Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O Cordeiro de Deus - João 1:19-34

IPC de Pda. de Taipas
Domingo, 25 de setembro de 2016
Pr. Plínio Fernandes
Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?  20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.  21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não.  22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?  23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.  24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus.  25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?  26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.  28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.  29 No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!  30 É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.  31 Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.  32 E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.  33 Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.  34 Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.
Eu fico imaginando a solene alegria, a felicidade que estava ocupando o coração do profeta João Batista naqueles dias.
De muitas maneiras, ele foi um homem altamente privilegiado.
Era filho do sacerdote Zacarias e sua esposa Izabel, um piedoso casal que durante muitos anos havia orado por um filho.
E antes mesmo de ser concebido, um anjo de Deus trouxe a boa notícia aos seus pais.
– Zacarias, disse o anjo, não tenha medo, porque a tua oração foi ouvida.
– Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.  
– Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento.  
– Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.  
– E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.  
– Ele irá adiante do Senhor com o mesmo espírito e poder do profeta Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos, e habilitar para o Senhor um povo preparado.[1]
E tal como o anjo dissera, aconteceu. João Batista cresceu, cheio do poder do Espírito Santo, e tornou-se um grande profeta.
Era um homem humilde, mas forte e corajoso. Morava em regiões ermas, alimentava-se de coisas simples, vestia-se rusticamente, e pregava no deserto. Mas ali no deserto atraía multidões com sua mensagem, anunciando que em breve chegaria o Cristo, o Salvador de Israel, prometido pelos antigos profetas.
Em nome de Deus ele chamava todos ao arrependimento, porque o reino de Deus estava chegando, e só poderiam entrar no reino os que se convertessem ao Senhor.
Quando as pessoas criam em sua mensagem, eram batizadas, simbolizando assim o arrependimento, a purificação dos pecados, o início de um novo modo de vida.
Mas João Batista sabia que sua vida e pregação eram uma preparação para algo muito maior: a chegada do Senhor.
O Espírito Santo havia revelado qual era o seu papel; pois João era o cumprimento da profecia em Isaías 40, que diz:
Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.  2 Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do SENHOR por todos os seus pecados.  3 Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.  4 Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados.  5 A glória do SENHOR se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do SENHOR o disse.
Se ele era a voz do que clamava no deserto, preparando o caminho do Senhor, em breve o próprio Senhor é quem chegaria.
Mas finalmente chegou o grande momento para o qual João estava convertendo multidões ao Senhor.
O v. 29 nos diz que certo dia João viu o Senhor Jesus vindo em sua direção.
E o espírito profético de imediato se manifestou:
– Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
– É dele que eu tenho falado todo este tempo.
– Eu batizo apenas com água, mas Deus tem me revelado que este é o que batiza com o Espírito Santo.
– Ele é ó Filho de Deus, que tem a primazia, pois existia antes de mim.
De modo, meus irmãos, que a partir de então, João foi aos poucos “saindo de cena”, e o Senhor, para quem ele havia preparado o caminho, começou a reunir o seu povo, apascentar as suas ovelhas.
De todas as coisas ditas aqui a respeito de Jesus, eu desejo destacar o v 29:
Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
A “voz do que clama no deserto” nos dá estas palavras como parte daquela mensagem ao povo do Senhor, a quem Deus quer consolar, a quem ele quer falar ao coração, e dizer que suas iniquidades estão perdoadas, a quem ele quer carregar em seus braços, como um pastor carrega os seus cordeirinhos.[2]
Nesta noite, nós vamos meditar nesta revelação sobre Jesus.
1. Jesus é o cordeiro de Deus
