Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Daniel: o custo de ser um imitador de Jesus

Igreja Evangélica Presbiteriana
Sexta feira, 20 de janeiro de 2012 – Noite de vigília
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler alguns versículos em Daniel
Dn 7:28
Aqui, terminou o assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu; mas guardei estas coisas no coração.
Dn 8:27
Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias; então, me levantei e tratei dos negócios do rei. Espantava-me com a visão, e não havia quem a entendesse. 
Dn 9:3, 4
3 Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. 
4 Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos
Dn 10:2, 3
2 Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. 
3 Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras.
Dn 10:8, 9
8 Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma.
 9 Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em terra.
Nos últimos quatro meses, desde o primeiro domingo de setembro, o Senhor nos tem abençoado com sua Palavra dada através do livro de Daniel.
Este homem tem sido usado por Deus para nos falar de Jesus, através das visões proféticas que recebeu e registrou.
Também nos tem demonstrado de forma viva, irrefutável mesmo, que a Bíblia é a Palavra de Deus, pois ela se cumpriu nos dias do profeta, cumpriu-se nos tempos posteriores, até à primeira vinda de Jesus, e por isto sabemos que se cumprirá, até à sua volta.
Este livro tem nos demonstrado, de forma clara, a respeito de Deus: de seu poder, sua grandeza, sua majestade, sua santidade e justiça, seu amor e sua graça.
Tem nos ensinado que o Deus a quem servimos é o Rei do universo, Senhor Soberano sobre tudo e sobre todos.
Javé é quem governa a História, quem controla todos os acontecimentos das nações e os eventos da vida particular de cada ser humano. Ele forma até mesmo os pensamentos do coração de cada um de nós.
De forma livre, mas não injusta; de forma poderosa, sábia e bondosa, ele exalta a quem quer, e humilha a quem quer.
Em suas mãos estão a vida e a morte, a saúde e a enfermidade, a riqueza e a pobreza, e conforme seus inescrutáveis propósitos ele as distribui a cada um.
Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Quem foi o seu conselheiro? E quem pode lhe perguntar: “Que fazes?”. Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas.[i]
Mas, ao mesmo tempo, e “sem nos pedir desculpas” por nossa incapacidade de entender certos paradoxos, este livro também nos ensina que somos seres livres para agir de acordo com a nossa natureza.
Somos seres morais, responsáveis diante de nosso Criador.
Não somos robôs, e em nosso dia a dia fazemos escolhas de acordo com nossa vontade. Escolhas que podem ser boas ou más, certas ou erradas, que agradam ou não ao Soberano Senhor do universo.
E há um dia especial, preparado por Deus, em que todos nós compareceremos perante ele, a fim de prestarmos contas de toda a nossa vida.
Este livro também nos ensina que nós, responsáveis diante de Deus, não podemos fazer bem algum, se não for pela assistência da graça divina.
Pois somos fracos, limitados, pecadores, inclinados ao mal, violadores de sua aliança, desobedientes às suas leis, desde o mais íntimo do nosso coração, e por isto merecedores da ira, do justo juízo de Deus.
Mas que o Senhor, por sua graça, na morte do seu Ungido, propiciou a expiação dos nossos pecados e a justiça e eterna.
Ele nos ensina que se buscarmos a Deus, de toda a nossa alma, não somente somos perdoados, mas recebemos dele o poder espiritual necessário para uma vida que lhe seja agradável, santa, justa, vitoriosa sobre o mal que existe em nós e no mundo.
Pois aquele que conhece o seu Deus se torna forte e ativo. Como Daniel.
Não entendemos, irmãos, que devamos desejar ser como Daniel no sentido de ter o mesmo temperamento, os mesmos dons miraculosos, as mesmas experiências místicas, mas no sentido de, assim como ele, conhecer a Deus, andar com Deus, viver com Deus, e assim ser um imitador de Cristo.
O apóstolo Paulo escreveu: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” [ii]
Devemos ser imitadores dos santos do passado, no sentido de que eram imitadores de Cristo.
Dizemos que Daniel era um imitador de Cristo porque, ainda que tenha vivido vários séculos antes, era um homem que conhecia e amava profundamente a Deus e sua Palavra (a Bíblia que ele tinha, isto é, a lei e os profetas – porque Deus e sua Palavra são duas coisas inseparáveis).
Ele confiava, ele obedecia, ele era fiel. E por causa disto, e da mesma forma, Daniel também era inseparável da igreja, como Cristo e sua igreja são inseparáveis.
Daniel amava profundamente a Igreja Antiga. Orava por ela, chorava por ela, identificava-se com ela, confessava seus pecados perante o Senhor, jejuava por ela, buscava a graça de Deus em seu favor, gastava-se, dava a ela seu coração, sua vida.
É sobre isto que desejo meditar com os irmãos nesta noite: o preço de ser parecido com Jesus.
