Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 16 de agosto de 2015

Uma coisa só é necessária - Lc 10:38-42

Lc 10:38-42
IPC de Pda. de Taipas
Manhã de domingo, 16 de agosto de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa.  39 Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.  40 Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.  41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.  42 Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.
Jesus estava numa cidade chamada Betânia (cf. Jo 11), e hospedou-se na casa de três irmãos, amigos seus: Lázaro, Marta e Maria.
Maria assentou-se aos pés do Senhor para ouvir seus ensinamentos - um acontecimento, por si só, singular naqueles dias, pois não era costume dos mestres da lei ensinar a mulheres.
Marta estava agitada de um lado para o outro, pois chegara em sua casa um visitante muito importante, e amado.
Marta fazia o máximo possível para recebê-lo bem.
Mas uma coisa a estava incomodando: Maria “não estava fazendo nada”, enquanto ela, Marta, estava ali trabalhando sozinha para servir a Jesus.
Então ela pediu que Jesus mandasse Maria trabalhar.
Jesus, naturalmente, compreendeu aquela mulher, mas não consentiu com seus desejos.
Como muita ternura, carinho e amor, ele diz: “Marta! Marta! Você está inquieta, agitada, preocupada com tantas coisas. Mas somente uma é realmente imprescindível. Maria escolheu esta coisa, e isto ninguém poderá tirar dela”.
Este acontecimento nos ilustra de maneira viva uma tentação que experimentamos diariamente: a tentação de nos enchermos de tantos afazeres que desprezamos aquilo que é mais importante.
1. Diariamente somos tentados a nos envolver com mais tarefas do que deveríamos
Sentimos a necessidade de sempre “estar fazendo alguma coisa”.
Nosso mundo atual dá mais importância ao “fazer” do que ao “ser”.
E realmente temos muitas coisas para fazer: em casa, no trabalho, na escola, na igreja.
E diante de tudo o que devemos fazer, ficamos preocupados e nos dedicamos às nossas tarefas.
Só que à medida em que fazemos as coisas, percebemos que não estamos fazendo tudo que gostaríamos, ou que sentimos necessidade. Isto nos deixa ainda mais preocupados.
Achamos que não estamos “dando conta do recado”; e então, como se fosse uma “válvula de escape”, começamos a lançar culpas e pesos sobre outros: “As pessoas não são dedicadas como eu. Não se envolvem, não ajudam. Só eu quero trabalhar!”.
E um sentimento de frustração, no sentido de que estamos sendo injustiçados começa a nos invadir o coração, até que isto se transforma em queixa diante de Deus - como Marta.
(É assim que eu mesmo me sinto muitas vezes. Quando meditava neste texto, confesso que me senti tentado a achar que Marta estava certa, e Jesus e Maria errados).
Jesus compreende os que são sinceros de coração; ele não os trata com espírito de condenação, mas com doçura e firmeza afirma o que é a verdade.
E a verdade é que...
2. O mais importante é nossa comunhão com ele
Por quê?
2.1 - Porque Jesus é a pessoa mais importante de nossa vida
Ele é nosso Deus e Salvador.
Ele é mais importante que o nosso trabalho, que as tarefas, que as outra pessoas, que nós mesmos, que nossos desejos.
Maria entendeu isto, e então simplesmente assentou-se aos pés do Senhor, maravilhada com ele; sua alma estava como que “enamorada” por Jesus, enlevada, por isto ela pode deixar de lado toda a ansiedade.
2.2 - Porque Jesus assim o quer
Ele deseja que “nos assentemos aos seus pés” para ouvi-lo.
Ele deseja que ouçamos sua Palavra, ele deseja ensinar-nos, e tem prazer nisto.
Por isto aprovou a atitude de Maria, e não permitiu que o pensamento Marta prevalecesse; não permitiu que acusasse sua irmã de preguiça e ociosidade.
2.3 - Porque diante de Jesus, o “ser” é mais importante que “fazer”
Para ele o que conta é o que somos interiormente.
E estar em comunhão com ele é a melhor maneira de sermos transformados espiritualmente.
2ª Co 3:17, 18
Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.  18 E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.
