Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 25 de maio de 2014

A promessa de Deus para nossas famílias - At 2:37-41

IPC em Pda de Taipas

Domingo, 25 de maio de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Atos 2:37-41
37 Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?  38 Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.  39 Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.  40 Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.  41 Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. 
Atos cap. 2 é um dos textos mais emocionantes da Bíblia. Nos conta sobre o cumprimento de uma antiga e maravilhosa promessa de Deus, a respeito da qual os profetas do Antigo Testamento haviam falado muitas vezes, e que, Jesus dissera, estava prestes a se cumprir, depois que ele morresse pelos nossos pecados, ressuscitasse e voltasse para o céu.
E esta promessa era que, uma vez que Jesus não ficaria na Terra para sempre, depois que voltasse ao céu ele enviaria outro consolador como ele; a saber, enviaria o Espírito Santo, que virar para morar no coração de cada crente em Jesus. [1] Este Consolador nunca nos deixaria, e tempos depois o Novo testamento o chamou o “Espírito de Cristo”, porque ele representa a Jesus habitando nos crentes.
Então, depois que ressuscitou, antes de voltar para o céu, Jesus mais uma vez falou, determinando que
… não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.  Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.[2]
E assim os discípulos ficaram esperando. Alguns dias depois havia em Jerusalém uma festa judaica, chamada “Pentecostes”, para a qual concorriam judeus e gentios de muitos países do vasto mundo conhecido naquela época.
E “de repente, a promessa chegou”. Os discípulos de Jesus, eram mais ou menos umas cento e vinte pessoas, estavam todos reunidos no mesmo lugar. E veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem, proclamando as grandezas de Deus.
Quando se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, pessoas de muitas nações e idiomas que estavam em Jerusalém, perplexas, porque cada um ouvia os crentes a falar na sua própria língua.
Então Pedro se levantou e começou a pregar, dizendo que o que estava acontecendo era o cumprimento da promessa de Deus:
At 2:16-21
16 Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: 17 E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; 18 até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.  19 Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça.  20 O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.  21 E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo
E depois disto, Pedro começou a falar sobre Jesus, homem aprovado por Deus, que fez o bem, que anunciou a salvação, mas que foi odiado, traído, torturado e morto pelos judeus, através das mãos dos romanos, mas que Deus ressuscitara e levara de volta ao céu.Depois que Jesus foi recebido no céu, assentou-se à direita de Deus, e enviou o Espírito prometido:
At 2:32, 33
32 A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.  33 Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.
Assim, tudo o que estava acontecendo era o sinal evidente de que aquele Jesus a quem os judeus mataram, era realmente o Filho de Deus, a quem o Pai fez Senhor e Salvador.
Quando a multidão ouviu estas coisas, o coração deles ficou quebrantado, e perguntaram: o que Devemos fazer para ser salvos?
Ao que Pedro respondeu:
“Arrependam-se, isto é mudem sua maneira de pensar, mudem de vida, e sejam batizados em nome de Jesus”.
“Se vocês fizerem isto, então seus pecados serão perdoados e vocês também receberão o dom do Espírito Santo”.
Porque Pedro disse que as pessoas que se arrependessem deveriam ser batizadas em nome de Jesus? Porque o batismo é uma manifestação pública, uma confissão de que uma pessoa crê em Jesus e o reconhece como seu Senhor e Salvador.
E então, ecoando mais uma vez as palavras de Deus no Antigo Testamento, Pedro acrescenta:
Mas esta promessa de perdão, do dom do Espírito Santo, esta promessa de salvação não diz respeito somente vocês – também é para seus filhos, e para todos os que estão longe, espalhados pelo mundo, e que Deus ainda há de chamar.
Assim, os que aceitaram a mensagem de Pedro foram batizados em nome de Jesus.
Já não houve mais vento impetuoso, nem labaredas de fogo ou pessoas falando em outras línguas, mas todos os que se arrependeram e foram batizados receberam o dom o Espírito Santo em seus corações, e a partir daí, é o que ocorre na vida de todo aquele que crê no Evangelho de Jesus (Ef 1:13, 14)
Eu gostaria de destacar, para a nossa meditação de hoje, este ensino do v. 39:
Para vós outros, é a promessa... e para vossos filhos...
