Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 14 de setembro de 2014

Não deixe que Satanás roube você - Gl 1:6-9

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 14 de setembro de 2014
Pr. Plínio Fernandes                Baixe em EPUB     Baixe em PDF     Baixe em MOBI
Meus amados irmãos, vamos ler Gálatas 1:6-9
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.  8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.  9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
Cristo se entregou a si mesmo pelos nossos pecados. Em seu amor ele morreu em nosso lugar, levando sobre si o castigo que era nosso. Na morte de Jesus, ele morreu a nossa morte, para que já não mais caia sobre nós o castigo de eterna condenação. E ressuscitou para que, unidos a ele pela fé, possamos viver para Deus em novidade de vida. Essa é a Palavra do Evangelho, a boa notícia que a Bíblia nos trás sobre a salvação de nossas almas.
Nós somos evangélicos! Somos pessoas conhecidas e chamadas como povo que crê, obedece e vive de acordo com esta mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Como evangélicos, somos portadores, em nossa mente e coração, desta mensagem especial e única. Somos portadores de uma fé que nos trouxe ao conhecimento do amor de Jesus Cristo tem por nós. Somos portadores de uma fé que nos torna livres da escravidão ao mal, ao pecado e às forças espirituais das trevas. Somos portadores de uma fé que nos leva a conhecer por experiência a bondade de Deus para conosco.
O evangelho é uma mensagem maravilhosa: ele nos dá salvação da alma; ele nos dá perdão dos pecados. Vida eterna nos céus, vida transformada na Terra. Vida de santidade. Ele nos dá alegria. O evangelho é o maior tesouro que um homem pode ter, a sua maior riqueza. Ter o evangelho é ter o reino de Deus.
Agora, a palavra “evangelho” quer dizer “boa notícia”, é uma mensagem, uma palavra de Deus. Sendo assim é, este tesouro não pode ser guardado em cofres de banco, mas um tesouro que se guarda no coração e na mente, em nosso ser interior, em nossa alma.
Acontece que, assim como existem ladrões que roubam os tesouros terrenos, existe um ladrão, a quem a Bíblia chama de Satanás, que busca roubar este tesouro das almas humanas. Satanás, aquele príncipe do mal, cujo nome, quer dizer “adversário”, “inimigo”. Ele tenta tirar o evangelho dos corações humanos, para que os homens não creiam e sejam salvos.
Como o evangelho é uma mensagem, e assim um tesouro que se guarda no coração, o ladrão de almas tenta atacar do coração humano, através da mente, para que o evangelho não possa frutificar ali.
O adversário faz isto com todos os homens: ele ataca a mente e o coração dos que não conhecem o poder do evangelho, cegando o entendimento deles, no intuito de fazer com que não venham a crer (2ª Co 4:3,4). Ele usa de todas as formas de mentira para isto; ele até mesmo faz com que as pessoas pensem que ser evangélico é perigoso para a alma. Certa vez, quando trabalhava como missionário em Manaus, eu li uma “instrução doutrinária para cristãos”, onde o escritor dizia que quando o diabo quer enganar o cristão ele faz duas coisas: uma delas é tentar levar o cristão a ser maçom, a outra é levar o cristão a ler a Bíblia e virar crente.
Mas ele ataca também a mente e o coração daqueles que já creem no evangelho. Dali ele também tenta arrancar esta mensagem de salvação.
E de que forma ele ataca? Nem sempre se apresenta de forma grotesca, dizendo que o evangelho não é verdade. O que ele faz é tentar alterar o evangelho, mudar o seu conteúdo, acrescentando outras coisas, ou tirando algumas, e desta maneira, o evangelho, deixando de ser puro, se tornaria ineficaz. Continua a parecer com evangelho, mas não é mais. Nas palavras de Paulo, é “outro evangelho”, e assim já não é mais o genuíno, já não é mais o mesmo.
Para fazer uma comparação: se uma pessoa coloca água no suco de uma fruta e vende como se fosse o suco puro, ou uma pessoa que mistura querosene na gasolina e vende como se fosse gasolina pura.
Assim também a vida do crente se torna menos que evangélica. É disto que trata esta carta aos Gálatas. Quando Paulo a escreveu, um perigo muito grande estava ameaçando a vida espiritual dos crentes da Galácia. Um perigo que não era novo:
No cap. 2:4, ele menciona falsos irmãos, “fiscais da liberdade” dos crentes, pessoas que ficavam como que à espreita, e querendo reduzir a vida dos cristãos a uma fé escrava de obras humanas. Em 2:11-13 ele diz que até mesmo Pedro e Barnabé, a certa altura de suas vidas, deixaram-se envolver e se tornaram dissimulados.
