IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 15 de maio de 2016
Pr. Plínio Fernandes
Queridos irmãos, vamos ler 1ª aos
Coríntios 1:26-31
Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados
muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre
nascimento; 27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para
envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as
fortes; 28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e
aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; 29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. 30
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como
está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
No v. 22 deste capítulo,
o apóstolo Paulo diz que “os judeus pedem sinais, milagres, e os gregos,
sabedoria”.
Talvez você se lembre
de que em certa ocasião os judeus incrédulos disseram a Jesus: – “Queremos ver algum sinal da tua parte”.
E que o Senhor
respondeu: – “O único sinal que esta
geração má e adúltera verá é o do profeta Jonas. Pois assim como Jonas esteve
três dias e três noites no ventre do grande peixe, eu também estarei três dias
e três noites no coração da terra...”.[1]
Depois, assim como
Jonas foi trazido de volta do ventre do peixe, Jesus também seria ressuscitado.
Este seria o grande milagre da nossa salvação.
Os gregos amavam a
“sabedoria”. Sabedoria no sentido filosófico, não no sentido bíblico da
palavra. E entre eles, havia várias escolas filosóficas; discípulos de
diferentes mestres que discutiam filosofias entre si.
Ora, quando o evangelho
chegou à cidade de grega de Corinto, muitos que se tornaram discípulos de Jesus
passaram a ter, entre si, aquela mesma postura de discussões filosóficas que
tinham antes de ser cristãos, mas agora em relação os mestres do Evangelho.
Assim como entre os
gregos de modo geral havia adeptos de vários mestres filosóficos, entre os
crentes eles estavam se dividindo entre discípulos de vários mestres cristãos.
Como Paulo escreve aqui
o v. 12, uns diziam: – “Eu sou de Paulo,
e eu, de Apolo, e eu de Cefas, e eu, de Cristo”.
Mas estas questões de
preferências pessoais não eram sem consequências negativas; estavam provocando
divisões, contendas, ciúmes entre os crentes. Eles não haviam entendido direito
a mensagem do Evangelho.
Crentes são pessoas que
devem se amar de tal modo que o mundo veja, e assim venha a crer em Jesus.[2]
O propósito de Deus
estava sendo desvirtuado, e a igreja não refletia a beleza do Evangelho, pois,
em vez de manifestar a glória de Deus, estava buscando o brilho aparente do
intelectualismo e disputas humanas.
Em vez de ser uma
esfera de graça, amor e alegria no Senhor, a igreja havia se tornado um
ambiente de confusão e dissensões.
Então, para corrigir
aquela postura nada cristã, o apóstolo Paulo vem lembrar-lhes o que é o
Evangelho.
Leiamos os vs. 22-25.
Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; 23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus,
loucura para os gentios; 24 mas para os que foram chamados, tanto
judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 25
Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é
mais forte do que os homens.
O evangelho, aos olhos
dos homens era loucura e fraqueza, mas aos olhos do crente, poder de Deus e
sabedoria de Deus, pois o evangelho é Cristo morrendo na cruz, em fraqueza, em
nosso lugar.
Quando a nossa glória
está em Jesus, em sua cruz, desaparece qualquer vaidade, qualquer disputa,
qualquer contenda, qualquer orgulho ou azedume de alma, dando lugar à
humildade, à mansidão, à alegria e amor, semelhantes ao que há no coração de
Deus.
Por isto Paulo se
lembra das palavras do profeta Jeremias:
Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte,
na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; 24 mas o que se
gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o
SENHOR.[3]
Sabedoria, força, ou
poder, posição, status, e riquezas,
são coisas efêmeras, passageiras, que os seres humanos em geral valorizam, nas
quais se alegram, quando não enxergam a vida de maneira espiritual, à luz da
eternidade.
Então o Senhor diz que nossa
glória não deve estar nestas coisas, mas em conhecer a ele, o Deus da
misericórdia, do juízo e da justiça. O Deus que traz salvação sobre a terra.
E assim Paulo escreve
no v. 31: – “Aquele que se gloria, glorie-se
no Senhor”
Prop.
