Igreja Evangélica
Presbiteriana
Sexta feira,
20 de janeiro de 2012 – Noite de vigília
Pr. Plínio
Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler
alguns versículos em Daniel
Dn 7:28
Aqui, terminou o assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus
pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu; mas guardei
estas coisas no coração.
Dn 8:27
Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias;
então, me levantei e tratei dos negócios do rei. Espantava-me com a visão, e
não havia quem a entendesse.
Dn 9:3, 4
3 Voltei o rosto ao Senhor
Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e
cinza.
4 Orei ao SENHOR, meu Deus,
confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a
misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos
Dn 10:2, 3
2 Naqueles dias, eu, Daniel,
pranteei durante três semanas.
3 Manjar desejável não comi,
nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até
que passaram as três semanas inteiras.
Dn 10:8, 9
8 Fiquei, pois, eu só e
contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de
cor e se desfigurou, e não retive força alguma.
9
Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em
terra.
Nos últimos
quatro meses, desde o primeiro domingo de setembro, o Senhor nos tem abençoado
com sua Palavra dada através do livro de Daniel.
Este homem tem
sido usado por Deus para nos falar de Jesus, através das visões proféticas que
recebeu e registrou.
Também nos tem
demonstrado de forma viva, irrefutável mesmo, que a Bíblia é a Palavra de Deus,
pois ela se cumpriu nos dias do profeta, cumpriu-se nos tempos posteriores, até
à primeira vinda de Jesus, e por isto sabemos que se cumprirá, até à sua volta.
Este livro tem
nos demonstrado, de forma clara, a respeito de Deus: de seu poder, sua grandeza,
sua majestade, sua santidade e justiça, seu amor e sua graça.
Tem nos
ensinado que o Deus a quem servimos é o Rei do universo, Senhor Soberano sobre
tudo e sobre todos.
Javé é quem
governa a História, quem controla todos os acontecimentos das nações e os
eventos da vida particular de cada ser humano. Ele forma até mesmo os
pensamentos do coração de cada um de nós.
De forma
livre, mas não injusta; de forma poderosa, sábia e bondosa, ele exalta a quem
quer, e humilha a quem quer.
Em suas mãos
estão a vida e a morte, a saúde e a enfermidade, a riqueza e a pobreza, e
conforme seus inescrutáveis propósitos ele as distribui a cada um.
Pois quem
conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Quem foi o seu conselheiro? E
quem pode lhe perguntar: “Que fazes?”. Porque dele, por meio dele e para ele
são todas as coisas.[i]
Mas, ao mesmo
tempo, e “sem nos pedir desculpas” por nossa incapacidade de entender certos
paradoxos, este livro também nos ensina que somos seres livres para agir de
acordo com a nossa natureza.
Somos seres
morais, responsáveis diante de nosso Criador.
Não somos
robôs, e em nosso dia a dia fazemos escolhas de acordo com nossa vontade.
Escolhas que podem ser boas ou más, certas ou erradas, que agradam ou não ao Soberano
Senhor do universo.
E há um dia
especial, preparado por Deus, em que todos nós compareceremos perante ele, a
fim de prestarmos contas de toda a nossa vida.
Este livro
também nos ensina que nós, responsáveis diante de Deus, não podemos fazer bem
algum, se não for pela assistência da graça divina.
Pois somos
fracos, limitados, pecadores, inclinados ao mal, violadores de sua aliança,
desobedientes às suas leis, desde o mais íntimo do nosso coração, e por isto
merecedores da ira, do justo juízo de Deus.
Mas que o
Senhor, por sua graça, na morte do seu Ungido, propiciou a expiação dos nossos
pecados e a justiça e eterna.
Ele nos ensina
que se buscarmos a Deus, de toda a nossa alma, não somente somos perdoados, mas
recebemos dele o poder espiritual necessário para uma vida que lhe seja agradável,
santa, justa, vitoriosa sobre o mal que existe em nós e no mundo.
Pois aquele
que conhece o seu Deus se torna forte e ativo. Como Daniel.
Não
entendemos, irmãos, que devamos desejar ser como Daniel no sentido de ter o
mesmo temperamento, os mesmos dons miraculosos, as mesmas experiências
místicas, mas no sentido de, assim como ele, conhecer a Deus, andar com Deus,
viver com Deus, e assim ser um imitador de Cristo.
O apóstolo
Paulo escreveu: “Sede meus imitadores,
como também eu sou de Cristo” [ii].
