Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 20 de novembro de 2011
Pr. Plínio Fernandes
1 No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, teve
Daniel um sonho e visões ante seus olhos, quando estava no seu leito; escreveu
logo o sonho e relatou a suma de todas as coisas.
Em nosso estudo anterior, consideramos os caps. 7 a
12 de Daniel como um todo, apresentando-os como uma série de quatro profecias apocalípticas,
e nos dedicamos a explicar o significado geral delas.
Vimos que elas nos ensinam sobre o crescimento e triunfo do reino
de Deus sobre as forças espirituais do mal no cenário da salvação individual,
da história mundial e por toda a eternidade.
Seu propósito é que conheçamos
mais de Deus e de seus planos, a fim de que sejamos espiritualmente fortes e
atuantes.
Em nosso estudo de hoje, vamos, então, meditar sobre
a primeira visão de Daniel.
Para facilitar nossa compreensão, observemos que a
visão é dividida em duas partes principais:
Primeira parte, do v. 2 ao 15 – os quatro animais.
A segunda parte, do v. 16 ao 28 – A interpretação da
visão.
A primeira parte, por sua vez, pode ser dividida em
quatro assuntos:
1.
A visão os quatro animais (vs. 2-8). A segunda parte da visão nos diz que
são quatro reis, ou reinos (vs. 17 e 23).
2.
O trono de Deus e o seu juízo sobre os quatro reinos (vs. 9-12).
3.
O reino entregue ao Filho do Homem (vs. 13 e 14).
4.
E o quarto animal.
As duas partes terminam contando como Daniel se
sentiu (v. 15 e 28).
v. 15 – Quanto a mim, Daniel, o meu
espírito foi alarmado dentro de mim, e as visões da minha cabeça me
perturbaram.
v. 28 – Aqui, terminou o assunto.
Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto
se empalideceu; mas guardei estas coisas no coração.
Me parece, irmãos, que estes dois versículos, ao nos
dizerem qual foi o grande impacto que a visão causou no espírito de Daniel,
estão também apontando para o assunto principal, o que mais chamou a atenção do
profeta.
Este assunto principal é destacado pelo próprio
Daniel, a partir do v. 19:
Então, tive desejo de
conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os
outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas unhas eram de bronze,
que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobejava
Segundo esta linha de raciocínio, o assunto
principal, o que tomou a mente de Daniel e o deixou alarmado, foi a revelação
sobre o quarto animal.
Então, vejamos rapidamente o que o texto nos diz
sobre a visão como um todo, e depois vamos destacar o quarto reino.
1. Os quatro
animais são quatro reinos
Leiamos os versículos 2 a 8:
2 Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha
visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. 3
Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. 4
O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe
arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e
lhe foi dada mente de homem. 5 Continuei olhando, e eis aqui o
segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus
lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas; e lhe diziam:
Levanta-te, devora muita carne. 6 Depois disto, continuei olhando, e
eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de
ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. 7
Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto
animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de
ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.
8 Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro
pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que
neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com
insolência.
Assim como Daniel, você deve ter ficado impressionado
com esta visão.
Daniel estava diante de um mar sem limites, agitado
por ventos que vinham dos quatro pontos cardeais.
Enquanto ele olhava, daquele mar agitado emergiram
quatro criaturas terríveis, que ele só podia descrever como animais.
Mas não eram animais no sentido comum da palavra.
Daniel diz que as quatro criaturas eram “como”, ou
“semelhantes” a animais, isto é, lembravam a aparência deles.
Assim, o primeiro deles era como um leão; um leão que
tinha asas como águia. Mas enquanto Daniel observava, este animal ficou sobre
dois pés, como um homem, e foi lhe dada a mente de homem.
O segundo animal era parecido com um urso, que tinha
três costelas na boca. Da mesma forma ele foi colocado sobre duas patas,
erguendo-se de lado, e lhe foi dada esta ordem: levanta-te, devora muita carne.