2.4 - Porque somente nele podemos descansar nossa alma
1ª Pe 5:7
Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
2.5 - Porque somente nele podemos ter força e direção
Jo 15:4, 5
Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.  5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Ele nos dá direção e energia necessárias para as demais coisas
Às vezes, apenas oramos: “Senhor, me ajuda”, e nem paramos para ouvir a voz de Deus, receber sua orientação através da meditação em sua Palavra. Começamos simplesmente a agir. Está errado.
É necessário meditar dia a dia, deixar que Deus vá nos orientando sobre tudo: família, trabalho, igreja.
Ele dá orientação e capacidade.
Aplicações práticas
1 - Cabe a cada um de nós o ter, como prioridade, o cultivo de nossa vida espiritual
Marta estava tão atarefada com os afazeres da casa que não somente achou desperdício de tempo o estar aos pés de Jesus como também queria que Maria fizesse os mesmo
Nossa prioridade deve ser o cultivar as coisas da alma, e não as deste mundo.
À medida em que trabalhamos as coisas da alma, o Senhor nos concede graça de servi-lo de seu modo, e não do modo como achamos que seria bom.
Também cabe a nós o fazer do reino de Deus e sua justiça aquilo que vamos buscar em primeiro lugar, pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma?
2 - Cabe a nós separar um tempo, diariamente, para nos “assentarmos aos pés de Jesus” (temos uma vantagem muito grande sobre Marta e Maria: ele está conosco o tempo todo)
Mas a comunhão diária não é só uma possibilidade: é uma necessidade.
Temos muito o que fazer. A melhor maneira de começar é trazer tudo aos pés do Senhor
3 - Aproximamo-nos de Deus pela fé, crendo que ele existe e é galardoador de todos aqueles que o buscam (Hb 11:6)
Aproximemo-nos com louvor, agradecendo por todos os seus benefícios para conosco: ele perdoa as nossas iniquidades, sara as nossas enfermidades, renova nossas focas, supre as nossas necessidades (Sl 103:1-5).
Aproximemo-nos para ouvir sua voz nas Escrituras, como nos encoraja o salmo:
Escutarei o que Deus, o Senhor, disser pois falará de paz ao seu povo, e que jamais caiamos em insensatez (Sl 85:8).
Aproximemo-nos com oração, lançando sobre ele todas as nossas ansiedades, pois ele tem cuidado de nós (Fp 4:6, 7).
Então, depois de ler sua Palavra, meditar nela, procurar aplicações para nossa vida, podemos sair para nossas tarefas, e fazer tudo em comunhão com Deus, no poder de seu Espírito.

domingo, 9 de agosto de 2015

Se Deus é nosso Pai, não podemos deixar de honrá-lo - Ml 3:6

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 9 de agosto de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler no livro do profeta Malaquias, o cap. 1.
Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias.  2 Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? -- disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, 3 porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto.  4 Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre.  5 Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel. 6 O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? -- diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?  7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível.  8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? -- diz o SENHOR dos Exércitos.  9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? -- diz o SENHOR dos Exércitos.  10 Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.  11 Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos.  12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.  13 E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? -- diz o SENHOR.  14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.
Uma das primeiras pessoas que teve a felicidade de encontrar-se com nosso Senhor Jesus Cristo, depois que ele ressuscitou de entre os mortos, foi Maria Madalena.
E ele a consolou dizendo: – “Vai ter com meus irmãos e dize-lhes: ‘Subo para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus’” [1].
Mais tarde, quando nosso Salvador subiu ao céu e assentou-se à direita de Deus Pai, chegou o tempo de comprimento da antiga promessa, e o Espírito Santo, o nosso Consolador, foi derramado do céu, sobre todo o povo de Deus, a fim de habitar para sempre em nossos corações.
Uma das bênçãos imensuráveis que temos do Espírito Santo é esta: que ele nos habilita a invocar a Deus confiando que ele é nosso Pai[2].
Não foi sempre assim. Ao contrário, ainda que Deus seja o nosso criador, e neste sentido, Pai de todos os seres humanos, houve tempo, amados, que por causa do pecado em nós, todos éramos, num sentido espiritual, “filhos do diabo”.
E isto não é invencionice minha. Mas é o próprio evangelho que diz assim, para que todo homem que não tem fé em Jesus saiba do verdadeiro estado de sua alma diante de Deus.
