Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 9 de junho de 2013

Semelhante ao fermento - a influência do reino de Deus - Mt 13:33

Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 9 de junho de 2013
Pr. Plínio Fernandes
Queridos, vamos ler Mateus 13:33
Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.
Lembra-se daquelas vezes em que você foi à padaria, e o pãozinho tinha “acabado de sair do forno”, quentinho e cheiroso? Antigamente as pessoas não precisavam sair de para sentir esse cheirinho, pois os pães eram feitos em casa.
Desde menino, Jesus devia ter visto sua mãe fazer pães muitas vezes, como era o costume das mulheres em Israel. Então ela tomava três medidas[1] de farinha, mais ou menos uns 20 litros, e colocava nela um pouco de levedo (aqui chamado fermento). Quando tudo estava devidamente fermentado, Maria separava um pouquinho, que na próxima vez seria usado para fermentar mais três medidas, e usava toda a outra parte para fazer os pães que a família iria consumir. E daí pouco tempo a casa estava com aquele cheirinho gostoso de pão quentinho no ar.
Jesus gostava muito da vida, e das pessoas que vivem a vida. Ele gostava de prestar atenção em tudo: nos homens plantando suas sementes de trigo, de mostarda e tudo mais. Gostava de observar os pescadores, as crianças brincando, amava as flores e os pássaros.
E Jesus pensava muito nas coisas do seu Pai celestial: quando observava um homem semeando nos campos, via nisto uma analogia do o reino de Deus; quando contemplava os passarinhos e as flores, pensava no cuidado que Deus tem por nós; quando via uma mostardeira, ou quando via os homens pescando, em tudo, de alguma forma, o seu coração se voltava para o reino de Deus.
Assim, enquanto sua mãe fazia pães, Jesus também via nisto uma ilustração das coisas do reino de Deus: O reino dos céus”, ele meditava, “é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até tudo ficar levedado”.
Na parábola anterior, do grão de mostarda, vimos que Jesus nos ensina sobre o crescimento do reino de Deus na terra. E nesta parábola do fermento, ele está nos ensinando sobre a influência que ele exerce neste mundo. Assim como o fermento, de modo silencioso e invisível, leveda a farinha e transforma sua qualidade, assim o reino de Deus exerce a sua influência entre os homens.
1º. O reino dos céus influencia e transforma a nossa vida
A palavra que desejo enfatizar é “influência”. Digo isto, primeiramente porque esta é a impressão que a parábola, em si mesma, causa em nosso coração. Basta você pensar no reino como um pouco de fermento sendo colocado na massa de pão.  O fermento transforma a massa, e a faz crescer, e ficar mais saborosa e macia. Assim é o reino de Deus sendo colocado na vida humana: ele a transforma e a torna melhor.
Mas além desta parábola, em outros textos do Novo Testamento nós vemos o fermento sendo usado como uma ilustração da influência que podemos receber de outros.Na verdade, com exceção de nosso texto aqui, todas as outras ocorrências são negativas. Mas elas nos serão úteis para reforçar esta impressão de influência que estou destacando:
Mt 16:11-12
11 Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.12 Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.
Os versículos 6 e 7 nos dizem que Jesus havia instruído: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”, mas os discípulos não entenderam, e pensaram que Jesus se referia ao fato de que eles não tinham levado pão para a viagem.
Então Jesus explicou que não era sobre isto que estava falando, mas sobre as doutrinas erradas dos fariseus e saduceus. Porque a Bíblia nos ensina que o caminho para a salvação de nossas almas e a comunhão com Deus é através da fé. Não somos salvos através de coisas boas que fazemos, porque todas as nossas obras, manchadas que são pelos nossos pecados, não seriam suficientes para nos tornar dignos da salvação.
Então somos salvos pela graça de Deus, por causa do amor que ele tem por nós; amor que o levou a dar seu próprio Filho em expiação dos nossos pecados. E tudo o que precisamos fazer é confiar neste amor de Deus.
