Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 26 de julho de 2015

O amigo Jesus - Jo 11:1-46

Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler João 11:1-46:
Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta.  2 Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos.  3 Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas.  4 Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado.  5 Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.  6 Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava.  7 Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia.  8 Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá?  9 Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; 10 mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.  11 Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.  12 Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.  13 Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono.  14 Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; 15 e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele.  16 Então, Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele.  17 Chegando Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias.  18 Ora, Betânia estava cerca de quinze estádios perto de Jerusalém.  19 Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as consolar a respeito de seu irmão.  20 Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa.  21 Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão.  22 Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.  23 Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir.  24 Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.  25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?  27 Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.  28 Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama.  29 Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele, 30 pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele.  31 Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar.  32 Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.  33 Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se.  34 E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê!  35 Jesus chorou.  36 Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava.  37 Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse?  38 Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra.  39 Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.  40 Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?  41 Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste.  42 Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste.  43 E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!  44 Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.  45 Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele.  46 Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara.   
O fato, da ressurreição de Lázaro, por si só, já é algo maravilhoso, pois demonstra o poder de nosso Senhor sobre a morte, o maior de todos os inimigos, o último a ser derrotado.
Ele foi registrado aqui, segundo o Apóstolo João, com o propósito de trazer-nos à fé em Jesus; para que crendo nele tenhamos vida; vida abundante[1].
Mas não somente a ressurreição de Lázaro é um fato maravilhoso. Também a maneira como esta história de desenvolveu; as coisas que aconteceram a cada instante, de modo que nos ensinam muito a respeito da amizade que nosso Senhor tem por seus eleitos.
Ensinam-nos sobre a amizade daquele em quem os escolhidos de Deus colocam confiança para a sua própria ressurreição também.
O que podemos aprender a respeito de nosso amigo, o Senhor Jesus, através da maneira como esta história nos é contada?
1. O conhecimento que Jesus tem dos propósitos do Pai para a vida de seus amados
Jesus sabe o que o Pai quer em nossa vida, e é o que ele quer também.
João não nos conta onde é que o Senhor Jesus estava, mas nos diz que era um lugar distante pelos menos dois dias de Betesda, a aldeia onde moravam seus amigos Lázaro, Marta e Maria.
Então ele recebeu a notícia de que Lázaro estava enfermo. E sabia também que Lázaro iria morrer, pois no vs. 11-14, sem que recebesse qualquer outra informação, mostra claramente que tinha conhecimento da morte de seu amigo.
Mas, no v. 4 João nos diz que, ao receber a notícia de Lázaro estava enfermo, Jesus fez este comentário: – “Esta enfermidade não é para a morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado”.
Veja: Jesus sabia que Lázaro estava enfermo, sabia o que iria acontecer depois, isto é, que Lázaro iria morrer, mas sabia também o que seria depois da morte, quer dizer, que por meio de tudo o que estava acontecendo, o nome de Deus seria glorificado.
Pois, como resultado do pedido de Jesus ao Pai celestial, Lázaro iria ressuscitar. Muitas pessoas ali presentes iriam crer em Jesus, reconhecendo o seu poder de perdoar os pecados, triunfar sobre a morte e dar vida ao homem.
Depois esta história seria registrada, lida e contada milhares de vezes, para que através dos milênios as pessoas, inclusive nós que aqui estamos, pudéssemos crer nele também.
Muitos, é certo, continuariam cépticos em relação a Jesus, mas através daquela demonstração de poder, a graça de Deus estava sendo oferecida a todos os homens.
Assim sendo, havia um duplo propósito de Deus na enfermidade de Lázaro: a glória de Deus e o bem dos homens.
Meus irmãos, da mesma forma que Deus tinha o propósito de glorificar seu próprio nome e promover o bem de seus amados através daquela enfermidade de Lázaro, assim também, em tudo quanto acontece em sua vida.
Este duplo propósito de Deus nos é ensinado de modo claro em muitas passagens da Escritura
2.1. Ele nos ensina que fomos criados para a sua glória
Is 43:6 e 7
Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, 7 a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.
Ef 1:11 e 12
Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
Nestes dois textos o Espírito Santo se refere ao povo eleito como sendo pessoas criadas e predestinadas a fim de serem “para o louvor de sua glória”.
Num outro texto o Apóstolo Paulo descreve de forma admirável a doutrina bíblica a respeito da razão de nossa existência.