Não muito longe do lugar onde João pregava, na cidade santa de Jerusalém, estava o centro da vida religiosa de Israel; ali ficava o templo do Senhor, no qual todos os dias, de manhãzinha, os sacerdotes ofereciam a Deus os sacrifícios de expiação pelos pecados, que eram trazidos pelos judeus.
Eles faziam isto em obediência à lei do Senhor dada através Moisés, especialmente nos livros de Êxodo e Levítico.
Esta lei tinha uma grande finalidade: era a de ensinar a Israel que o salário do pecado é a morte. Mas que Deus ama o seu povo e tem prazer em perdoar pecados.
Então, o Senhor proveu muitas orientações detalhadas, através das quais os israelitas, quando pecassem, deveriam, como reconhecimento de suas faltas, oferecer a Deus sacrifícios de sangue.
Assim, diariamente eram oferecidos centenas de sacrifícios no templo em Jerusalém.
Agora, é importante dizer que estes sacrifícios jamais puderam, de fato, purificar os pecados de seus ofertantes.
Para demonstrar isto eu quero referir o que diz a carta aos Hebreus.
Vamos ler Hebreus 10:11.
Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados.
Mas, se é assim, porque razão Deus ordenou em sua lei que tais coisas fossem feitas? A resposta está também neste mesmo capítulo.
Hebreus 10:1
Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.
“A lei”, ele diz, “tem sombra de bênçãos vindouras”. Ele usa o verbo “ter” no presente, pois nos dias em que escreveu esta epístola, os judeus que não eram convertidos a Jesus ainda continuavam a sacrificar.
Mas na epístola como um todo ele diz que aqueles sacrifícios prescritos na lei não precisavam mais continuar a ser oferecidos, pois eles não eram a realidade, eram apenas uma sombra de bens futuros. Por exemplo, se você olha para mim agora, você está me vendo, mas se você olha para a minha sombra projetada numa parede, vê apenas um contorno, e desproporcional.
Assim também quando alguém oferecia um sacrifício de sangue a Deus, não estava oferecendo algo que podia realmente perdoar os pecados; era apenas uma sombra, uma figura da realidade espiritual.
Com isto, ele diz, quando ordenou estas coisas a Moisés, Deus estava querendo apontar para bênçãos futuras.
Agora veja o v. 12 aqui deste mesmo capítulo.
Hebreus 10:12
Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus.
Se os sacrifícios de animais eram a sombra da realidade, o sacrifício de Jesus é a realidade que eles representavam.
E é um sacrifício perfeito, eficaz, que satisfez completamente as exigências de Deus.
Ora, quando João Batista disse: – Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, estava preparando o caminho do Senhor em consonância com a promessa de Deus através do mesmo profeta Isaías, quando este pregou sobre a morte de Cristo:
Vamos ler Isaías 53:4-7
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.  5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.  6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.  7 Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
Jesus foi levado para a cruz como um cordeiro levado ao matadouro.
Jesus foi levado à cruz como uma ovelhinha muda, que não contendeu, que não se queixou.
Então veja como é grande o amor de Deus para com o seu povo.
Na cruz, Jesus foi ferido por Deus. Na cruz, o Senhor Deus fez cair sobre ele as nossas iniquidades.
Por isto Jesus não é um cordeiro qualquer. É o cordeiro de Deus. É o Filho de Deus. É o cordeiro dado por Deus.
Deus o fez pecado por causa dos nossos pecados. Ele sofreu o castigo que era nosso. Ele sofreu o castigo que nos trás a paz.
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito.[3]
2. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado
Quando consideramos a grandeza do amor que Deus tem por nós, a ponto de dar o seu próprio Filho em sacrifício pelas nossas transgressões, podemos também ter uma noção da perversidade do pecado.
2.1. O que é pecado?
Certo estudioso comenta que palavra grega era usada inicialmente com o significado de “errar o alvo, como quando uma lança é jogada ao alvo. Pode ser usada para perder o rumo certo, para o fracasso nos planos, esperanças ou propósitos.” [4]
Quando Deus criou o ser humano, ele o fez conforme à sua imagem e semelhança, e com o propósito de que o homem o glorificasse refletindo esta imagem e semelhança através do governo de toda a criação.
Refletindo o caráter de Deus, o homem deveria governar todas as coisas, com sabedoria, amor e bondade. Desta maneira Deus seria honrado e o ser humano seria feliz em seu relacionamento de vida e amor com o Criador, com o seu semelhante e todas as coisas criadas.
Mas houve um momento em que nossos primeiros pais deixaram de confiar em Deus, e acreditaram na mentira de Satanás. E com esta falta de fé veio a desobediência, e o relacionamento de amor com Deus foi quebrado.