Pois se você procura ser um imitador de Jesus, há um preço que se paga.
1. Daniel, para viver a vida que desejava, pagava um preço emocional, psicológico – por ser um homem ligado ao céu
Eu sei que nalguns círculos, fazer a afirmação de que devemos “pagar o preço” é uma “verdadeira heresia”.
Pois nos dizem que Jesus já pagou o preço, e nós não precisamos fazer nada para pagar. Que no tempo da lei, sim, havia necessidade de obras, mas que agora é diferente, porque estamos no tempo da graça.
Então não é mais tempo de jejuar. Não é mais tempo de fazer sacrifícios. Nem mesmo é mais tempo de sofrer.
Há um sentido, irmãos, em que estar no reino de Deus não custa nada. Pois nada além do sangue de Jesus é necessário. E o sangue de Jesus é o pagamento suficiente, ao qual nada pode ser acrescentado.
Mas há um sentido em que fazer parte do reino de Deus custa tudo. É como o tesouro achado no campo, a pérola de grande valor, os quais, para se conseguir, é necessário que se entregue tudo.[iii]
Ora, o ensino bíblico é que nem Daniel, nem qualquer outro homem, em toda a História da Redenção, em qualquer época, conheceu a Deus, teve comunhão com ele, andou nos seus caminhos, a não ser pela graça de Deus.
Nunca foi através de uma vida sem pecado, mas somente através da graça mediante a fé.
Daniel foi salvo, andava com Deus e vivia em santidade, pela graça mediante a fé. E Davi, e Moisés, e Abraão, e todos os outros.
Mas cada um destes homens se esforçava nas coisas de Deus, lutava pelas coisas de Deus, muitas vezes até à exaustão.
Por isto que vemos Daniel dizendo que diante das palavras das Escrituras, e diante das revelações angélicas, por vezes ele ficava perturbado por semanas, ficava amedrontado e atônito, a ponto de desfalecer.
Eu quero citar para você o exemplo de Asafe. De muitas maneiras este servo de Deus nos abençoa através dos seus salmos.
Vamos ler o Salmo 77
1 Elevo a Deus a minha voz e clamo, elevo a Deus a minha voz, para que me atenda.
2 No dia da minha angústia, procuro o Senhor; erguem-se as minhas mãos durante a noite e não se cansam; a minha alma recusa consolar-se.
 3 Lembro-me de Deus e passo a gemer; medito, e me desfalece o espírito.
4 Não me deixas pregar os olhos; tão perturbado estou, que nem posso falar.
5 Penso nos dias de outrora, trago à lembrança os anos de passados tempos.
6 De noite indago o meu íntimo, e o meu espírito perscruta.
7 Rejeita o Senhor para sempre? Acaso, não torna a ser propício?
8 Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações?
9 Esqueceu-se Deus de ser benigno? Ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias?
10 Então, disse eu: isto é a minha aflição; mudou-se a destra do Altíssimo.
11 Recordo os feitos do SENHOR, pois me lembro das tuas maravilhas da antiguidade.
12 Considero também nas tuas obras todas e cogito dos teus prodígios.
13 O teu caminho, ó Deus, é de santidade. Que deus é tão grande como o nosso Deus?
14 Tu és o Deus que operas maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder.
15 Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16 Viram-te as águas, ó Deus; as águas te viram e temeram, até os abismos se abalaram.
17 Grossas nuvens se desfizeram em água; houve trovões nos espaços; também as suas setas cruzaram de uma parte para outra.
18 O ribombar do teu trovão ecoou na redondeza; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu.
19 Pelo mar foi o teu caminho; as tuas veredas, pelas grandes águas; e não se descobrem os teus vestígios.
20 O teu povo, tu o conduziste, como rebanho, pelas mãos de Moisés e de Arão.
Observe a luta emocional deste homem.
Asafe está nos dizendo que ele anelava por ver a obra de Deus se realizando em seus dias.
Nos primeiros quatro ou cinco versículos nos diz que de dia e de noite não se cansava de orar. Levantava suas mãos e sua voz, e clamava para que o Senhor o atendesse.
Pensava nas coisas de Deus e ficava gemendo. Meditava, e o seu coração desfalecia.
Sua alma recusava-se a ser consolada com as coisas do mundo.
Às vezes, para nos livra-nos das nossas aflições, recorremos a expedientes ordinários, com algo que nos distraia – isto às vezes pode ser bom, mas se nos distraem de buscar a Deus, se tornam saídas demoníacas.
Nos vs. 6-9 ele diz que seu coração ficava tão perturbado, pois parecia que Deus havia mudado.
Ele não queria sossegar enquanto Deus não atendesse. Ficava perturbado.
De noite indago o meu íntimo, e o meu espírito perscruta.
Rejeita o Senhor para sempre? Acaso, não torna a ser propício?
Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações?
Esqueceu-se Deus de ser benigno? Ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias?
Mas será que Deus muda?
A partir do v. 10 ele diz que se estava pensando assim, sua mente estava doente.
E passa a se lembrar de quem Deus é:
v. 13 – O teu caminho, ó Deus, e de santidade...
Deus não muda. Ele não nos rejeita (Veja Is 41:9). Ele não deixa de ser propício (não deixa de expiar nossos pecados). Ele não afasta a sua graça. A sua ira dura só um instante (Sl 30:5)
Mas veja: até chegar a isto ele sofreu, ficou perturbado, lutou com Deus.
Pense em Lutero, em Spurgeon, em “todos” os que foram e são usados por Deus.
Então havia o desgaste psicológico, o sofrimento emocional.
2. Além disto, havia o preço de “uma vida de luta”.
Apartava-se das coisas cotidianas, simples e gostosas da vida, jejuava por semanas inteiras, meditava nas Escrituras, orava três vezes ao dia, separava-se de coisas que até mesmo inocentemente, poderiam atrapalhar a sua busca de Deus.
Vamos ler sobre alguns outros:
Jacó – Gn 32:22-31
22 Levantou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau de Jaboque.
23 Tomou-os e fê-los passar o ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia,
24 ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia.
25 Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem.
26 Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.
27 Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
29 Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali.
30 Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.
31 Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa.
Segundo o apóstolo Paulo, em Romanos 9[iv], Jacó é um dos mais claros exemplos da soberana graça de Deus em nossa salvação. Pois Jacó nem havia nascido ainda, e Deus disse que já o escolhera.
Com efeito, irmãos, se Jacó dependesse de sua bondade para ser salvo, estaria perdido, assim como cada ser humano.
Pois Jacó bem merecia o nome que tinha: Jacó – enganador, usurpador. Mas o texto nos conta como um homem chamado Jacó foi transformado num homem chamado Israel – Campeão com Deus, Príncipe com Deus (se Deus é rei, Israel é príncipe).
Veja novamente os versículos 26-28:
26 Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.
27 Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
Eu acho linda a maneira como a Bíblia nos apresenta esta pessoa de quem Jacó busca a bênção.
No v. 24 diz que um homem lutava com ele, até o romper do dia. No vs. 28 e 30, diz que este homem era Deus. Ora, “ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.[v]
Jacó estava “lutando” com o Cristo pré-encarnado.
Lutou a noite inteira. Lutou até conseguir a bênção.
Agora vejamos Moisés – em Êxodo e Deuteronômio
Êx 32:11-14
11 Porém Moisés suplicou ao SENHOR, seu Deus, e disse: Por que se acende, SENHOR, a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande fortaleza e poderosa mão? 
12 Por que hão de dizer os egípcios: Com maus intentos os tirou, para matá-los nos montes e para consumi-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo. 
13 Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas do céu, e toda esta terra de que tenho falado, dá-la-ei à vossa descendência, para que a possuam por herança eternamente. 
14 Então, se arrependeu o SENHOR do mal que dissera havia de fazer ao povo.
Dt 9:18, 19, 24-26
18 Prostrado estive perante o SENHOR, como dantes, quarenta dias e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira. 
19 Pois temia por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós outros para vos destruir; porém ainda esta vez o SENHOR me ouviu... 
24 Rebeldes fostes contra o SENHOR, desde o dia em que vos conheci. 
25 Prostrei-me, pois, perante o SENHOR e, quarenta dias e quarenta noites, estive prostrado; porquanto o SENHOR dissera que vos queria destruir. 
26 Orei ao SENHOR, dizendo: Ó SENHOR Deus! Não destruas o teu povo e a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do Egito com poderosa mão.
No texto de Êxodo nós lemos que Moisés intercedeu e o Senhor atendeu. Mas no texto de Deuteronômio somos esclarecidos sobre esta intercessão.
Quarenta dias e quarenta noites prostrado. Sem comer ou beber. Entregue à obra da oração.
Neemias
Ne 1:1-4
1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã, 
2 veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém. 
3 Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas. 
4 Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
Ne 2:1-6
1 No mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, uma vez posto o vinho diante dele, eu o tomei para oferecer e lho dei; ora, eu nunca antes estivera triste diante dele. 
2 O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Então, temi sobremaneira 
3 e lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo? 
4 Disse-me o rei: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus 
5 e disse ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. 
6 Então, o rei, estando a rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo.
Você deve se lembrar do quanto Daniel orou pela restauração de Jerusalém e do santuário. Você também deve se lembrar de que o Senhor atendeu às orações de Daniel, e cumpriu as suas promessas.
Assim, nos dias do rei Dario o decreto para a reconstrução foi emitido, e os primeiros grupos de exilados retornaram para a reconstrução.