Rm 11:33-36
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!  34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?  35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?  36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Nos versículos anteriores ele vem expondo sua doutrina sobre os caminhos de Deus em nossa salvação.
Caminhos sábios, insondáveis.
E culmina com esta bela expressão de louvor ao Senhor.
1.2 – Mas ele também nos ensina que seu propósito, ao mesmo tempo que em traz glória ao seu nome, também nos fazer bem
Jr 29:11
Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.
Rm 8:28
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Ele faz com que tudo em nossa vida seja para a sua glória.
Ele faz com que tudo em nossa vida seja para o nosso bem.
É por isto que ao discorrer sobre a razão de ser de nossa existência, nossos antepassados escreveram que “o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre”.
Às vezes nós não sabemos os detalhes, os porquês das pequenas ou das grandes coisas de nossa vida.
Mas pela fé na Palavra de Deus cada crente tem esta maravilhosa certeza: – “Aquilo pelo qual estou passando agora é para a glória de Deus, e é para o meu bem”.
Mesmo que seja uma grave enfermidade[2].
Mesmo que seja um problema familiar[3].
Mesmo que seja um problema financeiro[4].
Mesmo que seja um difícil conflito emocional[5].
Mesmo que seja uma tentação, um espinho na carne, uma situação que o deixa aflito, sentindo-se enfermo da alma, humilhado[6].
Eu não sei em detalhes qual será o resultado disto, mas eu sei de duas coisas:
Se Jesus criou você para a glória dele, então o nome dele será honrado.
Se Jesus faz com que todas as coisas cooperem para o seu bem, então, em todas as coisas, você será mais que vencedor.
Pois nenhum dos planos de Deus pode ser frustrado[7].
2. Jesus sabe o que fazer, quando fazer, e onde fazer, para que o seu nome seja honrado e nosso bem seja alcançado
Veja mais uma vez: Lázaro está doente. Acontece que ele tem um amigo que é capaz de curar esta enfermidade.
Ele tem curado muitas outras pessoas.
Na realidade, Lázaro e suas irmãs sabem que Jesus é o Filho de Deus, que no último dia, pelo poder de Jesus, todos os mortos irão ressuscitar. Ora, se Jesus irá ressuscitar os mortos, então curar a enfermidade de Lázaro seria muito simples.
Por isto mandam avisar Jesus. Se Jesus estivesse lá, Lázaro seria curado.
Esta era a clara esperança deles, conforme Marta revela no v. 21.
Este também era o raciocínio dos amigos deles, conforme o v. 37.
Mas tem algo mais: Jesus é amigo de Lázaro (v.11).
E Jesus diz que o ama (v. 5).
Na realidade, entre estes três e Jesus havia uma intimidade muito grande.
Ora, se você tem um amigo íntimo, se você o ama, se ele está sofrendo e você tem o poder de tirar aquilo que o faz sofrer, o que ele espera de você? Que você o socorra, não é mesmo?
Eu não tenho dons de curar, mas sei o que eu faço quando vejo um amigo enfermo: levo ao médico, o mais rápido possível.
Então mandam avisar Jesus, pois “ele é nosso amigo e virá nos ajudar”.
Mas, irmãos, ao saber da enfermidade de Lázaro, o que faz o amigo Jesus? Nada! (v. 6).
Ele simplesmente não atende ao pedido das irmãs!
A intenção de Marta é clara: – “Senhor, se o Senhor estivesse aqui, se o senhor tivesse vindo, meu irmão não teria morrido”.
O pensamento dos conhecidos também: – “Ele tem curado tantas pessoas. Não poderia ter curado seu amigo Lázaro, a quem ele amava?”
Desejo fazer algumas observações aqui:
2.1 – Primeira: nem sempre o nosso amigo Jesus irá nos atender da maneira como nós esperamos; e não é porque ele não nos atende da maneira como desejamos que ele deixa de ser nosso amigo.
É que Jesus conhecia o fim da história, e tinha em mente algo muito maior que seus amigos estavam esperando.
Jesus sabia que seus queridos estavam sofrendo, e sofrendo muito, mas se ele retirasse aquele sofrimento, estaria tirando também uma grande bênção que seria resultado daquele sofrimento.
Os caminhos de Deus são mais altos, os pensamentos de Deus são maiores que os nossos[8].