Vamos ler João 8:44-47
Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.  45 Mas, porque eu digo a verdade, não me credes.  46 Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes?  47 Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus.
Nesta passagem Jesus está se dirigindo a um grupo de pessoas que se recusavam a dar crédito a ele e se converter de seus pecados a Deus.
Estas pessoas se consideravam justas e boas, pois eram religiosas, e descendentes do grande patriarca Abraão, homem de fé. Eles pensavam que isto os tornava automaticamente filhos de Deus.
Assim como muitas pessoas nos dias de hoje – pensam que pelo fato de serem filhos de crentes e frequentarem a igreja são automaticamente filhos de Deus.
Mas eles não criam em Jesus e não se convertiam dos seus pecados. Então Jesus é muito claro. Ele diz: – “Vocês são filhos do diabo...”.
Assim todos nós éramos, irmãos, quando não conhecíamos a Cristo.
Mas um dia uma coisa maravilhosa, um verdadeiro milagre, nos aconteceu. Deus, que é rico em misericórdia, tendo enviado seu Filho ao mundo, para a nossa salvação, abriu os olhos da nossa alma, e viemos a ter fé em Jesus, e por meio desta fé ele veio habitar em nossos corações.
Vamos ler, mais uma vez, o testemunho do Evangelho de João – Jo 1:11-13
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.  12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Agora somos nascidos de Deus e temos o privilégio de sermos chamados seus filhos.
Se Deus é nosso Pai, isto significa que ele nos alimenta espiritualmente e não apenas fisicamente; ele nos ensina as coisas da alma, ele nos sustenta, ele nos protege, e tem autoridade sobre nós.
Por outro lado, se somos filhos, significa que podemos ter comunhão com ele pela oração e pelo ouvir de suas palavras trazidas às nossas almas.  Temos acesso ao Pai pelo Espírito de Jesus que habita em nós, e nosso destino eterno é morar na casa do Pai celestial.
Mas também significa que neste mundo devemos ser imitadores de Deus como filhos amados, e andar em amor, como Cristo andou em amor[3].
Como nos ensina Pedro, assim como invocamos como Pai aquele que não faz acepção de pessoas, devemos obedecer a Escritura que diz:
Sede santos, assim como eu sou santo, (diz o Senhor) [4].
Se Deus é nosso Pai, nós devemos honrá-lo, portando-nos como seus filhos.
No texto que lemos, do profeta Malaquias, o Senhor se queixa do comportamento indigno que o povo judeu estava manifestando em muitos aspectos de sua vida diária. Eles não estavam dando a Deus a honra que lhe era devida como Pai.
O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o SENHOR dos Exércitos...
Irmãos, que coisa vergonhosa e triste.
O povo judeu, a antiga igreja que tinha voltado do exílio na Babilônia e assim experimentado em sua própria vida o cumprimento das profecias dadas por Isaías e Jeremias, o povo que tinha sido livrado de grandes perigos, dos muitos inimigos que moravam ao redor de sua cidade, que teve o privilégio de reconstruir o templo e restabelecer o culto, agora estava espiritualmente frio.
Os sacerdotes eram frios, ritualistas e faziam as coisas por mera formalidade, sem amor pelo culto ao Senhor.
E tal como eram os sacerdotes, assim também era o povo: não obedeciam à lei do Senhor, e não guardavam amor para com seus irmãos.
O Senhor estava se sentindo indignado com o seu próprio povo.
E pergunta: – “O filho honra o pai. Se eu sou pai, onde está a minha honra?”.
E sabem, meus irmãos, quando desonramos a Deus, isto não é sem consequências.
Este cap. 1 de Malaquias é encerrado com uma maldição sobre os judeus que prometiam o melhor ao Senhor, mas que na prática ofereciam dons e sacrifícios defeituosos, fruto de corações frios.
Aliás, esta palavra, “maldição”, é uma das mais frequentes neste livro, refletindo o fato de que frieza espiritual e maldição sempre andam juntas.
“O filho honra o pai. Se eu sou pai, onde está a minha honra?”.
Irmãos, esta é uma coisa horrorosa: um filho de Deus que desonra o seu Pai celestial.
Como é possível? Quando é que isto acontece? De que maneiras estas pessoas se comportavam, que o Senhor sentia que os homens o desprezavam?