O terceiro animal era semelhante a um leopardo, e ele
não tinha duas, mas quatro asas, e quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
E o quarto animal era praticamente indescritível. Ele
não se parecia com nenhum outro.
Era muito forte. Espantoso. Tinha dentes de ferro, e
com estes dentes devorava tudo o que estava na frente, e o que não devorava
fazia em pedaços, e pisava em cima.
Este grande, forte e terrível animal tinha dez
chifres.
Enquanto Daniel olhava, viu surgir entre eles mais um
chifre, menor, mas que rompeu com tanta força de arrancou três chifres do lugar.
Este chifre tinha olhos e boca, e falava como um
homem, falava com insolência, falava com atrevimento.
Há outras coisas em comum, além do fato de serem
animais estranhos:
É que são dominadores, predadores, destruidores e
fortes.
Para que nós saibamos o que eles significavam nós
precisamos ler o v. 17, onde um ser celestial explica para Daniel:
- Estes grandes animais, que são quatro, são
quatro reis que se levantarão da terra.
Que reinos específicos esta visão está retratando?
A maior parte, senão todos os intérpretes, entendem
que se tratam, em primeiro lugar, dos mesmos quatro reinos descritos no sonho
de Nabucodonosor, no cap. 2, quando ele sonhou com aquela grande estátua cuja
cabeça era feita de ouro.
No sonho de Nabucodonosor, os quatro materiais que
compunham a estátua representavam quatro reinos sucessivos: o babilônico, o
medo-persa, o grego e o romano.
Da mesma forma, embora não entendamos o significado
de cada detalhe, há indicações no texto que nos fazem entender que aqui se
trata dos mesmos reinos.
O v. 4 nos diz que o primeiro animal era como um leão
que tinha asas como de águia. Ele foi colocado sobre dois pés, e foi-lhe dada
mente de homem.
Porque entendemos ser uma representação da Babilônia?
O leão e a águia são animais caçadores, predadores:
assim era a Babilônia nos primeiros temos do grande reino, como vemos nos
livros históricos e proféticos da Bíblia.
Em Jr 49:19-22, quando o castigo de Edom é profetizado,
o Senhor diz que o seu mensageiro contra eles, isto é, a Babilônia, subiria
contra eles como um leãozinho que sai da floresta para atacar, que seria como
águia estendendo as suas asas.
O leão com asas de águia é um símbolo bem conhecido
entre os arqueólogos, que escavam as ruínas da antiga Babilônia.
Se aqui, como no caso do cap. 2, o primeiro reino é o
Babilônico, então segue-se que os demais devem ser também os mesmos daquele
capitulo, e conforme veremos posteriormente, as próximas visões de Daniel
retornarão a este tema.
O segundo e o terceiro reinos serão o tema da visão
no cap. 8.
E o quarto reino trás muitas desenvolturas, que
culminarão nas grandes perseguições sob os imperadores romanos.
Mas ao mesmo tempo aponta para o final dos dias presentes.
Pois, ao mesmo tempo em que representam estes quatro
reinos específicos, nós podemos ver aqui vislumbres de coisas que também se
referem a tempos mais distantes, para frente.
Então vamos continuar a leitura.
Vs. 9 e 10:
9 Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o
Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da
cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo
ardente. 10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de
milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o
tribunal, e se abriram os livros.
Você deve ter percebido a semelhança entre este texto
e as visões de João em Apocalipse cap. 1 – ali ele descreve Jesus com esta
aparência.
Mas conforme veremos no v. 13, aqui Daniel está
diante do trono de Deus, chamado o Ancião de Dias.
Me parece ser uma referência ao fato de que Deus é “o
ser mais velho que existe” (é claro que este meu jeito é um modo muito
desajeitado de falar, que só revela minha enorme limitação em compreender a
glória daquele que está sendo descrito por Daniel).
O Ancião de Dias estava assentado em seu trono
glorioso, feito de chamas de fogo.
Era um trono de julgamento; e então se abriram
livros.
Mais uma vez nós somos deparados com a semelhança do
Apocalipse de João.