Às vezes eu ouço irmãos, amados de Deus, passando por certas tribulações, e na hora da dor raciocinando mais ou menos assim: – “Não sei por quê; Deus faz tantas coisas boas na vida de outros, mas não faz na minha; ouve as orações de outros, mas não ouve as minhas.” Alguns têm até a santa coragem de dizer que se sentem abandonados por Deus
Digo “santa coragem” porque não entendo que isto seja falta de fé, mas como em muitos salmos, expressões de um desejo ardente de que o Senhor responda logo.
Agora note: Jesus não foi ao encontro de Lázaro quando este estava enfermo. Lázaro morreu. Mas nem por isto a irmãs deixaram de crer nele e em sua amizade .
vs. 21 e 22
Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão.  22 Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.  
Marta não está dizendo aqui que esperava a ressurreição de Lázaro para aquele dia, mas que não havia perdido sua fé em Jesus
vs. 28 e 29
Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama.  29 Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele
Maria atendeu prontamente ao chamado do Senhor.
Às vezes ouço alguns irmãos mal informados dizerem que quando Deus não nos atende de imediato é porque é falta de fé. Isto naturalmente é possível, mas, o que é mais difícil: continuar a crer em Jesus, pois ele sempre faz o que desejamos, ou continuar a crer mesmo quando ele não nos atende logo, ou quando não nos atende? O que é preciso mais fé? O verdadeiro crente, a verdadeira fé, é aquela que permanece a despeito de tudo.
2.2 – Segunda observação: se o Senhor não nos responde logo, é porque ele tem seus motivos
Sempre será para trazer um bem maior.
Às vezes, é para que nos convertamos dos nossos maus caminhos, o que também é um bem maior
Is 30:15-18
Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes.  16 Antes, dizeis: Não, sobre cavalos fugiremos; portanto, fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; sim, ligeiros serão os vossos perseguidores.  17 Mil homens fugirão pela ameaça de apenas um; pela ameaça de cinco, todos vós fugireis, até que sejais deixados como o mastro no cimo do monte e como o estandarte no outeiro.  18 Por isso, o SENHOR espera, para ter misericórdia de vós, e se detém, para se compadecer de vós, porque o SENHOR é Deus de justiça; bem-aventurados todos os que nele esperam.
2.3 – Terceira observação: o Senhor Jesus, mesmo retardando em nos ouvir, não assiste impassível ao nosso sofrimento.
Uma das mais belas expressões do amor de Jesus para seus eleitos está aqui no v. 35: “Jesus chorou”.
Veja também os vs. 33 e 38
33 Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se.
38 Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra.  
Jesus embora soubesse que no final todos se alegrariam, não deixou de se comover diante do sofrimento deles.
Ele estava experimentando em si mesmo toda a dor e sofrimento que o pecado trouxe sobre nós, a fim de se tornar o nosso perfeito salvador[9].
Mas não somente com este propósito: é que ele mesmo, tendo se tornado tão humano quanto nós, e um homem amoroso, perfeito, sofre com o nosso sofrimento[10].
3. Os propósitos do nosso amigo Jesus são infalíveis
Quando o Senhor disse aos discípulos que deveriam sair de onde estavam e partir novamente para a Judéia, onde ficava Betesda, eles ficaram atemorizados: – “Mas Jesus! O Senhor sabe que os judeus estão querendo matar o Senhor! É perigoso! Melhor não irmos para lá!”
Mas Jesus responde: – “Não temos doze horas por dia? Se andarmos na luz não temos o perigo de tropeçar”.
É outra maneira de dizer: – “Eu sei o que estou fazendo; ninguém irá nos impedir. Não se preocupem.”
Então ele vai ao encontro de suas amigas. A pressão é enorme. As próprias amadas do Senhor, embora crendo em seu grande poder, não têm a mínima noção ou esperança do que ele irá fazer.
Quando diante do túmulo ele ordena: – “Tirai a pedra”, Marta reponde: – “Mas Senhor, já está até cheirando mal, está se decompondo, pois fazem quatro dias”.
Mas ele permanece firme em seu propósito; em voz alta, para que a multidão testemunhasse, ele ora ao Pai celestial, agradecendo pois sabia que já havia sido atendido e ordena a Lázaro: – “Sai para fora”.
