Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 22 de novembro de 2015

O marido sábio - 1ª Pe 3:7

3ª IPC de São Paulo
Domingo, 28 de novembro de 1999
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler 1ª Pe 3:1-7
1 Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,2 ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.3 Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.5 Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido,6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.7Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.
A Bíblia nos ensina que Deus instituiu o casamento para que nós sejamos felizes, manifestando a glória de Deus através de uma vida de amor que reflita o caráter dele. Quando marido e esposa vivem em amor, isto é um reflexo do amor que existe em Deus, que glorifica o nome dele e nos faz felizes.
E aqui, através do apostolo Pedro, o Espírito Santo nos ensina algo sobre esse relacionamento de amor.
Nos vs. 1-6, ele se dirige primeiramente às esposas, ensinado que são ajudadoras do homem, e que através de uma vida espiritualmente profunda, de um intenso relacionamento com Deus, mesmo que seus maridos não sejam crentes, ou mesmo sendo crentes que não tenham uma vida de plena obediência ao Senhor, ainda assim, elas podem cumprir seu destino como esposas consagradas a Deus, tendo o esposo como líder em sua vida familiar
E no v.7, o apóstolo Pedro se dirige então aos maridos. De maneira muito breve, mas riquíssima em conteúdo, ele ensina que os homens devem liderar com sabedoria
Ele diz:
“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações”.
Com discernimento - literalmente, com “conhecimento”. O conceito de que o cristão deve ser uma pessoa que usa a sua razão santificada é enfatizado constantemente pelo apóstolo Pedro
Por exemplo, em 1ª Pe 1:13 ele escreve que cingindo o nosso entendimento, armando-se mentalmente, sendo sóbrios, ajuizados, devemos esperar totalmente na graça que nos é trazida na revelação de Jesus Cristo.
Em 1ª Pe 4:7 ele diz que devemos ser criteriosos e sóbrios, que tenhamos clareza mental, a bem de nossas orações.
Em 1ª Pe 5:8, ordena que sejamos sóbrios e vigilantes; que estejamos alerta porque nosso adversário procura nos destruir.
E aqui em nosso texto ele diz que devemos ser sábios em nossa maneira de viver com a esposa; que devemos ter discernimento, entendimento.
“Tenha sabedoria”. Eu aprecio muito a definição de sabedoria conforme colocada pelo Pr. Larry Coy: “Sabedoria é ver e viver a vida do ponto de vista de Deus”. E trazendo esta frase para o nosso tema: “Sabedoria é ver a esposa, e viver com a esposa, do ponto de vista de Deus”. Em seguida, ele passa a explicar o que significa ver e viver com a esposa, do ponto de vista de Deus.
Tendo isto em mente, vamos meditar sobre o que ele nos ensina sobre ser um marido sábio.
1. O marido que tem discernimento trata sua mulher com a honra devida ao vaso mais frágil
Versão Atualizada (ARA): “...tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade...”.
Versão Corrigida (ARC): “coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco...”.
Cada uma das palavras usadas pelo apóstolo é cheia de significado
1.1 - Primeiramente, consideremos a expressão “tratar com dignidade”, ou “honrar”
Esta mesma palavra é usada em diversos outros versículos aqui em 1ª Pedro, e traduzida de outros modos:
Em 2:17 ele diz que todos devem ser tratados com honra, especialmente o rei.
Em 1:7 ele diz que o valor da nossa fé, uma vez provada, trará louvor, honra e glória na revelação de Jesus Cristo. Dar honra é “reconhecer o valor”.
Em 2:7, a mesma palavra é traduzida por “preciosidade”, “preciosa” (ARC), valorosa, valiosa - uma referência ao nosso Senhor Jesus Cristo, a pedra angular de nossa salvação
Concluindo: a esposa é preciosa, valiosa, e deve ser tratada com honra, dignidade, respeito; a sua importância, o seu valor deve ser reconhecido.
Agora, Pedro diz que para ser honrada, ela deve se reconhecida como um vaso...
1.2 - Agora consideremos a palavra “vaso” (ARC)
Desde os dias dos profetas esta era uma palavra usada como uma metáfora, para se referir às pessoas, quando consideradas em seu ser diante de Deus.
Por exemplo, em Jr 18:16, o Senhor compara a casa de Israel com uma porção de barro nas mãos de um oleiro. Da mesma maneira como o barro estava nas mãos do oleiro, e este oleiro podia, segundo a sua vontade, modelar com ele o objeto que desejasse, assim também a casa de Israel nas mãos do Senhor
Mais tarde o apóstolo Paulo disse que cada ser humano é assim um vaso nas mãos de Deus:
Ele diz que nós, os crentes em Jesus, somos vasos de misericórdia em quem o Senhor decidiu depositar os tesouros da sua graça.[1]
Na segunda carta aos Coríntios, acrescenta que nós, os que pregamos o Evangelho, somos frágeis vasos de barro, em quem o Senhor colocou o tesouro de sua gloriosa mensagem de salvação.[2]
E em 2ª Tm 2:20,21 ele ensina como alguém pode ser um vaso de honra nas mãos de Deus.
Então, é assim que a palavra vaso é usada metaforicamente nas Escrituras: para se referir aos seres humanos, enquanto nas mãos de Deus, e especialmente para se referir aos crentes, como recipientes escolhidos de sua misericórdia, sobre os quais ele é soberano; como instrumentos nas mãos de Deus, para servi-lo, para honrá-lo, para glorificá-lo.
Mas veja: Pedro não está se dirigindo a uma classe especial de homens crentes, como se apenas alguns homens fossem vasos nas mãos do Senhor; pois pressupomos que se alguém é verdadeiro crente, então seu maior desejo é honrar a Deus com sua vida: então, neste sentido, todos são vasos nas mãos de Deus.
Ora, o marido sábio é aquele que tem em mente que, assim como ele é um vaso nas mãos de Deus, assim como ele está colocado nas mãos de Deus, sua esposa também. Assim como ele quer ser útil a Deus, sua esposa também.
Sua esposa é tão útil a Deus quanto ele.
1.3 - A mulher deve também ser considerada como vaso mais frágil
A Bíblia de Jerusalém (BJ) traduz:
“Do mesmo modo, vós, maridos, agi com sabedoria em vossa vida conjugal, tributando às vossas esposas a honra devida a companheiras de constituição mais delicada...”
