Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 26 de fevereiro de 2012
Pr. Plínio Fernandes
Meus
queridos irmãos, vamos iniciar lendo dois textos:
Sl 92:1-4
1 Bom é
render graças ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, 2
anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade, 3
com instrumentos de dez cordas, com saltério e com a solenidade da harpa. 4
Pois me alegraste, SENHOR, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas
mãos.
Sl 42:8
Contudo,
o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o
seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.
A maioria das
pessoas têm algumas músicas “favoritas”.
E para nós, os crentes em Jesus, isto inclui vários salmos, hinos e
cânticos espirituais. Quais são
os seus cânticos favoritos?
Assim como
fizemos nos três últimos domingos, vamos hoje mais uma vez falar a respeito do
culto particular. Temos visto
que adorar ao Senhor em particular, nalguns casos diariamente, sempre foi um
costume regular na vida do povo do Senhor.
Homens de Deus
como Daniel, Davi, Jó, Abraão, Isaque, Pedro, e muitos outros, tanto na Bíblia
como a história posterior da igreja (a relação não teria fim), tinham o hábito
de procurar um lugar ermo, onde pudessem ficar a sós com Deus para orar,
adorar, meditar nas Santas Escrituras. E temos visto o grande impacto que este “estar
a sós com Deus” exerceu, tanto nas vidas destes homens particularmente, como na
vida da igreja através deles.
Estou convencido,
amados irmãos, que este é um chamado de Deus para nós; para cada um de nós, no
sentido de que nosso Pai nos quer perto dele, buscando sua presença e o seu
poder, diariamente.
Nos dois estudos
anteriores, falamos então, sobre o buscar ao Senhor através da meditação em sua
Palavra e através da oração. Hoje eu desejo meditar com os irmãos sobre a
terceira e última prática que vamos considerar, em relação ao nosso culto
particular: adorar ao Senhor através de cânticos espirituais.
A Palavra de Deus
nos fala muito a respeito de música, de cânticos, assim como um número imenso
de livros, tanto religiosos como seculares.
Não temos aqui o
propósito de estudar tudo quanto existe a respeito deste assunto, mesmo porque
nos seria impossível. Mas desejo focalizar nossa atenção nalguns aspectos mais
específicos, sobre o cântico em nossas devoções particulares, isto é, quando
estamos “a sós com Deus”.
Então, primeiramente, consideremos...
1. A
importância que os cânticos têm aos olhos de Deus
Eu gostaria de
enfatizar isto de duas maneiras:
1.1. Demonstrando o valor que os salmos tinham aos
olhos de Jesus (sem falar agora dos apóstolos)
Quero citar duas
ocasiões em que Jesus se utilizou dos Salmos
Sl 82:6
Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.
Jo 10:34, 35
Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu
disse: sois deuses? Se ele chamou deuses
àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar...
Neste texto de João, discutindo com os judeus que se opunham à sua
doutrina, Jesus cita o Salmo 82, versículo 6.
O Salmo 82 foi escrito por Asafe. Mas no entendimento de Jesus, Asafe
escreveu inspirado por Deus. Então ele usa três expressões que nos transmitem o
seu pensamento sobre os Salmos: lei,
Palavra de Deus, e Escritura que não pode falhar.
Agora leiamos também o Salmo 110:1
Disse o SENHOR ao meu senhor: Assenta-te à minha direita,
até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
O salmo 110 foi escrito por Davi. Jesus comenta estas palavras de Davi em
vários lugares nos evangelhos.
Vejamos apenas Mc 12:35, 36
Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os
escribas que o Cristo é filho de Davi? O
próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor:
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus
pés.
Jesus está aqui falando sobre um paradoxo (uma aparente contradição) da
esperança messiânica que o povo judeu mantinha.
Os judeus, com base nas Escrituras do Antigo Testamento, aguardavam a vinda
do Cristo (infelizmente o Cristo estava bem diante dos olhos deles, e eles não
o reconheceram, antes, o rejeitaram).
O Cristo, de acordo com os profetas, seria um filho, isto é, um descendente
do rei Davi. Mas no Salmo 110, falando a respeito do Cristo, Davi escreveu
assim: “Disse Javé ao meu Senhor:
assenta-te à minha direita, até que eu ponha os inimigos debaixo dos teus
pés...”