Nós nos gloriamos em
Cristo. Não em milagres, nem em correntes filosóficas. Milagres existem,
filosofia pode até ser interessantíssima, mas Jesus Cristo é a nossa sabedoria, que nos foi dada da parte de
Deus, isto é, é a sabedoria que tem sua origem e Deus que foi dada a nós. E
pela qual nós também pertencemos a Deus.
Por que Jesus Cristo é
a nossa sabedoria? Porque nossa glória está nele?
1. Porque ele é a nossa
justiça – v. 30
Cristo se nos tornou da parte de Deus... justiça.
Imagine um homem
acusado de muitos e horrendos crimes, que se comprovados, podem condená-lo e
levá-lo à pena de morte.
Então este homem está
diante de um juiz que, depois de tudo o que lhe foi apresentado, irá agora
pronunciar a sentença.
Então o juiz faz a
asseveração: – “Diante de todos os fatos,
conforme apresentados, não fui convencido de sua culpa; eu o declaro absolvido
de todas as acusações”.
Você consegue imaginar
o alívio, a alegria deste homem que estava sendo julgado? Consegue imaginar a felicidade
deste homem que poderia, injustamente, ter sido condenado à morte?
De um lado o juiz,
representante da lei, diz que não tem nada contra aquele homem; que ele não
deve ser punido por nada. E diante dele este homem, que agora está livre.
Este é o sentido de uma
palavra preciosa na doutrina da nossa salvação, usada dezenas de vezes no Novo
Testamento.
É a palavra
“justificação”. É o equivalente da nossa palavra “absolvição”. Significa ser
declarado inocente, ou ainda, ser declarado justo, ou justificado.
Ao ser usada para se
referir aos crentes em Jesus, está dizendo que, diante do tribunal de Deus,
quando julgados pelas nossas transgressões, nós somos declarados absolvidos.
Que não temos que pagar, diante da lei de Deus, por qualquer pecado cometido.
Amados, nós sabemos,
tanto pelo nosso próprio comportamento como pela iluminação do Espírito Santo
em nossa consciência, que cometemos muitos pecados, que infringimos a lei do
Senhor.
Sabemos que desde o
nosso nascimento, éramos pecadores por natureza, inclinados à desobediência,
motivados pelo egoísmo, orgulhosos, tendentes à mentira, à malícia, à
idolatria, à cobiça.
E sabemos também que
Deus é majestoso, santo, reto; sabemos que seus olhos não suportam o mal, e que
ele julga e retribui a cada ser humano de acordo com as suas obras, sendo que o
resultado da condenação do pecado é a morte espiritual eterna, o castigo
eterno.
Mas a Bíblia nos diz
que quando uma pessoa crê em Jesus, em vez de ser condenada diante do tribunal
de Deus, ela é declarada justa.
Vejamos Romanos 4:5
Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua
fé lhe é atribuída como justiça.
No contexto Paulo está dizendo
que a nossa salvação não é uma coisa que adquirimos com o nosso trabalho, isto
é, com nossas boas obras.
As palavras são fortes:
ele afirma que, para o que crê no justificador do ímpio, justificador que neste
caso é Deus, a sua fé lhe é atribuída como justiça.
Como pode ser isto? Como
pode Deus, que é justo dizer que o pecador é justo, sem com isto se tornar
injusto?
Paulo diz que isto
acontece quando alguém se une a Jesus, e o tem como o seu representante diante
de Deus, através da fé.
Deus, em sua justiça,
amor e sabedoria, estabeleceu e executou um plano para que fôssemos absolvidos
sem que com isto a sua justiça fosse desprezada.
Para que entendamos um
pouco desta sabedoria de Deus, vejamos como nos tornamos pecadores condenados à
morte.
Aconteceu desde o
jardim do Éden, quando Adão, nosso primeiro pai, transgrediu a lei de Deus.
É que Adão estava
diante de Deus, também como o líder e representante de toda a humanidade.
Embora nós ainda não tivéssemos nascido, estávamos ali representados por ele.