Essa companheira na caminhada com Deus, esse vaso nas mãos do Senhor, é a parte mais delicada, e deve ser honrada como vaso mais delicado.
Como tal, precisa então ser cuidada, protegida, defendida
O homem reconhecendo a constituição delicada de sua esposa, precisa tomar todas as providências no sentido de que seu valor seja reconhecido, e que ela se sinta valorizada
Exemplos:
Em Ef 5:25-29, o marido é ensinado a valorizar a esposa da mesma maneira como Cristo valorizou sua igreja, e a amou a ponto de entregar-se a si mesmo por ela. O marido deve alimentar e cuidar de sua esposa, tanto física quanto espiritualmente.
25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja
Em Cl 3:19
Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.
 “Amai” em oposição a ser amargurado, hostil grosseiro. Significa ser gentil, carinhoso, afetuoso.
1ª Co 7:3-5 - Pensar a respeito de si mesmo como aquele que irá satisfazer as necessidades físico-emocionais da esposa
O homem deve dar à sua esposa tudo quanto é direito dela como mulher casada, e a esposa deve fazer o mesmo com o marido: Pois uma moça que se casa não tem mais todo o direito sobre o seu próprio corpo, porque o marido tem também seus direitos sobre ele. E, do mesmo modo, o marido não tem mais todo direito sobre o seu próprio corpo, pois ele pertence também à sua esposa. Portanto, não recusem tais direitos um ao outro...” (Bíblia Viva)
É claro que isto não implica que o cônjuge tem o direito de exigir coisas absurdas, contrárias à natureza, pecaminosas [3]...
Então veja, o marido que valoriza a mulher, irá considerar que as necessidades dela são importantes, e irá se dedicar a cuidar em satisfazer estas necessidades, com amor, com carinho.
Em outras palavras, o marido sábio irá ser um líder em sua família, andando exatamente de acordo com o princípio de liderança ordenado por Jesus, isto é, não como quem manda, mas como quem serve. [4]
A autoridade que Deus nos dá não é a de sermos líderes "chefes mandões", mas líderes servos.
2. O marido sábio entende que, assim como ele, a esposa é também uma herdeira da graça de vida, isto é herdeira da salvação
Há duas afirmações aqui:
2.1 - Se a esposa é coerdeira, isto significa que o esposo é herdeiro. Pedro está falando com maridos salvos; homens tocados pela graça de Deus.
Todo o nosso relacionamento com Deus é baseado em sua graça.
Somos salvos pela graça.[5] Recebemos dons espirituais pela graça.[6] Somos educados em nossa maneira de viver pela graça.[7] Somos o que somos pela graça.[8]
E o que é graça? É a antítese de “obras”.
Rm 11:6
E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.
Graça é aquela atitude através da qual Deus, independente de nossas obras, e apesar de nossas obras más, nos concede perdão, nos concede seu Espírito, nos concede dons espirituais, nos chama para servi-lo, nos ensina a cada dia a fazer sua vontade, nos santifica.
Graça, graça, graça. Na vida cristã, tudo é pela graça. Por exemplo, eu sou pastor, mas meus irmãos, eu não sou pastor porque Deus, ao olhar para mim, tenha visto em mim algo que me faz superior às demais pessoas: eu não sou melhor, mais sábio, mais capaz, tudo o que sou é pela graça, pelo dom de Deus. Assim, mesmo sabendo que sou tão limitado e fraco, eu posso de coração alegre aceitar minha vocação, e trabalhar de acordo com ela, sem medo de fracassar, pois aquele mesmo que me chamou, é poderoso para me sustentar
Então, primeiro, o marido deve entender-se a si mesmo como alguém que vive pela graça. E deve entender-se com alguém que a cada dia, crescendo nesta graça, vai aprendendo cada vez mais a olhar sua esposa com os olhos de Jesus.
2.2 - E depois, em segundo lugar, ele deve pensar em sua esposa da mesma maneira; como alguém inteiramente aceita na graça e pela graça de Deus.
Assim como eu sou aceito e amado por Deus, por livre iniciativa dele, devo entender que minha esposa também é. Se o marido entende isto, então ele aceita e ama sua esposa da mesma maneira como Deus a ama.
E o relacionamento dos dois, ao invés de ser um relacionamento baseado em mandamentos, nos quais, a mulher virtuosa, obedece tudo o que o marido mandar, levanta-se de madrugada para comprar pão, troca as fraldas das crianças, faz café para o “chefe”, lava e passa as roupas todas, arruma a casa, deixa “tudo brilhando”, e depois de tudo, quando ele chega tem que estar limpinha, cheirosinha e maquiada, fascinante e sexualmente disposta...
Em vez de ser um relacionamento baseado em legalismos, é um relacionamento livre, de aceitação, de amor à esposa tal como ela é, sem que o marido queira “ser o Espírito Santo que vai amadurecer a esposa”. Deixa de ser um relacionamento tirânico, opressor, e se torna um relacionamento suave, doce, meigo, gostoso.
Veja: não estou dizendo que no relacionamento conjugal não existem deveres, responsabilidades. O que estou dizendo é que o marido que entende o que é graça não espera perfeição, não exige que sua esposa seja aquela mulher perfeita, que nunca falha. Não se torna um tirano, com Provérbios 31 na mão e dizendo: “Olha aqui ó, do jeito que você tem que ser”.
3. O marido sábio tem consciência da dimensão espiritual de seu relacionamento com a esposa
Para que não sejam impedidas (cortadas, interrompidas) as vossas orações.
A oração, em seguida à Palavra de Deus, é o maior meio de comunhão do homem com Deus.  Orar é estar na presença do Senhor, é falar com o Pai, abrir nosso coração diante de Deus. É o maior privilégio que um ser humano pode ter. Uma das maiores bênçãos que temos é esta, de poder dizer como ele nos ensina: “Eu clamo ao Senhor, e ele ouve a minha voz, eu falo e ele me responde”.
Mas veja, se eu não tiver, em meu relacionamento com minha esposa, esta vida pela graça de Deus, se eu não der a ela a honra que Deus lhe dá, se eu não me propuser a ser um instrumento na vida dela, através do qual Deus pode abençoá-la, todo o meu relacionamento com Deus é apenas uma farsa, uma mentira, não existe.