O homem desviou-se do propósito que lhe fora dado por Deus. A isto costumamos chamar de “queda”.
Depois que nossos primeiros pais erraram o alvo, tudo ficou distorcido. Os seres humanos se tornaram pecadores, em sua própria natureza, e por causa disto cometem atos pecaminosos.
Deixam de refletir a imagem de Deus, ou melhor, continuam a fazê-lo, mas com enormes distorções.
Deus é verdadeiro, os homens tornaram-se mentirosos.
Deus é amor; os homens tornaram-se egoístas.
Deus é fiel, os homens tornaram-se infiéis.
Deus é sábio, os homens são insensatos.
Deus é puro, os homens são impuros.
E este estado de ser distorcido conduz aos muitos atos pecaminosos que a humanidade comete desde aqueles primeiros dias. 
As quebras de relacionamentos com o seu semelhante, a violência, as maledicências, as detestáveis idolatrias, as feitiçarias, as inimizades, as muitas formas de pornografia e perversões morais, os adultérios, o roubo, enfim, a lista é extensa.
Porque o coração humano, ainda que traga algo da imagem de Deus, também tem dentro de si a enorme corrupção do pecado.
Assim, como diz o apóstolo João, o pecado é a transgressão da lei de Deus. [5] A lei de Deus, que é uma extensão de seu ser, e que ele “embutiu” na própria natureza e consciência humanas quando da criação; lei que ele tornou a prescrever em sua Palavra, a Bíblia; lei que reflete o caráter de Deus, mas que também agora revela como o ser humano se desviou do propósito de Deus.
É por isto que Deus odeia tanto o pecado.
Cada mentira, cada ato de orgulho ou egoísmo, cada violência, cada vez que uma pessoa se embriaga, cada roubo, cada pecado é uma ofensa ao seu caráter santo, bondoso e justo. É uma perversão de sua obra, que apequena o homem, e que dá prazer a Satanás.
Por isto o salário do pecado é a morte.
E por isto o preço do perdão foi tão grande. Pois Deus decidiu que em seu Filho seria derramado o castigo pelos pecados do homem a quem ele tanto ama.
2.2. Mas se Deus decidiu não poupar ao seu próprio Filho, isto é porque este sacrifício seria a única solução
E não somente isto, seria também uma solução eficaz. Assim é que o Espírito Santo diz:
Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Jesus, através de seu sacrifício, realmente tira os pecados.
O apóstolo Pedro, também citando o profeta Isaías,[6] diz que ali na cruz o Senhor Jesus assumiu sobre si o castigo que era nosso.
1ª Pedro 2:24, 25
Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. 25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma.
Esta palavra, carregar, é preciosa neste contexto, porque descreve muito bem o que Jesus fez por nós na cruz. É como se nós estivéssemos levando sobre nossos ombros um fardo enorme, chamado pecado. Um fardo de morte, dor e destruição. Um fardo de condenação. Um fardo que nos fazia perdidos, desorientados, doentes da alma e da mente.
Mas então o Senhor Jesus vem, e com toda a força do seu amor, retira de nós este fardo e coloca sobre si mesmo, ali na cruz. Ali ele sofre todo o peso da ira de Deus, em nosso lugar.
Agora, diz o apóstolo Pedro, não somos mais como ovelhas que não têm pastor, pois fomos convertidos ao pastor e bispo das nossas almas. Agora estamos curados. Agora temos paz.
Se o pecado nos desviou do alvo, agora a orientação da nossa vida é outra; é aquela para o qual fomos criados.
1ª Jo 3:5, 6
Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.  6 Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.
Agora já temos mais o pecado como o rumo da nossa vida, não estamos mais desviados do nosso alvo, que é viver para glorificar a Deus e nos alegrarmos nele.
Pois o cordeiro de Deus, de fato tira os pecados.
3. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
Não é difícil entender o que o Espírito Santo está ensinando.
Aqui, ele está usando a palavra “mundo” em contraste com a mentalidade tão comum entre os judeus daqueles dias, que pensavam ser as únicas pessoas amadas de Deus.
Os planos e as promessas de Deus para o povo de Israel eram coisas grandiosas.
Quando o Senhor os tirou da escravidão na terra do Egito, fez deles o seu povo de propriedade exclusiva entre todos os povos. Uma nação santa.[7]
Mas com isto o Senhor tinha um propósito para o mundo inteiro, um propósito que ele já havia falado muitos anos antes ao seu amigo Abraão, o patriarca de Israel.
Quando escolheu Abraão e prometeu que dele sairia uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu, o Senhor lhe disse: – Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra.[8]
O propósito de Deus era o de abençoar o mundo inteiro através de Israel, como de fato aconteceu com a vinda de Jesus.