Como, por exemplo, um
embaixador que representa o seu país diante de outra nação na qual ele estiver.
Aquilo que o embaixador faz e diz nesta qualidade, está fazendo em nome de seu
próprio país.
Assim sendo, quando
nosso primeiro pai, Adão, pecou diante de Deus, e trouxe sobre si a condenação
à morte, toda a humanidade que estava ali representada, caiu em pecado e foi
condenada também.
E não somente isto;
quando Adão pecou, separando-se de Deus, tornou-se inclinado a pecar sempre, e
daí em diante todos os seus descendentes nasceram com a mesma inclinação.
Assim, não somente
nascemos condenados pelo pecado do primeiro homem, mas também inclinados a
pecar, e cometemos muitos pecados, aumentando assim os nossos crimes diante da
lei de Deus.
Mas o Senhor, em sua
sabedoria, estabeleceu a nossa salvação da seguinte maneira: assim como o
primeiro homem foi o nosso representante que caiu em pecado, Deus fez que seu
próprio Filho, Jesus, viesse ao mundo com um ser humano, para que se tornasse o
nosso segundo representante diante dele.
Jesus, como nosso
representante viria ao mundo para sofrer em nosso lugar, para morrer a nossa
morte, para levar sobre si a nossa condenação.
Ele próprio, o Senhor
Jesus, deveria se tornar homem como nós, mas não poderia pecar; pois se ele
pecasse, então morreria por seus próprios pecados, e não poderia nos salvar.
Sua vida deveria ser
santa e pura. Só assim ele poderia nos representar morrendo por nós.
E foi o que fez o
Senhor Jesus. Ele foi tentado em todas as coisas, assim como somos tentados,
mas não pecou.
Por fim, ele morreu em
nosso lugar.
Para demonstrar isto eu
quero ler com vocês uns poucos versículos em Romanos 5.
Rm 5:12
Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram.
Veja – através de um só
homem, que é especificamente chamado Adão no v. 14, entrou o pecado no mundo, e
com o pecado, a morte.
Pecado que se
multiplicou e atingiu toda a descendência de Adão. Morte que passou a reinar
sobre a raça humana.
Mas Deus destruiu o
poder da condenação e da morte ao declarar seu Filho como o nosso segundo
representante.
É o que dizem os
próximos versículos.
Rm 5:15-19
Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela
ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça
de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. 16
O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o
julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre
de muitas ofensas, para a justificação. 17 Se, pela ofensa de um e por meio
de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o
dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. 18
Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os
homens para a justificação que dá vida.
Veja o contraste:
Por causa de uma só
ofensa, a o julgamento e a condenação vieram sobre todos.
Pelo pecado de um só
homem, a morte reinou sobre muitos.
Pela desobediência de
um só homem, muitos se tornaram pecadores e os pecados se multiplicaram em
muitas ofensas.
E da mesma maneira, mas
agindo em direção totalmente oposta, revertendo toda a situação, Jesus agiu destruiu
a condenação do pecado.
Ele obedeceu, e morreu
como nosso representante. Por sua obediência a vida nos foi dada, a graça que
nos justifica foi outorgada, e fomos declarados justos aos olhos de Deus, o
reto juiz.
Por isto em nosso
primeiro texto o apóstolo Paulo diz que Cristo se nos tornou, da parte de Deus,
em sabedoria, e justiça.
Cristo é a nossa
justiça.
Entenda como isto é
maravilhoso: se Jesus é o seu representante diante de Deus, então toda a
justiça de Deus já foi satisfeita. Os seus pecados já foram castigados. O
Senhor já te absolveu. Você é declarado justo.
Não é grande a
sabedoria de Deus? Não é superior da toda a sabedoria humana? Não é melhor do
que qualquer filosofia? E não é também um milagre maior do que qualquer outro
milagre?
E veja o grande
resultado desta justificação:
Rm 5:1, 2
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso
Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente
acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na
esperança da glória de Deus.
Viva esta paz.
Glorie-se nisto. Alegre-se na esperança da glória.
2.