E diante daquele que tem as chaves da sepultura e da morte, diante daquele que é o princípio e o fim, o autor da vida[11], Lázaro se levanta e anda, pois nada pode impedir, nada pode frustrar os planos de Jesus
Será que em sua vida seria diferente? Será que a morte, ou Satanás, ou algum ser humano, ou alguma circunstância imprevista frustraria os planos de Jesus para você, de modo que no final o nome dele seria desonrado, ou as coisas não cooperariam para o seu bem?
Jr 32:27
Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?
Haveria algo grande demais para que o Senhor não pudesse realizar, uma situação difícil demais para que ele não pudesse mudar, um problema complicado demais para que ele não pudesse solucionar?
Jó, que, por assim dizer, “comeu o pão que o diabo amassou”, não pensou que fosse assim.
Pelo contrário, mesmo em meio a tudo quanto lhe aconteceu, confessou sua fé dizendo: – “Bem sei que tudo podes, e nenhum de seus planos pode ser frustrado”.
E em outro lugar: – “Ainda que ele me mate, nele esperarei” [12].
Amado do Senhor, nenhum dos planos de Deus para você será impedido. Ele começou boa obra e há de aperfeiçoá-la; nada o impedirá.
Conclusão e aplicação
Jesus tem um propósito duplo em tudo quanto acontece em nossa vida.
– O de glorificar a Deus
– E nos abençoar
Em seu propósito de glorificar a Deus e nos abençoar, ele sabe o que fazer, quando fazer e como fazer, mesmo que às vezes pareça que ele não está fazendo nada.
Nenhum dos propósitos de Jesus para a nossa vida será impedido.
Vamos mencionar algumas implicações disto para nossa vida.
1. Se Jesus é seu amigo, você pode confiar nos seus planos para você.
2. Você pode confiar no amor e na amizade de Jesus, mesmo quando os acontecimentos quiserem fazer descrer.
3. Se ele parece estar demorando, você deve perguntar se não há coisas que você precisa mudar, pecados a abandonar.
4. Você pode confiar em Jesus não somente para as coisas desta vida presente, mas também por toda a eternidade. Ele é a ressurreição e a vida. Todo aquele que nele crê, ainda que esteja morto, viverá.
5. Você pode adorar ao Senhor.
6. Entregue seus cuidados ao Senhor, confie nele, e o mais ele fará.



[1] Jo 20:30, 31; Jo 10:10
[2] Lembre-se da história de Jó.
[3] Lembre-se da história de José e seus irmãos (Gn caps. 37-50).
[4] 1ª Rs 17:9 e segs. – a história da “viúva de Sarepta”.
[5] Por exemplo, Salmos 42 e 43.
[6] 2ª Co 12:7-10.
[7] Jó 42:2.
[8] Is 55:8, 9
[9] Hb 2:10
[10] Hb 4:15
[11] Ap 1:17 e 18; At 3:15
[12] Jó 13:15, ARC

domingo, 19 de julho de 2015

Jesus, Simão e a pecadora - Lc 7:36-50

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 19 de julho de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa.  37 E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; 38 e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento.  39 Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.  40 Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre.  41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta.  42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?  43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.  44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.  45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.  46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.  47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.  48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.  49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?  50 Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.
Havia na cidade de Naim um homem chamado Simão.
Ele pertencia à seita dos fariseus, um grupo religioso muito rigoroso, que tinha em seu corpo de ensino centenas de leis reguladoras da vida diária, as quais diziam o que era permitido ou não, para que um homem pudesse ser considerado verdadeiramente santo.
Enquanto olhavam para si mesmos, e se comparavam com as demais pessoas, os fariseus achavam que, vivendo de acordo com suas centenas de leis, estavam mantendo um alto padrão de espiritualidade, e que por isso alcançavam o favor de Deus.
Entre os muitos hábitos que tinham, os fariseus gostavam convidar mestres para uma refeição na qual eram discutidos assuntos religiosos. A discussão era assistida por muitas pessoas.
Um dia, em Naim, apareceu um novo mestre pregando. Fazia milagres. Ressuscitou o filho de uma viúva. Curava cegos, coxos, leprosos, pregava o evangelho aos pobres. Esse mestre era Jesus.
A pequena cidade ficou agitada: uns contra, outros a favor.
Então Simão convidou Jesus para cear em sua casa. E Jesus aceitou, como sempre aceitava.