Ap 20:12-15
12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em
pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da
Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o
que se achava escrito nos livros. 13
Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que
neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. 14 Então, a morte e o inferno
foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de
fogo. 15 E, se alguém não foi
achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
Segundo entendo, João está claramente revelando para
nós o que se refere ao dia do juízo final, na volta de Jesus.
Será o dia em que cada ser humano comparecerá diante
de Deus para receber o veredito final sobre a sua situação pela eternidade. Cada
ser humano sendo julgado diante de Deus, de acordo com as suas obras conforme
registradas nos livros de Deus.
É um jeito antigo de dizer que cada uma das nossas
ações está perante os olhos de Deus, e que para cada uma delas existe um valor
moral; bom ou mau, santo ou profano, justo ou ímpio.
Deus nos julgará a cada um de nós, segundo as nossas obras,
pois elas mostram a qualidade de vida que existe em nossa alma.
Se nosso coração é um lugar onde Jesus habita e
governa, nossas obras tendem a ser conforme a vontade de Deus. E com isto o
nosso nome é escrito no livro da vida.
Mas se o nosso coração é governado pelo pecado,
nossas obras testemunham isto. Por isto Apocalipse também diz que quando
morremos as nossas obras nos seguem pela eternidade.
Ora, o texto nos diz que se alguém não teve o seu
nome escrito no livro da vida, este alguém foi lançado no lago de fogo.
Isto nos faz voltar ao texto de Daniel.
2. Ele está nos
falando de um juízo também, o juízo de Deus sobre os reinos do mundo.
Os vs. 11 e 12 nos dizem o que aconteceu quando os
livros foram abertos
11 Então, estive
olhando, por causa da voz das insolentes palavras que o chifre proferia; estive
olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito e entregue para ser
queimado. 12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio;
todavia, foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.
Depois do juízo, os quatro reinos perderam o seu
domínio.
Embora houvesse ainda algum resquício dos reinos da
terra, foi tirado deles o domínio, e o juízo contra o quarto reino, do qual
saiu o rei que falava atrevidamente, foi julgado de modo especialmente
rigoroso.
Ele foi entregue para ser queimado
E o que aconteceu quando o domínio foi tirado dos
reinos?
3. O reino foi
entregue ao Filho do Homem
vs. 13 e 14:
13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que
vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de
Dias, e o fizeram chegar até ele. 14 Foi-lhe dado domínio, e glória,
e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem;
o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será
destruído.
Daniel viu alguém, não parecido com um animal
medonho, destruidor, predador. Viu alguém parecido com um ser humano.
Este Filho do Homem aproximou-se do Ancião de Dias, e
a ele foi dado o domínio sobre todos os povos, línguas, nações. E se tornou um
rei eterno, cujo império jamais findará.
Acho que você já relacionou isto com outro lugar da
Escritura.
Vamos ler Mateus 24:29, 30
29 Logo em seguida à tribulação
daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas
cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. 30 Então, aparecerá no céu o sinal
do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do
Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
Você sabe que esta
expressão, Filho do homem, é uma das preferidas de Jesus, para se referir a si
mesmo na sua qualidade de Messias, o nosso Salvador.
Só nos evangelhos ela
aparece cento e quarenta vezes, em oitenta versículos.
E aqui Jesus está falando
sobre o dia em que voltará para julgar o mundo.
Então vemos, meus irmãos:
ao mesmo tempo em que a visão dos reinos começa com os antigos reinos da terra,
que foram julgados por Deus, aponta para os tempos do fim, e mostra os tempos
da vinda de Jesus para o juízo final.
Na vinda de Jesus, não
somente ele, mas também os escolhidos de Deus se tornarão, com o seu Senhor e
Salvador, os herdeiros do reino eterno.