Agora, ao contrário, se eu cultivar este relacionamento com minha coerdeira da graça de Deus, este vaso santo colocado ao meu lado para viver diante de Deus comigo, muitos dos nossos períodos de conversa a respeito um do outro, dos filhos, da igreja, da vida, muitos destes “bate-papos” informais terminam conosco orando ao Senhor, lançando sobre ele nossos cuidados, apresentando diante dele nossos desejos, nossos temores, consagrando-nos diante dele para o seu serviço.
Sem que o marido olhe para sua esposa com os olhos da fé, espiritualmente, ele não terá “espiritualidade individual”. João escreveu: “Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1ª Jo 4:20). Se isto é verdade com relação aos demais irmãos, é uma verdade mais enfática ainda com relação à esposa, que de todos os seres humanos, é o que deve ocupar o primeiro lugar no coração de um homem. Se o homem não amar sua esposa, não tem realmente andado com Deus.
Conclusão
Neste texto, o Espírito Santo nos ensina como ser maridos sábios.
O marido sábio trata sua mulher com honra, respeito, dignidade, como o vaso mais frágil. Entende que assim como ele, a esposa é também uma herdeira da graça de vida, isto é herdeira da salvação. Tem consciência da dimensão espiritual de seu relacionamento com a esposa.
Aplicações
1. Para os maridos crentes
Você é um vaso nas mãos de Deus. Ele soberanamente escolheu você para ser dele, para te abençoar com a salvação, para lhe conceder dons espirituais que o tornam úteis em suas mãos.Você é um herdeiro da graça de Deus. Nada do que você é, tem ou virá a ser e ter é pelo seu mérito.
Sua esposa também. Ela é a sua companheira, sua ajudadora na caminhada com Deus. Como você, ela é de Deus. Trate de sua esposa como Deus cuida de você. Ame-a, seja carinhoso, satisfaça suas necessidades. Seja um instrumento do amor de Jesus na vida dela.
E se ela não for crente? Assim como a esposa cujo marido é incrédulo deve ser submissa a ele, também o marido da esposa incrédula deve ainda mais expressar o amor de Deus para com ela.
Quando o marido honra sua esposa, desaparecem palavras duras, exigentes, reprovadoras. Desaparecem atitudes exigentes, despóticas, desejos sexuais pervertidos que constrangem, amarguras, rudeza, ressentimentos, desaparece toda sombra de infidelidade.
2. As esposas
Assim como as irmãs, os maridos são vasos frágeis nas mãos do Senhor. Não são perfeitos. São salvos somente pela graça. Amem seus maridos assim como são. Não queiram transformar seus maridos. Se eles são vasos, o Senhor está moldando as vidas deles. Sejam companheiras de oração.
3. Para os jovens solteiros:
Moços, procurem para esposa somente moças a respeito das quais você podem dizer que são vasos de honra nas mãos do Senhor, herdeiras das promessas, que irão orar, servir a Deus com você. Moças, procurem para esposo somente homens que serão capazes de amar vocês, servindo como Cristo ama sua igreja, homens de oração, de Deus.



[1] Rm 9:21-24
[2] 2ª Co 4:7
[3] Por exemplo, veja Ez 22:10, onde o Senhor repreende os israelitas por “abusarem” sexualmente de suas esposas
[4] Lc 22:24-27
[5] Ef 2:9
[6] Ef 4:8-16
[7] Tt 2:11, 12
[8] 1ª Co 15:10

domingo, 15 de novembro de 2015

Beleza feminina - 1ª Pe 3:1-7

IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 11 de maio de 2014
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler 1ª Pedro 3:1-7[1]
Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, 2 ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.  3 Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; 4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus.  5 Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.  7 Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.
À luz da Bíblia nós sabemos que Deus é o criador da família. E como seu amoroso criador, ele tem muito a nos dizer sobre ela.
Por exemplo, neste texto do apóstolo Pedro, onde ele nos ensina sobre o relacionamento entre mulher e marido: um relacionamento permeado pelo amor, por um profundo cuidado com a vida espiritual um do outro, e que busca honrar a Deus, valorizando aquilo que é de valor aos olhos de Deus.
Eu acho especialmente digno de nota o apreço que os autores inspirados da Bíblia demonstram para com as mulheres.
Eu sei que certos conceitos bíblicos, por exemplo, o conceito de “submissão”, não são bem recebidas por muitos, mas penso que isto se dá principalmente por não entenderem plenamente o que a Bíblia quer dizer.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, na Bíblia a palavra “submissão” não está sempre relacionada com algo negativo, opressor, mas sim com um conceito de missão, propósito a ser alcançado.
E “isto não é coisa pra qualquer um”; ao contrário, é para aqueles que, revestidos da graça de Deus, foram capacitados a uma vida santificada.
Assim que, neste texto, depois de, no capítulo anterior, ensinar submissão dos cidadãos às autoridades e dos servos aos seus senhores, a submissão é ordenada à mulher como uma pessoa profundamente espiritual, santa, que pode ser usada como um instrumento de Deus para a salvação eterna do marido.
Além disto, a submissão é ordenada por ser uma qualidade espiritual, de uma mulher que tem consciência de que a beleza feminina não é apenas uma coisa exterior, para agradar aos olhos dos homens, mas acima de tudo uma beleza interior, para agradar não somente o marido, mas o “seu marido espiritual”, pois o marido dela, neste sentido, é o seu Criador e Redentor.
De modo que Pedro demonstra seu apreço pelas mulheres descrevendo o valor e poder que elas têm no reino de Deus.
E não somente isto. Veja: nos vs. 1 a 6 de nosso texto, ele se dedica longamente a falar (primeiro) às mulheres – e ensina, encoraja, valoriza, ilustra o que quer dizer; depois, de forma muito objetiva, mas muito profunda diz que os maridos devem cuidar de suas mulheres com toda a consideração, dando honra, respeitando, tratando com dignidade, como a parte do casal de constituição mais delicada, e um vaso de honra nas mãos do Senhor.
O homem deve ter consciência da dimensão espiritual de seu relacionamento com a esposa, por isto o relacionamento com ela, mesmo o relacionamento íntimo conjugal, é marcado pela presença de Deus e comunhão espiritual.
Desta forma nós vemos que, assim como Adão, que quando viu Eva pela primeira vez ficou admirado e satisfeito, e exclamou com alegria: “Até que em fim alguém semelhante a mim, para estar comigo”, Pedro também diz que cada homem deve admirar a beleza que há em sua mulher, e amá-la por causa disto.
E é claro, todas as mulheres cristãs desejam ser casadas com homens assim.