Só que com o passar do tempo, em vez de serem uma luz para as nações, o povo judeu começou a crer que eles eram os únicos a quem Deus queria abençoar.
Mas ao contrário do que eles pensavam, o Cristo não veio somente para os judeus. Veio para salvar pessoas de todas as nações.
Por isto João Batista vai “na contra mão” do pensamento comum do homem judeu, e anuncia:
Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Vamos ler Apocalipse 5:9.
Este capítulo nos conta de uma visão que João teve do trono de Deus. Diante deste trono que governa o universo, o cordeiro de Deus está sendo adorado.
E (os seres celestiais) entoavam novo cântico,dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.
Irmãos, isto é maravilhoso. A salvação em Cristo foi destinada a gente de todos os povos.
Por isto foi ordenado que o Evangelho fosse pregado a todas as nações. Deus está alcançando, com o seu amor, pessoas “de todas as tribos, povos e raças”.
Em todas as nações, todo aquele que invocar o nome de Jesus será salvo. Não importa a sua etnia, não importa o sexo, não importa a cor da pele, a classe social, todo aquele que crer no Senhor Jesus será salvo de seu pecado.
João 3:16
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.  17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.  18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
João 6:40
De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Não são todos os que creem em Jesus. Não são todos os que se reconhecem pecadores. Não são todos os que se convertem.
Mas todo aquele que nele crê será salvo. Todo aquele que nele crê terá a vida eterna com Cristo. Será ressuscitado no último dia, o dia da volta de Cristo.
No dia da volta de Cristo, todos os milhões e milhões que nele creram, de todos os tempos, desde Adão até o ultimo dos homens a se converter, de todos os continentes, ressuscitarão para a vida eterna. Nenhum só daqueles a quem Cristo purificou com seu precioso sangue será deixado de fora.
E o reino dos céus será dos escolhidos de Deus.
Amado, você crê nestas coisas?
Naquele dia em que Jesus vier para os seus, no dia em que ele irá separar os que creem e os que não creem, os justos dos injustos, como um pastor que escolhe entre as ovelhas e os bodes do seu rebanho, você estará lá, entre os escolhidos de Deus?[9]
Conclusão e aplicação
Jesus é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Diante desta palavra de Deus, o que você precisa fazer? Há pelo menos quatro aplicações.
1ª. Não queira oferecer a Deus sacrifícios pelos seus pecados.
Para ser salvo você não precisa, nem deve, fazer sacrifícios, nem precisa que qualquer pessoa os faça por você.
Para ser perdoado você não precisa pagar promessas, acender velas, fazer peregrinações, ou coisas semelhantes.
Pois o Senhor Jesus, com um único sacrifício, perfeito e eficaz, de uma vez por todas, satisfez as exigências de Deus para a sua purificação.
É uma ofensa a Deus quando alguém pensa que mediante sacrifícios pessoais possa alcançar o perdão de seus pecados. É um menosprezo para com o valor do sangue de Jesus.
Sacrifícios agradáveis a Deus são um coração que se reconhece pecador,[10] merecedor de nada, mas que confessa o nome de Jesus, que ama seus irmãos. [11]
2ª. Tenha um coração grato, amoroso e confiante
Creia na Palavra de Deus. Ela diz que Jesus morreu pelos nossos pecados. Ela diz que Deus aceitou o sacrifício de Jesus por nós. Ela diz que Jesus carregou os nossos pecados, perdoando-nos, e libertando-nos deste fardo que não precisamos mais, nem devemos carregar.
Por meio da fé em Jesus, liberte-se de qualquer escravidão, liberte-se de qualquer temor, de qualquer fardo.
Tenha um coração grato, feliz, amoroso. Que “o teu coração transborde de amor, porque o teu Deus é um Deus de amor. Que a tua alma seja repleta de paz, porque Jesus é a tua paz”.
3ª. Odeie o pecado
O profeta Ezequiel diz que quando temos consciência da graça de Deus em nossa vida, temos nojo de nossos pecados.[12]
Lembre-se de quanto o pecado ofende a Deus, de quanto o entristece.
Lembre-se de os teus pecados levaram Jesus a morrer na cruz.
Então odeie cada pecado em sua vida. Deteste o mal, apegue-se ao bem.[13]
Corrija o rumo de tua vida. Viva para a glória de Deus. Seja feliz andando com Deus, imitando a Deus, como um filho amado imita ao seu pai.
4ª. Fale de Jesus
Conte de sua fé em Jesus. Conte ao mundo sobre a justiça e o amor de Deus.
Fale da salvação que Jesus fez em tua vida. Diga aos de fora que eles também podem ser salvos. Diga aos de fora que também podem entrar. Diga a todos que Jesus que Jesus é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.




