Igreja Evangélica
Presbiteriana
Domingo, 04 de
novembro de 2012
Pr. Plínio
Fernandes
Amados, vamos ler
Mateus 8:18-27
18 Vendo
Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem. 19
Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para
onde quer que fores. 20 Mas
Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o
Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir
primeiro sepultar meu pai. 22 Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me,
e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. 23 Então, entrando ele no barco,
seus discípulos o seguiram. 24
E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era
varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. 25 Mas os discípulos
vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! 26
Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E,
levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. 27
E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe
obedecem?
Jesus, o Salvador
do mundo, estava morando na pequena cidade de Cafarnaum, litoral noroeste do
Mar da Galiléia, e desejou ir ao território ao sudeste do mar, região de Decápolis,
onde ficava a cidade de Gadara. O texto não nos diz de imediato, mas a leitura
posterior nos faz entender que o propósito de Jesus em Gadara era o de levar
libertação e salvação a dois homens endemoniados que viviam ali; mas uma vez
salvos e transformados, um deles se tornaria um evangelista, testemunhando da
graça de Deus por todo aquele território.
Entre
Cafarnaum e Gadara, o Mar da Galiléia, uma grande extensão de água, com cerca
de 21 quilômetros de norte a sul e 13 de leste a oeste, em sua maior extensão.
Então Jesus
ordenou aos seus discípulos: “Vamos
passar para o outro lado”. E os discípulos, acompanhando Jesus, começaram a
se preparar para a pequena viagem missionária a Gadara.
O texto de
Marcos nos diz que foram em vários pequenos barcos, o que dá a entender que
além dos doze que mais tarde seriam apóstolos, outros discípulos (Lucas 10 nos
mostra que Jesus tinha pelo menos setenta), outros discípulos também seguiram
juntos.
Mas estes que
estavam seguindo foram aqueles que haviam dito “sim” diante das exigências do
Senhor. Eram pessoas que haviam renunciado ao conforto dos bens materiais, que
haviam renunciado o mundo, que, no dizer do Evangelho de Lucas, haviam lançado
a mão do arado sem olhar prá trás. Como disse Pedro em outra ocasião, eram
aqueles que haviam deixado tudo para seguir a Jesus (Mt 19:27).
Subiram no
barco e começaram a travessia. Tinham pela frente uma viagem de várias horas.
Então Jesus subiu, arranjou um travesseiro e adormeceu na popa do barquinho.
Eu me lembro
de que em Manaus, num barquinho a motor, costumava levar pelo menos uma hora
para atravessar os rios Solimões e Negro, entre Manaus e Iranduba, uma largura
de três quilômetros e meio. Não sei quanto tempo Jesus e os discípulos levariam
normalmente, em seus pequenos barcos a vela, para percorrer aquele trajeto que
seria umas seis vezes maior.
E sei que uma
hora de viagem é tempo suficiente para que as condições climáticas mudem
completamente. Em Manaus as tempestades sobre o rio são frequentes; são muito
fortes e não poucas vezes acontecem naufrágios. Há poucos anos a Terezinha
perdeu uma de seus tias, num naufrágio que aconteceu durante uma tempestade.
E a tempestade
veio! As águas do mar foram agitadas por ventos fortíssimos, e formavam ondas
altas, levando os barquinhos para cima e para baixo.
Fico pensando
como eu me sentiria dentro de uma pequena embarcação, vendo as águas subindo
altas à minha frente, enquanto eu mesmo estaria sendo projetado para baixo,
agarrando-me ao mastro ou às bordas do barco, para em seguida ser lançado pra
cima enquanto as ondas desciam. E naturamente me molhando, e “zique-zaqueando”,
e vendo o barquinho se inclinar para um lado e para o outro.
Vários
discípulos eram “homens do mar” experientes, mas até eles ficaram muito
assustados, com medo de perecer naquela tempestade.
Então eles
foram acordar a Jesus, dizendo: “Senhor,
salva-nos! Perecemos!”