Então Jesus se refere à aparente contradição: “Como o Cristo pode ser filho de Davi, e ao mesmo tempo seu Senhor”?
O propósito de Jesus com isto era mostrar que os judeus, especialmente os
fariseus, necessitavam muito da sabedoria que vem de Deus, para que pudessem
entender as coisas espirituais.
Mas o que desejo chamar à atenção dos irmãos, mais uma vez, é a maneira
como Jesus se refere ao texto dos Salmos: ele afirma que Davi, ao escrever,
estava falando pelo Espírito Santo.
Como eu já disse, estou deixando de lado o testemunho dos apóstolos e do
restante da Bíblia. As palavras de Jesus nos são suficientes para que
entendamos o valor dos Salmos: são palavras de Deus, faladas pelo Espírito
Santo. Se nós queremos que o Espírito Santo fale conosco, as palavras dele
estão aqui.
É claro que isto pode ser dito sobre cada palavra de toda a Bíblia, mas o
meu propósito é enfatizar quanto valor devemos dar aos Salmos, e a maneira como
devemos nos aproximar deles. São palavras do Espírito Santo, por meio das quais
ele nos ensina, nos consola, nos encoraja, nos educa no caminho da graça que
santifica.
1.2. Enquanto preparava esta mensagem, ainda que de
modo bastante impreciso, eu procurei contar quantas vezes o Espírito Santo nos
exorta a louvarmos ao Senhor apenas aqui no livro dos Salmos.
Não fiz uma
contagem completa, exaustiva, mas notei que “cantai ao Senhor” e expressões
equivalentes como “louvai, louvarei, cantarei, bendizei”, aparecem mais de
cento e vinte vezes.
Vejamos alguns
exemplos:
Sl 9:1-2
Louvar-te-ei, SENHOR, de todo o meu coração; contarei
todas as tuas maravilhas. Alegrar-me-ei e exultarei em ti; ao teu nome, ó
Altíssimo, eu cantarei louvores.
Sl 95:1-2
Vinde, cantemos ao SENHOR, com júbilo, celebremos o
Rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graças,
vitoriemo-lo com salmos.
Sl 96:1-2
Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todas
as terras. Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia
após dia.
Sl 98:1
Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele tem feito
maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória.
Sl 100:1-2
Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao
SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.
Nós poderíamos multiplicar as referências. Estas nos bastam para que
notemos como repetidas vezes o Espírito Santo nos exorta a cantar ao nosso
Deus. Ele quer que o façamos.
Em segundo lugar,
consideremos também...
2. Que o cântico deve ser um instrumento de cultivo
da nossa vida espiritual
Os dois textos
que lemos no início são exemplos disto. No primeiro deles, Salmo 92:1-4, somos ensinados:
1 Bom é
render graças ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, 2
anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade, 3
com instrumentos de dez cordas, com saltério e com a solenidade da harpa.4
Pois me alegraste, SENHOR, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas
mãos.
Nada sabemos de
mais específico sobre quem o escreveu, em que circunstâncias, mas nele podemos
perceber que o escritor inspirado estava se sentido muito feliz, por causa de
certas coisas que o Senhor havia feito por ele.
Veja novamente o
v. 4 – Quem sabe uma, ou uma série de orações respondidas? Quem sabe uma bênção
inesperada? Mas algo no qual ele percebia nitidamente a mão do Senhor a
abençoá-lo. E nos diz que o cantar louvores ao Senhor é uma maneira de render
graças, de anunciar a misericórdia e a fidelidade de Deus, de expressar a nossa
alegria por causa das obras do Senhor em nossas vidas.
Já no segundo
Salmo que citamos o escritor estava vivenciando uma situação bem diferente. O Salmo 42 é um
dos meus prediletos, pois ele é um texto que nos ajuda a enxergar a vida para
além das circunstâncias que estamos percebendo e experimentando. O homem que o
escreveu, a situação que ele vivenciava, as palavras que escreveu naquela
situação, a resultado destas coisas que escreveu; este conjunto de coisas nos
ensinam a olhar para os momentos em que vivemos de uma perspectiva de fé, de
uma fé que nos é dada por Deus.