E no cap. 1:6, vemos que agora os crentes da Galácia estavam se afastando do evangelho, e se afastando assim da graça de Deus.
Sim, irmãos, Satanás quer tornar a nossa vida menos que evangélica. Ele quer tirar as coisas que Deus nos dá em sua graça. Ele quer tirar sua fé, roubar sua alegria, seu espírito de louvor e adoração, sua liberdade em Cristo, ele quer que você não receba o que Deus tem para te dar. Ele quer de novo colocar sobre você um jugo de escravidão.
Nesta carta Paulo está ensinando os crentes como guardar o evangelho no coração, como não deixar que ele seja roubado. Como desfrutar do evangelho em sua plenitude. Como guardar o evangelho?
Lembrando que o lugar que Satanás ataca é o nosso coração, através da nossa mente, o que precisamos fazer é alimentar e fortalecer o nosso entendimento.
1. Entenda o que é o evangelho
Leiamos novamente o v. 6
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho
Depois de ter anunciado, nos vs. anteriores, que Cristo morreu para nos livrar deste mundo mau, o Espírito nos diz que o evangelho, isto é, a boa notícia, é o evangelho da graça de Cristo.
O que isto significa? O que quer dizer? Significa que Jesus Cristo, o Filho de Deus, tem para conosco uma disposição bondosa, amorosa, favorável, de acordo com a qual ele não nos trata segundo os nossos pecados. Significa que, uma vez que cremos em Cristo como aquele que se entregou por nós, Deus, em vez de nos punir por nossos erros, nos abençoa ricamente.
Eu gostaria de provar isto com três demonstrações bíblicas
1.1 – Uma declaração doutrinária
Ef 2:7-9
...para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.  8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie.
De acordo com esta Palavra aqui registrada, isto é graça: é Deus ser bondoso para conosco, concedendo-nos a salvação apenas porque cremos em Jesus, e não como recompensa por nossas obras. E até mesmo a fé que temos é um dom da graça de Deus.
1.2 – Um fato histórico – Gn 28:10-16
Gn 28:10-17
Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.  11 Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir.  12 E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.  13 Perto dele estava o SENHOR e lhe disse: Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência.  14 A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra.  15 Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.  16 Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.  17 E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus. 
Jacó estava fugindo da casa de seu pai, depois de ter feito tudo errado: havia mentido para o seu pai e roubado seu irmão. Seu modo de vida justificava o nome que tinha: enganador, usurpador. Jacó era um espertalhão que não merecia nada, nem da parte dos homens nem da parte de Deus, e agora precisou fugir de casa, pois seu irmão desejava matá-lo. Estava colhendo o que plantara.
Mas Deus, graciosamente se revela a Jacó, e lhe faz promessas graciosas, que se cumprem. Foi assim, pela graça, e não por suas obras, que Jacó veio a conhecer a Deus. Mais tarde, em Romanos cap. 9, Paulo explica que esta maneira graciosa de lidar com Jacó é também a maneira pela qual ele lida com todos os seus escolhidos.
1.3 – Uma parábola de Jesus
Mt 22:10
E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.
Jesus está aqui concluindo uma parábola, uma estória na qual destaca esta grande mensagem: o reino de Deus, a salvação é uma dádiva da graça de Deus, sem que nós a mereçamos.
Deus, nosso Pai, não é um Deus irado, furioso conosco, zangado, que fica com um caderno na mão anotando todas as coisas erradas que fazemos para depois nos lançar no inferno. Ele não é um Deus destrutivo que vive espreitando cada ato nosso, para a cada falha que cometermos “enviar um raio do céu”. Ele não é um Deus que fica colocando falsos irmãos para espreitar a liberdade que temos em Cristo de modo que depois fica nos acusando de nossas falhas.
Ele é Deus de amor e bondade, que nos trata com amor e compaixão. Ele é Deus que nos abençoa livremente, que tem prazer em perdoar, em restaurar nossa vida, de nos fazer renascer em sua história a cada instante.