Eles desprezavam a Deus...
1. Através de “palavras duras” contra o Senhor
Cap. 1:6, 7
O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? -- diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?  7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível.
Nestes dois vs. nós temos uma tríplice queixa do Senhor: eles o desprezavam através de suas palavras, de seus pensamentos, e de seu comportamento.
Embora aqui ele se dirija mais diretamente aos sacerdotes, estas queixas se repetirão várias vezes no livro e também contra o povo como um todo.
Pois palavras de contestação do povo contra Deus nós também vemos repetidas vezes aqui.
Vejamos algumas ocorrências.
Cap. 1:2a – Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado?
Cap. 2:17 – Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?
Cap. 3:7, 8 – Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?  8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Cap. 3:13 – As vossas palavras foram duras para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
Você vê? Cada vez que o Senhor diz alguma coisa, eles respondem contestando a veracidade de Deus.
Se o Senhor diz: “Eu amo vocês”, eles dizem: “Mas no que o Senhor tem demonstrado amor?”.
Se o Senhor diz: “Vocês têm me roubado”, eles dizem: “Mas temos roubado no quê?”.
Se o Senhor diz: “As palavras de vocês contra mim são ferinas”, eles dizem: “Mas o que temos falado contra ti?”.
Já viu um filho que faz isto com o pai?
Além disto, palavras de murmuração.
Queixavam-se de que o serviço de culto a Deus era cansativo, e na mesa do Senhor se ofereciam alimentos que eles mesmos desprezavam:
Cap. 1:12, 13 – Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.  13 E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? -- diz o SENHOR.  
Queixavam-se de que o Senhor não ouvia suas orações:
Cap. 2:13, 14 – Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão.  14 E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.
Queixavam-se dizendo que não adiantava nada servir a Deus, pois ele não se importava se as pessoas obedeciam seus mandamentos ou não:
Cap. 3:14 – Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?
Então do Senhor diz que estava insatisfeito com filhos que não estavam satisfeitos com ele.
Mas esta insatisfação que os homens expressavam em suas palavras não eram apenas “meras palavras”. A boca fala do que está cheio o coração.
2. Eles desonravam a Deus com suas palavras, porque primeiramente já o estavam fazendo através de pensamentos
Várias vezes o Senhor relembra o fato de que eles simplesmente dizem aquilo que se passava em seus pensamentos:
Cap. 1:7b – Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível
Cap. 2:17b – Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?
Você sabe que eu já ouvi membro de igreja dizer isto, que alguns aprontam, desobedecem a Deus, e prosperam, e são abençoados, enquanto que eles são fiéis e não são recompensados por sua obediência?
Não foi este também o pecado de Asafe, de acordo com sua própria confissão, no Salmo 73?
Assim vemos, irmãos, que as palavras das quais o Senhor se queixa, como sendo duras, palavras que expressavam atitudes de desprezo para com o Senhor, nada mais eram do que expressões de um desprezo que nascia nos corações deles.
3. E aquilo que vai no coração não se manifesta somente através de palavras. Por isto eles também desonravam a Deus através de suas ações
Da mesma forma como a cada passo deste livro nós lemos sobre palavras e pensamentos que desonravam ao Senhor, nós vemos comportamentos desta mesma natureza.
E é claro: quando alguém não ama a Deus, não ama também ao seu irmão.
Assim, nós temos aqui o profeta descrevendo tanto pecados contra Deus como contra o próximo.
Pecados contra Deus:
Eles não gostavam de cultuar. No v. 13, já lemos que eles achavam o culto “uma canseira”.
Leiamos novamente 1:8
Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? -- diz o SENHOR dos Exércitos.  
Eles prometiam e não cumpriam – cap. 1:14
Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.
Assim como não davam valor ao que eles mesmos diziam, não davam valor também à Palavra de Deus, pois “gente sem palavra” também não dá valor ao que outras pessoas dizem.
Por isto, não somente os sacerdotes não ensinavam a Palavra de Deus com fidelidade (cap. 2:7), mas também o povo achava que era inútil obedecer a lei do Senhor (cap. 3:14).
Eles roubavam a Deus – cap. 3:7-9
Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?  8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.  9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
Pecados contra o próximo
Eles eram infiéis em seus relacionamentos com os irmãos de aliança – No cap. 2:10 o profeta pergunta:
Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais?