Desde o Antigo Testamento, quando chamou a Abraão para andar com ele, e prometeu que através dele e seu descendente, que seria Jesus, todas as nações da terra seriam abençoadas, o Senhor disse: Eu serei o teu Deus, e o da tua descendência.
E estabeleceu a circuncisão por sinal da aliança que estava fazendo com Abrão. Tanto Abrão como todos os seus filhos de sexo masculino deveriam ser circuncidados como sinal de que pertenciam ao povo de Deus[3] (no nosso caso, Jesus substituiu a circuncisão pelo batismo, como sinal desta aliança[4]).
Assim, Pedro dá continuidade ao ensino do Antigo Testamento no sentido de que nossos filhos também fazem parte do povo da aliança.
Não estamos com isto dizendo que só pelo fato de que alguém é filho de um crente ele “automaticamente” já tem posse de todas as bênçãos dos crentes, pois cada pessoa é pessoalmente responsável pela sua alma diante de Deus.
Mas estamos dizendo há um vínculo, uma ligação entre nós e nossos filhos, que os fazem objeto especial do amor de Deus. Assim como nós, nossos filhos são herdeiros da promessa, e Deus deseja, por nosso intermédio, alcançar nossos filhos com a sua graça.
Pense bem: qual é a maior riqueza que você pode dar para os seus filhos? Serão bens materiais? Será uma formação profissional? Ainda que estas coisas sejam boas e muito úteis, nós sabemos que a melhor coisa que pais podem fazer por seus filhos é conduzi-los de tal maneira que desde pequenos eles conheçam a Deus e sua salvação.
Se Deus estabeleceu que, como povo da aliança, sejamos instrumentos de sua graça na vida de nossos filhos, o que podemos fazer para ser estes instrumentos nas mãos de Deus?
Este é um assunto muito importante e abençoador. Mas também que trás muitas implicações. Eu gostaria de citar apenas três, que são essenciais.
1. Devemos consagrar nossos filhos a Deus
E por consagrar quero dizer um ato e uma atitude permanente de amor aos nossos filhos, em reconhecimento que eles são uma dádiva que Deus concedeu a nós em sua graça, mas que ao mesmo tempo eles não são somente nossos: eles também pertencem ao Senhor.
Eu gostaria de citar duas ou três referências:
Sl 127:3
Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.
Como dizem versões mais modernas,[5] os filhos são uma dádiva, um presente, uma recompensa que o Senhor nos concede.
Filhos não são estorvos; filhos não são problemas. Ao contrário, são dons que o Senhor concede para acrescentar ainda mais alegrias à nossa vida, além das muitas outras bênçãos que ele já nos tem dado.
Mas ao mesmo tempo, a Bíblia também diz que estes nossos filhos pertencem a Deus.
Em Ezequiel cap. 16, o Senhor condena os muitíssimos e graves pecados nos quais o povo judeu caiu, afastando-se dele e adorando outros deuses. Cometeram até mesmo a abominação de oferecer seus filhos em sacrifício aos falsos deuses. Não existe como descrever a gravidade deste pecado. Foi este tipo de pecado que levou Deus a ordenar a destruição dos antigos povos cananeus, quando os israelitas conquistaram Canaã.
Vamos ler Ez 16:20, 21
20 Demais, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que me geraste, os sacrificaste a elas, para serem consumidos. Acaso, é pequena a tua prostituição?  21 Mataste a meus filhos e os entregaste a elas como oferta pelo fogo.
O pecado de Jerusalém era mui grande, e certamente o Senhor iria requerer o sangue deles por causa disto.
Mas o que eu desejo destacar é que Deus, ao falar a respeito dos filhos deles, os filhos que eles geraram, diz que eram dele, do Senhor. Eles estavam oferecendo aos deuses os filhos que eram do Senhor.