Então, mesmo que você seja um traiçoeiro como Jacó, um blasfemo como Paulo, um adúltero como Davi, um feiticeiro como Manassés, se você se voltar para Deus, reconhecendo que não merece nada a não ser castigo, mas suplicar a graça, crer na graça, é a graça que você receberá.
Satanás não quer que você creia nisto. Ele que lhe convencer de que, além da graça, você precisa outras coisas: você precisa obras, você precisa leis, você precisa sinais sobrenaturais, seres sobrenaturais como anjos e espíritos.
E sabe por que Satanás não quer que você creia neste evangelho da graça? Porque este evangelho da graça não é de Satanás: ele é o evangelho da graça de Cristo. E o que é de Cristo Satanás não deseja para você.
Então, em segundo lugar...
2. Entenda a origem do evangelho: ele vem de Cristo
No v. 6 de nosso texto, Paulo enfatiza muito que esta palavra da graça de Deus não é algo que ele inventou, ou que outros homens tenham inventado e agora queriam obrigar os outros a crerem. No v. 1, ele inicia dizendo que não foram homens que o constituíram apóstolo, mas Deus Pai, e o Senhor Jesus Cristo. Nos vs. 11 e 12, que este evangelho que pregava não era invenção humana, mas revelação de Jesus Cristo. E no v. 4, que este evangelho da cruz é a manifestação da vontade de Deus. Esta é a glória do evangelho: não é invenção humana, não é uma fábula engenhosamente elaborada.
Aliás, quando os homens criam religiões, são incapazes de criar uma religião livre de cargas para a consciência; são mandamentos humanos que não podem salvar.
Mas a palavra do evangelho não é uma palavra que escraviza a mente dos homens, que coloca uma canga, um fardo pesado, difícil de ser carregado, para tornar o homem merecedor do céu; ao contrário, é uma palavra libertadora. Isto porque é uma palavra que tem origem na mente de Cristo e de Deus Pai, em comunhão com Deus o Espírito Santo: a origem do evangelho é divina.
É o meio de salvação criado por Deus. É o meio de salvação colocado em ação por Deus. É o meio de salvação concluído por Deus. Por isto também que em Ap 14:6 ele é chamado evangelho eterno. Por isto ele é chamado poder de Deus para a salvação.
Rm 1:16,17
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.
Eu quero enfatizar: é poder de Deus. É poder para a salvação e para toda a vida, pois toda a vida do justo é baseada na fé em Cristo. É poder para a salvação de todo o que crê: não do que merece, não do que não peca, não do místico. É para a salvação de qualquer um que nele creia, seja judeu, grego, ou de qualquer outra nacionalidade.
É por isto também que quem crê no evangelho não se envergonha dele: conhece o seu poder.
Então, em terceiro lugar...
3. Entenda o poder que o evangelho tem em si mesmo
vs. 8 e 9
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.  9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
Estes versículos nos dizem muito claramente que ao evangelho da graça de Jesus nada deve ser acrescentado; em nada ele pode ser mudado.
Aliás, o pronunciamento que o apóstolo faz em relação àqueles que aumentam alguma coisa é muito forte: seja anátema, isto é, seja amaldiçoado. Porque uma condenação tão forte? Porque aquele que adultera o evangelho está desviando os homens para o caminho da perdição eterna.
Quanto a isto, existem alguns cuidados especiais que precisamos tomar.
3.1 – Não podemos acrescentar, nem deixar que seja acrescentada alguma nova revelação, nem outro ingrediente de salvação
Mesmo que “venha um anjo do céu” para acrescentar alguma coisa.
Por exemplo, meus irmãos, o mormonismo, o espiritismo, a igreja messiânica, estas religiões, ainda que se digam cristãs, se apresentam como fruto de revelações angélicas. E suas revelações vão além de tudo quanto a Bíblia nos ensina. Mas se uma pessoa conhece o ensino bíblico e nele crê, então reconhece que estas religiões são do tipo de doutrina que Paulo está nos ensinando a rejeitar.
Neste contexto vale a pena lembrar o que ele também nos ensina em 2ª Ts 2:1-3
Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos 2 a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.  3 Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição...
Aqui ele está se dirigindo a irmãos que estavam se deixando perturbar por ensinos errôneos, referentes à volta do Senhor Jesus.
Mas o que eu desejo destacar é a fonte dos ensinos errados: espírito (revelação), palavra, epístola, que não procediam do ensino apostólico.
Não se deixe enganar por revelações que não condizem com o ensino da Bíblia.