Estando na casa de Simão, o Senhor reclinou-se à mesa para cear.
Mas havia um clima de hostilidade no ar: Simão não usou das cortesias costumeiras - o beijo no rosto, água para os pés, óleo para o rosto e os cabelos.
E então acontece algo inesperado: entra uma mulher, conhecida na cidade por sua vida de pecados - prostituição. Uma mulher “cheia de pecados”. Simão, comparado com ela, tinha poucos pecados.
Não sabemos como aquela mulher fora salva: se numa conversa pessoal, ou se ouvindo Jesus pregar; mas o fato é que ela crera em Jesus, fora perdoada de seus pecados, e agora seu coração transbordava de amor por ele.
Quando soube que Jesus estava ali, tomou um vaso especial, de alabastro, cheio de perfume, e aproximou-se de Jesus. Chorava aos seus pés. Secava-os com os cabelos, beijava-os. E ungia-os com o perfume.
E Simão começou a pensar: – Jesus não é profeta coisa alguma. Ele não sabe nada. Se fosse profeta, saberia que é esta mulher.
Acontece que Jesus sabia: sabia quem era ela, e quem era Simão. Conhecia o coração dos dois.
Então ele usou uma ilustração, que mostrava a diferença entre Simão e a pecadora (vs. 41-43).
– Simão, disse Jesus, vamos supor que dois homens estejam devendo para um terceiro. Um deles deve pequena soma em dinheiro, e o outro tenha uma grande dívida.
– Mas acontece que , não tendo nenhum dos dois com que pagar, o credor perdoe a ambos. Qual destes dois homem amará mais aquele que os perdoou?
Então lhe respondeu Simão: – Acho que aquele a quem mais perdoou.
Ao que Jesus respondeu: – É isso mesmo...
E fez uma aplicação para a situação, na qual afirmou que Simão havia sido hostil com o Senhor, enquanto aquela desprezada mulher estava dando a ele uma extraordinária demonstração de amor.
Porque aquela mulher, aquela “grande pecadora”, havia conhecido a amor de Jesus, o perdão, a salvação, ao mesmo tempo em que Simão não conhecia nada disto.
E a história termina com Jesus dizendo à mulher: – A tua fé te salvou; vai-te em paz (v.50).
Irmãos, para o fortalecimento de nossas almas, preparando-nos para a mesa do Senhor, eu desejo meditar com você sobre a salvação que temos em Jesus, e os seus frutos em nossa vida.
O que o Espírito Santo nos diz aqui?
1. A salvação é um dom de Deus, para aquele que tem fé em Cristo Jesus
Que é um dom de Deus nos aprendemos nos vs. 41 e 42, onde na Jesus ilustração usada por Jesus ele diz que nenhum daqueles dois devedores tinha como pagar ao seu credor, mas que foram simplesmente perdoados, gratuitamente.
Que é para aqueles que têm fé nós vemos afirmado no v. 50, onde Jesus diz: – “A tua fé te salvou”.
Jesus tinha diante de si duas pessoas pecadoras.
Simão era um pecador, pois como diz a Escritura, “não há homem que não peque” (1o Rs. 8:46).
Mas Simão não tinha consciência disto. Ele não se achava pecador; não sentia que fosse um devedor diante de Deus; muito menos para Jesus, que ele nem acreditava ser um verdadeiro homem de Deus.
A mulher, ao contrário, teve uma reação completamente diferente.  Não sabemos como foi que ela veio a ter fé em Jesus.
Sabemos que ela tinha muitos pecados - era uma “mulher da vida”, como dizem alguns. E sabemos também que tinha consciência da grandeza de seus pecados.
Mas quando conheceu a Jesus, ela acreditou nele: acreditou em suas palavras, em seu amor, em sua autoridade para perdoar e salvar.
Então se cumpriu em sua vida aquilo que o apóstolo Paulo viria a escrever a respeito da salvação.
Ef 2:8 e 9
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie.
“Pela graça sois salvos” – em outro lugar este mesmo apóstolo nos ensina que quando alguma coisa é pela graça, jamais poderia ser pelas obras, do contrário a graça já não seria graça[1].
Então esta mulher foi perdoada sem que fizesse por merecer, assim como qualquer pessoa não pode fazer nada que a torne merecedora.
“Mediante a fé” – não com base nas obras, para que ninguém se orgulhe disto.