Preste atenção: aquilo que estamos fazendo aos nossos filhos, estamos fazendo aos filhos do Senhor. Se os amamos, se os educamos, se os abençoamos, se os sustentamos, se os orientamos, estamos fazendo estas coisas aos filhos do Senhor. E disto o Senhor se agrada.
Mas se os maltratamos, se os humilhamos, se os deixamos entregues a si mesmos e aos enganos deste mundo, então o Senhor não se agrada de nós.
Também quero ler com vocês 1ª Co 7:14
Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos.
Filhos de pais crentes, mesmo que apenas um deles o seja, são separados para o Senhor.
De maneira quer, diante destas, e de muitas outras palavras de Deus neste sentido, irmãos, é necessário que, antes de tudo, consciente e alegremente nós ofereçamos nossos filhos ao Senhor, e não somente num dia especial num ato de culto, como no batismo deles, mas a cada dia de nossa vida, estejamos conscientes de que eles existem para Deus.
Eles foram criados por ele e para ele.
Estou pensando em minha mãezinha, em 1980. Eu havia sido chamado para trabalhar como missionário em Manaus, para realizar ali um trabalho de um ano. Enquanto eu preparava minha mala para a viagem ela estava encostada na porta, observando. Depois me deu sua bênção, e eu viajei.
Muito tempo depois, já de volta a São Paulo, nós estávamos conversando certo dia, e ela me confessou que não queria que eu tivesse ido; que sentiu muito a minha falta.
Então eu perguntei: “Mas porque a senhora não me disse que não queria que eu fosse”?
“É que eu sei o seu jeito de pensar. Se eu pedisse prá você não ir, você pensaria: ‘eu posso pregar o evangelho aqui’; e não iria pra Manaus. Mas eu não queria contrariar a vontade de Deus”.
Então ela me deixou ir, mesmo contrariando a si mesma, pois o filho dela não é dela; é de Deus. Como é que eu poderia não amar demais uma mulher assim?
2. Em segundo lugar, devemos andar com nossos filhos no caminho de Deus
E por “andar” estou me referindo a todo aquele conjunto de atitudes e conduta que a Bíblia ordena ou pressupõe que os pais têm para com os filhos. Estou querendo dizer uma vida de companheirismo, de amizade, de cuidado, supervisão e disciplina amorosos, edificando a vida de nossos filhos na fé em Jesus, na obediência às Escrituras, no amor pelo seu povo, que é a igreja.
Em grande medida, nós devemos ser para os nossos filhos assim como Deus é para nós como Pai.
E assim como um Pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece de nós: ele sabe a nossa estrutura e sabe que somos pó. Por isto não nos repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira quando pecamos. A cada dia ele nos sustenta com sua mão poderosa, nos encoraja, nos consola, nos ensina, nos corrige, nos admoesta.
Deus não é um Pai que simplesmente nos pôs no mundo e depois nos deixou entregues, para que façamos o melhor possível. Mas cuida de nós, nunca deixará de fazer isto.
Agora, eu gostaria de destacar apenas duas, das muitas coisas que o nosso Pai celeste faz por nós, e que devemos fazer por nossos filhos.
A primeira é o seu exemplo de Pai.
Ef 5:1, 2
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2 e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.
Veja: em Mateus cap. 5 Jesus nos diz que nós devemos ser perfeitos em amor, assim como é perfeito o nosso Pai celestial, que envia chuva e sol não somente sobre as pessoas boas, mas também sobre os injustos.
E aqui, mais uma vez, ao falar sobre amor, a Palavra de Deus diz que nós devemos seguir o seu exemplo em Jesus, que devemos imitar a Jesus, que nos amou e deu sua vida por nós.
Ser um pai assim, um exemplo para os filhos, é essencial para que eles sejam crentes, herdeiros da promessa.
Conheço um irmão, presbítero, que certa vez me contou de um momento constrangedor e triste que ele experimentou enquanto dava aulas para uma classe de adolescentes na Escola Dominical.
Este irmão conversava com seus alunos sobre as alegrias da vida em família, quando um dos seus alunos se queixou, dizendo que na sua família as coisas não eram boas, mas bem o contrário.
