Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 26 de janeiro de 2014

Amor sem fim - Oséias 3

IPC em Pda.de Taipas
Domingo, 26 de janeiro de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados, vamos ler o cap. 3 do profeta Oséias
Disse-me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas.  2 Comprei-a, pois, para mim por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada; 3 e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti.  4 Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos do lar.  5 Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos dias, tremendo, se aproximarão do SENHOR e da sua bondade.
Estes versículos contêm a narrativa da história de um amor muito forte. Do amor de um homem por uma mulher. Do amor de Oséias, um profeta do Senhor que viveu em Israel por volta de 750 AC, por sua esposa Gômer, que embora tão amada foi tão infiel ao seu marido, abandonando-o e trocando-o por outro homem.
E o Senhor, tomando o casamento de Oséias como uma ilustração, mostra que assim também estava acontecendo entre ele, Deus, e seu povo Israel.
Há duas expressões no v.1 que nos ajudam a entender que se tratava da esposa de Oséias:
A primeira é a palavra “adúltera”: mulher casada, que estava sendo infiel ao marido. Oséias deveria tomá-la para si. Deus não lhe ordenaria a tomar a esposa de outro homem, do contrário, seria adultério também.
A segunda expressão é “Vai outra vez”: Por quê? Porque esta seria a segunda vez que Oséias deveria ir em busca desta mulher.
A primeira vez que Oséias foi em busca de Gômer está descrita no cap. 1:2, 3, onde se narra o que aconteceu quando ele sentiu-se chamado para ser profeta.
2 Quando, pela primeira vez, falou o SENHOR por intermédio de Oséias, então, o SENHOR lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição, porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR.  3 Foi-se, pois, e tomou a Gômer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.
“Toma uma mulher de prostituições... Que lhe dará filhos de prostituição...”
E assim aconteceu: ela lhe deu um filho de prostituição.
O casamento de Oséias foi muito difícil.
Quando lhe nasceu o primeiro filho, foi chamado Jezreel, por causa dos crimes de Israel naquele vale.
O v.6 diz que depois nasceu uma menina. E o Senhor ordenou que ela fosse chamada “Lo-Rua-Ma”, que quer dizer “Desfavorecida”.
Depois, v.9, outro menino, a quem Deus chamou “Lo-ami”: “Não meu povo”.
Assim, de filho em filho, de pecado em pecado, a crise familiar foi se agravando. Porque Gômer não amava seu esposo. Um dia ela não suportou mais ficar em casa e foi-se embora com um amigo. E acabou como uma verdadeira escrava, um objeto nas mãos de alguém que por sua vez também não a amava.
Por isso Deus lhe disse:
“Vai outra vez, ama esta mulher, amada de seu amigo, e adúltera, da mesma maneira como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses, e amem bolos de passas”.
Aqui, o Senhor compara as relações de Oséias com Gômer, com as suas relações com Israel: os dois estavam sendo traídos.
Deus ama Israel, mas seu povo estava olhando para outros deuses.
Israel gostava das coisas de Deus.
O v.4 cita três bênçãos muito apreciadas por Israel:
A primeira era o rei, o ungido de Deus para apascentar o seu povo.
A segunda, “o sacrifício”: eram importantes ordenanças estipuladas por Deus que tinham a ver com sua provisão para o perdão dos pecados.
E a terceira bênção era o éfode (estola sacerdotal): as roupas especiais com as quais o sacerdote representava Israel diante de Deus.
Na estola o sacerdote trazia sobre o peito com doze pedras preciosas, que representavam as doze tribos de Israel (Êx 28:12).
E também o “urim” e o “tumim”, que eram usadas para consultar ao Senhor (Nm 26:55; 1º Sm 14:42; Js 7:14; 14:2).
Mas, ao mesmo tempo, havia também a estátua (ou coluna) e os terafim (ídolos do lar).
A estátua aqui mencionada era uma coluna erigida a Baal, um falso deus cananita.
Os terafim eram pequenas estátuas usadas no culto doméstico.
E os bolos de passas eram feitos em honra à deusa da fertilidade.
Os israelitas cultuavam a Deus e a Baal.
Ao Senhor e às imagens.
Para eles, Pai celestial não estava sendo suficiente, por isso serviam a Deus e ao diabo, a Deus e o mundo
Oséias, pois, que amava profundamente a Deus, e não tinha o seu próprio ego por precioso, de acordo com a palavra de Deus foi até o “amigo” - e que “amigo”.
Gostava tão pouco daquela mulher que a vendeu.
Por 15 moedas de prata e 200 litros de cevada Oséias a levou.
E Oséias, segundo a vontade de Deus, amou-a, perdoando-lhe e recebendo-a de volta.
Então lhe disse:
“Você vai esperar por mim muitos dias; não vai se prostituir, não vai mais me trair; durante esse tempo não teremos relações conjugais, e eu também estarei esperando por você, pelo seu amor” (paráfrase do v. 3).
“Por que desta maneira”, disse o Senhor, “será também comigo e Israel”.