Mas os fariseus achavam que para uma pessoa ser salva ela precisava “merecer”. E como ninguém merece (só eles!), “todo mundo ia pro inferno”.Eles se tornavam orgulhosos e maldosos.
“Acautelai-vos com a doutrina deles”, dizia Jesus: “não se deixem levar por ela, não se deixem perturbar por ela”.
Lc 12:1-2
1 Posto que miríades de pessoas se aglomeraram, a ponto de uns aos outros se atropelarem, passou Jesus a dizer, antes de tudo, aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.2 Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido.
Aqui, o fermento não é a doutrina, isto é, as coisas que os fariseus ensinam com suas palavras, mas a sua atitude fingida, de pessoas que aparentavam ser aquilo que não eram realmente.  Aparentavam ser pessoas “espirituais”, mas não reconheciam seus pecados, e se achavam superiores às demais. Mas a hipocrisia dos fariseus ainda viria a ser desmascarada. “Acautelai-vos”, não se deixem levar por eles, não se tornem assim.
1ª Co 5:6-8
6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.8 Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade.
Aqui o fermento é uma referência a vários tipos de pecado, obras da carne. Paulo está se referindo está tratando o fato de que na igreja de Corinto havia um homem vivendo em deliberado e escandaloso pecado, a ponto de se deitar com a esposa de seu próprio pai, e a igreja não tomava qualquer atitude. Então argumenta: este homem vivendo em pecado leva todos a viverem também. E isto está errado. No v. 13 ordenou que aquele malfeitor fosse expulso da comunhão.
Como vocês podem notar, em todas estas referências o fermento tem uma denotação negativa. Mas elas ilustram a ideia do que o fermento simboliza: influência. O que é fermento, então? São aquelas atitudes, aquelas palavras, aqueles comportamentos que tendem a levar outros à mesma coisa.
Ora, assim como existe o “fermento para o mal”, o reino de Deus é o “fermento para o bem”.
2º. Como o reino de Deus começa esta influência
Eu gostaria de seguir pensando na mulher israelita fazendo pão: ela tomava um pouco de farinha levedada, que havia separado da massa anterior, e misturava com a nova.
Antes de fazer o pão com esta nova massa, mais uma vez separava um pouquinho dela para a nova fornada do futuro, e assim por diante. Da mesma maneira, o reino de Deus se espalha começando com pessoas que foram primeiramente alcançadas por ele, e depois, cada pessoa que foi alcançada e influenciada, por sua vez irá alcançar e influenciar outras.
Jo 3:3-8
3 A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?5 Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.6 O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.7 Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.8 O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
Jesus estava conversando com um homem que, embora “mestre em teologia”, não conhecia as coisas de Deus. E disse que para ele ver o reino de Deus, precisava nascer de novo.
Nunca é demais ressaltar: ser uma pessoa religiosa não significa estar no reino de Deus. Sim: uma pessoa que está no reino será religiosa, no sentido de que religião significa “re-ligação com Deus”. Uma pessoa que participa do reino de Deus será uma pessoa que ora, que “ouve a voz de Deus” através da meditação na Bíblia, que crê, que adora a Deus. Será uma pessoa que ama os que amam a Deus e terá prazer em estar junto deles.
Mas a mera observação externa de coisas da religião não torna uma pessoa salva. Ela precisa, antes, “nascer de novo”. E este mestre, Nicodemos, perguntou: “Mas como uma pessoa pode nascer de novo, sendo velha? Pode, porventura, voltar ao ventre materno (reencarnar) e nascer segunda vez?”. Então Jesus explica não está falando de um renascimento físico, mas espiritual, quando o Espírito de Deus vem sobre a vida de uma pessoa, e ela é transformada num cidadão do reino de Deus.
No capítulo 1 aqui de seu Evangelho, o apóstolo João já havia introduzido este assunto ao ensinar que uma pessoa nasce do céu quando crê em Jesus.
Jo 1:11-13