Devemos ser
imitadores dos santos do passado, no sentido de que eram imitadores de Cristo.
Dizemos que
Daniel era um imitador de Cristo porque, ainda que tenha vivido vários séculos
antes, era um homem que conhecia e amava profundamente a Deus e sua Palavra (a
Bíblia que ele tinha, isto é, a lei e os profetas – porque Deus e sua Palavra
são duas coisas inseparáveis).
Ele confiava,
ele obedecia, ele era fiel. E por causa disto, e da mesma forma, Daniel também
era inseparável da igreja, como Cristo e sua igreja são inseparáveis.
Daniel amava
profundamente a Igreja Antiga. Orava por ela, chorava por ela, identificava-se
com ela, confessava seus pecados perante o Senhor, jejuava por ela, buscava a
graça de Deus em seu favor, gastava-se, dava a ela seu coração, sua vida.
É sobre isto
que desejo meditar com os irmãos nesta noite: o preço de ser parecido com Jesus.
Pois se você procura
ser um imitador de Jesus, há um preço que se paga.
1. Daniel,
para viver a vida que desejava, pagava um preço emocional, psicológico – por
ser um homem ligado ao céu
Eu sei que
nalguns círculos, fazer a afirmação de que devemos “pagar o preço” é uma
“verdadeira heresia”.
Pois nos dizem
que Jesus já pagou o preço, e nós não precisamos fazer nada para pagar. Que no
tempo da lei, sim, havia necessidade de obras, mas que agora é diferente,
porque estamos no tempo da graça.
Então não é
mais tempo de jejuar. Não é mais tempo de fazer sacrifícios. Nem mesmo é mais
tempo de sofrer.
Há um sentido,
irmãos, em que estar no reino de Deus não custa nada. Pois nada além do sangue
de Jesus é necessário. E o sangue de Jesus é o pagamento suficiente, ao qual
nada pode ser acrescentado.
Mas há um
sentido em que fazer parte do reino de Deus custa tudo. É como o tesouro achado
no campo, a pérola de grande valor, os quais, para se conseguir, é necessário
que se entregue tudo.[iii]
Ora, o ensino
bíblico é que nem Daniel, nem qualquer outro homem, em toda a História da
Redenção, em qualquer época, conheceu a Deus, teve comunhão com ele, andou nos
seus caminhos, a não ser pela graça de Deus.
Nunca foi
através de uma vida sem pecado, mas somente através da graça mediante a fé.
Daniel foi
salvo, andava com Deus e vivia em santidade, pela graça mediante a fé. E Davi,
e Moisés, e Abraão, e todos os outros.
Mas cada um
destes homens se esforçava nas coisas de Deus, lutava pelas coisas de Deus,
muitas vezes até à exaustão.
Por isto que
vemos Daniel dizendo que diante das palavras das Escrituras, e diante das
revelações angélicas, por vezes ele ficava perturbado por semanas, ficava
amedrontado e atônito, a ponto de desfalecer.
Eu quero citar
para você o exemplo de Asafe. De muitas maneiras este servo de Deus nos abençoa
através dos seus salmos.
Vamos ler o
Salmo 77
1 Elevo a Deus a minha voz e
clamo, elevo a Deus a minha voz, para que me atenda.
2 No dia da minha angústia,
procuro o Senhor; erguem-se as minhas mãos durante a noite e não se cansam; a
minha alma recusa consolar-se.
3 Lembro-me de Deus e passo a gemer; medito, e me
desfalece o espírito.
4 Não me deixas pregar os
olhos; tão perturbado estou, que nem posso falar.
5 Penso nos dias de outrora,
trago à lembrança os anos de passados tempos.
6 De noite indago o meu
íntimo, e o meu espírito perscruta.
7 Rejeita o Senhor para
sempre? Acaso, não torna a ser propício?
8 Cessou perpetuamente a sua
graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações?
9 Esqueceu-se Deus de ser
benigno? Ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias?
10 Então, disse eu: isto é a
minha aflição; mudou-se a destra do Altíssimo.
11 Recordo os feitos do SENHOR,
pois me lembro das tuas maravilhas da antiguidade.
12 Considero também nas tuas
obras todas e cogito dos teus prodígios.
13 O teu caminho, ó Deus, é de
santidade. Que deus é tão grande como o nosso Deus?
14 Tu és o Deus que operas
maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder.