Eles eram infiéis com suas esposas – no mesmo cap., v. 14, o Senhor diz por que não atendia suas orações.
E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.
A deslealdade, ele explica nos vs. seguintes, se manifestava em violência e divórcios.
Conclusão e aplicação
A mensagem de Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, é uma queixa do Senhor contra a Igreja Antiga. Igreja da Antiga Aliança, mas que deveria viver sob os mesmos princípios da Aliança que temos com Deus em Cristo Jesus.
Assim como Cristo amou sua igreja e a si mesmo se entregou por ela, e a purifica pela Palavra, e dela cuida e alimenta, assim o mesmo Senhor havia prescrito todas as coisas para que o povo da Antiga Aliança fosse perdoado de seus pecados através do sangue de Jesus representado pelos sacrifícios oferecidos no altar.
Assim também o Senhor lhes deu sua Palavra e todas as demais coisas que faziam deles um povo pastoreado por Deus.
Mas eles estavam espiritualmente frios, e em suas palavras, pensamentos e ações, desonravam a Deus.
Então, em vez de gozarem as bênçãos da aliança, estavam sofrendo as maldições da descrença.
Será possível que nós, crentes em Jesus, cometamos os mesmos pecados que eles? Sim, é possível:
Deus nos diz que nos amou tanto que Jesus deu sua vida por nós na cruz[5]; Deus nos diz que nada pode nos separar do seu amor[6].
Mas se alguém, diante das lutas, das provações de usa fé, de seus sofrimentos, disser: “Acho que Deus não me ama”, então comete o mesmo pecado que eles.
Se um crente pensa: “Eu tenho lutado tanto, tenho sofrido tanto, tenho sido honesto, e só vejo os ímpios prosperando. Acho que não vale a pena servir a Deus”, comete o mesmo pecado que eles.
Se um crente diz que Deus merece o melhor, mas não dá o melhor para Deus, comete o mesmo pecado que eles.
Se um crente não desenvolve seus dons, se tem preguiça de orar, de estudar a Bíblia, se um professor tem preguiça de estudar, de preparar as lições, se um músico tem preguiça de crescer, ou um administrador, até mesmo quem varre o chão, não se dedica a fazer com amor e carinho, peca contra o Senhor.
Se um crente rouba os dízimos e ofertas do Senhor.
Se um crente acha o culto ao Senhor cansativo.
Se um crente é desleal para com seu próximo: quando mente, quando é desonesto nos negócios, quando não paga a quem deve, quando calunia, quando fala mal do irmão, quando reclama do irmão, quando se julga superior, mais espiritual, são variações do mesmo pecado – falta de amor.
Se um crente é desleal para com sua esposa, ou marido, ou os pais, ou os filhos.
Todas estas coisas, e muitas outras, são indicações de frieza diante daquele que para o nosso coração deve ser como a luz do sol, aquecendo, iluminando e dando vida.
Se você tem sido desleixado no uso dos seus dons, então você precisa se arrepender.
Se você tem sido infiel para com Deus ou seu próximo, então você precisa se arrepender.
Se você tem falados coisas que não agradam a Deus, precisa se arrepender.
Se você tem pensado coisas que desagradam a Deus, precisa se arrepender.
O que precisamos fazer para mudar? É tratar com o coração:
Cap. 2:2
Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
Ponha isto no coração: “Vou honrar ao meu Pai celestial, com tudo o que tenho e tudo o que sou. Vou honrar ao meu Deus em meus pensamentos, em minhas palavras, em minhas ações. Vou honrar ao meu Deus confiando no seu amor, confiando em Jesus, confiando e obedecendo à sua Palavra. Vou honra cultuando com prazer, usando meus dons, sendo fiel em tudo”.




[1] Jo 20:17
[2] Rm 8:15
[3] Ef 5:1, 2
[4] 1ª Pe 1:16, 17
[5] Jo 3:16
[6] Rm 8:31-39

domingo, 2 de agosto de 2015

Sobre oração - Is 38:1-8

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 2 de agosto de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler Isaías 38:1-8
Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.  2 Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR.  3 E disse: Lembra-te, SENHOR, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo.  4 Então, veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo: 5 Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos.  6 Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade.  7 Ser-te-á isto da parte do SENHOR como sinal de que o SENHOR cumprirá esta palavra que falou: 8 eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol os dez graus que já havia declinado.