O meu amigo ficou surpreso, pois os pais daquele adolescente eram líderes na igreja, professores também. E disse ao seu aluno: “Mas querido. Os seus pais são crentes dedicados”. E o jovem respondeu: “É que na igreja eles são uma coisa; em casa eles são outra”.
Amados, que a graça de Deus nos livre deste pecado.
A segunda coisa que desejo destacar, que Deus faz por nós, é o seu cuidado carinhoso.
Quero explicar lendo com vocês Lc 15:17-24
Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!  18 Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; 19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.  20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.  21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.  22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; 23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, 24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
Esta história contada por Jesus é bem conhecida de todos nós. Ele pretende nos ensinar o amor que Deus tem pelos pecadores, e o anelo de seu coração em que o homem se arrependa e volte para ele.
Então conta de um homem, um fazendeiro, que tinha dois filhos. Um dia o filho mais moço fez as malas e saiu de casa. Gastou todo o dinheiro que tinha com bebidas, com festas e prostituição, e acabou numa vida miserável, cuidando de porcos num chiqueiro, abandonado por todos. E ali no meio da sujeira ele se lembrou de como era na casa do pai, e resolveu se levantar para buscar abrigo e emprego.
Mas, vinha ele de longe, diz o Senhor, quando seu pai o avistou, e correu, e o abraçou (mesmo todo sujo), e beijou, e colocou sandálias em seus pés descalços e feridos, e ordenou que fosse preparado um banquete, com música e danças. Fez uma festa porque aquele filho perdido foi achado.
Irmãos, vejam quanto carinho Deus tem para com seus filhos. Vejam quanta compaixão. Quanto amor. O Pai não ficou lançando em rosto os pecados do filho. Somente o acolheu e amou. É bem assim que devemos ser para com os nossos filhos, se queremos ser expressão do amor de Deus na vida deles. Ser perdoador. Ser encorajador, ser compassivo e ser carinhoso.
Sabem, a gente pode perceber que, via de regra, nossos filhos são aquilo que nós fazemos a eles. Eu tenho visto muitas vezes pessoas que têm grande dificuldade de manifestar amor, mesmo que sejam amorosas. E tenho visto pessoas que são carinhosas, que não tem dificuldade de dizer “eu te amo”, de abraçar, de dar um presente, mas que ao contrário, gostam de usar expressões de carinho, de ternura, de compaixão e benignidade.
Qual o segredo? Em sua maioria, são apenas uma extensão daquilo que é a família. São apenas aquilo que receberam dos pais. Filhos de pais amorosos são carinhosos também. Filhos de pais distantes são distantes também.
Alguns anos atrás eu conheci um jovem que tinha grande dificuldade de confiar em Deus. Eu tentava todos os argumentos, mas em vão.
E um dia entendi o porquê. Estávamos conversando, e eu lhe disse: “Meu irmãozinho, o Deus que a Bíblia nos revela é como um pai para nós”...
E ele me respondeu: “Mas se for como o pai que eu tenho lá em casa, eu não consigo confiar. O meu pai me diz que eu não presto pra nada...”
Abraçar os filhos. Dizer “eu te amo”. Beijar. Isto faz bem para o coração deles. Faz bem para a alma. Pois revela o coração amoroso do Pai celestial.
3. Devemos interceder por nossos filhos diante de Deus
Muitos anos atrás uma irmã me disse: “Pastor, eu estou arrasada. Eu descobri que o meu filho mentiu prá mim”.
Eu me alegrei com a atitude da mãe. Isto demonstrava que ela não era uma destas pessoas para quem os filhos nunca fazem nada de errado.
Pois há pais assim. E como é ruim para a vida de um menino, uma menina, um moço ou uma moça, quando os seus pais nunca admitem que eles fazem coisas erradas.
Você já deve ter visto pais e filhos assim, cujos filhos sempre “são inocentes”, a quem dão apoio incondicional, seja qual for o comportamento deles, e ainda se desculpam dizendo que pais amorosos devem fazer assim.
Mas quando se deixa de reconhecer os erros dos filhos, quando se deixa os filhos fazerem o que quiserem, incondicionalmente, na verdade os pais estão colocando os filhos no caminho da morte e do inferno.