Mas, o que é “beleza feminina”?
É claro que em muitos casos ao usar esta frase, falamos da aparência exterior de uma mulher.
Mas já notaram que às vezes uma pessoa muito bonita exteriormente, à medida em que a conhecemos, vai se tornando “feia aos nossos olhos”, porque aquilo que ela é “por dentro” não condiz com sua beleza externa?
E já notaram que uma pessoa pode não ser exteriormente bonita, mas à medida em que a conhecemos, ela se torna “linda aos nossos olhos”, por aquilo que ela é por dentro?
Eu gostaria de falar sobre este assunto, tomando como base o v. 3, onde na tradução que uso principalmente (ARA), está escrito: “Não seja o adorno das esposas o que é exterior”.
A palavra traduzida adorno (enfeite – ARC FIEL), é “cosmos”, de onde vem a nossa palavra “cosmético”. A pergunta é: “o que deixa as mulheres realmente bonitas e graciosas”?
Por isto a NVI traduz: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados, joias de ouro e roupas finas...”.
A BV diz: “Não se preocupem com a beleza exterior...”.
A BLH: “Não procurem ficar bonitas usando enfeites...”.
E a A21: “O que vos torna belas não seja o enfeite exterior...”.
Todas elas traduzem fielmente o pensamento de Pedro, no sentido daquilo que faz de uma mulher o ser verdadeiramente bonita.
E porque este é um tema importante?
Por que ser bonita é um desejo de toda mulher. É um anseio natural e benéfico: ninguém em são juízo desejaria ser feio, não é mesmo?
E podemos acrescentar que também os homens desejam esposas bonitas. Qual seria o ser humano normal que tem prazer na feiura?
Pois bem: ao falar a respeito da beleza feminina, Pedro nos traz o ensino de que existem dois tipos de beleza – a beleza externa (esta não é a mais valiosa, a verdadeira beleza), e a beleza interna.
Estes conceitos ensinados pelo Apóstolo são importantes para as mulheres casadas, e as que pretendem se casar no Senhor.
E também são importantes para os homens casados, pois a beleza interior é o que eles precisam procurar em suas esposas, se querem um casamento permanente.
E naturalmente para os rapazes sábios.
Neste estudo iremos considerar a beleza feminina.
1. Não é a beleza exterior – v. 3
NVI: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados, joias de ouro e roupas finas...”.
– Não se preocupem com isto, não se desgastem com isto...
É claro que Pedro não está dizendo que a mulher não deve se cuidar fisicamente, pois se assim fosse, também não deveria pentear-se, vestir-se, banhar-se, etc.
Irmãos e irmãs, não é pecado usar enfeites, nem perfumes e coisas semelhantes. Mas é pecado pensar que estas são as coisas realmente importantes.
Por isto ele está dizendo é que esta não deve ser a preocupação, esta não é a beleza de que elas devem ocupar-se.
Eu quero mencionar algumas razões para isto
1.1 – A beleza exterior é apenas isto: exterior. E por isto é enganosa
Pv 31:30
Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.
NVI – “A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada”.
A aparência exterior não revela o que a pessoa realmente é
1º Sm 16:16, 7
Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.  7 Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.
O profeta Samuel estava na casa de Jessé, um morador de Belém, pois o Espírito de Deus o havia guiado até ali, onde ele deveria ungir um novo rei para Israel; um homem que Deus já havia escolhido para reinar sobre o seu povo.
Então entrou no recinto um dos filhos de Jessé, chamado Eliabe.
O texto não diz explicitamente, mas alguma coisa na aparência de Eliabe fez com que Samuel pensasse ser ele o homem qualificado para ser o rei de Israel.
Um homem alto e bonito, de boa presença, provavelmente.
Mas o Senhor disse que não era isto o que Samuel deveria procurar, pois o importante é aquilo que um homem é “por dentro”.
Vocês sabem que eu aprecio a história narrada em “O retrato de Dorian Gray”, livro de Oscar Wilde (o filme do qual gosto é a versão de 1945).
Um dia Dorian Gray fez um trato com o diabo e deu-lhe sua alma em toca de beleza e juventude permanentes.
Dorian Gray era muito admirado, teve muitas amantes, e viveu longamente, de modo muito egocêntrico e egoísta. E no sótão de sua casa havia um retrato seu, pintado na juventude.
Mas “chegou o dia da cobrança”. E neste dia, quando foi descoberto o quadro que estava no sótão, foi visto como Dorian Gary realmente era, pois toda a feiura de sua alma estava pintada ali.
Acho que esta história ilustra bem o fato de que a beleza externa não é a mesma coisa que a beleza interior.
Muitas vezes uma pessoa tão bonita do lado de fora, bem vestida, bem maquiada, “corpo sarado”, por dentro é apenas uma alma feia, “do jeito que o diabo gosta”.
Muitas vezes a beleza externa, que é uma bênção, acaba se tornando uma maldição, um verdadeiro instrumento de perdição, pois a pessoa bonita exteriormente, age à semelhança daquele “querubim ungido”, que era “cheio de formosura”,[2] e se deixou levar pela vaidade, pelo orgulho, e se tornou Satanás; e então sua alma fica feia, não transmite graça e bênção de Deus.
Outras vezes ela se torna um verdadeiro instrumento de Satanás, à semelhança de Dalila na vida de Sansão, ou de Bate Seba na vida de Davi.
Por outro lado, mesmo que uma pessoa não seja muito bonita exteriormente, se ela tiver no coração aquele contentamento que vem de Deus, ela se torna bonita aos olhos dos outros.
Pv 15:13a
O coração alegre aformoseia o rosto...
1.2 – A beleza exterior não é duradoura – cedo ela desaparece
1ª Jo 2:15-17
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.  17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
Não precisamos ser exaustivos ao comentar este texto: queremos enfatizar que o mundo passa. E passa rapidamente.
Às vezes eu vejo na TV alguma notícia sobre atores de filmes antigos, e que em sua juventude eram admirados por sua beleza.
E muitos deles, passados alguns anos, estão bem diferentes; aquela antiga aparência bonita se tornou praticamente irreconhecível.
Aquele que se concentra em amar as coisas deste mundo está se concentrando em algo que não dura.
1.3 – A beleza exterior não tem valor diante de Deus
Nos textos que já lemos de Samuel e Provérbios, Deus mesmo acrescenta que ele não atenta para a aparência, a beleza externa: ele considera o que a pessoa pensa, os seus propósitos, ele sonda seu coração.