Eles ficarão muitos dias sem rei, sem príncipe, sem estátua, sem ídolos do lar, sem sacrifício,
Até que, enfim, arrepender-se-ão, voltar-se-ão para mim, e se aproximarão de mim e da minha bondade.
E foi assim que aconteceu:
Nos dias de Senaqueribe, rei da Assíria, começou o fim de Israel, o reino do norte.
Até que neste tempo que o Novo Testamento chama de “últimos dias”, os verdadeiros israelitas tem se convertido ao Senhor Jesus (Ex.: At 2:17; Gl 3:7-9).
Para nós, neste tempo que se chama hoje, o que podemos aprender da Palavra do Senhor, aqui registrada?
1. Aprendemos quão imenso, como é rico, como é infinito amor que Deus tem para com seu povo
1.1 - Deus nunca desiste de nos amar
No v. 1 ele diz: “Vai outra vez”, de novo: mesmo que ela tenha sido infiel, mesmo que ela não tenha correspondido; continua amando, da mesma maneira que o Senhor ama aos filhos de Israel.
O amor de Deus é algo que não acaba nunca.
A Bíblia conta como é que Deus se empenhou para vir nos buscar:
Por exemplo, em Lucas cap. 15 Jesus nos conta três parábolas que descrevem o amor de Deus:
A primeira é a parábola da ovelha perdida: onde um pastor, tendo 100 ovelhas, certo fim de tarde percebe que uma de suas ovelhas se perdeu no deserto. Então ele deixa as outras noventa e nove em segurança e sai em busca daquela que se perdeu. Ele só tem sossego no coração quando encontra a ovelha perdida.
A segunda é a parábola da moeda perdida: uma dona de casa tinha dez moedas, disse Jesus, e um dia deu pela falta de uma delas: então ela abriu as janelas, acendeu as lâmpadas, arrastou os móveis, varreu a casa, e só se satisfez quando encontrou a moeda perdia.
E a terceira parábola, a do filho perdido: a história de um pai que um dia viu seu filho sair de casa, para viver uma verdadeira vida morta, dissipando seus bens numa vida dissoluta, com mulheres e amigos errados, bebedeiras. O pai só voltou a ter alegria quando aquele filho se arrependeu e voltou para casa. E o pai o recebeu com uma alegria imensa, de braços abertos.
O que nosso Salvador quis dizer é que assim é o amor de Deus por nós: um amor que persevera, que deseja, que busca.
Jr 31:3
De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.
Amor eterno, benigno.
Sabe porque você está aqui hoje? Porque Deus ama você: o fato de você estar aqui, e não lá fora fazendo o que o diabo gosta, o fato de você estará aqui participando dos cânticos, das orações, gozando este tempo de fraternidade espiritual, ouvindo a pregação da palavra de Deus, são evidências de que hoje é tempo em que Deus está chamando você para crer em seu amor.
1.2 – Veja a intensidade do amor do Senhor: Deus ama Israel, embora...
Deus não nos amou por causa de nossa justiça, ou amor, ou fidelidade.
Israel é como uma mulher adúltera: não uma mulher que havia sido, mas uma mulher que estava em adultério, e que de acordo com a lei deveria ser apedrejada até à morte.
Mas em vez de apedrejamento, a esposa de Oséias deveria ser amada, perdoada, e restaurada.
E é assim que Deus nos ama.
Rm 6:23
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
O salário do pecado é a morte
Rm 5:8
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
É assim que Deus nos ama
Deus ama os pecadores
2. Mas esta história também nos fala da dureza, da insensibilidade, da infidelidade dos homens para com Deus e seu amor
Gômer tem um esposo que a ama, que a tirou da prostituição - e olha para outros homens...
Israel tem as coisas de Deus - foi liberto do Egito; tem a lei, os profetas, os sacerdotes, habita uma terra fértil, tem proteção, trabalho, felicidade - mas olha para outros deuses; gosta de bolos de passas (v.1)
Talvez fiquemos sem entender a atitude de Gômer.
Talvez fiquemos sem entender a atitude dos israelitas.
Mas será que é diferente conosco?
Temos sido plenamente fiéis a Deus? À sua palavra? À sua vontade, aos seus mandamentos?
Assim como aquele falso amigo levou a esposa de Oséias, há um falso amigo que busca afastar-nos de Deus.
Fico imaginando aquele falso amigo tentando a esposa de Oséias, fazendo juras de amor, prometendo felicidade fora do lar:
- “Você, uma mulher tão bonita, presa aqui, lavando louça, lavando a roupa deste homem, você não foi feita pra isso; vem comigo que eu posso te dar coisas melhores, vem gozar a vida...”
Assim também Satanás. Ele começou lá no Jardim do Éden. Enganou, seduziu Eva - dizia que o pecado era bom, e que Deus, ao proibir certa coisa, na realidade estava tentando impedir que eles fossem livres (Gn 3:4-6).
Da mesma forma ele nos tenta dizendo que as coisas proibidas não são realmente proibidas. Mas cuidado!
Ef 2:1-3
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.
Aqui Espírito Santo nos diz que quando fazemos a vontade de nossa própria carne, que quando estamos seguindo o curso de pecados deste mundo, estamos satisfazendo os desejos de Satanás.