3.2 – Não podemos acrescentar práticas de ordenanças da lei mosaica
5:3, 4
De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.  4 De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.
Havia aqueles que diziam que não era suficiente crer em Jesus, mas que além disto as ordenanças religiosas de Moisés deveriam ser obedecidas. Leis que envolvem circuncisão; leis que envolvem guardar o sábado como único dia religioso aceitável a Deus; leis que envolvem o abster-se de alimentos.
E não há limites para o que a desobediência humana quer realizar: até o reviver as festas judaicas, e templos judaicos, e até a “arca da aliança” alguns querem de volta, pois parece que tudo quanto Jesus sofreu na cruz não é suficiente.
Estou pensando em certa “professora bíblica”, a quem eu ouvi se queixando de que seu aluno comeu salsicha, abandonando assim a doutrina por ela ensinada. Ela lamentava que todo o seu ensino estava se revelando sem efeito. Deixe-me dizer como isto é perigoso:
Em Mc 4:19 está escrito que Jesus ensinou que todos os alimentos são puros, porque o que o que faz o homem pecar não é o que ele come, mas a impureza do seu próprio coração.
Leiamos também Hb 13:9
Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado com graça e não com alimentos, pois nunca tiveram proveito os que com isto se preocuparam.
E 1ª Tm 4:1-5
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, 2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, 3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; 4 pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, 5 porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.
Ora, os que querem ser justificados na lei de Moisés não são justificados pela graça, não vivem pela graça, da graça estão separados.
3.3 – Não podemos acrescentar a prática de boas obras – pelo simples fato de que por melhores que sejam nossas obras, sempre de alguma forma serão imperfeitas, contaminadas pela presença do pecado.
E acrescentemos: se é pela graça, já não é pelas obras, do contrário a graça não é graça (Rm 11:6).
Nem tão pouco práticas de asceticismo religioso: estas coisas não podem, nem nos salvar, nem nos santificar:
“Não toques nisto, não faças aquilo outro;... visões, culto a anjos”, como diz o apóstolo Paulo, embora tenham aparência de santidade, não tem valor algum contra a sensualidade (Cl 2:23).
Novas revelações não tem origem em Deus, ao contrário, são enganos de demônios. Nada destas coisas podem realmente transformar o homem.
O que pode realmente transformar o homem? Será que basta crer em Jesus, e só isso? A resposta evangélica é que basta crer em Jesus: e isto é tudo, e quero dar duas razões.
Primeira: tudo o que Deus requer de nós se cumpre numa palavra:
Gl 5:14
Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Quem ama o próximo, diz o apóstolo João, ama a Deus.
E como disse Santo Agostinho: “Ame a Deus e faça o que você quiser”. Sabe por quê? Quem ama a Deus e ao próximo não rouba, não engana, não mata, não adultera, não toma o nome do Senhor em vão.
Quem ama a Deus e ao próximo vence o pecado.
Gl 5:22 e 23
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
O fruto do Espírito é amor
Segunda razão: quando cremos em Jesus, o Espírito de Cristo vem morar em nosso coração.
Gl 3:1-3, 5, 14
Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?  2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?  3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?
v. 5
Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
v. 14
Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
E assim, a vontade de Deus se cumpre, não naqueles que acrescentam coisas ao evangelho, mas naqueles que simplesmente creem, pois eles têm o Espírito, e este Espírito os leva a amar. O amor é o que nos leva a viver santamente. Por isto o evangelho é tudo quanto precisamos, e nada mais.
Conclusão
Os irmãos da Galácia estavam correndo um risco muito grande quando Paulo escreveu, pois estavam permitindo que doutrinas estranhas, legalistas, humanas, os enganassem, afastando-os da simplicidade do evangelho de Jesus. Mais uma vez Satanás, o pai da mentira, estava com suas estratégias. Ele dizia: “É assim que Deus disse? Mas não é bem assim: vocês não podem confiar que não precisam fazer nada, que basta crer...”.
Bem, irmãos, vemos assim que Satanás não muda de estratégia: sua grande arma é a mentira. Nos dias de hoje ele continua a inventar, ou melhor, a reavivar suas velhas mentiras:
Nos dias de hoje ele continua a inventar, ou melhor, a reavivar suas velhas mentiras, de várias maneiras.
Por exemplo, há uma volta ao legalismo judaizante: alguns que se dizem apóstolos, e que cativam milhares de pessoas com ideias de que se deve voltar às práticas judaicas, como as festas religiosas, os sábados.