Voltemos então a 1ª Pedro 3:4: a beleza interior é que tem grande valor diante de Deus.
Ela tem valor diante de um homem que olha com os olhos de Deus – a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.
Se a beleza exterior é enganosa, se ela é passageira, se ela não tem valor aos olhos de Deus, então o homem sábio segundo Deus também irá considerar este tipo de beleza do mesmo modo.
Então, se uma mulher quer ser amada por um homem verdadeiramente sábio, o que ela precisa é cultivar a beleza segundo Deus.
2. O que torna uma mulher verdadeiramente bonita é a beleza interior
v. 4
Seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus.
A beleza interior é aquela que uma pessoa tem em seu caráter. É aquilo que uma pessoa (homem ou mulher) é em sua alma.
Ao contrário da beleza exterior, que se corrompe, que passa, a beleza interior se torna, com o passar do tempo, cada vez maior.
Essa é a beleza que tem valor aos olhos de Deus, que não leva uma pessoa a ensoberbecer-se, pois quanto mais bonita por dentro, mais humilde.
Não leva outros a tropeçarem, pois tem um comportamento decente, honesto.
Esta beleza interior traz algumas características inerentes a ela:
2.1 – Uma característica da mulher realmente bonita é o cultivo de valores espirituais
Um espírito manso e tranquilo.
Este espírito, ao contrário da beleza exterior, não se corrompe.
Mansidão e tranquilidade são características de alguém que sabe que sua vida é dirigida por Deus, que nele confia, que sabe que Deus está no controle de todas as coisas.
O que é mansidão? É humildade. É a capacidade de dizer não para si mesma, em favor da vontade de Deus ou de outra pessoa. É a capacidade de abrir mão de si mesma.
O que é tranquilidade? É a capacidade de não se deixar abalar por circunstâncias ou palavras difíceis.
Mansidão é o oposto de imposição de sua própria vontade. É se deixar dirigir.
Tranquilidade é o oposto de discussão, histeria, grosseria, palavras rudes e amargas.
Tranquilidade é confiança que tudo está nas mãos de Deus.
Tranquilidade é alegria interior.
Existem mulheres que quando contrariadas ficam bravas, nervosas.
A mulher mansa e tranquila é aquela que sabe esperar em Deus.
v. 5
Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido.
2.2 – Uma vez que é mansa e tranquila, esta mulher bonita também a não teme perturbação alguma
v. 6
Como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.
Em nossos dias já não temos o costume das mulheres dirigirem-se aos maridos como “senhor”. Mas o principio de respeito para com a liderança do marido permanece.
Ora, Pedro ilustra isto com o exemplo de Sara.
Nós sabemos que Sara não era uma mulher perfeita: por vezes ela demonstrou fraqueza em sua fé; por vezes foi injusta com sua serva Agar; de modo que não vamos aprovar todo o seu comportamento.
E é claro, isto também é um consolo ao coração de todos nós, que reconhecemos e nos entristecemos com nossas próprias fraquezas.
Mas apesar de suas fraquezas, Sara simplesmente esperava em Deus, respeitava o marido, e seu coração tinha paz.
Pois à mulher que espera em Deus, ele a defende, e lhe atende as orações.
1.3 – Por isto também esta mulher interiormente bonita é descrita como uma mulher submissa
vs. 5, 6
Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.
v. 1
Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,
Por favor, tomemos cuidado: eu gostaria de fazer duas observações para que não entendamos de modo errado o que Pedro está ensinando.
Primeira: ele não está dizendo com isto que uma mulher pode se casar com um homem que não obedece à Palavra de Deus.
Ele está dizendo que se uma mulher estiver casada com um homem assim, ela poderá ser um instrumento de Deus ganhá-lo.
A situação é esta: um casal de pessoas que não conhece a Deus. Então a esposa se converte, mas o marido não. Neste contexto, a mulher não deve ficar pregando para ele, mas deve viver de modo honesto, isto é, digno de Deus, um comportamento cheio de temor. O marido estará observando isto, e o testemunho desta mulher será muito mais forte que qualquer pregação do evangelho que ela lhe fizer.
Por outro lado, se uma jovem pensar assim: “Eu sei que a Bíblia diz que não devo me casar com uma pessoa não cristã, mas eu pretendo ganhar o meu namorado para o evangelho”, o que ela está revelando com isto é justamente é a falta deste temor mencionado por Pedro.
A segunda observação que desejo fazer:
Pedro está dizendo que se a mulher crente tem um marido que não obedece à Palavra de Deus, ela deve se comportar de modo santo com o propósito de ganhar seu marido para esta obediência. Mas não está dizendo que inevitavelmente seu marido será ganho. Ele está dizendo apenas que este deve ser o alvo da esposa.
Para que entendamos melhor, eu gostaria de adicionar o que Paulo escreveu em 1ª aos Coríntios 7:15, 16
15 mas se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz. 16 Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? E como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?
Veja: ainda que o crente seja uma pessoa que obedeça à Palavra, busque a paz e cultive o amor, pode ser que nem assim o seu cônjuge seja alcançado.
Pode ser até que o cônjuge incrédulo deseje se separar. E se isto acontecer o crente pode se separar, mesmo porque uma vida de casada com um incrédulo que deseja separar-se não é uma vida de paz e alegria.
Acho necessário dizer isto, meus irmãos, pois muitas vezes é o que acontece, apesar de todos os esforços que algumas filhas de Deus fazem para manter seu casamento, mas que, por causa da dureza de coração do cônjuge incrédulo, não conseguem; e ficam sentindo culpadas, como se a razão desta dureza fosse a sua própria falta de fé ou alguma outra imperfeição.
Se você é fiel a Deus, nutrindo um espírito de amor e obediência à Palavra, e ainda assim o seu cônjuge permanece na dureza de seu coração, a culpa não é sua.
Mas voltemos à questão da submissão: se uma mulher tem um marido que não obedece à Palavra, ela deve ser-lhe submissa. Se ela tem um marido que obedece à Palavra, deve ser-lhe submissa. Se ela tem um marido que ocasionalmente não obedece à Palavra, deve ser-lhe submissa.
O que é submissão? É a capacidade de submeter-se à liderança do marido.
Este é um princípio que remonta à criação de nossos primeiros pais, no Jardim do Éden.