É um salmo escrito por um homem que estava sentindo
necessidade da presença de Deus em sua vida. Ele inicia este poema comparando-se a uma
corsa, um pequeno animalzinho que se encontrava num deserto, numa terra árida,
seca, sem água e sem vida; sol escaldante sobre a cabeça, minando-lhe as forças
e o ânimo.
Da mesma forma que um pequeno animal num deserto
precisa desesperadamente de água, assim ele tem sede em sua alma, ele tem sede
de Deus. Isto
porque ele, um levita, de uma família de músicos, estava longe de Jerusalém,
onde ficava o templo do Senhor, onde antigamente, ele costumava ir com seus
amigos para adorar o Senhor.
Mas agora estava isolado, nas proximidades do Monte
Hermom, bem ao norte de Israel, onde nascia o rio Jordão, numa época em que os
israelitas do norte eram inimigos dos israelitas do sul, e de vez em quando
faziam incursões invasoras, levando consigo alguns reféns.
Então, de um lado (interno), ele se sentia longe da
casa de Deus, e por outro (externo), como diz no v. 3, cercado de pessoas que,
ao verem sua tristeza, zombeteiramente perguntavam: “O teu Deus, onde está? Você
não é crente? Então por que tanta tristeza, tanta choradeira e depressão”?
Mas o que mais o fazia sentir-se triste era aquela
terrível sensação de ter sido abandonado por Deus.
v.9
Porque te olvidaste de mim?
Você sabe o que é olvidar? É esquecer. O sentimento
que este homem tinha era o de que Deus o havia abandonado. O sentimento
era o de que Deus estava irado com ele, e por isto o deixara entregue nas mãos
de seus inimigos.
Ele estava experimentando aquilo que mais tarde
alguns cristãos, pessoas que aprenderam a viver perto de Deus, chamavam de
“noites escuras da alma”. Aqueles dias, muitas vezes prolongados em meses e até anos, em que
os filhos de Deus sentem-se como que desorientados, sem saber o que fazer, sem
saber quando novamente enxergarão a luz da face de Deus.
E durante aqueles tempos difíceis, nos quais ele não
deixava de amar ao Senhor, nos quais ele não deixava de esperar que o Senhor
mudasse sua sorte, sabe o que ele fazia? Ele cantava, e fazia da sua canção a sua oração a
Deus.
v. 8
Contudo,
o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o
seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.
Veja: aqui ele
não está se sentindo feliz. Por isto ele não canta louvores. Talvez, em outras
circunstâncias adversas, os filhos de Deus possam estar alegres, como Paulo e
Silas cantavam louvores na prisão em Filipos [1]. Mas não era este o caso do escritor aqui. Então ele
canta derramando a sua alma perante o Senhor, falando de sua tristeza. E que
coisa linda: uma oração ao Deus da sua vida.
Mas existe mais
um detalhe, digno de nota: a versão
Atualizada (ARA) diz: “à noite, comigo,
está o seu cântico”, isto é, o cântico de
Deus. E a Nova Versão Internacional (NVI): “de noite esteja comigo a sua canção”.
Ele entendia que
o cantar era algo que vinha de Deus, concedido por Deus. Assim, embora com sua mente ele ficasse
perguntando ao Senhor, porque o Senhor se esquecera dele, no coração ele não
acreditava nisto. Ele sabia que a misericórdia do Senhor o assistia em suas
tribulações. E orava, e cantava, e buscava.
Meu propósito com
isto, meus irmãos, é mostrar que o cântico é um dom de Deus, que ele nos
concede para exaltá-lo, para declarar a glória dele, para anunciar as suas
obras, para expressar a nossa gratidão, e também para levar a ele as nossas
ansiedades, as nossas perplexidades, as nossas confissões, para derramar
perante ele o nosso coração. Então, use os
cânticos espirituais em suas devoções particulares a Deus.
Agora, em terceiro lugar, consideremos...
3. Como
escolher os cânticos que devemos usar
Com isto eu quero
dar uma palavra de instrução positiva, e também uma palavra de cautela.