E Jesus lhes
perguntou: “Porque estão com medo, homens
de pequena fé?”
Depois se levantou,
repreendeu a tempestade, e ela cessou de imediato.
Os discípulos,
mais uma vez ficaram maravilhados com Jesus: “Não somente as enfermidades e os espíritos imundos, mas até o mar e os
ventos lhe obedecem!”
E com isto
Mateus está, mais uma vez, nos ensinando que aquele homem, Jesus, que tinha um
corpo de carne e osso, que ficava cansado e dormia, não era apenas um simples
homem. Não era nem mesmo um grande Mestre, ou um grande Profeta. É muito mais:
é o Senhor da natureza, o Senhor de tudo e de todos, é Emanuel, Deus conosco, o
nosso Salvador.
Alguns anos
mais tarde, pensando nas experiências que os israelitas tiveram com Deus no
Antigo Testamento, o apóstolo Paulo disse que elas foram registradas nas
Escrituras para que servissem de exemplo para nós, a fim de que pela paciência
e consolação das Escrituras nossa fé seja fortalecida e tenhamos esperança. Eu
gostaria de tomar este texto que estamos considerando, que nos trás revelação
sobre Jesus, e aplicá-lo da mesma maneira, não de forma alegórica, mas como um
exemplo para nós, discípulos de Jesus, tirando algumas aplicações para o nosso
consolo, para fortalecimento na fé, na esperança e no amor, diante das
tempestades que muitas vezes enfrentamos na vida.
1. Não pense que, se você está passando por
problemas, isto quer dizer que você está fora da vontade de Deus
Um dos
expedientes favoritos de Satanás, a fim de abalar a nossa fé, é dizer aos
crentes em Jesus que, quando eles passam por aflições, é porque eles não têm
sido bons filhos de Deus, ou que Deus não os está ajudando.
Às vezes os
crentes realmente passam por angústias por terem desobedecido a Deus, e como um
Pai amoroso ele os disciplina, a fim de que voltem a andar nos seus caminhos.
Como aconteceu com Jonas, por exemplo.
Mas nem sempre
o sofrimento é por causa de desobediência. Ao contrário, às vezes, passamos por
dificuldades justamente por estarmos seguindo a Jesus num mundo que ainda não
se tornou perfeito novamente.
Olhe para
estes discípulos, em meio a ondas gigantescas, sendo atirados de um lado para o
outro, a ponto de terem medo de perecer. Eram homens que, antes de embarcar, já
haviam decididamente se tornado seguidores do Senhor.
E quando Jesus
disse: “Vamos partir”, eles
obedeceram.
Então estavam
no meio desta tempestade porque obedeceram à voz de Jesus.
E não foi a
única vez que isto aconteceu: Mateus 14 nos conta daquela outra ocasião em que
ele ordenou aos discípulos atravessar o mar, e ele os encontraria mais tarde. Enquanto
Jesus subiu ao monte a fim de orar os discípulos tiveram que enfrentar novos e
terríveis ventos contrários. Foi quando Jesus dirigiu-se ao encontro deles,
andando sobre as águas.
E se você se
lembrar das tempestades pelas quais o apóstolo Paulo passou! Em Atos dos
apóstolos somos informados de uma delas, na qual ele e as pessoas que com ele
estavam passaram catorze dias numa terrível tormenta, sem ver a luz do sol nem
estrelas, jogando ao mar os destroços do navio para que não afundassem. Em 2ª
aos Coríntios ele nos diz que três vezes esteve em naufrágio.
Mas além das
tempestades no sentido literal, quantas aflições vemos os servos de Deus
passando na Bíblia, justamente por servirem a Deus: aquele que sempre nos vem
primeiro à mente é Jó, sofrendo com enfermidades, pobreza, aflições familiares,
mau juízo dos que o conheciam, e pior de tudo, a sensação de que Deus estava
bravo com ele. Porque era um servo de Deus e estava sendo provado para crescer
espiritualmente. Passando pelo Antigo Testamento podemos ver tantos homens e
mulheres de Deus sendo provados: José, Moisés, Davi, Abraão, Ana, Rute e Noemi,
a lista é imensa, e também no Novo Testamento: os apóstolos todos.