Sim: tudo o que você precisa “fazer” para agradar a Deus é ter fé em Jesus; confiar nele. Mas Deus é tão maravilhoso que, uma vez que não conseguimos, por nós mesmos, ter fé, ele no-la concede gratuitamente.
Então veja: você pode ter entrado aqui hoje cheio de pecados. Com o coração atormentado e a consciência ferida. Mas você pode ser perdoado; e pode ser salvo. Se você acreditar em Jesus. Se tão somente confiar nele.
E o que acontece quando alguém, reconhecendo-se pecador, volta-se para Jesus, confiando nele para o perdão de seus pecados?
2. Os frutos da fé
2.1 – Ele é perdoado
v. 48 - Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados
Seis vezes em nosso texto aparecem as palavras relacionadas, “perdão” e “perdoar”.
O pecado é apresentado como uma falta que o homem comete, e por isto fica em dívida com Deus.
E esta dívida é enorme. É tão grande que ser humano nenhum poderia saldar.
Mas a Bíblia nos assegura que o amor de Deus é muito maior que nossa grande dívida, e que em Cristo, todos as nossa dívidas foram perdoadas (pagas).
É assim que Jesus descreve ao sacrifício que ele fez de si mesmo, por nossos pecados, quando morreu na cruz
Jo 19:30
Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.
Está consumado. Tudo está feito. A dívida está paga.
2.2 - Amor para com Jesus Cristo
v. 47 - Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.  
Melhor tradução: “perdoados lhe são os seus muitos pecados, por isso ela muito amou”.
A salvação, o perdão dos pecados, sempre resulta em amor para com Deus na pessoa de Jesus Cristo.
1a Jo 4:19 - Nós amamos porque ele nos amou primeiro
Este amor para com Jesus se traduz em gestos, atitudes, palavras, obras. Como vemos nesta mulher perdoada:
Ela ama Jesus. Então se aproxima dele. Prostra-se aos seus pés. Chora. Enxuga-lhe os pés. Toma de seu precioso perfume e derrama-o sobre os pés de Jesus. Ela está dando de si, do que ama, porque o ama.
Aquele que conhece esta salvação, que tem esta certeza do perdão, que tem esta consciência do amor de Deus, com toda a certeza, também ama a Deus:
Tem prazer em estar aos seus pés, diante de seu altar adorando, cantando hinos de louvor; tem prazer em falar com ele em oração; tem prazer em ouvir sua voz através da pregação, através da Bíblia sagrada.
Tem prazer em andar nos seus caminhos, fazer sua vontade; tem prazer em estar na casa de Deus, cultuando a ele.
Tem prazer em estar na companhia de outras pessoas que amam a Deus.
2.3 - A paz no coração
v. 50 – A tua fé te salvou: vai-te em paz
Paz significa, entre outras coisas, ausência de conflitos.
E quando alguém conhece o perdão e o amor de Deus, passa a ter com ele um relacionamento de paz.
Rm 5:1
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo
1a Jo 3:18-23
Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.  19 E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração; 20 pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas.  21 Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; 22 e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável.  23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
Coração em paz, paz na consciência, a certeza de que está tudo bem entre você e Deus                  
Conclusão e aplicação
A salvação da alma é consequência de se ter fé em Jesus Cristo.
Não é uma coisa que alguém possa fazer por merecer. Mesmo que alguém seja um grande pecador, mesmo que alguém esteja vivendo na mais profunda degradação moral, ainda assim pode ser salvo.
Para que isto aconteça, deve se voltar para Deus através de Jesus Cristo; crer no seu amor, crer no seu perdão.
Quando uma pessoa tem essa fé da qual estamos falando, algumas coisas acontecem:
Ela pode ter a certeza do perdão de todos os seus pecados
Ela passa, por causa desta certeza, a ter um profundo amor para com Deus, amor que a leva a uma vida de adoração e obediência a Deus
Ela passa a ter um relacionamento de intensa amizade com Deus
Se você crê em Jesus: Tenha esta bendita certeza do perdão.Tenha esta certeza do amor de Deus, e ame a Jesus, de todo o seu coração. Tenha paz com Deus, goze a cada dia desta amizade. Aproxime-se com confiança da mesa do Senhor.
Mas se você ainda não creu, hoje é dia de crer.


      




[1] Rm 11:6
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