Então eu respondi para aquela irmã: “Querida, isto não alegra mesmo o coração da gente... Mas sabe, acho que esta é uma maneira mais clara de você se lembrar de que o seu filho é pecador, e por isto ele precisa do seu ensino, da sua intercessão... Não fique arrasada, mas trate da vida espiritual dele. Sempre que você perceber que ele comete algum pecado assim, converse, ore por ele, e confie que Deus está trabalhando na vida dele”.
Irmãos, esta é mais uma coisa muito importante na vida dos nossos filhos, se queremos fazer o bem para suas almas: corrigi-los, e interceder por eles diante de Deus.
Vamos ler sobre o exemplo de Jó.
Jó 1:5
Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.
Ao que podemos depreender daqui, os filhos de Jó aparentemente tinham uma vida impecável. Pelo que podemos notar, eram homens e mulheres como seu pai: gente integra e reta, que temia a Deus e se desviava do mal. Pois Jó fazia sacrifícios de intercessão pensando nos pecados que talvez eles tivessem cometido no coração.
É que Jó, conhecendo a natureza humana, e conhecendo a Deus, sabia que muitas vezes uma pessoa pode não fazer nada de errado, exteriormente, mas mesmo assim pecar em seus pensamentos, em seus sentimentos, em suas atitudes.
Então ele orava pela vida espiritual dos seus filhos, assim como todo pai e mãe, filhos de Deus, devem fazer pelos seus filhos, filhos da promessa, filhos da aliança.
Voltemos ao texto de Atos, e vejamos a promessa de Deus aos nossos filhos:
At 2:17, 18
17 E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; 18 até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. 
v. 21
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo
v. 39
Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos
Esta á a promessa do Deus que não é homem, para que minta, nem filho de homem, para que se arrependa. Esta é a promessa daquele que nos ama, que ama aos nossos filhos.
Ele disse que a nós, e aos nossos filhos, daria o Espírito Santo, que os tornaria servos seus, a quem ele usaria como seus profetas. E este é o testemunho que a Palavra de Deus também nos dá: é que se nós nos dedicamos a orar de acordo com as promessas feitas por Deus, ele atende às nossas orações.
Então, pais, orem por seus filhos. Orem muito. Orem para que sejam crentes, meninos e meninas, moços e moças, cheios de fé. Orem para que sejam cheios do Espírito Santo: que sejam gente amorosa, generosa, justa, feliz nos caminhos do Senhor, que amem ao Senhor, que deem um bom testemunho diante do mundo. Orem para que amem a igreja, como o Espírito de Cristo que mora em seus corações. Orem para eu tenham dons espirituais com os quais eles sirvam ao Senhor. Orem para que sejam santos.
Conclusão e aplicação
Se a promessa é para nós e nossos filhos...
Eu gostaria de relembrar aquilo que nós, pais, devemos fazer, no sentido de cooperar com a Palavra de Deus, para que ela se cumpra:
Consagrar nossos filhos a Deus, tanto através do batismo como em nosso dia a dia.
Caminhar com alegria, junto aos nossos filhos no caminho de Deus, para que pelo nosso ensino, nosso exemplo, nosso encorajamento e educação na justiça eles tenham fé, amor e esperança no Senhor.
Orar por eles e com eles, para que todas as maravilhosas promessas do Senhor se cumpram em suas vidas.
E agora, eu gostaria de me dirigir aos filhos.
Vocês, filhos de crentes, são pessoas privilegiadas, pois desde os primeiros dias foram consagrados ao Senhor – eu conheci um pobre homem cujos pais o consagraram aos demônios, e ele era todo cheio de enfermidades de toda sorte.
Sejam gratos a Deus, gratos aos seus pais, pois por esta consagração, esta educação na justiça, vocês foram livres de muitos males deste mundo.
Não tenham inveja daqueles que antes de conhecer a Jesus conhecem os caminhos deste mundo.
Prá saber que “se tomada dá choque”, você não precisa colocar o dedo nela. Basta confiar no que os seus pais dizem.