Mas não foi sem oposição, conforme o livro de Esdras testemunha.
Foram dias de despertamento espiritual, mas de muito conflito, de sorte que o livro de Neemias nos conta de acontecimentos que se iniciaram pelo menos doze (12) anos depois.
Então Neemias também se põe a orar. Isto se dá no mês de quisleu (parte de novembro e parte de dezembro), do ano 445 A.C.
Ele ora, confessa, jejua, até que a resposta de Deus chega no mês de nisã (março-abril), isto é, quatro meses depois.
A obra da reconstrução não foi sem luta.
Agora, Jesus
Mt 14:23 
E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só.
Mt 26:36  
Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar
Mt 26:44 
Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
Mc 1:35
Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava.
Mc 6:46 
E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar.
Mc 14:32 
Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar.
Lc 6:12  
Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.
Lc 9:28  
Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar.
Lc 11:1 
De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos.
Nós poderíamos multiplicar as referências sobre a vida de oração de nosso Senhor.
Mas agora eu gostaria de citar um comentário de Pedro sobre Jesus, feito em Atos dos Apóstolos.
At 10:38
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele...
Irmãos, ele era Deus feito carne. O todo poderoso Filho de Deus. Mas não fez nada sem a unção, sem o poder do Espírito Santo em sua vida. Por isto ele precisava buscar o poder de Deus. Ele precisava orar.
E ele nos diz que o Espírito Santo é dado a nós da mesma forma.
Lc 11:13
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
Nós temos o Espírito Santo na medida em que pedirmos. Agora, pedir como? Com que intensidade? Com que insistência? Com que labor?
Como Jesus buscava? Noites inteiras. Lugares desertos. E quanto maior a luta, mais oração. Com agonia até.
Mateus nos diz que esta promessa é também para todas as coisas boas.
Mt 7:11
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?
Qual é a coisa boa que você precisa? Qual é a coisa boa que você sabe ser a vontade de Deus para tua vida?
O que você precisa fazer? Orar
Como você precisa fazer? Com fé, insistência, luta.
Paulo
2 Co 6:4,5  
4 Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias,
5 nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns,
Paulo e Epafras
Cl 1:24  
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja
Cl 2:1-2 
1 Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face;
2 para que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo,
A palavra luta, no v. 1, é “agona”, de onde vem a nossa palavra “agonia” (aflição, angústia, sofrimento)
Cl 4:12 
Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus.
Amar a igreja, lutar pela igreja, agonizar pela igreja.
A exortação da carta aos Hebreus emprega esta mesma palavra:
Hb 12:4
Ora, na vossa luta (antagonizomenoi) contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue.
Depois de ter falado sobre Jesus como nosso exemplo na luta contra o pecado, o autor nos lembra que ainda não fizemos como ele. “Até hoje vocês não lutaram contra o pecado até suar gotas de sangue”.
Se você quer vencer o pecado, no poder do Espírito Santo, deve lutar em oração.
Conclusão
Daniel foi um imitador de Jesus Cristo.
Mas como isto lhe foi custoso. Houve um preço a ser pago.
Um preço de vida: sofrimento, angústia, auto-doação.
Houve uma luta a ser travada. A luta de uma vida inteira.
De oração, de jejum, de busca intensa, sem incredulidade, sem corpo mole, sem auto-condescendência.
Aplicação
Você consegue ouvir a voz o Espírito Santo, nos chamando para isto?
Consegue entender o que ele deseja?
Você quer ser um imitador de Daniel?
Você quer ser um imitador de Jesus Cristo?
Pense em seu Deus. Você o ama? Quer conhecê-lo mais? Quer estar perto dele?
Você quer ser cheio do Espírito Santo?
Mas isto significa abandonar pecados, significa desistir dos prazeres deste mundo, significa buscar santidade, buscar a Palavra, esforçar-se pelo reino de Deus. Você quer isto?
Pense em sua igreja. Você ama sua igreja? Está disposto a sofrer, a negar-se a si mesmo, a lutar pela igreja em oração?
Isto implica em santidade; implica esforço; implica e negar muitos prazeres, em abandonar o comodismo.
Implica estar sempre perdoando, sempre intercedendo, sempre chorando. Implica em sentir-se só, às vezes, lutando sozinho (lembra-se de Elias? “Eu fiquei só”).
E sua família? Sua família é bênção. Você tem que lutar por ela, pela sua vida espiritual. De seu cônjuge, de seus filhos.
Então levante-se e lute. Ou melhor, ajoelhe-se e lute.
Vamos ter um tempo em oração.




[i] Citação livre, de Rm 11:34-36
[ii] 1ª Co 11:1
[iii] Cf. Mt 13:44-46
[iv] Rm 9:10-13
[v] Jo 1:18

Nenhum comentário:

Postar um comentário

▲Topo