Deus criou a mulher para que ela fosse uma auxiliadora do homem. Isto implica em liderança por parte do marido e submissão por parte da mulher.
Não quer dizer, naturalmente, que a mulher deve ser uma pessoa sem opinião, sem vontade, sem caráter, sem capacidade de tomar decisões, mas quer dizer que em tudo quanto fazem como casal o marido tem a liderança.
E nisto há uma grande dificuldade:
O Espírito Santo nos ensina que os maridos não devem tratar suas esposas com amargura ou aspereza [3]. Creio que ele diz porque a grande tendência masculina é incorrer neste pecado.
Agora preciso dizer o mesmo no que se refere à contrapartida feminina.
De todos os deveres da mulher em relação ao marido mencionado nas Escrituras, o dever de submeter-se à liderança dele é o mais enfatizado.
E por quê? Porque a insubmissão é uma das maldições resultantes da queda – Gn 3:16
“O seu desejo será contra o teu marido..., e ele te dominará”.
A tendência feminina natural é ser contra os desejos do marido.
E a tendência do marido é se tornar áspero, rude, amargurado por causa disto.
Mas agora em Cristo os maridos são exortados: “Maridos, amai vossas mulheres, e não as trateis com amargura...”.
Assim também as mulheres, restauradas da queda no pecado, por meio de Jesus Cristo, são exortadas a serem submissas a seus maridos, não por que eles dominam, mas porque esta é uma ordenança da criação, e porque em Cristo elas podem ser aquela mulher que Deus planejou desde o princípio.
Pedro cita como exemplo Sara, a esposa de Abraão, que lhe chamava senhor.
Mesmo quando Abraão lhe orientava a fazer algo que não era muito sábio, Sara se submetia a ele deixando tudo nas mãos de Deus.
Isto nos leva ao que é mais essencial, e que leva a mulher, tanto a cultivar valores espirituais como a ser submissa ao seu marido.
2.4 – Ela é interiormente bonita porque teme ao Senhor
v. 2
Ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.
Esse temor aqui, se compararmos com Pv 31, percebemos claramente que é o temor, o respeito para com Deus, que a leva a um viver honesto, integro – a mulher que teme ao Senhor, esta será louvada.
É o colocar a Palavra de Deus como sua fonte suprema de orientação, de decisões, que leva a mulher a entender que os valores espirituais, de caráter, precisam ser cultivados.
É o colocar a Palavra de Deus como suprema fonte de orientação que a leva a se submeter confiante e fielmente à liderança do marido.
Isto a conduz a ser uma boa dona de casa, a cuidar bem dos filhos, a servir ao esposo, alegrar-se nestas coisas.
Tt 2:3-5
3 Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, 4 a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, 5 a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.
A figura da mulher moderna é o oposto disto: muitos julgam que a mulher bonita é aquela que está sempre “na academia esculpindo o corpo”, no salão adornando os cabelos, usando roupas que a deixem atraente, isto é, cultivando a sensualidade.
Eu sinto “dó” de um homem que tem uma esposa assim. E “dó” de esposas cujos maridos queiram que elas sejam assim.
O que adorna a Palavra de Deus é o ser uma boa esposa; o que faz um homem feliz é ter uma boa esposa.
Conclusão
Embora as mulheres exteriormente bonitas sejam tão exaltadas em nosso tempo, o que os homens desejam não é realmente isto.
Estou pensando num homem que conheci alguns anos atrás.
Antes de se converter a Jesus ele havia traído sua esposa, e seu casamento quase foi desfeito. Sua esposa queria separar-se, e se não fosse a conversão de ambos o casamento de fato teria se acabado.
Mas o que levou ele a mudar de ideia e desejar a continuar seu casamento, e buscar o perdão da esposa, foi o fato de que estava conversando com um amigo, e confessou:
- Sabe, eu chego no escritório para trabalhar, e lá está aquela jovem, bonita, bem arrumada, cheirosa, prestativa. Eu chego em casa lá está aquela mulher de roupa mal arrumada, sem maquiagem, tão diferente do tempo em que a gente namorava... Eu fico atraído pela menina do escritório.
O amigo disse:
- Mas sabe porque sua esposa não é como aquela do escritório? Por amor a você. Porque agora ela tem uma casa prá cuidar, filhos prá cuidar, por amor a você. Ela já não tem tempo para cuidar em primeiro lugar de si mesma.
Então – este homem me disse um tempo mais tarde –, ele se arrependeu, e a esposa se tornou para ele a mulher mais bonita do mundo, e continuava a ser, muitos anos depois.
Aplicação
Para as esposas:
Irmãs, por natureza, as mulheres são bonitas aos olhos dos homens. Exteriormente bonitas. E é claro que devem cuidar de sua aparência exterior, não somente por causa dos maridos, mas também por causa de si mesmas.  Mas acima de tudo, aos olhos do Senhor.
Mas o cuidado com a aparência exterior não é o mais essencial, nem deve ser o mais dispendioso, tanto em tempo, como em dinheiro.
Quanto tempo você passa na presença de Deus, adornando-se para o seu marido?
Quanta dedicação você demonstra no cuidar da casa, dos filhos, no “fazer uma comida gostosa”, ou alguma outra coisa só prá agradar?
E quanto tempo você passa cuidando do corpo?
Quanto dinheiro você usa nas coisas de Deus? Quanto dinheiro você usa preocupada com a aparência?
Uma mulher pode muito bem se vestir com modéstia, e ao mesmo tempo ser linda exteriormente. Aliás, o Espírito Santo ensina que a vestimenta cristã deve ser com modéstia e bom senso.[4]
Não se engane: não pense que dá bom testemunho uma crente que se veste e se adorna como “uma verdadeira perua”.
Não pense que a atração que um homem sente por uma mulher vaidosa e frívola seja algo duradouro.
O mais essencial é o ser interior, que torna uma pessoa verdadeiramente bonita: mansidão, tranquilidade, coisas que vem da fé, da confiança em Deus.
Ora é claro que este é um princípio válido não só para as mulheres, casadas ou não, mas para todos nós: beleza interior.
Para os homens: a beleza interior das esposas é o que devemos amar em primeiro lugar.
Claro que aprovamos nossas esposas cuidando dos seus corpos, e as ajudamos nisto.
Mas o que mais nos deve atrair não é o que é exterior. É a vida espiritual, a qual nós devemos ajudar em amor, como Cristo o faz com sua igreja.