Não é em vão
que em Isaías o Senhor diz ao seu povo que muitas vezes eles passariam por
muitas águas (não águas literais, mas águas de aflição – como diz o antigo
hino: “ondas do mar da vida”). E não é em vão que o Senhor disse aos doze: “No mundo tereis aflições”.
No Novo
Testamento, a pessoa a respeito de quem mais temos detalhes, além do próprio
Jesus, é o apóstolo Paulo. E o vemos passando por toda sorte de aflições:
preocupação com as igrejas e preocupações particulares. Enfermidades,
necessidades, privações, contratempos, decepções, tentações. Problemas de toda
sorte.
Portanto, se
você está seguindo a Jesus, buscando o seu querer, se você renunciou ao mundo e
se consagrou ao Senhor, quando você estiver passando por tempestades, não pense
que está fora da vontade de Deus.
Também não
pense que Deus não se importa. Você verá que o passar por tempestades não é em
vão. Nelas você aprenderá a andar com Deus mais ainda. A sua fé será aumentada.
E mesmo se você, como Jonas, estiver passando por tempestades, por
desobediência, não perca o ânimo. Pois o mesmo Deus que tirou Jonas do ventre o
grande peixe, também irá tirar você.
2. Nas tempestades da vida, busque ter a “mente
de Cristo”
Veja a atitude
de Jesus diante daquela tempestade: ele estava dormindo. Ele simplesmente
confiava que tudo estava nas mãos de Deus; que tudo estava sob controle.
É certo, meus
irmãos, que o corpo de Jesus era mortal, e se o barco naufragasse, ele e seus
discípulos bem poderiam morrer. Mas ele nem pensava nisto. Eu quero sugerir uma
das razões – seriam muitas – pelas quais Jesus não precisava ficar aflito: a
sua missão não estava cumprida. Ele ainda precisava pregar muito, curar muitas
pessoas, libertar oprimidos, ressuscitar mortos. Ele precisava ir a Jerusalém,
ser julgado, crucificado e morto por causa dos nossos pecados, ressuscitar para
a nossa salvação, e então ele sabia que ainda não era chegada a sua hora.
Em várias
ocasiões ele deixou bem claro que só morreria quando chegasse a hora. Com isto,
meus irmãos, eu não estou sugerindo que devamos ficar prevendo o futuro, mas
que podemos saber de uma coisa: ninguém morre antes da hora. Nós podemos ter
certeza de que só iremos partir desta vida quando tivermos completado a nossa
missão, ou antes, quando Deus tiver completado seus planos para nós, e os seus
planos por nosso intermédio. Planos que não podem ser frustrados.
Estou pensando
numa querida irmãzinha, que anos atrás me procurou, e à Terezinha, porque ela
estava sentindo muito medo. No dia seguinte ela faria uma cirurgia muito
extensa, para a retirada de um tumor (não me lembro exatamente o quê). Então
ela abriu seu coração, falou de seu medo, de seu filhinho pequeno (mãe solteira)
que não teria com quem deixar se morresse. Então senti muito nítida em minha
mente a impressão de que deveria partilhar um texto com ela:
Fp 1:21-25
21
Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22
Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o
que hei de escolher. 23 Ora,
de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com
Cristo, o que é incomparavelmente melhor. 24 Mas, por vossa causa, é
mais necessário permanecer na carne. 25
E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós,
para o vosso progresso e gozo da fé
Então eu disse: “Querida, eu sei que se você partir você estará com Jesus, mas creio
que ele ainda tem um plano para você aqui. Você ainda tem que cuidar do seu
filhinho, ainda tem muito que fazer para Deus neste mundo. Você vai ficar boa.”
Ela confiou na Palavra de Deus, ficou tranquila em
seu coração. Foi operada. E ficou boa mesmo.