A nossa glória está em Jesus Cristo, também porque ele é a nossa santificação –
v. 30
A santificação é uma
exigência de Deus para todo aquele que deseja a vida eterna. Sem santificação,
ninguém verá o Senhor[4].
Ora, quando falamos
sobre a nossa justificação, a primeira consideração que fizemos foi o fato de
que diante do tribunal de Deus todos estávamos condenados por causa dos nossos
pecados.
Daí também é certo
dizer que, em si mesmo, “ninguém é santo”.
Mas assim como Jesus,
em sua morte é a nossa justiça, ele também é a nossa santificação.
Agora, o que é
santificação? Ela significa “separação para Deus”. Ser santo é ser separado e
consagrado a Deus.
Em relação a nós, esta
palavra é empregada em dois sentidos: primeiramente, como algo que Deus fez por
nós em Cristo, quando, através da morte de Jesus, fomos purificados dos nossos
pecados e assim separados a fim de viver com Deus.
Neste sentido, fomos
santificados de uma vez por todas.
Hb 10:10
Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo
de Jesus Cristo, uma vez por todas.
Por isto é que,
frequentemente, nós lemos os escritores do Novo Testamento dizendo que nós, os
crentes em Jesus, somos santos[5].
Depois, esta palavra
também é usada para descrever o processo de crescimento espiritual que passamos
a experimentar depois que começamos a andar com Deus.
Hb 10:14
Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão
sendo santificados.
Veja que no v. 10, ele
diz que temos sido santificados;
indica uma ação completa de efeito permanente. De uma vez por todas fomos
separados para Deus.
E no v. 14, que estamos sendo santificados. Neste
sentido, é algo contínuo, que se realiza a cada dia.
Assim, a justificação é
um ato que ocorreu de uma vez por todas. Hoje, cada crente em Jesus é tão
justificado quanto no dia em que veio ao Senhor, e da mesma forma continuará
para sempre.
Mas a santificação,
ainda que tenha um momento definido que foi iniciada, e ainda que seja algo
certo e permanente, é um processo que está se desenvolvendo a cada dia, no
sentido em que nela vamos crescendo.
Há também um sentido em
que nós devemos nos santificar.
2ª Co 7:1
Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como
do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.
Nós aperfeiçoamos a
nossa santidade quando nos separamos do pecado, quando abstemos de toda forma
de impureza.
É a nossa resposta de
reconhecimento, amor e fé ao que Jesus fez por nós.
Quando, por exemplo,
nos oferecemos ao Senhor cantando:
Tudo o que sou, tudo o que
tenho,
Tudo o que vier a ser…
Ofereço minha vida ti, toma o
meu viver para a tua glória…
Quando nos desviamos
nossos olhos, nossas mãos e nossos pés de caminhos errados por amor do Senhor…
Quando confessamos os
nossos pecados, quando praticamos o que é bom, por fé no Senhor, estamos nos
aperfeiçoando em santificação, por causa do que Jesus fez por nós na cruz.
Quando nos dedicamos a
estudar e meditar nas Escrituras; através dela vamos crescendo em santificação,
pois o Senhor, orando por nós, pediu ao Pai: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” [6].
Assim quando, no dizer de Thomas Watson, nós nos familiarizamos com as
Escrituras, os nossos pensamentos vão sendo transformados, o nosso coração, a
nossa vida, pois as Escrituras são poderosas em si mesmas, para nos santificar.
Crescemos em
santificação à medida em que oramos por isto, sabendo que fiel é quem nos
chamou, e que também realizará em nós uma santificação completa; “corpo, alma e
espírito” [7].
Veja então o poder purificador
da morte de Jesus. É uma justificação tão certa; somos de tal forma absolvidos,
que ao olhar para nós o que o Senhor vê não é pecado, mas justiça.
E uma vez que não há
mais pecado em nós, podemos pertencer a Deus.
Você, crente em Jesus,
pertence a Deus. Não importa sua idade, não importa sua etnia, não importa sua
condição social, econômica, cultural, você é um homem de Deus; é uma mulher de Deus.