Tg 4:4
Infiéis (adúlteros e adúlteras), não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Jo 10:10
O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
O fruto que Israel colheu foi o exílio. O fruto que Gômer colheu foi a escravidão. O fruto de pecado é isto: destruição da paz, da alegria e de tudo o que é bom.
3. Oséias também nos lembra do preço pago por Deus, para nos libertar do inimigo
Oséias pagou “barato”.
Mas o preço que Deus por nós foi grande demais.
At 20:28
Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.
Deus pagou com seu próprio sangue, isto é, com a sua própria vida dada na cruz, morrendo em nosso lugar.
Porque Deus amou ao mundo pecador com tanta intensidade que deu seu filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).
Ef 1:7
(Em Cristo) temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça...
Ele nos libertou do poder do pecado, do mundo e do diabo.
Isto envolveu sofrimento imenso.
Todo o castigo que era nosso caiu sobre ele
Porque ele nos amou; quis nos dar vida, nos libertar.
4. Aprendemos qual é a atitude que devemos ter diante do amor de Deus
v. 5
Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos dias, tremendo, se aproximarão do SENHOR e da sua bondade.
No v. 4 nós vemos o que acontece quando um filho de Deus tem um coração divido: nada o satisfaz; ele quer servir a Deus, mas também olha para outros deuses; ele busca a vontade de Deus, mas também quer fazer a sua própria vontade; ele quer fazer parte da igreja, mas também quer uma vida mundana.
E o v. 5 diz que a vida deles só será verdadeiramente livre quando fizerem o que Deus deseja, isto é, que se arrependam, voltem para o Senhor, aproximem-se de sua bondade.
Que últimos dias são estes dos quais nos fala o profeta? São os dias em que os escolhidos do Senhor finalmente entendem quão grande é o seu amor para com eles.
Quando entendem este amor e voltam-se para o Senhor, experimentam o quanto ele é bom, pois o Espírito Santo diz: Provai e vede que o Senhor é bom (Sl 34:8, 9).
Bem nenhum falta aos que o temem:
Não falta a alegria da salvação
Não falta a alegria do perdão dos pecados
Não falta a alegria de uma vida cheia do Espírito
Não falta a alegria de um viver na presença de Deus
Não falta a  alegria da vida eterna
Aplicação
Se o amor de Deus por nós é assim, eu gostaria de fazer algumas aplicações destas verdades para nossa vida:
1. Para aqueles que já são crentes em Jesus, isto é, para aqueles que já receberam o Filho de Deus como seu salvador, que entregaram sua vida a ele e agora o seguem.
Existe alguma outra pessoa, ou alguma coisa em sua vida que assume a forma de um ídolo em seu coração?
Quero dizer, existe alguma infidelidade a Deus, algum pecado que você deve abandonar? Algum amor às coisas mundanas que desagradam ao Pai? Existe alguma área em sua vida, na qual você está contrariando à vontade de Deus?
Se houver, confesse, abandone, volte-se para o amor do Pai; amor eterno, inesgotável, insuperável. Deleite-se numa vida de plena comunhão com Deus.
2. Para aqueles que ainda não seguem a Jesus
Deus ama pecadores.
Jesus veio para buscar as ovelhas desgarradas, de dar vida aos espiritualmente mortos, buscar o filho perdido, de libertar os cativos do diabo.
Se você não tem Jesus então sabe o que o pecado tem feito em sua vida: escravidão a vícios, adultérios, inimizades, mentiras, medo, violência, coisas semelhantes a estas e por fim a morte eterna são o fruto de uma alma escrava de sua própria vontade e separada de Deus.
Mas em Jesus, na morte de Jesus pelos nossos pecados, em nosso lugar, há perdão, há redenção, há cura e libertação.
Confie em Jesus, entregue sua vida a ele, e ele te salvará.
3. Para todos os que aqui estamos
Adoremos a Deus por seu amor e justiça. Adoremos a Deus por tão grande salvação.
Prestemos atenção em Oséias.
Este homem de Deus foi traído, e mais de uma vez, por sua esposa.
Mas, atendendo à palavra de Deus, ele negou-se a si mesmo; ele a perdoou, ele a buscou, ele a restaurou. O nome disto é amor.
Assim como Cristo amou à sua igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Porque quando um homem conhece o amor e o perdão de Deus, o seu coração é transformado.
Ele tem no coração o poder do Espírito Santo, que lhe dá esta mesma capacidade de amar, perdoar e restaurar.
Há alguém, em alguma área de sua vida, que precisa do seu perdão, ou a quem você precisa perdoar no seu coração?
Se houver, perdoe, agora, em nome do Senhor. E com isto você estará sendo um imitador do seu Pai celestial.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Como experimentar o amor e o perdão de Deus [1] - Sl 32

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 19 de janeiro de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler o Salmo 32
Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto.  2 Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo.  3 Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.  4 Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.  5 Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.  6 Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão.  7 Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento.  8 Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho.  9 Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.  10 Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá.  11 Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração.
Bem-aventurado (feliz) o homem cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto (vs. 1, 2).