Alguns dizem que crer em Jesus não é suficiente para que as maldições sejam quebradas (Gl 3:13), você também precisa fazer campanhas especiais ou coisas parecidas, em vez de simplesmente crer. Para vencer o poder do inimigo você precisa usar uma mezuzá*, ou algum outro tipo de apetrecho protetor, como medalhas e coisas parecidas. Um evangelho que não é evangelho, mas uma escravidão a ideias mágicas, longe da graça de Deus.
Há também outra espécie de legalismo: o legalismo cultural, apresentado como se fosse doutrina da Palavra de Deus, mas apenas baseado em tradições humanas.
Esta espécie de legalismo diz que sua religião tem que ser milimetricamente articulada, que você não pode ser muito alegre nem muito triste, que você não pode mexer muito os braços, que você não pode comer certas coisas, que você não pode fazer isto, não pode fazer aquilo.
Há muitas pessoas que, iludidas com as mentiras de Satanás não cortam cabelos, usam roupas longas em excesso, e também não conseguem uma vida realmente livre do pecado: escravas da língua ferina, da mentira, da falsidade, do farisaísmo, da pretensa santidade.
Há também pessoas escravizadas a pretensos apóstolos, judaizantes por um lado, promotores do culto ao dinheiro, por outro, cujo deus é o ventre, visto que só se preocupam com coisas terrenas.
Mas amados, Jesus não morreu na cruz para que tenhamos uma bela conta bancária. Nem o carro importado, nem uma senhora casa. Jesus morreu na cruz para nos livrar do amor ao pecado, para nos livrar dos falsos deuses.
Aplicação
Mas como ser uma pessoa livre das mentiras de Satanás? Como ser uma pessoa livre do pecado? Como ser uma pessoa livre do amor ao “deus Mamon”, isto é, ao dinheiro e bens materiais? Como ser uma pessoa livre de tradições e mandamentos humanos que tiram a alegria, que transformam os filhos de Deus em pessoas pesarosas, engessadas numa religiosidade sem vida, hipocritamente cantando, com o coração longe de Deus? Como experimentar o genuíno fruto do Espírito?
1. Eu quero fazer um convite a você que está me ouvindo, mas que ainda não tem certeza de que é salvo:
Você entendeu o que você precisa fazer para ser salvo? É desistir de crer si mesmo, em suas próprias obras, como fonte de salvação. É crer em Jesus. Quando você desiste de si mesmo e crê em Jesus, a isto a Bíblia chama de arrependimento.
Então, é chegar-se a Deus através da fé em Jesus e dizer: “Senhor, eu sou um pecador, e não posso salvar-me a mim mesmo, não tenho poder em mim mesmo que me transforme. Então eu me achego a ti em nome de Jesus: eu peço que o Senhor perdoe os meus pecados, que o Senhor envie a mim o Espírito Santo, o Espírito de Jesus, para que ele me transforme no tipo de pessoa que o Senhor quer que eu seja.”
Ap 3:20
Eis que estou à porta e bato (Jesus estava se dirigindo a pessoas religiosas, mas cujo coração estava fechado para com ele): se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo.
Você começará, agora mesmo, uma vida nova.
2. Mas a você que é crente eu quero exortá-lo e encorajá-lo, a conhecer mais o evangelho, para crescer na graça de nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditar e praticar mais este evangelho libertador. Estude e medite nas Escrituras, para melhor conhecer a Deus, e o que ele deseja e tem feito por você. Estude esta carta aos Gálatas: foi a carta que libertou Martinho Lutero e o mundo ocidental no séc. XVI, da tirania das falsas doutrinas da Idade Média. Martinho Lutero a chamou de “A carta da liberdade cristã”. Quero exortá-lo e encorajá-lo: o que houver em sua vida, em seus pensamentos, suas práticas, que não for evangelho, tenha a coragem de jogar fora. Quero exortá-lo e encorajá-lo a simplesmente crer que quem tem Jesus tem tudo, e assim pode viver de modo maravilhoso, alegre, pleno, poderoso.




* “Objeto sagrado” judeu, contendo um pergaminho com textos bíblicos, e que é usado nos umbrais das portas simbolizando a proteção de Deus. Alguns grupos que se apresentam como evangélicos tem adotados esta e outras práticas supersticiosas, afastando-se a sim da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2ª Co 11:2, 3).

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