[1] Lc 1:13-17
[2] Is 40:1-11
[3] Jo 3:16
[4] Cf. William Barclay, Palavras Chaves do Novo Testamento, (São Paulo, Vida Nova, 1988) pág. 82.
[5] 1ª Jo 3:4
[6] Is 53:5, 6
[7] Êx 19
[8] Gn 12:3
[9] Mt 25:31-46
[10] Sl 51:17
[11] Hb 13:15, 16
[12] Ez 36:31
[13] Rm 12:9

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Resposta a Simplex Veritas

Amados, recebi, hoje, o questionamento de Simplex Veritas, acerca de minha maneira de me comportar em relação à questão dos dízimos. As perguntas foram colocadas nos comentários aqui
Foram perguntas honestas, simples e diretas, de alguém que deseja conhecer a doutrina que esposo.
Mas ali não pude responder, pois meu texto ficou muito longo.

Então estou postando a resposta aqui, no sincero desejo de edificar também a outros que porventura lerem também.

     Primeiro as perguntas, para que a resposta seja melhor entendida.


Foram 30(trinta) moedas.
Sinto constrangimento em fazer essas perguntas e de parecer um insolente, porque não me dou esse direito. Meço e peso o coração de um religioso pelo conteúdo da sã doutrina em suas respostas. Então pergunto: O sr. se apropria dos dízimos? Existe alguma prescrição nos evangelhos para que seja cobrado o dízimo? O que é o dízimo, quem o estabeleceu e porque e como deveria ser cobrado? Se o dízimo era cobrado porque as obras dos homens não eram perfeitas e se essa perfeição e salvação chegou-nos através de Cristo, não é negar o sacrifício de Jesus ao derramar seu sangue na cruz por nossos pecados, cobrar um dízimo pertencente à Lei dos hebreus, encerrada nas palavras do próprio Senhor em João, o batista?
Peço que esclareça-nos essas dúvidas.
Paz de Cristo.