O plano de Deus é que a vida cristã seja cheia de bênção, alegria, satisfação e significado.
Jesus disse:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28).
“Se me pedirdes alguma cousa em meu nome, eu o farei...” (Jo 14:14).
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância...” (Jo 10:10).
E Paulo escreveu:
“Não andeis ansiosos por cousa alguma...” (Fp 4:6 ).
“Regozijai-vos sempre, alegrai-vos no Senhor...” (1ª Ts 5:16; Fp 3:1).
“O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5:22,23).
Portanto, o desejo de Deus é que a cada dia possamos dizer: “Este é o dia que fez o Senhor! Alegremo-nos e regozijemo-nos nele” (Sl 118:24).
Mas, se queremos ser realistas, temos de admitir que muitas vezes não é assim que acontece conosco.
Tantas vezes nos pegamos tristes, abatidos, deprimidos.
“Para muitos, a vida cristã é um fardo, uma terrível cruz a ser suportada em antecipação ao céu” (Bill Bright).
Qual será a razão?
De acordo com a Bíblia, existem várias razões pelas quais é possível um crente sentir-se entristecido, e até mesmo deprimido: às vezes, pode ser um desejo, uma bênção que ele tem esperado, mas que parece ser demorada em chegar, ou pode ser porque as pessoas à sua volta estão andando em rebelião contra Deus, ou as circunstâncias são adversas, ou problemas de saúde.
Mas, de todas as razões que podem fazer com que o crente se torne uma pessoa triste e abatida, a pior delas, é o pecado.
Esse salmo que lemos foi escrito por um homem que conheceu, em sua experiência, o que é abatimento, o que é depressão espiritual.
Mas aprendeu também qual era a razão, e como solucionar o seu problema.
Por conseguinte, temos muito a aprender com ele.
1 – Primeiro vejamos o problema: os dias de derrota em sua vida espiritual
vs. 3, 4
Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.  4 Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.
“Envelheceram os meu ossos, pelos meus constantes gemidos”
Ele perdeu a juventude; chorava o tempo todo.
“A tua mão pesava sobre mim...”
Estava sendo disciplinado por Deus.
“O meu vigor se tornou em sequidão de estio”...  (seca de verão)
Davi, escolhido de Deus, rei de Israel, ungido do Senhor, profeta de Deus, de cujo interior deveriam estar fruindo “rios de água viva”, estava se seco e sem vida.
2 – Agora vejamos a razão desta sequidão: o pecado
vs. 3, 5
Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia
Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.
Enquanto calei os meus pecados... - v.3
Confessei-te o meu pecado... - v.5
Quando nós pensamos em pecado na vida do rei Davi, quase que imediatamente nos lembramos daquela triste história de adultério, mentiras e assassinato registrada em 2º Samuel 11.
Ali a Bíblia conta que certa ocasião, enquanto os exércitos de Israel estavam na batalha contra seus inimigos, e Davi não saiu à frente, como era costume dos reis.
Ele ficou em seu palácio, e foi nesta ocasião que cometeu adultério.
Algum tempo depois a mulher enviou um recado ao rei: Estou grávida.
E desejando encobrir o seu pecado, Davi ordenou que Urias, o marido dela, fosse colocado na linha de frente na batalha. Ali o marido morreu.
Mas Deus se irou contra Davi, e o repreendeu duramente.
A mão do Senhor passou a pesar sobre ele.
É isto o que o pecado faz conosco. Ele nos separa de Deus:
Is 59:1, 2
Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir.  2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.
Mas Deus não nos mostra apenas o problema...
3 – Também nos ensina a solução dada por Deus, que é a confissão dos nossos pecados
No v. 3 ele diz: Enquanto eu calei...
E no v. 5: Confessarei...
A solução para o problema dos nossos pecados é confessá-los a Deus.
A palavra “confessar” significa “falar a mesma coisa, concordar, declarar a verdade, falar a verdade”.
Nossa tendência natural é fugir, se esconder, como Adão fugiu.
Mas a solução apresentada por Deus não é que fujamos de sua presença, ao contrário, é que nos aproximemos e confessemos a ele.
1ª Jo 1:7-9
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.  8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.  9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
O sangue de Jesus é poderoso para nos purificar de todo o pecado.
Para isto o que precisamos fazer é simplesmente “andar na luz”, admitir que temos pecados.
Nem sempre adulteramos, mas sempre pecamos.
Pois como diz o apóstolo João, “pecado é a transgressão da lei”  (1ª Jo 3:4). Cada vez que nós desobedecemos àquilo que diz a Palavra de Deus estamos pecado.
Além disto, como nos ensina Tiago, “aquele que sabe que deve fazer o bem, mas não o faz, nisto está pecando” (Tg 4:17).
Davi confessou suas transgressões, e é isto o que nós também precisamos fazer.
4 – Por último, consideremos os resultados da confissão
Eles estão mencionados nos vs. 5-11
O v. 5 descreve o fato do perdão. Se confessarmos Deus nos perdoa e então nada nos separa dele.
O v. 6a descreve uma vida renovada de oração.
Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te.
Também lemos sobre a vitória espiritual em meio às tribulações - vs. 6b,7
Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão.  7 Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento.