Quando estiver passando por aflições, não se
esqueça de que Deus começou uma boa obra em sua vida, que aquele que começou boa
obra há de completá-la, até o fim.
Veja a confiança que o Espírito Santo nos incita a
ter:
Sl 138:7-8
7 Se ando
em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos
meus inimigos; a tua destra me salva. 8
O que a mim me concerne o SENHOR levará a bom termo; a tua misericórdia, ó
SENHOR, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos.
Não
morrerei, antes viverei e contarei as obras do Senhor (Sl 118:17).
Se você segue a Jesus, você é de Deus. É vaso de
Deus, instrumento de Deus, vaso de honra. Se você anda em tribulação, Deus
refaz tua vida.
3. Nas
tempestades da vida, mesmo que a tua fé for pequena, busque o socorro de Cristo
Foi o que os
discípulos fizeram.
- “Senhor, salva-nos! Perecemos!”
E o Senhor,
amorosamente os repreendeu: eram homens de pequena fé. Mas ainda assim, por
causa do medo que estavam sentindo, medo por não terem o mesmo entendimento de
Cristo, clamaram a Jesus. E o Senhor Jesus honrou aquela pequena fé. Ele se
levantou e repreendeu o mar e os ventos.
Como eles
teriam reagido se fossem pessoas de grande fé? Não creio que eles teriam
procurado repreender a tempestade, mas que teriam tido uma atitude mais
parecida com a de Jesus.
Aliás, meus
irmãos, não creio que o homem de fé, cada vez que lê sobre um milagre na Bíblia
tenha este raciocínio: “Bem, se Jesus
curou o cego eu vou curar também. Se Jesus acalmou a tempestade eu vou acalmar
também”.
Já pensou se
Deus ficasse fazendo o milagre que cada pessoa quisesse? O mundo iria virar um
caos.
E o que seria
uma atitude parecida com Jesus? Tranquilidade, paz em meio à tormenta. Nos
últimos dias de 1735, e primeiros de 1736, um recém ordenado pastor anglicano, chamado
John Wesley estava viajando da Inglaterra para os Estados Unidos, para servir a
Deus ali. E nesta viagem também estavam muitas famílias moravianas, que também
viajavam para morar na América e evangelizar os índios.
Os irmãos
moravianos eram um grupo protestante de grande índole missionária. Eles eram
originários da Moravia, parte da atual republica Checa (na Europa central). Durante
a viagem, uma grande tempestade veio sobre eles. Uma tempestade que durou
muitos dias, e deixou o próprio capitão do navio muito preocupado. O pânico
tomou conta da tripulação e dos passageiros. O reverendo John Wesley estava com
muito medo.
Mas os
moravianos não tinham medo algum. Ao contrário, aquele imenso grupo de homens,
mulheres e crianças dava glória a Deus porque aquela tempestade manifestava o
seu poder e sua glória. Conseguiram acalmar a todos. E cantavam hinos de
louvor.
Depois que a
tempestade passou John Wesley se aproximou do líder moraviano e perguntou qual
era o segredo deles. E aquele líder explicou que eles tinham certeza da
salvação de suas almas. O jovem pastor ficou admirado, porque desde menino ele
havia sido ensinado a crer em Jesus, dedicou sua vida a ele, tanto que tornou-se
um pregador do Evangelho, mas até então ele não tinha uma fé daquele jeito.
Somente depois que voltou à Inglaterra é que Wesley alcançou uma fé assim, e
foi transformado num dos maiores pregadores de toda a história da igreja
cristã.
Assim, pois,
os discípulos, se fossem mais maduros naquela ocasião, se conhecessem melhor a
Jesus, poderiam ter ficado a dar glórias a Deus pela tempestade. Mas eu
agradeço porque não o fizeram. Agradeço porque não fizeram como os moravianos.
E agradeço por John Wesley.