Da mesma forma, prá saber que o mundo de pecado é mau, e que Jesus salva, você não precisa antes experimentar as drogas, a promiscuidade. Pois na sua vida a salvação já tem livrado antes, o que é muito melhor.
Então o seja grato por toda a herança evangélica que você tem recebido.
Mas, o mais importante de tudo: tome posse, pela fé em Jesus, da herança eterna.
Vamos ler Jr 4:4
4 Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras.
Veja: os judeus, desde pequeninos, eram circuncidados como sinal de que eram o povo da aliança com Deus, assim como os filhos dos crentes são batizados. Mas a circuncisão da carne era apenas um sinal externo. Não tinha valor algum diante de Deus, se no coração eles não pertencessem ao Senhor.
Por isto Deus diz: “circuncidai o vosso coração”, isto é, “que a aliança que vocês têm comigo não seja apenas uma coisa externa, mas da alma” Da mesma forma, vocês receberam o batismo, mas ele deve ser apenas o sinal externo de uma graça do coração, da alma. Sejam batizados em seus corações, sejam filhos da aliança em seus corações, por meio da fé em Jesus.




[1] Cf. Jo 14-16; 7:37-39
[2] At 1:4-5
[3] Gn 17:1-14
[4] Cf. Cl 2:11, 12
[5] NTLH, SBP, NVI

domingo, 4 de maio de 2014

O caráter de José, esposo de Maria - Mt 1:18-25

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 4 de maio de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler Mateus 1:18-25
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.  19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.  20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.  21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.  22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).  24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.  25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.
Eu gostaria que você, por um momento, se colocasse no lugar de José.
Você mora numa pequena cidade da Galiléia, chamada Nazaré, e trabalha como carpinteiro.
A despeito de viver numa época difícil para todos, porque a grande maioria da população é muito pobre, e seu país viver sob o jugo dos invasores romanos, você é uma pessoa amorosa, justa, e que nestes dias está vivendo a alegre expectativa de se casar e viver feliz com uma jovem realmente bonita, pois ela é uma pessoa temente a Deus, tal como você.
A julgar pelas convenções da época, Maria teria entre 12 e 16 anos de idade, e José entre 18 e 20.
O noivado, que era um contrato legal, deveria durar cerca de um ano, e José já pagara pelo menos um terço do dote de casamento para a família de sua noiva.[1]
Talvez José já estivesse fazendo os móveis, cuidadosa e carinhosamente, para dar à sua esposa um lar confortável e aconchegante .
Como filho de sua época, pensando em como poderiam ter muitos filhos.
Como um homem que amava as Escrituras, sabia que deveria se empenhar para fazer sua esposa feliz, ciente de que na felicidade dela também estava a sua felicidade [2].
Mas pouco tempo antes do casamento, sua noiva viaja para visitar uma prima em outra cidade, e fica na casa desta prima cerca de três meses [3].
Quando ela volta, está grávida, e diz que isto aconteceu “por um milagre”.
Mas você ainda não sabe que foi realmente um milagre,
Conforme você está vendo, você foi traído.
Do ponto de vista da lei de Moisés, por causa do adultério, ela poderia ser considerada digna de morte.
Como você se sentiria? O que você pensaria? O que você faria?
A Bíblia diz que um homem se revela pelas suas ações.
E pelo que lemos aqui sobre José, vemos que quando Deus o escolheu para ser “o pai de Jesus”, ou antes, o marido de Maria, a mãe de Jesus, não estava escolhendo um homem qualquer.
Mas um homem de caráter santo.
Eu gostaria de meditar com você sobre o caráter de José, e ver nele um exemplo que nos inspire a todos, como filhos de Deus.
1. José era um homem justo
O Espírito Santo diz que quando José soube que Maria estava grávida, decidiu deixá-la secretamente, por que era um homem justo, e não queria difamá-la.
José era um homem justo.
À primeira vista, dizer isto pode parecer uma contradição à nossa crença de que não existe um homem que possa ser realmente chamado justo; pois todos somos pecadores.