11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Assim é que acontece: o novo nascimento se dá quando uma pessoa crê em Jesus Cristo, quando o recebe em seu coração, como seu Deus e Salvador. E quando uma pessoa recebe assim a Jesus, passa a viver sob um novo domínio.
Eu tenho comigo que um versículo chave para entendermos o reino de Deus no tempo presente é Romanos 14:17
Rm 14:17, 18
17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.18 Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
Paulo está falando sobre uma discussão que havia entre judeus e gentios na igreja (uma discussão que parece haver entre muitos crentes até hoje: se havia algum tipo de alimento que os crentes podem ou não usufruir, alguma espécie de bebida). Também havia a questão dos sábados.
Então ele argumenta que estas coisas não são essenciais, e que os crentes podem agir de acordo com a sua consciência individual, sem se julgarem, ou condenarem uns aos outros, mas fazendo o melhor, para a glória de Deus. O reino de Deus não é comida nem bebida, mas o ter uma vida dominada pelo Espírito Santo; aquela vida que resulta de se ter recebido a Jesus no coração, de se crer nele e amá-lo; a vida sob a direção do Espírito, ele diz, será caracterizada pela paz no coração, pela alegria, pela justiça.
3º. Como o reino estende sua influência
Começando com pessoas que foram influenciadas, que por sua vez influenciam a outras. É desta maneira que o reino de Deus se espalha, se multiplica e exerce sua influência sobre a vida humana, seja individualmente, seja na sociedade de modo geral.Pessoas que foram alcançadas por ele, que foram tocadas pelo poder deste reino, que foram “levedadas”, isto é, tiveram suas vidas transformadas, por sua vez se tornam agentes deste mesmo reino.
Então temos aqui uma pessoa, e um grupo de pessoas, que foram alcançados pelo reino de Deus: foram justificados, foram perdoados, foram transformados. Eles conhecem e vivem a paz, a justiça e a alegria de uma vida guiada pelo Espírito. E aquilo que conhecem e vivem, também transmitem. É uma coisa contagiosa.
Transmitem através do que falam, do que fazem, pela maneira como se comportam. Às vezes influenciando silenciosamente, quase imperceptivelmente, mais através de uma vida de bom testemunho que através de palavras, mas transformando, influenciando sempre. Muitos têm uma influência social de maior visibilidade, em obras sociais como hospitais, escolas. Outros, agindo de modo marcante, incisivo, movimentos sociais e políticos contra a injustiça, virando mundo de cabeça pra baixo (quer dizer, prá cima, porque de cabeça prá baixo já está).
Mas mesmo que não seja assim, de uma forma ou de outra os discípulos de Jesus sempre exercem influência para o reino de Deus no mundo. Através do que falam e do que fazem, seja individual, seja coletivamente.
As circunstâncias são inúmeras. Por exemplo, quando uma pessoa simplesmente vive neste mundo como um crente em Jesus Cristo: ela é bondosa, honesta em tudo o que faz, fala de Jesus em amor, é firme sua fé.
Os que são de fora observam estas coisas, e quando se sentem necessitadas espiritualmente, a quem elas procuram? Procuram os crentes em Jesus, pois sabem que neles podem encontrar apoio diante de suas dificuldades. E pela graça de Deus os crentes realmente ajudam. Ajudam as pessoas a se encontrar com Deus, ajudam a ter seus valores de vida transformados,  as terem suas almas transformadas, e consequentemente, seu comportamento. O reino de Deus transforma e abençoa o relacionamento entre homens e mulheres, pais e filhos, maridos e esposas, jovens e idosos, patrões e empregados.
Além disso, o reino também se manifesta muitas vezes em grandes mudanças no comportamento das sociedades e das nações.
Se você quer um bom exemplo de como um filho do reino pode ser um agente poderoso de transformação social, leia a biografia de William Wilberforce (ou pode assistir ao filme “Jornada pela Liberdade”[2], que conta sua história de luta pela abolição da escravatura na Inglaterra).  Leia biografias cristãs, história das missões; os exemplos são muitos na honrosa História da Igreja; ali você verá como povos guerreiros, promíscuos, idólatras, supersticiosos, abandonaram o canibalismo, o infanticídio, os vícios, e tantas outras práticas abomináveis, para amar a Deus e praticar a justiça.