Nós podemos dizer que, num certo sentido, o destino de Ezequias, rei de Israel, já estava selado.
Pois ele adoecera, e sua enfermidade (o v. 21 da ARA traduz como úlcera) era gravíssima.
O profeta Isaías foi visitá-lo, mas desta vez ele não tinha, como em muitas outras ocasiões anteriores, uma palavra de consolo e encorajamento ao seu amigo Ezequias.
Ao contrário, ele trouxe uma palavra no sentido de que Ezequias deveria se preparar para o pior:
- Ezequias, assim diz o Senhor, coloque a sua casa em ordem, porque você não vai se recuperar, você não vai sarar.
Ezequias então se sentiu muito angustiado.
Ele pensou nas pessoas que nunca mais veria.
Ele pensou nos trabalhos que nunca mais realizaria.
Pensou na vida abençoada que tinha, e não queria morrer; ele queria sarar.
E na sua angústia ele percebeu que, embora sempre houvesse procurado servir a Deus com integridade de coração, havia, de fato, pecados em sua vida.
Podemos observar isto no v. 17[1], e também no v.1, quando o Senhor lhe ordena: “Põe a tua casa em ordem”.
Mas o que vemos aqui não é apenas um homem angustiado por causa de uma grave enfermidade.
Não é apenas um homem atribulado quando se dá conta de que terá que olhar nos olhos do anjo da morte.
Tampouco é a descrição de um homem que simplesmente se conforma diante de um destino aparentemente inevitável.
O que vemos é, isto sim, a descrição da reação de um homem de fé.
Depois que Isaías se retira, Ezequias encosta a cabeça na parede, volta-se para Deus, e do fundo do coração clama ao Senhor.
Ele abre seu coração, expõe seus pensamentos, seus medos, confessa sua fraqueza... E alcança a resposta do Senhor
Como Jesus diria mais tarde, tudo é possível ao que crê. Ezequias creu e obteve o favor de Deus.
Pelo exemplo de Ezequias, a Palavra de Deus no ensina que a oração muda as coisas. Desejo mencionar três possibilidades da oração
1. Através da oração, o homem pode tocar o coração de Deus
Veja que coisa espantosa:
No v. 1, o Senhor diz assim a Ezequias:
Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.
Mas no v. 5, depois que este homem ora, a Palavra de Deus vem a ele novamente:
Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos
Eu não sei explicar isto com todas as letras; eu sei apenas o que o Espírito Santo está nos dizendo no texto:
Deus disse: “Ponha sua casa em ordem, pois você irá morrer.”
E o homem, angustiado, ora, chora e suplica: “Ah, Senhor, tenha misericórdia...”
E então o Senhor do Universo responde: “Está bem, eu ouvi a sua oração; eu vou curar você e lhe acrescentar mais quinze anos.”
E vocês sabem, meus irmãos, que este não é um caso isolado na Bíblia.
Lembrem-se de Moisés intercedendo por Israel. O Senhor, irado com o pecado de Israel, disse a Moisés que iria destruir aquela nação, apagar o seu nome de debaixo do céu, e de Moisés, seu servo fiel, faria uma nova nação, mais forte e numerosa.
Mas Moisés, homem de Deus, pastor de Israel, se prostrou perante o Senhor, quarenta dias e quarenta noites, como já o fizera anteriormente, e clamou intercedendo até que a ira de Deus fosse detida, e o Senhor perdoasse a nação escolhida[2].
O mesmo aconteceu com a grande cidade de Nínive nos dias do profeta Jonas.
A Palavra do Senhor, por meio do profeta, dizia: “Mais quarenta dias e esta cidade será destruída”.
E ouvindo o rei de Nínive esta Palavra, e todo o povo, creram no Senhor, arrependeram-se, jejuaram, clamaram a Deus e se converteram, e o Senhor não mais destruiu a cidade[3].
E vocês também se lembram de Jacó, aquele homem de mau caráter, trapaceiro, que precisava mudar de vida.