Para nós, evangélicos, a palavra “justiça” trás à mente uma das doutrinas bíblicas mais queridas: a doutrina da justificação pela fé.
Esta doutrina nos ensina, primeiramente, que somente Deus pode, com justiça, ser chamado justo: somente ele é perfeito, santo, impecável, reto em tudo quanto faz.
E Deus, em sua santidade odeia o pecado, e pune o pecado e os que nele praticam.
“O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23)
Esta doutrina também nos ensina que nós, os homens, somos pecadores, e que por isto estávamos separados de Deus.
“Pois todos (os seres humanos) pecaram e estão destituídos da gloria de Deus” (Rm 3:23)
Assim sendo, o que nós, seres humanos injustos merecemos, é a morte, a separação eterna de Deus.
E Jesus nos ensina que este é o destino dos homens que vivem em pecado: a eternidade num lugar horrível de tormentos chamado inferno, com o Diabo e seus anjos.
Sendo assim isto quer dizer que todos os homens, por serem pecadores estão separados de Deus e sujeitos ao inferno.
Então, em terceiro lugar a doutrina bíblica nos ensina algo maravilhoso: Deus, que é santo e odeia o pecado, ama homens pecadores.
E por isto, desde a eternidade, a Trindade Santíssima fez um plano que no devido tempo colocou em ação: Jesus Cristo, o Filho de Deus, viria a este mundo pecador como um ser humano, e como ser humano viveria de forma perfeita, sem pecado.
No tempo devido, Jesus iria morrer, sem merecer, para sofrer o castigo pelos pecadores, de tal forma que o castigo que era nosso cairia sobre ele.
Assim, Deus tiraria os nossos pecados e os colocaria sobre Jesus, de forma que aos olhos de Deus os homens não teriam mais pecado. E Jesus, tendo sofrido todo o castigo pelo pecado, poderia voltar à vida.
E foi assim que aconteceu
E por último, esta doutrina bíblica nos ensina o meio através do qual esta salvação que Jesus conseguiu para homens pecadores nos é dada: o Espírito Santo, falando através do Evangelho, ilumina o nosso entendimento para que nós creiamos em Jesus, para que nós o busquemos, para que nos arrependamos, e assim, todo aquele que, arrependido busca a Deus através de Jesus é salvo.
Por isto esta doutrina é chamada “justificação pela fé”.
No entanto, a Bíblia está usando a palavra justiça neste versículo, não neste sentido primário na vida do crente, de ser ele justificado pela fé.
Está falando, antes, do caráter, da alma, do coração daquele que tem fé.
Quando alguém tem o dom da fé, este dom que vem de Deus, ainda que não seja uma pessoa impecável, perfeita, esta pessoa ama as coisas de Deus, e tem uma inclinação interior para ser justo.
Leiamos o Salmo 1º
Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.  2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.  3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.  4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.  5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.  6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.
Assim, ainda que a Palavra de Deus nos diga que no sentido pleno ninguém pode ser considerado, de si mesmo, justo, a mesma Palavra nos diz que os homens que andam com Deus têm um caráter justo.
Este é o testemunho que a Bíblia nos dá sobre Simeão, sobre João Batista, sobre Jó (homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal), e também José.
2. Uma vez que José era um homem justo, era também um homem altruísta, compassivo, amoroso
Porque segundo o Espírito de Deus, andar em justiça também significa andar em amor.
Amor para com Deus, para com sua palavra, e também para com o seu próximo.
De acordo com a lei de Moisés, uma mulher adúltera deveria se apedrejada.
Mas parece que nunca esta pena tenha sido aplicada, embora tenha havido casos de adultério em Israel.
De qualquer forma, nos dias de José e Maria, o que se fazia num caso destes era um pedido público de divórcio, juntamente com a exigência de devolução do dote que havia sido pago[4].
Assim, ainda que uma mulher adúltera não fosse apedrejada, daí em diante sua vida se tornaria um tanto difícil diante de uma sociedade que condenava fortemente este pecado, e dificilmente poderia se casar.