Uma vida orientada por Deus  e afirmada nos vs. 8,9
Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho.  9 Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.
E nos vs. 10 e 11, uma vida cheia de alegria, um verdadeiro “céu na terra”.
Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá.  11 Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração.
Conclusão e aplicação
Vamos ler Provérbios 28:13
O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.
Para que possamos viver com alegria e vitória, abundantes na oração e dirigidos por Deus, é necessário que não haja, entre nós e Deus, nenhum pecado deliberado.
Quero dizer: nem sempre nós temos consciência de cada pecado; mas na medida em que buscamos comunhão com Deus, na medida em que ele nos confronta através da pregação, da leitura bíblica, do conselho de irmãos, na medida em que o Espírito Santo fala à nossa consciência, nós devemos admitir nossas transgressões, buscar a purificação por meio de Jesus e o viver na sua luz.
Por exemplo, a Bíblia diz:
“Em tudo dai graças...”
“Orai sem cessar...”
“Buscai primeiro o reino de Deus e  a sua justiça...”
“Ide e pregai...”
“Filhos, obedecei aos vossos pais...”
“Esposas, sede submissas aos vossos maridos...”
“Maridos, amai vossas esposas...”
“Pais, não irriteis vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor...”
“Perdoando-vos uns aos outros..., andai em amor...”
Se você percebe que tem desobedecido à santa Palavra de Deus, confesse, mude de atitude, e renove o seu andar com o Senhor.




[1] Título de um livreto de Bill Bright, que trata da confissão de pecados

domingo, 12 de janeiro de 2014

Oração - At 4:23-31

1ª IPC de São Paulo, Domingo, 12 de janeiro de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler Atos 4:23-31
23 Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. 24 Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; 25 que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? 26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; 27 porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, 28 para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; 29 agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, 30 enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus. 31 Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.
Desde o início, no cumprimento de sua missão de proclamação do evangelho e expansão do reino de Deus, os discípulos de Jesus sempre encontraram muita oposição.
Porque pregar o evangelho é escancarar as portas do inferno, invadir o reino das trevas, para trazer os escravos do diabo à liberdade que Cristo dá - daí a oposição.
Mas Jesus Cristo prometeu estar com os seus, e então, desde o início os discípulos aprenderam que, em comunhão com Jesus, por meio da oração podem receber direção, sabedoria, discernimento e poder, coragem para pregar.
Esse texto que lemos é o retrato de uma igreja que sabia da importância de uma vida, de um trabalho cheio de oração, perseverante, confiante, e que por isso mesmo fez da oração um dos principais aspectos de seu modo de servir a Deus.
Aqui, através do exemplo dado por estes irmãos, a Palavra de Deus nos trás preciosas lições a respeito da oração. Desejo destacar três lições:
1. Em primeiro lugar, aprendemos o que é oração
1.1. Orar é falar com Deus
O v.31 diz : “Tendo eles orado”
E o v.24: “Levantaram a voz a Deus”
O cristianismo (o verdadeiro) ensina que podemos, através do nome de Jesus, nos achegar a Deus, e falar com ele diretamente, por meio da oração.
Digo “o cristianismo verdadeiro” porque algumas pessoas creem que precisamos de mediadores:
- Alguns creem que precisamos a intercessão dos “santos”.
- Alguns creem que precisamos de espíritos intercessores que, verificando se as nossas orações forem “puras” o suficiente, as levarão a Deus.
Uma idéia parecida muitas vezes surge na mente de alguns crentes. Você já viu algum irmão dizendo mais ou menos assim: “A minha oração é tão fraca que não passa do teto”?
Ainda que entendamos o sentido do que estes irmãos estão dizendo, eu pergunto: em que lugar na Bíblia está escrito que a nossa oração deve passar do teto?
Ao contrário, mesmo que estejamos nos sentindo muito fracos, podemos ter certeza de que Deus nos ouve, pois ele está perto.
Veja Is 57:15
“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos”.
Veja o Salmo 139 – Ele nos cerca por trás e por diante, está conosco quando nos levantamos e nos deitamos, na luz e nas trevas. Em todo lugar, em todo tempo.
Meu irmão, quando você se chega ao Pai confiando no nome de Jesus, Deus ouve suas orações.
1.2. Orar é apresentar a Deus as nossas necessidades
No v.29, eles pedem ao Senhor que lhes conceda coragem para testemunhar.
No v.30, pedem que o Senhor estenda a mão, a fim de que os acompanhem os sinais de que Deus estava com eles enquanto pregavam.
Isto porque diante da perseguição que estavam sofrendo, necessitavam de renovada coragem para continuar a dar testemunho de sua fé.
E Deus lhes concedeu o que pediram.
Agora leiamos Filipenses 4:6
“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”.
E também Filipenses 4:19
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”.
Irmão, o que você precisa para viver de maneira mais obediente, frutífera, para a glória de Deus?
- Você precisa de mais coragem para testemunhar? - peça a Deus
- Você precisa poder para vencer o pecado? - peça a Deus
- Você precisa poder para uma vida santa? - peça a Deus
Estou pensando num querido irmão, a quem tive o privilégio de conduzir a Cristo: o nome dele é Fernando.