Gn 32:26-28
Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.  27 Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.  28 Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
Você vê? Jacó de fato era um home cheio de defeitos, fraquezas e pecados; mas um pecado ele não tinha: preguiça; e justamente por isto apegou-se a Deus, lutou com Deus até que este mudou-lhe a sorte.
E você se lembra daquela pobre mulher estrangeira que foi pedir a Jesus que libertasse sua filha endemoniada?
Mc 7:24 e segs.
Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro e Sidom. Tendo entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se, 25 porque uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés.  26 Esta mulher era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio.  27 Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.  28 Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças.  29 Então, lhe disse: Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha.  30 Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara.
Em cada um destes casos, que poderiam ser multiplicados, nós vemos situações que já parecem determinadas: Ezequias morrerá. Israel será destruído. Nínive perecerá. Jacó está incomodando a Deus e a mulher siro-fenícia não faz parte do “povo eleito".
Mas cada um deles se apega a Deus, e crê, e ora, confessa, insiste, e espera, e Deus atende.
Então veja o que faz Ezequias – Is 38:14
Como a andorinha ou o grou, assim eu chilreava e gemia como a pomba; os meus olhos se cansavam de olhar para cima. Ó Senhor, ando oprimido, responde tu por mim.
E a resposta do Senhor: “Ouvi tua oração... vi tua aflição...”
Se você fizer como Ezequias, o Senhor pode ouvi-lo falar, o Senhor pode ver suas lágrimas.
2. Através da oração, podemos obter as promessas da graça de Deus – vs. 4, 5
Então, veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo: 5 Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos.  
O que desejo ressaltar agora é que a Palavra do Senhor, melhor, a Palavra da Graça do Senhor foi dada a ele.
Pois antes a Palavra que lhe fora dirigida havia sido uma Palavra de julgamento.
Mas agora, uma Palavra de conforto, de cura, de restauração, de livramento.
Algo semelhante ao que o Senhor já fizera antes, quando Senaqueribe, o maldoso rei da Assíria lhe havia desafiado através de uma carta zombeteira e ameaçadora.
No cap. 37, aqui de Isaías, lemos que aquele ímpio, a quem Deus dera vitória na guerra contra muitas nações, agora estava ameaçando conquistar o reino de Judá e destruir Jerusalém.
Seu numeroso e vitorioso exército estava mesmo às portas da cidade. E Senaqueribe disse que não havia deus capaz de detê-lo.
Então Ezequias tomou a carta ameaçadora nas mãos, entrou no templo, prostrou-se perante o Senhor e orou: “Ó Senhor, livra-nos de suas mãos...”
E Deus o ouviu.
Vamos ler 37:20-29
Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR.  21 Então, Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Visto que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, 22 esta é a palavra que o SENHOR falou a respeito dele: A virgem, filha de Sião, te despreza e zomba de ti; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.  23 A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz e arrogantemente ergueste os olhos? Contra o Santo de Israel. 24 Por meio dos teus servos, afrontaste o Senhor e disseste: Com a multidão dos meus carros, subi ao cimo dos montes, ao mais interior do Líbano; deitarei abaixo os seus altos cedros e os ciprestes escolhidos, chegarei ao seu mais alto cimo, ao seu denso e fértil pomar.  25 Cavei e bebi as águas e com a planta de meus pés sequei todos os rios do Egito.  26 Acaso, não ouviste que já há muito dispus eu estas coisas, já desde os dias remotos o tinha planejado? Agora, porém, as faço executar e eu quis que tu reduzisses a montões de ruínas as cidades fortificadas.  27 Por isso, os seus moradores, debilitados, andaram cheios de temor e envergonhados; tornaram-se como a erva do campo, e a erva verde, e o capim dos telhados, e o cereal queimado antes de amadurecer.  28 Mas eu conheço o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, e o teu furor contra mim.  29 Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância subiu até aos meus ouvidos, eis que porei o meu anzol no teu nariz, e o meu freio, na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste. Ordenou ao profeta Isaías fosse ter com ele e dissesse que em breve o Senhor mesmo colocaria um anzol no nariz de Senaqueribe, um freio em sua boca, e o faria voltar pelo mesmo caminho que havia ido.
Senaqueribe não conseguiria fazer nada contra Jerusalém. Então uma enfermidade, uma praga proliferou entre o exército, e o acampamento assírio ficou cheio de cadáveres. Senaqueribe voltou para casa, e foi assassinado pelos próprios filhos.
