asafe fez. Foi isto o que Jeremias fez. É isto o que devem fazer todos os que desejam ser piedosos, em tempo de encontrar ao Senhor.[25]


[1] Jo 1:29
[2] Mt 11, 12
[3] Jo 3:30
[4] Jo 1:32-34
[5] Mc 1:7
[6] Jr 1
[7] vs. 16, 17
[8] Sl 42:3
[9] Sl 73:17
[10] Jo 10:34, 35
[11] Mt 5:17
[12] Dezenas de vezes a frase “está escrito” brota dos lábios de Jesus, nas mais diferentes circunstâncias
[13] Mt 5:21, 22; 27, 28; 33, 34, etc.
[14] Lc 24:25-27, 44; Mt 5:19
[15] Rm 8:9
[16] Sl 119:105
[17] Sl 19:7
[18] Is 46:10
[19] Rm 8:28, 29
[20] Mt 24:12
[21] 2ª Pe 2:1-3
[22] 2ª Tm 4:3, 4
[23] Hb 4:12, 13; Jo 17:17
[24] At 1:10, 11; 1ª Jo 3:1-3; Fp 1:6
[25] Sl 32:6

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