15 Com o teu braço remiste o
teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16 Viram-te as águas, ó Deus;
as águas te viram e temeram, até os abismos se abalaram.
17 Grossas nuvens se desfizeram
em água; houve trovões nos espaços; também as suas setas cruzaram de uma parte
para outra.
18 O ribombar do teu trovão
ecoou na redondeza; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e
tremeu.
19 Pelo mar foi o teu caminho;
as tuas veredas, pelas grandes águas; e não se descobrem os teus vestígios.
20 O teu povo, tu o conduziste,
como rebanho, pelas mãos de Moisés e de Arão.
Observe a luta emocional
deste homem.
Asafe está nos dizendo que
ele anelava por ver a obra de Deus se realizando em seus dias.
Nos primeiros quatro ou cinco
versículos nos diz que de dia e de noite não se cansava de orar. Levantava suas
mãos e sua voz, e clamava para que o Senhor o atendesse.
Pensava nas coisas de Deus e
ficava gemendo. Meditava, e o seu coração desfalecia.
Sua alma recusava-se a ser
consolada com as coisas do mundo.
Às vezes, para nos livra-nos
das nossas aflições, recorremos a expedientes ordinários, com algo que nos
distraia – isto às vezes pode ser bom, mas se nos distraem de buscar a Deus, se
tornam saídas demoníacas.
Nos vs. 6-9 ele diz que seu
coração ficava tão perturbado, pois parecia que Deus havia mudado.
Ele não queria sossegar
enquanto Deus não atendesse. Ficava perturbado.
De noite indago o meu íntimo, e o meu espírito perscruta.
Rejeita o Senhor para sempre? Acaso, não torna a ser
propício?
Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa
para todas as gerações?
Esqueceu-se Deus de ser benigno? Ou, na sua ira, terá ele
reprimido as suas misericórdias?
Mas será que Deus muda?
A partir do v. 10 ele diz que
se estava pensando assim, sua mente estava doente.
E passa a se lembrar de quem
Deus é:
v. 13 – O teu caminho, ó Deus, e de santidade...
Deus não muda. Ele não nos rejeita (Veja Is
41:9). Ele não
deixa de ser propício (não deixa de expiar nossos pecados). Ele não afasta a sua graça.
A sua ira dura só um
instante (Sl 30:5)
Mas veja: até chegar a isto
ele sofreu, ficou perturbado, lutou com Deus.
Pense em Lutero, em Spurgeon,
em “todos” os que foram e são usados por Deus.
Então havia o desgaste
psicológico, o sofrimento emocional.
2. Além disto,
havia o preço de “uma vida de luta”.
Apartava-se
das coisas cotidianas, simples e gostosas da vida, jejuava por semanas
inteiras, meditava nas Escrituras, orava três vezes ao dia, separava-se de
coisas que até mesmo inocentemente, poderiam atrapalhar a sua busca de Deus.
Vamos ler
sobre alguns outros:
Jacó – Gn
32:22-31
22 Levantou-se naquela mesma
noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs
o vau de Jaboque.
23 Tomou-os e fê-los passar o
ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia,
24 ficando ele só; e lutava com
ele um homem, até ao romper do dia.
25 Vendo este que não podia com
ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na
luta com o homem.
26 Disse este: Deixa-me ir,
pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.
27 Perguntou-lhe, pois: Como te
chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 Então, disse: Já não te
chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os
homens e prevaleceste.
29 Tornou Jacó: Dize, rogo-te,
como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou
ali.
30 Àquele lugar chamou Jacó
Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.
31 Nasceu-lhe o sol, quando ele
atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa.
Segundo o apóstolo Paulo, em
Romanos 9[iv],
Jacó é um dos mais claros exemplos da soberana graça de Deus em nossa salvação.
Pois Jacó nem havia nascido ainda, e Deus disse que já o escolhera.
Com efeito, irmãos, se Jacó
dependesse de sua bondade para ser salvo, estaria perdido, assim como cada ser
humano.
Pois Jacó bem merecia o nome
que tinha: Jacó – enganador, usurpador. Mas o texto nos conta como um homem
chamado Jacó foi transformado num homem chamado Israel – Campeão com Deus,
Príncipe com Deus (se Deus é rei, Israel é príncipe).
Veja novamente os versículos
26-28:
26 Disse este: Deixa-me ir,
pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.
27 Perguntou-lhe, pois: Como te
chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 Então, disse: Já não te
chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os
homens e prevaleceste.