Sejamos gratos para com nossas esposas, e gratos por nossas esposas.
Os jovens, que não procurem moças excessivamente preocupadas com o que é aparente, mas moças santas, que buscam em primeiro lugar o reino de Deus.
As moças, se querem casar-se com jovens que as amem assim, com este amor descrito na Bíblia, busquem a verdadeira beleza, a de uma vida santa aos olhos de Deus; e busquem moços que tenham a mesma maneira de pensar.




[1] Mensagem pregada primeiramente em 1 de dezembro de 2013, na IEP, e ampliada em 15 de maio de 2014
[2] Ez 28:12
[3] Cl 3:19
[4] Veja 1ª Tm 2:9, 10

domingo, 8 de novembro de 2015

Homem de Deus - 2º Rs 4:8-10

IPC de Parada de Taipas
Domingo, 8 de novembro de 2015
Pr. Plínio Fernandes
Certo dia, passou Eliseu por Suném, onde se achava uma mulher rica, a qual o constrangeu a comer pão. Daí, todas as vezes que passava por lá, entrava para comer.  9 Ela disse a seu marido: Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus.  10 Façamos-lhe, pois, em cima, um pequeno quarto, obra de pedreiro, e ponhamos-lhe nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; quando ele vier à nossa casa, retirar-se-á para ali.
As coisas narradas neste texto são bonitas demais, e repletas de preciosas lições do Senhor para nossa vida.
Não é possível ler estes versículos sem notar a beleza interior desta senhora sunamita, rica, mas que com todo o seu dinheiro ainda não pudera realizar o grande desejo de seu coração, que era ter um filho, conforme o texto que segue; desejo que foi realizado como uma recompensa por sua atitude para com o homem de Deus.
E digo beleza interior por causa de sua amizade, respeito, seu serviço, coisas estas completamente despretensiosas; ela não tinha intenção de receber coisa alguma em troca.
Só havia uma razão para que ela agisse daquele modo, razão que vemos em suas palavras ao marido, a respeito de Eliseu: “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus...”.
Entre tantos habitantes de Suném, esta mulher parece ser uma das poucas pessoas que tinham os olhos do espírito abertos para que pudesse discernir quem era aquele homem que passava por ali. E via nele mais que um ser humano com necessidades de comer, beber, dormir: via nele um santo homem de Deus.
Mas eu desejo me concentrar neste outro personagem: este instrumento através do qual, depois da partida do profeta Elias, o Senhor Javé escolheu para prosseguir no testemunho da história da salvação, o seu plano de redenção de Israel e do mundo: Eliseu, que havia sido discípulo de Elias.
Eliseu: santo homem de Deus em seus dias.
Esta mulher rica, em sua generosidade, providencia algumas coisas essenciais para o bem estar do profeta: uma cama para que ele dormisse, uma mesa, uma cadeira, um candeeiro – talvez para uma refeição à parte, mais cômoda, talvez para suas meditações e orações.
Tal como esta mulher testemunha a respeito do profeta, a Escritura diz a nosso respeito:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” [1].
Vós sois nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus...
Em Eliseu nós podemos aprender lições preciosas sobre o que consiste em ser homens de Deus. Vamos fazer algumas observações sobre isto.
1. Para que alguém seja um homem de Deus, ele não precisa de “muitas coisas”.
Eliseu não tinha um automóvel, não possuía um “laptop”, não tinha um “data-show”, não usava ao menos um flanelógrafo. Também não possuía várias versões da Bíblia ou comentários.
Não tinha ao seu alcance qualquer destas coisas que temos hoje à nossa disposição para crescer no conhecimento da Bíblia, ou recursos técnicos que consideramos quase que indispensáveis ao nosso ministério e nossa vida.
Não estou dizendo, é claro, que estas coisas, em si mesmas sejam um mal, ou que não possamos nos utilizar delas se Deus no-las conceder.
“Porque dele, por ele e para ele são todas as coisas” [2], inclusive todo o conhecimento científico e recursos tecnológicos que o ser humano tem conquistado.
Mas Eliseu, assim como seu antecessor, Elias, e cada um dos homens de Deus mencionados na Bíblia, não dispunha de qualquer destas coisas.
Ele não tinha muito conforto físico, mesmo para os padrões bem mais simples daqueles dias.
Mesmo dentro de seu tempo, os homens de Deus não eram pessoas de muitos recursos.
O cap. 6 aqui deste livro nos conta que um dia os discípulos de Eliseu, “os seminaristas” daquela época, certa ocasião disseram ao profeta:
– “A casa de profetas na qual estamos morando se tornou pequena demais para nós. Vamos até o Jordão, cada um de nós tome ali uma viga de madeira e construamos uma casa maior”.
Eliseu respondeu: – “Podem ir”, e eles foram. Quando um deles estava cortando um tronco de madeira, o machado caiu dentro do rio. Então ele exclamou grandemente alarmado: – “Ai, meu Senhor: era emprestado”.
Noutra ocasião (cap. 4:1) a viúva de outro discípulo veio a Eliseu pedir ajuda, pois seu falecido esposo não lhe deixara recursos:
“Certa mulher, das mulheres dos discípulos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao SENHOR. É chegado o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos”.
Não quero fazer uma “apologia ao endividamento”, pois a Bíblia nos ensina que não devemos dever coisa alguma a não ser o amor [3].
Mas também não quero condenar este homem, a respeito do qual a Escritura dá testemunho de que era temente a Deus (não sei por que razão ele ficara tão endividado).
Mas quero enfatizar que os profetas de Deus não eram “gente de posse ou recursos materiais”. Também não estou dizendo que possuir bens seja pecado (a mulher sunamita da história era rica).
Mas o que faz uma pessoa ser uma pessoa de Deus? É ter uma casa própria? Ou duas? É ter o carro do ano? É ter dinheiro no banco?
Quanto dinheiro tinha Jesus? E Paulo, os demais apóstolos ou os profetas? E Jesus nos ordenou trabalhar para ajuntar tesouros neste mundo?
Mt 6:19-21 – Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
Mas uma coisa é clara: para alguém ser um homem, uma mulher, uma pessoa de Deus não precisa ser um homem cheio de recursos deste mundo. Para sermos uma igreja de Deus, “agente de Deus”, não precisamos muitos recursos deste mundo.
2. Para eu ser um santo homem de Deus eu preciso santidade
As palavras da mulher de Suném impressionam: –“Vejo que este que sempre passa por nós é santo homem de Deus”.