Eu sempre via o Fernando passando em frente à casa em que eu morava. E em certa ocasião comecei a sentir um peso muito grande no coração, em relação à alma dele. Mas nós não nos conhecíamos, e então eu propus a um jovem a quem eu estava ensinando os primeiros passos do discipulado, que nós começássemos a orar em favor do Fernando.
Na mesma ocasião este jovem também propôs que orássemos por uma senhora de quem ele ouvira falar, que estava com câncer, em estado terminal, a fim de que pregássemos o evangelho a ela. Eles também não se conheciam.
Cerca de duas semanas depois, num domingo, o Fernando foi à igreja em que eu trabalhava. Depois do culto o pastor me apresentou o Fernando e disse: “Plínio, este moço quer aceitar a Jesus. Você pode conversar com ele”?
E alguns minutos depois o Fernando estava orando comigo, recebendo a Jesus como seu Deus e Salvador. Depois disto estudamos juntos a Bíblia (discipulado, como nós costumamos chamar), ele fez sua profissão de fé e se tornou membro da igreja.
Mais umas duas semanas, uma das irmãs da D. Guiomar se encontrou com a mãe daquele jovem que, eu já mencionei, orava comigo.
Elas começaram a conversar e a mãe do “meu filho na fé” contou que ele havia se tornado crente em Jesus. Quando a irmã da senhora enferma ouviu isto, fez um pedido: “Por favor, pede prá ele ir conversar com a Guiomar. Ela tá precisando tanto”.
Então nós fomos evangelizar aquela senhora enferma. Depois que ela recebeu a Jesus, nós a visitamos mais uma ou duas vezes, e ela partiu para estar com o Senhor.
Eu tenho certeza de que estas duas conversões foram frutos de nossos orações.
Ore com fé no poder, no amor e na palavra de Deus.
Quando é que podemos orar com tanta certeza? Quais são as bases da nossa certeza?
Isto nos conduz à segunda lição:
2. Aprendemos também quais são as bases da oração de fé
2.1. A primeira base que eles tinham era o conhecimento de quem é Deus
Eles conheciam o Deus em quem eles criam (Daniel 11:32 nos diz que o povo que conhece ao seu Deus será forte e ativo)
No v.24, eles dizem que ele é o Soberano Senhor, o Criador.
No v.28, que Deus é o Senhor soberano da história, que tem tudo sob seu controle, até mesmo quando os inimigos se levantam.
No v.29, que Deus é aquele que opera até mesmo as disposições interiores (mente e coração humanos) - Ele é quem dá coragem, quem inclina os corações segundo o seu querer, ele é quem concede força interior, amor, moderação, fé, arrependimento dos pecados, esperança diante das dificuldades.
No v. 30, ele é poderoso para operar curas, sinais, prodígios: criam não apenas que Deus predeterminou tudo, mas que atua, age, intervém a cada instante, movendo a história pelo poder de sua vontade. Para eles, milagre era a coisa mais natural do mundo, visto que Deus nunca cessa de agir.
2.2 – A segunda base: o conhecimento que tinham do propósito de Deus
No v.28, dizem que o que estava acontecendo era propósito de Deus.
Como eles sabiam disto? Deus o revelou em sua Palavra, e eles a conheciam.
Leiamos novamente os vs. 25-27
(Tu, Soberano Senhor) que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? 26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; 27 porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel,
Estas palavras correspondem ao que está escrito em Salmos 2:1, 2.
E segundo eles entendiam, o Salmo 2 é Palavra de Deus, dada pelo Espírito Santo, através de Davi; é revelação do propósito de Deus.
E com base nesse conhecimento oravam com fé.
Por que podemos orar por santificação? Porque esta é a vontade de Deus revelada na Bíblia.
Por que podemos orar por poder para vencer o pecado, as tentações? Porque esta é a vontade de Deus revelada na Bíblia.
Por que orar pelo crescimento da igreja? Porque esta é a vontade de Deus revelada na Bíblia.
Por que levar a Deus todas as nossas necessidades, todas as nossas ansiedades?  Porque esta é a vontade de Deus, revelada na Bíblia.
2.3 – A terceira base: o conhecimento que tinham de suas vidas, dentro do propósito de Deus
No v.29, eles chamam-se a si mesmos servos do Senhor – Senhor, somos o teu povo, os teus escolhidos, teus amados (E se Deus é por nós, quem será contra nós?).
Estavam a serviço de Deus, para o cumprimento de sua vontade. Não eram donos de si mesmos. Suas vidas eram totalmente dedicadas ao Senhor e ao seu serviço.
Amados, somos servos de Deus desta hora. Somos seus amados. Seus escolhidos em quem ele se deleita, em quem ele tem prazer de abençoar.
O propósito de Deus é edificar sua igreja, é edificar nossas vidas no conhecimento dele, é alcançar e abençoar outras vidas por nosso intermédio.
Então, por meio da fé na palavra de Deus, por meio da fé em Jesus, dediquemo-nos a orar, a testemunhar, a trabalhar, a pedir-lhe que ele nos use.