Eu acho linda a maneira como
a Bíblia nos apresenta esta pessoa de quem Jacó busca a bênção.
No v. 24 diz que um homem
lutava com ele, até o romper do dia. No vs. 28 e 30, diz que este homem era
Deus. Ora, “ninguém jamais viu a Deus; o
Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.[v]
Jacó estava “lutando” com o
Cristo pré-encarnado.
Lutou a noite inteira. Lutou
até conseguir a bênção.
Agora vejamos Moisés – em Êxodo
e Deuteronômio
Êx 32:11-14
11 Porém Moisés suplicou ao
SENHOR, seu Deus, e disse: Por que se acende, SENHOR, a tua ira contra o teu
povo, que tiraste da terra do Egito com grande fortaleza e poderosa mão?
12 Por que hão de dizer os
egípcios: Com maus intentos os tirou, para matá-los nos montes e para
consumi-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste
mal contra o teu povo.
13 Lembra-te de Abraão, de
Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado e lhes
disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas do céu, e toda
esta terra de que tenho falado, dá-la-ei à vossa descendência, para que a
possuam por herança eternamente.
14 Então, se arrependeu o
SENHOR do mal que dissera havia de fazer ao povo.
Dt 9:18, 19, 24-26
18 Prostrado estive perante o
SENHOR, como dantes, quarenta dias e quarenta noites; não comi pão e não bebi
água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos
olhos do SENHOR, para o provocar à ira.
19 Pois temia por causa da ira
e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós outros para vos
destruir; porém ainda esta vez o SENHOR me ouviu...
24 Rebeldes fostes contra o
SENHOR, desde o dia em que vos conheci.
25 Prostrei-me, pois, perante o
SENHOR e, quarenta dias e quarenta noites, estive prostrado; porquanto o SENHOR
dissera que vos queria destruir.
26 Orei ao SENHOR, dizendo: Ó
SENHOR Deus! Não destruas o teu povo e a tua herança, que resgataste com a tua
grandeza, que tiraste do Egito com poderosa mão.
No texto de Êxodo nós lemos
que Moisés intercedeu e o Senhor atendeu. Mas no texto de Deuteronômio somos
esclarecidos sobre esta intercessão.
Quarenta dias e quarenta
noites prostrado. Sem comer ou beber. Entregue à obra da oração.
Neemias
Ne 1:1-4
1 As palavras de Neemias,
filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela
de Susã,
2 veio Hanani, um de meus
irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e
que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém.
3 Disseram-me: Os restantes,
que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande
miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas,
queimadas.
4 Tendo eu ouvido estas
palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando
e orando perante o Deus dos céus.
Ne 2:1-6
1 No mês de nisã, no ano
vigésimo do rei Artaxerxes, uma vez posto o vinho diante dele, eu o tomei para
oferecer e lho dei; ora, eu nunca antes estivera triste diante dele.
2 O rei me disse: Por que está
triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Então,
temi sobremaneira
3 e lhe respondi: viva o rei
para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os
sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo
fogo?
4 Disse-me o rei: Que me pedes
agora? Então, orei ao Deus dos céus
5 e disse ao rei: se é do
agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me
envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a
reedifique.
6 Então, o rei, estando a
rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua ausência? Quando
voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo.
Você deve se
lembrar do quanto Daniel orou pela restauração de Jerusalém e do santuário.
Você também deve se lembrar de que o Senhor atendeu às orações de Daniel, e
cumpriu as suas promessas.
Assim, nos
dias do rei Dario o decreto para a reconstrução foi emitido, e os primeiros
grupos de exilados retornaram para a reconstrução.
Mas não foi
sem oposição, conforme o livro de Esdras testemunha.
Foram dias de
despertamento espiritual, mas de muito conflito, de sorte que o livro de
Neemias nos conta de acontecimentos que se iniciaram pelo menos doze (12) anos
depois.
Então Neemias
também se põe a orar. Isto se dá no mês de quisleu (parte de novembro e parte
de dezembro), do ano 445 A.C.
Ele ora,
confessa, jejua, até que a resposta de Deus chega no mês de nisã (março-abril),
isto é, quatro meses depois.
A obra da reconstrução
não foi sem luta.
Agora, Jesus
Mt 14:23
E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar
sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só.
Mt 26:36
Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado
Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali
orar
Mt 26:44
Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez,
repetindo as mesmas palavras.
Mc 1:35
Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um
lugar deserto e ali orava.
Mc 6:46
E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar.