Vejamos Mt 25:34, o que
Jesus rei dirá aos seus amados:
Então,
dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai
na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
Os vs. 15 a 18 de Daniel 7
resumem o significado da visão:
15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi alarmado dentro
de mim, e as visões da minha cabeça me perturbaram. 16 Cheguei-me a
um dos que estavam perto e lhe pedi a verdade acerca de tudo isto. Assim, ele
me disse e me fez saber a interpretação das coisas: 17 Estes grandes
animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. 18
Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre,
de eternidade em eternidade.
Como eu já disse, em grande medida estas coisas já
tinham sido profetizadas no sonho de Nabucodonosor.
Mas agora havia um elemento novo:
Os desdobramentos todos que aconteceriam no quarto
reino, do qual surgiria um rei que falaria muitas blasfêmias. Este chifre
pequeno estava incomodando em extremo a Daniel.
Ele sabia que ele implicava conflito, sofrimento para
o povo santo.
E é à explicação do seu significado que se dedica a
maior parte da interpretação, e nos fala do inimigo do povo de Deus.
4. O inimigo de
Deus e do seu povo
Vs. 19 a 28
19 Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do
quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos
dentes eram de ferro, cujas unhas eram de bronze, que devorava, fazia em
pedaços e pisava aos pés o que sobejava; 20 e também a respeito dos
dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram
três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e
parecia mais robusto do que os seus companheiros. 21 Eu olhava e eis
que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles, 22
até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o
tempo em que os santos possuíram o reino. 23 Então, ele disse: O
quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os
reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.
24 Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo
reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros, e abaterá a três reis. 25 Proferirá palavras contra o
Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei;
e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de
um tempo. 26 Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o
domínio, para o destruir e o consumir até ao fim. 27 O reino, e o
domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos
santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o
servirão e lhe obedecerão. 28 Aqui, terminou o assunto. Quanto a
mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se
empalideceu; mas guardei estas coisas no coração.
Tenho comigo que estamos aqui diante de uma das
primeiras descrições do sofrimento que o povo de Deus irá experimentar
especialmente nos dias antecedentes à volta de Jesus.
Durante todas as épocas do presente século, muitos
reis se levantaram contra o povo de Deus, especialmente nos dias do império
romano, este quarto reino do qual britaram muitos outros, e sempre em
antagonismo ao povo santo.
Nos dias de hoje, em muitas nações, a igreja é
perseguida.
A lista de sofrimentos na atualidade não teria fim.
Mas nos últimos dias a perseguição será extremamente
difícil.
Leiamos 2ª Ts 2:1-12
1 Irmãos, no que diz respeito à
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos
exortamos 2 a que não vos
demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito,
quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha
chegado o Dia do Senhor. 3
Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da
perdição, 4 o qual se opõe e
se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de
assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio
Deus. 5 Não vos recordais de
que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? 6 E, agora, sabeis o que o detém,
para que ele seja revelado somente em ocasião própria. 7 Com efeito, o mistério da iniquidade
já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; 8 então, será, de fato, revelado o
iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela
manifestação de sua vinda. 9
Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder,
e sinais, e prodígios da mentira, 10
e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da
verdade para serem salvos. 11
É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem
crédito à mentira, 12 a fim de serem julgados todos quantos não
deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.
Não temos tempo aqui para
explicar cada detalhe deste texto. Queremos apenas destacar algumas
características deste chefe supremo da iniquidade, o filho da perdição, que se
manifestará pouco tempo antes da vinda de Jesus.
Ele vai se colocar, aos olhos dos homens, no lugar de
Deus.
E sua influência sobre a humanidade de modo geral vai
ser muito eficaz, porque ele estará agindo pelo poder de Satanás, fazendo
coisas grandiosas, milagres, prodígios da mentira.
Não é difícil imaginar isto, pois, ao mesmo tempo em
que estão surgindo pregadores do ateísmo nos dias de hoje, está também se
exaltando as capacidades psíquicas do ser humano.
Pelo poder de sua mente, pelo poder de sua vontade e
de suas palavras, o homem pode realizar milagres.
Estamos nos dias da operação do erro, em que os
homens lutam pelo direito de usar drogas, se sodomizarem, praticarem o aborto.