3. Em terceiro lugar, aprendemos quais são os resultados da oração
De acordo com Jesus uma das maiores evidências do agir do Espírito Santo em nós é o desejo e a alegria de testemunhar a respeito dele. E foi exatamente isto o que aconteceu quando o Senhor respondeu à oração da igreja:
v. 31
Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.
Agora eu gostaria de relacionar dois outros textos:
Em Lucas 11:13 nós lemos:
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
E em Mateus 7:11
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?
Em Lucas Jesus nos ensina que devemos pedir ao Pai celestial, e ele nos dará de seu Santo Espírito. No texto paralelo, de Mateus 7:11, ele diz que se pedirmos ele nos dará toda a sorte de coisas boas. A implicação é que o Espírito Santo é a fonte de todas as coisas boas, como fé, coragem, amor, etc.
Se formos cheios do Espírito, mais condições temos de andar de acordo com os propósitos de Deus para nós, conforme revelados em sua Palavra.
Mais dois textos
Efésios 5:18
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito...
À luz deste texto, eu pergunto: Deus deseja que sejamos cheios do Espírito Santo?  Deus deseja que tenhamos poder para testemunhar? Deus deseja nos dar toda sorte de coisas boas?
Se deseja, o que ele fará se nos dedicarmos a pedir-lhe?
1ª João 5:14, 15
E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.  15 E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito.
Conclusão e aplicação
O Evangelho é uma mensagem maravilhosa: diz que por meio de Jesus Cristo, podemos nos achegar pessoalmente a Deus, o nosso criador, o criador de todo o universo, aquele que é Senhor absoluto de todas as coisas, que governa todas as coisas, que governa nossa vida, e que também é nosso amoroso pai celestial, que promete atender a cada uma de nossas necessidades.
Você pode falar com Deus, lançar sobre ele suas ansiedades, porque ele tem cuidado de você.
Irmão, nunca deixe de orar, nunca desanime de orar:
Como Jesus ensinou, ore na igreja, com seus irmãos, pois onde estão, dois ou três, ele está no meio deles
Ore sozinho, no teu quarto, em secreto...
Ore sem cessar. Ore! Ore! Ore!

Vamos orar agora?

domingo, 5 de janeiro de 2014

Tu me amas? - Jo 21:15-23

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 5 de janeiro de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler dois textos dos evangelhos.
Primeiramente, Lucas 22:54-62
Então, prendendo-o, o levaram e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe.  55 E, quando acenderam fogo no meio do pátio e juntos se assentaram, Pedro tomou lugar entre eles.  56 Entrementes, uma criada, vendo-o assentado perto do fogo, fitando-o, disse: Este também estava com ele.  57 Mas Pedro negava, dizendo: Mulher, não o conheço.  58 Pouco depois, vendo-o outro, disse: Também tu és dos tais. Pedro, porém, protestava: Homem, não sou.  59 E, tendo passado cerca de uma hora, outro afirmava, dizendo: Também este, verdadeiramente, estava com ele, porque também é galileu.  60 Mas Pedro insistia: Homem, não compreendo o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo.  61 Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo.  62 Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente (Lc 22:54-62).
E agora João 21:15-23
Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros.  16 Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas.  17 Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.  18 Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres.  19 Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me.  20 Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor?  21 Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este?  22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.  23 Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?  (Jo 21:15-23).
Esta era já a terceira vez que Jesus se manifestava aos discípulos, depois de haver ressuscitado dentre os mortos (v.14).
Os discípulos de Jesus haviam trabalhado no mar durante a noite inteira, mas sem conseguir nada.
Então, quando o dia estava raiando, Jesus apareceu na praia, mas os discípulos não o reconheceram.
- “Vocês têm algo para comer?”, ele perguntou
- “Não!”
- “Então lancem a rede à direita do barco”
E pescaram 153 grandes peixes. E quando isto aconteceu, o primeiro a perceber que era Jesus foi João, que por sua vez contou a Pedro.
E Pedro lançou-se ao mar para ir ao encontro de Jesus. Logo os demais também chegaram.
E cearam com Jesus (já pensou, você numa praia com Jesus, comendo com ele um peixe que ele mesmo assou?).
Depois disto, Jesus e Pedro saíram andando pela praia, e João foi seguindo um pouco mais atrás (v.20).
E enquanto caminhavam, Jesus fez a Pedro a maior pergunta, a mais importante pergunta que Deus faz a todo homem:
- “Você me ama?”
E Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”.
Isto é o mais importante. Jesus não estava aqui, antes de tudo, querendo saber como estava a cabeça de Pedro, quero dizer, não fez nenhuma pergunta sobre suas convicções teológicas.
Jesus perguntou a Pedro sobre aquilo que é mais essencial, sobre aquele que, de todos os ensinos, de todos os mandamentos, é o mais importante, e que diz: “amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento”.
Por que, se alguém cumpre este mandamento, então cumpre toda a vontade de Deus.
Você ama a Jesus?
Eu gostaria de meditar com vocês sobre três razões pelas quais o amor a Jesus é a coisa mais importante da nossa vida.