Mc 14:32
Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados,
disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar.
Lc 6:12
Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e
passou a noite orando a Deus.
Lc 9:28
Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras,
tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar.
Lc 11:1
De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando
terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como
também João ensinou aos seus discípulos.
Nós poderíamos multiplicar as
referências sobre a vida de oração de nosso Senhor.
Mas agora eu gostaria de
citar um comentário de Pedro sobre Jesus, feito em Atos dos Apóstolos.
At 10:38
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e
com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os
oprimidos do diabo, porque Deus era com ele...
Irmãos, ele era Deus feito
carne. O todo poderoso Filho de Deus. Mas não fez nada sem a unção, sem o poder
do Espírito Santo em sua vida. Por isto ele precisava buscar o poder de Deus.
Ele precisava orar.
E ele nos diz que o Espírito
Santo é dado a nós da mesma forma.
Lc 11:13
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que
lho pedirem?
Nós temos o Espírito Santo na
medida em que pedirmos. Agora, pedir como? Com que intensidade? Com que
insistência? Com que labor?
Como Jesus buscava? Noites
inteiras. Lugares desertos. E quanto maior a luta, mais oração. Com agonia até.
Mateus nos diz que esta promessa
é também para todas as coisas boas.
Mt 7:11
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos
que lhe pedirem?
Qual é a coisa boa que você
precisa? Qual é a coisa boa que você sabe ser a vontade de Deus para tua vida?
O que você precisa fazer?
Orar
Como você precisa fazer? Com
fé, insistência, luta.
Paulo
2 Co 6:4,5
4 Pelo contrário, em tudo
recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas
aflições, nas privações, nas angústias,
5 nos açoites, nas prisões,
nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns,
Paulo e Epafras
Cl 1:24
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e
preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu
corpo, que é a igreja
Cl 2:1-2
1 Gostaria, pois, que
soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por
quantos não me viram face a face;
2 para que o coração deles
seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da
forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de
Deus, Cristo,
A palavra luta, no v. 1, é “agona”,
de onde vem a nossa palavra “agonia” (aflição, angústia, sofrimento)
Cl 4:12
Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo
Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para
que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus.
Amar a igreja, lutar pela
igreja, agonizar pela igreja.
A exortação da carta aos
Hebreus emprega esta mesma palavra:
Hb 12:4
Ora, na vossa luta (antagonizomenoi) contra o pecado,
ainda não tendes resistido até ao sangue.
Depois de ter falado sobre
Jesus como nosso exemplo na luta contra o pecado, o autor nos lembra que ainda
não fizemos como ele. “Até hoje vocês não lutaram contra o pecado até suar
gotas de sangue”.
Se você quer vencer o pecado,
no poder do Espírito Santo, deve lutar em oração.
Conclusão
Daniel foi um imitador de
Jesus Cristo.
Mas como isto lhe foi
custoso. Houve um preço a ser pago.
Um preço de vida: sofrimento,
angústia, auto-doação.
Houve uma luta a ser travada.
A luta de uma vida inteira.
De oração, de jejum, de busca
intensa, sem incredulidade, sem corpo mole, sem auto-condescendência.
Aplicação
Você consegue ouvir a voz o
Espírito Santo, nos chamando para isto?
Consegue entender o que ele
deseja?
Você quer ser um imitador de
Daniel?
Você quer ser um imitador de
Jesus Cristo?
Pense em seu Deus. Você o
ama? Quer conhecê-lo mais? Quer estar perto dele?
Você quer ser cheio do
Espírito Santo?
Mas isto significa abandonar
pecados, significa desistir dos prazeres deste mundo, significa buscar
santidade, buscar a Palavra, esforçar-se pelo reino de Deus. Você quer isto?
Pense em sua igreja. Você ama sua igreja? Está
disposto a sofrer, a negar-se a si mesmo, a lutar pela igreja em oração?
Isto implica em santidade;
implica esforço; implica e negar muitos prazeres, em abandonar o comodismo.
Implica estar sempre
perdoando, sempre intercedendo, sempre chorando. Implica em sentir-se só, às vezes, lutando sozinho
(lembra-se de Elias? “Eu fiquei só”).
E sua família? Sua família é
bênção. Você tem que lutar por ela, pela sua vida espiritual. De seu cônjuge,
de seus filhos.
Então levante-se e lute. Ou
melhor, ajoelhe-se e lute.
Vamos ter um tempo em oração.
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