Agradeço por
que isto me ensina que nas tribulações da vida eu não preciso me preocupar; eu
posso seguir cantando, dando glória a Deus como Paulo e Silas na prisão, posso continuar adorando como Jó, posso
aprender a ter a mente de Cristo. Mas também me ensina que se eu tiver medo, mesmo
sendo de tão pequena fé, mesmo se eu falhar, mesmo se em vez de adorar eu
fracassar, ainda assim serei ouvido por Jesus em minhas muitas preocupações.
Porque todo
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.Porque todo aquele que clamar
será socorrido. O Senhor Jesus não me desprezará. Aquele que começou boa obra
em mim há de aperfeiçoá-la até o dia de Cristo Jesus. E pode usar um vaso fraco
como eu.
Talvez, em vez
de adorar, em meio às tempestades você esteja é ficando desanimado. Talvez
esteja se sentindo fracassado como filho de Deus. Talvez a sua fé seja pequena,
como um paviosinho curto prestes a se queimar.
Mas, mesmo que
pequenina seja, você, seguidor de Jesus, tem fé? E a fé que você tem, por
pequenina que seja, quem te deu? Não foi o Senhor? Então isto é sinal de que
você é servo dele, filho dele, e ele é teu Deus.
Simplesmente
faça como os discípulos: “Senhor,
salva-me! Estou perecendo!”
“Senhor, salva-me. Não quero afundar.”
“Não quero afundar no pecado.”
“Não quero me afogar nas tentações do
mundo.”
“Não quero perecer num poço de lama e
perdição”
“Salva-me!”
Eu me lembro
de certa ocasião, certo tempo atrás, estava muito atribulado, por causa de um pecado
em particular que eu não conseguia abandonar. Aquilo me fazia sofrer muito.
Então eu fui a uma igrejinha do tamanho desta. A “igreja do pastor Jorge”, que
alguns irmãos aqui conhecem. Uma “igrejinha pentecostal”.
E quando eu
cheguei lá, pela primeira vez na minha vida eu ouvi o cântico daquele hino,
“Solta o cabo da nau”. Naquele tempo as pessoas cantavam direito, com
sentimento, solenidade, não como fazem nos dias de hoje, com esse tipo de
“remix” que descaracteriza o hino.
Mas o hino
dizia:
Ó, porque duvidar, sobre as ondas do mar,
Quando Cristo caminho abriu?
Quando forçado és, contra as ondas lutar,
Seu amor a ti quer revelar...
E outra
estrofe dizia:
Quando pedes mais fé
Ele ouve, ó crê, mesmo sendo em tribulação
Quando a mão de poder, o teu ego tirar,
sobre as ondas poderás andar
Solta o cabo da nau, toma os remos na mão,
e navega com fé em Jesus
E então tu verás que bonança se faz
Pois com ele seguro serás
Deus falou
comigo através daquela irmãzinha cantando com ternura. Então eu não desisti, me
senti renovado, e continuei a orar, a buscar, e venci meu pecado.
Entendeu? Ele
atenderá a tua oração. Pois Jesus é poderoso para socorrer a todos os que por
ele se chegam a Deus.
Conclusão e aplicação
Eu gostaria de
fazer três aplicações às vidas dos que estamos aqui nesta noite
1ª – Aos que
estão seguindo a Jesus com fidelidade
Eu desejo
perguntar:
Será que
Jesus, ao chamar aqueles homens, subir naquele barco, colocar um travesseiro
sobre a popa e adormecer, será que ele não sabia que a tempestade viria?
Certamente
sabia, pois Jesus conhece todas as coisas. Ele é Deus, Senhor de todas as
coisas. E também sabia que os discípulos ficariam com medo; sabia que sua fé
era pequenina.
Mas Jesus
queria que eles o conhecessem ainda mais. Queria aperfeiçoá-los. Por isto o
texto termina dizendo da admiração que eles sentiram, diante do poder do
Senhor.