Agora, meus irmãos, prestem atenção nos vs. 11 a 13 –
tudo isto é julgamento de Deus.
10 e com todo engano de
injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem
salvos. 11 É por este motivo,
pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, 12 a fim de serem julgados todos
quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a
injustiça.
Então, como parte deste julgamento de Deus sobre um
mundo incrédulo, vai aparecer um homem se colocando no lugar de Deus, que eleva
o homem à posição de Deus, seguindo os moldes de Satanás, e vão acreditar nele,
e os crentes padecerão muita perseguição.
Como está escrito em Daniel, ele proferirá palavras
insolentes contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, mudará os tempos,
a lei, e os santos lhes serão entregues nas mãos.
Enquanto Jesus não voltar,
os tempos presentes para o povo de Deus são tempos difíceis, na igreja e fora
da igreja.
Mas, especialmente quando
Jesus estiver para voltar, será uma grande tribulação.
Por isto Daniel ficou
alarmado em seu coração.
Conclusão e aplicação
Assim, a visão do cap. 7,
seguindo o propósito da literatura apocalíptica, aponta para o tempo do fim,
apresentando como dias difíceis, de sofrimento, nos quais o mal parece estar
prevalecendo, mas que ainda assim, estão sob o controle de Deus.
Mostra que tudo quanto
acontece, em última análise, está sob o governo de Deus, e que resultará em
bênção e vitória para o povo santo.
Seu propósito é que em
meio a todas as adversidades, sejamos um povo espiritualmente forte, que
conhece a Deus e nele confia.
Eu tenho nas mãos um
exemplar da revista Cristianismo Hoje. É o número 25, de outubro novembro de
2011.
Na pág. 8, há uma notícia
sobre a oposição de alguns pais a que as crianças orem numa escola em Brasília.
Na pág. 10, uma notícia
sobre a luta de uma missionária, Márcia Suzuki, que está enfrentando uma
batalha judicial movida contra ela pela Associação Brasileira de Antropologia,
pois ela é contra a prática de algumas tribos indígenas, de sacrificar crianças
consideradas malditas, por terem nascido com algum defeito. Em 2005, com a
ajuda dos pais destas crianças, a ONG que ela dirige resgatou algumas crianças
condenadas à morte, e os antropólogos a acusam de destruir a cultura indígena.
Na pág. 23, leio sobre o
pastor Youcef Nadarkhani, condenado à morte no Irã.
Nas págs. 29-31, temos
notícias de um movimento que começou na Europa, tem crescido muito na América
do Norte, e que também chegou ao Brasil e está crescendo: o movimento ateísta.
Em nosso país existe uma
sociedade chamada ATEA (Associação Brasileira dos Ateus e Agnósticos).
Eles se utilizam de outdoors,
panfletos e outros meios de propaganda.
Um deles estampa duas
fotografias; uma de Hitler e outra de Charles Chaplin.
Sob a figura de Chaplin,
está escrito: não acredita em Deus.
Sob a de Hitler, eles
dizem: acredita em Deus.
Estas coisas são apenas
alguns destaques de uma revista
cristã, para dizer a vocês que vivemos num mundo hostil ao evangelho.
Os exemplos seriam
infinitos.
Mas que está sob o
controle de Deus.
Algumas implicações disto:
1. Para
o crente, como dizia Tozer, o mundo é um campo de batalha; não é um parque de
diversões. Então se você quiser ir para o céu, não brinque de ser crente.
2. Seja
santo, seja forte, não seja um crente frouxo. Não faça pacto com o mundo. Não
faça aliança com o diabo.
3. Pois
o dia do julgamento deste mundo está chegando, e o diabo sabe disto. Ele tem
pouco tempo, e está preparando o cenário para atacar o povo de Deus como nunca
aconteceu antes.
4. E
quanto mais você vê que os sinais se aproximam, creia na Bíblia, ore,
persevere, seja fiel, pois haverá recompensa para os fiéis
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