Por um lado, José estava pensando que, se se casasse, estaria se casando com uma mulher infiel; mas por outro lado, ainda que prejudicado e decepcionado, ele não desejava o mal de Maria.
Então, ainda que estivesse se sentindo traído, decidiu deixá-la secretamente.
Se alguém seria mal falado nesta história toda, seria ele.
Por assim dizer, José estaria levando sobre si as consequências do pecado de Maria.
Ora, este modo de proceder, irmãos, está de acordo com aquilo que os salmos também nos ensinam sobre a conduta do homem justo:
Leiamos o Salmo 15
SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?  2 O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; 3 o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; 4 o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano próprio e não se retrata; 5 o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado. ”É um homem que fala a verdade, integro de coração
O homem justo é um homem que não fala mal das outras pessoas.
É um homem que não prejudica outras pessoas.
É um homem que não se alegra, que não tem prazer em viver com quem não agrada a Deus.
É um homem que honra aos que temem ao Senhor.
É um homem de palavra.
E que não ama o dinheiro.
Este é o caráter de um crente.Enquanto José pensava em como deveria proceder (pois os justos também não fazem as coisas de modo precipitado), um anjo do Senhor se manifestou a ele em sonhos, e disse:
20 José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.  21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
A nisto nós vemos mais uma faceta do caráter deste homem justo e altruísta...
3. José era um homem obediente à vontade de Deus
Pois
24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.
José age como aquelas pessoas piedosas, tementes a Deus, sobre as quais lemos no Antigo Testamento, homens e mulheres, que obedeciam ao chamado de Deus, mesmo quando fazê-lo seria transgredir toda e qualquer forma humana de senso comum.
Uma vez que eles eram noivos, então chegou o dia do casamento.
De acordo com o costume, ele deve ter saído de sua casa, cercado de amigos, e foi à casa de Maria para tomá-la como esposa.
Então houve uma cerimônia pública na qual a bênção de Deus foi invocada sobre eles.
Segundo o costume, eles entraram então na câmara nupcial onde o casamento seria consumado.
Então José oficialmente casou-se com Maria, mas o texto diz que ele não teve relações com ela, enquanto ela não deu à luz ao seu primeiro filho, a quem pôs o nome de Jesus, que significa “Javé salva”.
Tenho ouvido de alguns pregadores atuais que dizem que é muito difícil para os jovens o conterem-se durante o período do noivado; por isto eles pensam que se um casal de jovens crentes tem um compromisso sério de noivado, não será errado se tiverem relações antes do casamento oficial.
Eu penso que José, que não teve relações com Maria, mesmo depois do casamento, enquanto ela não deu à luz a Jesus, é uma bonita evidência de que a pureza pode sim, ser vivenciada pelos filhos de Deus.
Conclusão e aplicação
Quando eu era menino, uma cantora chamada Nalva Aguiar gravou uma música que fez um sucesso muito grande.
A música era uma lamentação sobre a suposta infelicidade de José, pelo fato de ter sido o pai de Jesus.
E num trecho dizia assim:
Me lembro às vezes de você,
Meu bom José, meu pobre amigo
Que nesta vida só queria
Ser feliz com sua Maria. [1]
Mas quando lemos o retrato falado que o Espírito Santo nos dá sobre José, podemos dizer: “Não lamente”.
José era homem justo, compassivo e amava seu Deus, sua esposa e seus filhos.
Um homem digno de ser relembrado e imitado em seu caráter.
E certamente foi feliz com sua Maria. Com seu filho Jesus, e com os outros filhos que sua amada esposa lhe deu.
E agora, no céu, aquela linda família, reunida com todos os seus irmãos, vive junta e feliz por toda a eternidade.




[1] Cf. Comentário Bíblico Atos (Belo Horizonte: Editora Atos Ltda., 2004, pág. 46).
[2] Dt 24:5; Pv 5:18
[3] Lc 1:56
[4] Cf. Lawrence O. Richards, Comentário Bíblico Cultural do Novo Testamento (Rio de Janeiro: CPAD, 2008), pág. 10
[5] José: do LP Nalva (Beverly, 1971).
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