Vale dizer que até então não há registro de que Eliseu houvesse realizado algum milagre naquele lugar, ou feito alguma proclamação ou predição ou qualquer coisa parecida. Ele apenas passava por ali de vez em quando.
Mas existe algo em Eliseu que faz que esta mulher veja nele um santo.
Santidade é algo que pode “ser visto”. Não por todas as pessoas: apenas aqueles a quem isto é dado.
Mas é algo que pode ser percebido, que pode ser visto, que pode ser sentido. Santidade é um estado de alma muito concreto.
“Senhor, eu quero ser um santo”.
Embora ser “santo” e ser “homem de Deus” sejam, em sentido amplo, a mesma coisa, penso ser útil, com a palavra santo, enfatizar o separar-se do mundo, a consagração ao Senhor.
Neste sentido, não ser apenas uma pessoa que “curte o mundo” com as demais pessoas. 
Não por uma atitude farisaica, um sentimento de superioridade espiritual em relação aos demais, mas por um desejo de Deus, uma sede de Deus que leva um homem a buscar a Deus, e que exclui do coração do homem a sede pelas coisas do mundo.
E que o leva a estar na presença de Deus.
Vamos ler 2º Rs 3:14-16
“Disse Eliseu: Tão certo como vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não te daria atenção, nem te contemplaria. Ora, pois, trazei-me um tangedor. Quando o tangedor tocava, veio o poder de Deus sobre Eliseu.”
Eliseu estava na presença do Senhor como um modo de vida. Tinha um comprometimento radical com o Senhor, que o levava a ser destemido e descomprometido com qualquer pessoa que não amasse ao Senhor, mesmo que fosse o rei de Israel.
No v. 12 aqui nós temos o comentário de Josafá, rei de Judá, o reino do sul, a respeito de Eliseu:
“Está com ele a palavra do Senhor”.
Pois não há santidade, não há separação, sem a Palavra do Senhor.
Foi por isto que o Senhor Jesus, quando estava orando ao Pai por todos aqueles que haveriam de crer nele, pediu a Deus: – “Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade [4]”.
Sim: para que alguém seja um homem de Deus, o que ele precisa é estar com Deus, com sua Palavra, em sua presença.
3. E Eliseu era santo homem de Deus porque pertencia ao Senhor
A primeira vez que vemos menção de seu nome na Bíblia está em 2º Rs 19, quando ele é escolhido pelo Senhor para ser discípulo sucessor de Elias quando este último partisse.
O Senhor disse a Elias:
v. 16 – A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.”
– “Eliseu”, prossegue o Senhor, “será instrumento meu, até mesmo de vingança contra os inimigos de Israel”.
Então o profeta Elias foi até Eliseu, e o encontrou lavrando as terras de sua família, com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima.
Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele.
Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: – “Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei”.
Elias respondeu-lhe: – “Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo”.
Assim, Eliseu tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram.
Então, se dispôs, deixou tudo, saiu de sua casa e daquele dia em diante passou a seguir e a servir ao profeta Elias.
O cap. 2 aqui de 2º Reis relata o que aconteceu no dia em que Elias foi levado por Deus.
É uma história interessantíssima. A Bíblia nos conta de dois homens que não morreram: tiveram tanta intimidade com Deus que quando chegou a hora deles, o Senhor simplesmente os tomou para si.
O primeiro foi um homem chamado Enoque [5].
E o segundo foi Elias. Tanto Elias quanto os discípulos todos sabiam o que iria acontecer naquele dia. Elias tentou se livrar da presença de Eliseu, mas ele não “desgrudou” de Elias naquele dia.
Pouco antes de Elias ser levado por Deus os dois pararam às margens do Jordão. Elias enrolou o seu manto, feriu as águas e elas se dividiram em dois lados, e eles passaram a seco.
Então Elias disse a Eliseu: – “Pede-me o que queres que eu faça, antes que seja tomado de ti”.
Eliseu respondeu: – “Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito” [6].
Elias lhe disse: – “Pediste uma cousa muito difícil. Mas, se me vires quando eu for tomado, assim se te fará”.
Aí é que Eliseu se apegou mais ainda a Elias.
Continuaram eles andando e conversando, quando um carro de fogo, com cavalos de fogo separou os dois, e Elias foi elevado ao céu num redemoinho, e Eliseu nunca mais o viu.
O manto de Elias estava caído no chão. Eliseu o tomou, voltou ao Jordão, e feriu as águas dizendo: “Onde está o Senhor, o Deus de Elias”?
As águas se dividiram ao meio, e Eliseu passou por elas.
Ali começou uma nova fase na profecia de Israel.
“O que você deseja?”, perguntara Elias.
“Quero ter porção dobrada deste mesmo espírito que atua em ti”, Eliseu respondera.
A NVI traduz assim: – “Quero ser o principal herdeiro deste teu espírito profético”.
Nós podemos perceber claramente: Eliseu, como Salomão, não pede riquezas, nem reconhecimento, mas a presença do Espírito de Deus em sua vida.
Ele havia deixado tudo para seguir ao chamado do Senhor. E queria ser, de fato, um homem cheio do Espírito do Senhor. E buscou isto de todo o seu coração, de todas as suas forças, em todo o tempo.
Buscou e alcançou.
Lembre-se da Palavra de Jesus:
Lc 11:13Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”
Conclusão e aplicação
O que é preciso para ser um “santo homem de Deus”?
Um homem de Deus não precisa muito: ele não precisa muitos recursos deste mundo. Não é o ter um bom dinheiro que faz um homem de Deus.
Para ser um homem, uma mulher de Deus o que é preciso...
É santidade: é estar com Deus, é ter sua Palavra no coração, na mente e nos lábios.
É pertencer a Deus: colocá-lo em primeiro lugar
Então se cumpre a palavra que diz: – “Vejo que este é um santo homem de Deus”.
Você quer isto, não é?
Não está longe, pois nele existimos e nos movemos [7].
Ele está bem próximo, no coração.
Separe tempo para Deus.
Consagre tempo ao Senhor. Consagre tudo ao Senhor.
Ore, medite, olhe para ele com os olhos da alma.





[1] 1ª Pe 2:9
[2] Rm 11:36
[3] Rm 13:8
[4] Jo 17:17
[5] Gn 5:24
[6] 2º Rs 2:9
[7] At 17:28
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