Este é um maravilhoso modo do operar de Deus: antes de realizar sua obra salvadora, ele nos dá suas graciosas promessas.
Elas são de imenso valor para nós:
Primeiro, porque são promessas que reanimam o nosso coração, que renovam nossa fé.
E depois porque, quando elas se cumprem, temos confirmada a certeza de que de fato foi o Senhor quem falou.
Como isto acontece?
Você fica na presença de Deus, você vai a ele e ora, humilde, confiante, esperançoso, e aguarda. Como Habacuque.
Hc 2:1
Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa.
E então o Senhor trás a sua resposta a você. Deus fala através de sua Palavra escrita, a Bíblia. E também nos fala através da vida, quando o Espírito Santo trás à nossa mente, ao nosso coração, as coisas de sua Palavra escrita, e que temos guardado em nosso interior.
Ele pode encaminhá-lo em sua leitura bíblica. Certa ocasião eu estava orando a Deus em favor de uma pessoa a quem eu amava, que estava muito enferma. Estava mesmo desenganada pelos médicos.
Então assentei-me na sala de estar, em oração, e “abri minha Bíblia ao acaso”.
Meus olhos pousaram sobre estas palavras:
A ti, ó Deus, confiança e louvor em Sião! E a ti se pagará o voto.  2 Ó tu que escutas a oração, a ti virão todos os homens, 3 por causa de suas iniquidades. Se prevalecem as nossas transgressões, tu no-las perdoas. (Sl 65:1-3)
Então o meu coração se encheu de paz, na terna certeza de que minha oração tinha sido atendida. E de fato aquele homem por quem eu orava foi curado.
Ele pode fazer com que você se lembre de uma promessa específica.
O Senhor pode usar a pregação de sua Palavra, a leitura bíblica, a vida de outro irmão, sensível à voz do Espírito; pode usar até mesmo um cântico, um hino, qualquer instrumento de sua Palavra que se torne, dentro de certas ocasiões específicas, uma palavra que se destina especialmente ao nosso coração.
Ore, busque; se for preciso, jejue.
3. Através da oração, podemos experimentar o gracioso poder de Deus agindo por nós
O Senhor faz três coisas: ele cura Ezequias, ele lhe dá vitória contra Senaqueribe; ele concede um sinal.
Nós não cremos que esta história registrada aqui seja uma lenda; cremos que o Senhor a quem adoramos é um Deus que age, não somente através das coisas corriqueiras da vida, mas que ele também age através de milagres.
Olhemos para a História Bíblica: está repleta de grandes respostas miraculosas de Deus às orações.
De fato, ele faz o mar se acalmar, e acalma inclusive as tempestades de nosso coração e de nossa mente.
Como nos recorda a música[4]:
E a tempestade de fato obedece a sua voz.
Ele é o Deus que anda sobre as águas.
Ele é o Deus que pode ver todas as coisas, e o pode sondar coração dos homens.
Ele é o Deus que cura as doenças e o corpo e alma pode restaurar.
Quando começamos a esperar a Sarinha, nossa segunda filha, passamos por momentos difíceis; porque antes dela já havíamos perdido dois bebês, e não havíamos conseguido descobrir a razão. Somente mais tarde, quando viemos a esperar a Ana Paula, é que pudemos fazer um tratamento médico adequado.
Mas não demorou muito, e os mesmos sintomas anteriores começaram a surgir, no terceiro mês de gestação.
Então nos pusemos a orar, a orar muito, e simplesmente não houve tratamento médico. Mas no momento certo a nossa filhinha nasceu. E linda
Conclusão e Aplicação
Na oração, amado, você pode “tocar o coração de Deus”, ou antes, você pode unir o seu coração ao coração de Deus, obter promessas graciosas, alcançar verdadeiros milagres, coisas nas quais vemos claramente o poderoso agir do Senhor.
Então confie no Senhor, e ore. Ore, ore, e ore.





[1] Is 38:17 – Ezequias diz: Eis que foi para minha paz que tive eu grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados”.
[2] Dt 9:13-29
[3] Jn 3:4-10
[4] Diante do Trono, Deus de milagres
▲Topo