1. O amor é a condição básica, sem a qual ninguém pode ser discípulo de Jesus
v. 19
“Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me”.
Somente depois de perguntar três vezes, e depois de receber três respostas afirmativas, Jesus disse a Pedro: “segue-me”.
Jesus perguntou três vezes, também para restaurar a consciência e o coração de Pedro.
Pedro estava se sentindo um grande fracasso, tanto que, na noite anterior, resolvera desistir de ser pescador de homens, e voltou a ser pescador de peixes - mas Jesus foi ao seu encontro.
Meu irmão, talvez como Pedro, você não esteja se sentindo, ultimamente, um grande sucesso como cristão.
Mas a pergunta mais importante não é se você é um grande sucesso.
A pergunta mais importante é: “Você ama a Jesus?”.
Talvez, como Pedro, você o tenha negado abertamente:
Ou dado mau testemunho.
Ou tenha sido vencido por alguma tentação.
Mas você ama a Jesus?
Se você o ama, então esqueça as coisas que ficam para trás, e siga-o.
Fp 3:13,14
“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Por outro lado, ai daquele que tenta seguir a Jesus e não o ama.
Pois simplesmente não conseguirá. Por que, para segui-lo, é necessário amor.
É necessário amar sua santidade
Mt 5:27-30
“Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28 Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. 29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. 30 E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno”.
É necessário amar seu reino
Mt 6:33
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.
É necessário amá-lo acima de qualquer pessoa
Mt 10:37
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim”.
Sem amor a Jesus é impossível guardar seus mandamentos
Jo 14:15,21
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos... 21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele”.
2. O amor a Jesus é a condição básica sem a qual ninguém pode viver uma vida de serviço a ele
Nas três vezes que ouviu de Pedro uma resposta afirmativa, Jesus lhe disse: “Cuida das minhas ovelhas. Cuida do meu rebanho”.
Já antes de sua morte, ele havia dito a Pedro: “Quanto te converteres, cuida dos teus irmãos” (Lc 22:32).
Esta ordem marcou profundamente a vida e o ministério de Pedro
1o Pe 5:1-4
“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: 2 pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; 3 nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. 4 Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória”.
Sim, muito tempo mais tarde, Pedro pensava em si mesmo acima de tudo como um pastor.
O amor é imprescindível para o ministério pastoral, e para o exercício de todos os ministérios.
Você sabe que em 1ª Co 12 e 14, o apóstolo Paulo trata dos dons espirituais: quais são eles, para que servem, como devemos usá-los na igreja.
Mas entre 1ª Co 12 e 14, há 1ª Co 13, não é? E do que Paulo trata em 1ª Co 13? Sobre o amor com o qual, seja qual for o nosso dom, devemos exercitá-lo.
E o que é amar?! Quando Deus nos fala de seu amor, está falando de seus perdão e cuidado para conosco. E que assim também devemos ser uns com os outros.
1o Pe 4:8-11
“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. 9 Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. 10 Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 11 Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”
Cada um de nós tem pelo menos um dom espiritual, isto é, uma capacidade especial, dada por Deus, para que com ela sirvamos a Deus e ajudemos no crescimento espiritual de nossos irmãos.
O apóstolo Paulo diz que a igreja é como um corpo, e cada um de nós, os que cremos em Jesus Cristo somos como que membros deste corpo.
E assim como num corpo humano existem muitos membros que se ajudam uns aos outros, assim é também entre nós.
No corpo humano, existe por exemplo:
A boca: a boca fala - na igreja existem os que tem dons de falar: professores, pastores, conselheiros.
Os ouvidos: eles são para ouvir - na igreja também. São necessárias pessoas que tem a capacidade de ouvir - bons ouvintes são ótimos conselheiros.
Mãos: ajudar
Joelhos: orar
Se você já conhece seu dom espiritual, use-o para ajudar os irmãos, para abençoar a igreja.
Se você ainda não sabe qual é o seu dom, procure descobrir, em oração, consagrando-se ao Senhor, aconselhando-se com outros, e trabalhe. Trabalhe para o bem dos irmãos em Cristo.
3. O amor é a condição básica, sem a qual ninguém pode tomar a sua cruz
vs. 18,19
Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19 Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me”.
O gênero de morte com o qual Pedro haveria de glorificar a Deus era através do martírio. Segundo a tradição ele foi crucificado com a cabeça para baixo, nos dias da perseguição sob Nero.
Há dois outros textos que eu gostaria de relacionar com este:
Mt 16:24
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Rm 8:36
“Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”.
As palavras de Jesus nos dizem que o morrer para si mesmo diz respeito a todos os seus discípulos; e também que significa uma escolha voluntária.
O tomar a cruz, o morrer para si mesmo, para os desejos pecaminosos, o morrer para os seus próprios planos, e seguir a Jesus é inevitável para todos os crentes.
Não consegue tomar a sua cruz aquele que ama o mundo. Por isto também o amor a Jesus é a coisa mais importante da nossa vida.
Conclusão e Aplicação
Você ama a Jesus?
Siga-o.

Sirva-o, trabalhe para ele.
▲Topo