Eles cresceram
no conhecimento de Deus. Mas antes de concluir este pensamento, deixe-me citar
mais uma referência
Jo 14:6-11
6 Respondeu-lhe Jesus:
Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. 7
Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o
conheceis e o tendes visto. 8 Replicou-lhe Filipe: Senhor,
mostra-nos o Pai, e isso nos basta. 9
Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens
conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10 Não crês que eu estou no Pai e
que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo;
mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. 11 Crede-me que estou no Pai, e o
Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
Filipe, um dos doze
apóstolos, que puseram o fundamento da Igreja de Jesus, era um daqueles que
estavam com o Senhor desde os primeiros meses, que estava com ele no barco nas
duas tempestades. Que conhecia a Jesus, que conhecia a Deus, porque “a vida eterna é esta: que te conheçam a ti,
como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Mas ainda
assim precisava conhecer mais.
O que desejo dizer é
que se diante das tempestades da vida você sente que conhece tão pouco a Deus,
não deve ficar desanimado. Deus é infinito, e nós somos tão limitados. O
aprendizado é um caminho longo. Mas Deus nos conhece, conhece nossas fraquezas,
limitações, dureza de coração, e ainda assim nos escolheu. Em cada tempestade,
não pense que Deus não se importa, ou não tem poder, ou que você está fora da
vontade de Deus. Tenha fé.
Se você for como os
moravianos, cante. Se você estiver atribulado, ore. Mas tenha fé. Confie. Não
desanime. Solta o cabo da nau e navega com fé em Jesus.
2ª aplicação - Aos
que estão se comportando como Jonas, o filho desobediente de Deus.
Deus ordenou
que Jonas se levantasse e fosse pregar o Evangelho na grande cidade de Nínive.
Jonas se levantou, comprou uma passagem de navio, e procurou fugir para bem
longe, para não obedecer a Deus. O resultado é que veio uma terrível tempestade,
ele foi jogado ao mar e um grande peixe o engoliu.
Mas ali no
ventre do grande peixe Jonas se arrependeu, se converteu e orou. O Senhor ouviu
a oração de Jonas e o tirou dali. Então Jonas se levantou novamente, e foi
pregar o Evangelho, como Deus lhe havia ordenado.
Se você, como
Jonas, está no ventre do peixe porque foi teimoso, desobedeceu, não perca a
esperança. Ore, busque ao Senhor, confesse seu pecado, e o Senhor te perdoará,
te atenderá. Levante-se e atenda ao chamado de Deus para tua vida. Levante-se
para andar em santidade, para fazer a obra, para ser parecido com Jesus.
Agora, se você
está desobedecendo, mas ainda não foi disciplinado, não espere a tempestade
vir, não espere o peixe te engolir. Arrependa-se agora. Converta-se agora.
3ª aplicação - Aos
que ainda não são salvos em Jesus
Mesmo quando
nós estamos com Cristo no barco, nós passamos por tempestades. Nesta vida
passamos por muitas delas. Mas com Cristo no barco não somos destruídos. O
problema é quando não temos Jesus.
Mas a grande
travessia que temos pela frente é a última delas, a travessia para o outro lado
da vida. Os antigos gregos imaginavam essa travessia num barco. O barco que
conduzia ao inferno, o reino dos mortos. Então quando alguém morria o barqueiro
vinha para levar a sua alma.
Mas os que têm
Jesus não precisam ter medo de serem levados para o reino das trevas. Porque
com Cristo no barco, a tempestade é acalmada, a bonança se faz e se chega ao
porto seguro. E este porto seguro é o céu, a casa do Pai.
Jo 14:1-3
1 Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu
vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. 3 E, quando eu for e
vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu
estou, estejais vós também.
Quando você
morrer, quer que “o barqueiro Jesus” venha te buscar? Se você ainda não é
salvo, quero dizer, se você ainda não está a caminho do céu, o que você precisa
fazer é crer em Jesus, mesmo que sua fé seja ainda pequena, e clamar a ele:
“Senhor, salva-me! Se não perecerei!” Ele atenderá à tua oração, e você o
seguirá.
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