A História do Cristianismo também é história de revoluções na educação, de mudança de leis, no progresso científico, e muitas outras coisas boas. Claro, meus irmãos, que não estou dizendo que onde quer que haja o Cristianismo oficializado, isto significa que todos os que se dizem cristãos, de fato, o sejam (lembrem-se da parábola do joio e do trigo).
Mas há uma base de todas as coisas, um elemento que não pode faltar para que qualquer empreendimento possa ser realmente chamado “manifestação do reino” – o anunciar da salvação em Jesus Cristo. Porque mesmo outras religiões ou filosofias podem praticar o bem individual ou coletivamente – inclusive sob influência do Cristianismo, ou não.
No entanto, não podemos dizer que onde o Senhor Jesus não está sendo anunciado, ali haja salvação, isto é, vida em abundância. Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Então não podemos nos enganar: somente recebe o Espírito Santo, e assim entra no reino, aquele crê em Jesus. E somente há fé em Jesus onde o nome dele é anunciado.
At 28:23
Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande número ao encontro de Paulo na sua própria residência. Então, desde a manhã até à tarde, lhes fez uma exposição em testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas.
Assim, da mesma maneira como começa, o reino de Deus se propaga. Começa quando uma pessoa recebe a Jesus, e se propaga quando ela anuncia a Jesus para que outros creiam. Não foi assim na sua vida?
Conclusão e aplicação
O reino de Deus é como fermento, que uma mulher esconde em três medidas de farinha, até que tudo fique levedado.
Quando uma pessoa recebe a Jesus em sua vida, por meio da fé, então o Espírito Santo vem habitar em seu coração, e ela “nasce de novo”. Seus pecados são perdoados, sua vida é transformada, e ela passa a viver sob a paz, a alegria e a justiça que Deus concede ao que nele creem. Uma vida que ela tem prazer em transmitir a outros, abençoando da mesma forma como é abençoada.
1. Você já recebeu a Jesus como seu Salvador?
Então o reino de Deus está no teu coração.
Creia no Espírito Santo. A cada dia, convide-o para conduzir seus pensamentos, ajudá-lo a crescer espiritualmente, dar-lhe poder para testemunhar, conhecer mais a Deus, amar mais ao seu próximo. Coloque-se nas mãos de Deus e peça: “Senhor, quero ser um instrumento usado por ti, para compartilhar da tua salvação, para abençoar vidas ao meu redor. Usa-me, Senhor”.
Diga “não” ao “mau fermento”. Diga “não” às más influências, àquelas coisas que podem tirar a tua alegria em Deus, a tua paz, que podem ter afastar da justiça. Busque as coisas do céu.
Fale o que é bom, o que edifica. Fale para si mesmo. Fale para as outras pessoas. Porque o que dizemos contagia, faz o bem. Abra bem os olhos, pois poderá perceber o reino de Deus agindo, abençoando, mudando as coisas, promovendo o bem.
2. Mas, e se você ainda não “nasceu de novo”?
Pode ser agora: neste momento mesmo, você pode, pela fé, voltar-se para Deus em oração, e pedir que Jesus venha perdoar seus pecados, morar em seu coração, e fazer de você uma nova pessoa. A Bíblia diz que todo aquele que crer em Jesus será salvo. Então receba a Jesus, agora mesmo.



[1] Grego: 3 satos: o sato era uma medida de capacidade para secos. As estimativas variam entre 7 e 13 litros (NVI, edição eletrônica, nota)
[2] Amazing Grace, EUA e Inglaterra, 2006

Um comentário:

  1. Graça e PAZ do Senhor Jesus meu querido irmão! Deus continua abençoado sua vida e o seu ministério. É muito bom perceber à graça de nosso SENHOR Jesus Cristo sendo fluida na vida de uma pessoa; as aplicaçõe deste texto sagrado acima apresentado, é de uma peculiaridade espiritual dada por Deus! Que Jesus Cristo seja consigo em tudo que fizerdes meu irmão. Deus te abençoe.

    ResponderExcluir

▲Topo