Nosso Senhor,
para a segurança espiritual dos discípulos, pelo menos por duas vezes lhes disse
que deveriam tomar cuidado com doutrinas erradas. Acho
isto necessário nos dias de hoje, também com relação aos cânticos religiosos;
algo que, como vimos, é tão precioso aos olhos do Senhor.
O que será que
agrada mais a Deus? O cântico de Salmos? O cântico de hinos? O cântico de
“corinhos”? Corinho é o diminutivo de coro – estribilhos, músicas curtas que
fazem parte dos hinários tradicionais, como por exemplo o “Salmos e Hinos”. Será que Deus gosta mais de música tradicional, ou
de música contemporânea?
Certa ocasião eu
ouvi um cantor muito famoso dizendo que Deus criou todas as coisas. Consequentemente,
argumentava ele, Deus criou todo o tipo de música, todos os ritmos, e melodias,
e assim por diante, e que então devemos usar todas as coisas para a glória
dele.
Concordo em que
Deus criou todas as coisas para a glória dele, e que consequentemente devemos
usar todas as coisas com esta finalidade. Este é o ensino da Palavra de Deus. Mas as mesmas Escrituras que nos ensinam isto,
também nos ensinam que tudo quanto Deus criou no início, e que era bom,
inclusive a música, foi contaminado pelo pecado. Então
existem músicas boas, e existem músicas que não são.
E podemos dizer
isto até mesmo de músicas que são tidas como religiosas. Não é qualquer música que glorifica a Deus. Não é
qualquer música que se presta à adoração.
Veja: nós sabemos
que até mesmo a pregação pode ser mal empregada, se não estiver de acordo com o
ensino de Deus. Assim também a música. De
maneira que, assim como todas as outras coisas que são feitas no mundo inteiro,
e inclusive na igreja, a música, para glorificar a Deus precisa estar subordinada
a certos critérios colocados pela própria Bíblia. Eu quero citar dois critérios
básicos:
3.1 – Os cânticos devem ter bom conteúdo bíblico
Não quero com
isto dizer que cada palavra de algum cântico deva ser retirada da Bíblia, mas
que cada cântico deve ser alicerçado sobre a revelação que Deus nos dá nas
Escrituras Sagradas. Doutra maneira eles não exaltam a Deus, e fazem mal para nossas almas. Então quando formos cantar algo, assim como em
relação à oração, deve ser com base no ensino da Palavra de Deus.
3.2 – Os cânticos devem nutrir em nós, disposições
espirituais
Aquele cantor
famoso a quem me referi, depois de raciocinar que Deus criou todas as coisas,
passou a dizer que Deus criou o samba, o blues, o rock, e que então devemos
usar tudo para a glória de Deus. Seguindo o raciocínio dele podemos então
incluir o axé, o funk, o heavy-metal, o tango, a lambada, e etc., e dizer que
tudo deve ser usado para a glória de Deus.
O que podemos
dizer sobre isto? A Bíblia não nos diz que todos
os ritmos de música são de Deus. Por outro lado, não nos diz se algum é do
diabo. E também não diz se algum é neutro.
Haveria algum
critério pelo qual poderíamos avaliar se algum tipo de música deve ou não ser
usado? Me parece, amados, que existem dois princípios
bíblicos que podem ser empregados aqui:
3.2.1 – Primeiro, quando Paulo fala a respeito das
pregações que ouvimos.
Está em 1ª Ts 5:21
“julgai todas as coisas, retende o que é bom...”.
No contexto Paulo está falando sobre a necessidade de julgarmos as
mensagens que ouvimos na igreja (veja o v. 20). O mesmo princípio Paulo repete
em 1ª Co 14:29, onde diz que quando os profetas falam, a igreja deve avaliar o
que está sendo dito, se está de acordo com a Palavra de Deus. E este foi o
comportamento que o Espírito Santo elogiou, quando descreveu os crentes da
cidade de Beréia como gente nobre, pois tomando as Escrituras na mão, eles as
examinavam diariamente, para conferir se aquilo que Paulo ensinava era bíblico
ou não.[2]
Da mesma forma, amados, que a pregação e a oração, os cânticos que entoamos
a Deus precisam ser examinados, e somente aqueles que são bons devem ser
retidos.