3.
Nós nos gloriamos em Jesus Cristo também porque ele é a nossa redenção
Redenção significa “libertação
mediante o pagamento de um preço”.
No mundo em que viveram
os profetas e os apóstolos, a escravidão era uma prática reconhecida legalmente,
e havia várias maneiras pelas quais uma pessoa poderia se ver nesta condição;
se fosse capturada numa guerra, por exemplo.
Também haviam os que se
tornavam escravos porque contraíam grandes dívidas e não tinham como pagar.
Assim se tornavam escravos dos seus credores.
Mas também havia
dispositivos através dos quais uma pessoa podia ser libertada, ou redimida.
Se alguém se dispusesse
a pagar pela libertação do escravo, e o fizesse, seria então o seu redentor, ou
resgatador.
Bem, dissemos no início
que, quando nosso primeiro representante, Adão, pecou, tornou-se pecador, e daí
em diante todos nós, seus descendentes, nascemos inclinados a pecar também.
Como ensina Jesus: – “Aquele que comete pecado é escravo do
pecado”.
Escravo da mentira, da
falsidade, da arrogância, do orgulho.
Escravos dos desejos da
carne, do mundo, como um sistema de valores e crenças que ofendem a Deus;
escravos do príncipe da potestade do ar, o diabo.
Escravos do poder da
morte, porque ela dominava sobre nós, como um senhor invencível.
Mas para cada um destes
poderes escravizadores o sofrimento de Jesus na cruz foi a nossa redenção.
Sobre nossa herança
pecaminosa:
1ª Pe 1:18, 19
Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, 19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o
sangue de Cristo.
Pelo poder da morte e
ressurreição de Jesus, fomos redimidos da escravidão ao pecado. O pecado não
mais terá domínio sobre nós, pois estamos debaixo da graça de Jesus.
Eu posso voltar os meus
olhos para o meu próprio passado, meus irmãos. Penso nos dias em que não
conhecia o Senhor; tantos pecados, e hábitos que me escravizavam, que tiravam minha
alegria de viver, que tiravam a paz. Tantas maneiras viciadas de pensar que me
acorrentavam ao sistema de valores e princípios inimigos de Deus.
Mas um dia Cristo veio
a mim; e me libertou.
Por isto eu gosto de
cantar:
Nunca meus lábios cessarão, ó Cristo
De bendizer-te de entoar-te
glória
Pois guardo n´alma, teu amor
imenso
Grata memória
Eu me glorio em Cristo
porque ele é o meu Redentor.
Conclusão e aplicação
Nós nos gloriamos em
Cristo.
Num misto de prazer,
alegria e orgulho falamos quem ele é para nós.
Ele, encarnando-se com um ser
humano; vivendo entre nós; morrendo por nós; ressuscitando; subindo ao céu;
intercedendo por nós junto ao Pai; vindo no Espírito, para habitar em nosso
coração; selando-nos para o dia da redenção; e no fim dos tempos, voltando para
nós, ele é a nossa salvação.
Ele é a nossa sabedoria, da parte
de Deus.
Ele é a nossa santificação.
Ele é a nossa redenção.
Ele é de todos nós, os
que cremos. Em nossa fé, milagres até podem acontecer. Podemos até ser
calvinistas, ou arminianos, amilenistas ou milenistas. Mas nestas coisas não
estão a nossa glória. A glória de todos nós está em Jesus.
Isto nos faz gratos,
confiantes quanto ao presente e à eternidade.
Confiantes quanto à
salvação, ao perdão, a aceitação diante de Deus.
Isto nos faz otimistas,
confiantes de que aquele que começou boa obra em nós, esta obra de crescimento
espiritual, de santificação, há de completá-la, pois ele não faz nada pela
metade; ele não abandona aquilo que começou.
Faz-nos confiantes
quanto ao futuro da igreja. Isto nos faz irmãos de fé, filhos de Deus, unidos
uns aos outros pelos laços eternos, da alma.
Isto faz de nós gente
“de bem com a vida”.
Louvado seja o nome do
nosso Senhor.