Agora, para entender se são bons, levemos em conta também...
3.2.2 – Os frutos
espirituais que eles tendem a produzir em nós e na igreja como um todo
Gl 5:22, 23
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio.
Contra estas coisas não há lei”.
Eu preciso perguntar: que tipo de fruto esta música tende a produzir em
minha vida? Amor? Paz? – ou está provocando sentimentos adversos a estes?
Muitas coisas têm sido feitas na igreja, em nome da glória de Deus, mas que
na verdade revelam desamor, animosidade, rebeldia.
Está produzindo uma santa alegria? Que tipo de alegria esta música provoca
em mim? Uma alegria espiritual, santa, ou uma leviandade para com as coisas de
Deus, que me torna superficial e frívolo?
Está produzindo bondade, ternura, fidelidade? Ou ira, agressividade em
relação aos irmãos, dissensões, facções?
Está produzindo mansidão, domínio próprio?
Ou carnalidade, sensualidade, lascívia?
Está produzindo exaltação de Deus, ou exaltação de si mesmo? Humildade ou
vaidade?
Então, se você perceber que de alguma forma, alguma música, mesmo falando
no nome de Jesus, produz um fruto espiritualmente podre, não use. Use somente o
que edificar tua alma.
Agora, quando eu digo “somente”, é no sentido de que sejamos criteriosos,
pois estamos nos apresentado com música diante de Deus, o Senhor do universo, o
Criador, o Provedor, o Salvador, Santo, Puro, Majestoso, e que é Digno daquilo
que é melhor.
Quando uso a palavra “somente”, não quero dizer que temos pouca coisa para
cantar para Deus. Pois o contrário é que é verdade. Desde os tempos antigos,
homens e mulheres dotados por Deus têm abençoado a igreja com milhares e
milhares de cânticos maravilhosos tanto em seu conteúdo doutrinário quanto em
suas melodias e ritmos, que têm sido usados por Deus para que nós, povo de
Deus, o adoremos de modo que lhe honre e que faça bem para nossas almas, cantando os nossos próprios cânticos ou os de
outras pessoas.
Digo isto porque
muitas pessoas têm a capacidade, dada por Deus, de compor cânticos. Mas não é assim com a maioria. Entres outras, esta é mais uma razão porque temos
o livro dos Salmos na Bíblia: são cânticos compostos por pessoas que sabiam
fazê-lo, para pessoas que não têm a mesma capacidade.
Claro que, num
nível diferente, mas semelhante, o Senhor através de toda a história continuou
dando capacidades neste sentido a alguns, para que outros possam desfrutá-los
também. Por isto temos hinários, saltérios, e agora também
outros meios de comunicação, como CDs e muitas outras coisas. Assim através destes meios podemos aprender muitos
cânticos e utilizá-los em nossas devocionais particulares.
E também existem
muitas ocasiões, por causa de circunstâncias exteriores ou interiores, em que
nós mesmos não podemos cantar. Mas o Senhor
nos tem concedido a bênção de termos gravações feitas por irmãos que amam ao
Senhor, e que são instrumentos de grande edificação em nossa vida.
Conclusão
e aplicação
Eu gostaria de encerrar
citando um momento na vida de nosso Salvador, em sua última ceia com os
discípulos, antes de ele se entregar na cruz pelos nossos pecados.
Mt 26:29-30
E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste
fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino
de meu Pai. E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
Este hino, muito provavelmente, era o conjunto dos Salmos 115 a 118, que costumeiramente
eram cantados no final da ceia pascal. Jesus, assim como citava os salmos, como
orava os salmos, conforme vemos por exemplo ele orando quando estava na cruz[3]
,também cantava os salmos.
Você pode pensar
em algum hino, cântico, tradicionais, ou contemporâneos, que “falam ao seu
coração”, isto é, que te consolam, encorajam, edificam na fé, renovam as
forças? Você
pode pensar em algum cântico que te dê um vislumbre da beleza, da santidade, do
ser de Deus e de suas obras? Use estes
cânticos em sua vida devocional.
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