       Agora minha resposta

      Olá, meu amigo. A paz de Cristo.
Sou grato por ter tomado a iniciativa de me escrever solicitando esclarecimentos sobre meu comportamento neste assunto. Não porque desejo expor-me, pois meu propósito neste blog é partilhar o Evangelho de Jesus, expor a doutrina de Cristo e edificar a igreja do Senhor.
Mas, por um lado, o ensino bíblico aos crentes é no sentido de que se acautelem dos falsos profetas (Mateus 7:15), e por outro lado, o amor ao dinheiro é uma das características dos falsos mestres, pelo fato de que muitas pessoas se utilizam da fé como um comércio, o que é veementemente condenado na Palavra de Deus (Veja, por exemplo, 2ª Pedro 2:2, 3). Neste sentido, gostaria que você lesse também a mensagem que se encontra neste link.
Então você faz muito bem em questionar este assunto, para o bem de seu crescimento na fé, e também para se prevenir contra ensinos errôneos. Mas penso também que você pode ver a doutrina que ensino em todas as minhas postagens, e delas inferir se elas são bíblicas.
Espero poder abençoá-lo, através de minhas respostas.
Eis aqui, resumidamente, minhas respostas, à luz do entendimento e prática da igreja a que pertenço (Presbiteriana Conservadora) temos sobre o assunto.
1)      Não. Nós não nós, os pastores, não nos apropriamos do dízimo entregue pelos nossos irmãos.
2)      Os dízimos foram estabelecidos por Deus.
Não sabemos quando, pois a primeira referência que temos nas Escrituras diz respeito aos dízimos dados pelo nosso pai na fé (como Paulo se refere a Abraão em Romanos 4:11). O testemunho bíblico sobre os dízimos dados por Abraão está registrado em Gênesis 14:20.
Não sabemos quando Deus estabeleceu os dízimos, mas o fato é que Abraão os entregou, e eles foram recebidos por Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo.  Isto aconteceu 400 anos antes que o Senhor desse a lei mosaica, na qual ele incorporou os dízimos e explicou as razões para que o povo do Senhor os entregasse. Numa sociedade essencialmente rural, os dízimos eram entregues ao Senhor de acordo com o calendário das colheitas ou outros tipos de produção do trabalho do povo de Deus.
A segunda referência aos dízimos na Bíblia encontra-se em Gênesis 28:28, onde Jacó (neto de Abraão) promete entregá-lo ao Senhor em reconhecimento da bênção de Deus em sua vida.
Depois disto, a próxima referência encontra-se na lei mosaica. Os dízimos tinham em vista três objetivos: o sustento do ministério levítico, inclusive o sacerdotal (Números 18:20-32), a beneficência (Deuteronômio 14:22-29), e a  manutenção da casa de Deus (Malaquias 3:10). Por isto é que o profeta Malaquias exortou o povo do Senhor a entregar os dízimos para que houvesse mantimento em sua casa. A entrega dos dízimos, segundo a argumentação de Malaquias, não seria apenas um “ato externo de obediência”, mas de amor à casa do Senhor e fé na providência de Deus. E amado irmão, os dízimos não eram um pagamento pelas obras humanas imperfeitas (Deus não está à venda, nem seus ministros), mas sim, eram o meio providenciado por Deus para o sustento da obra religiosa, como fruto de reconhecimento, fé e amor por parte do povo de Deus.
No Novo Testamento, vemos que os ministros da igreja do Senhor, assim como a igreja, têm o mesmo tipo de ministério, ainda que não sejam idênticos. Por isto os crentes também são exortados a contribuir.
Quero citar algumas referências; não irei aqui comentá-las. Apenas para que você medite por si mesmo.

Sobre o sustento dos pregadores.

1ª aos Coríntios 9:13, 14
Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?  Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.

1ª a Timóteo 5:17, 18
Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.  18 Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário.

Gálatas 6:6
Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui.

Até mesmo Jesus e sesus apóstolos foram assistidos financeiramente por outras pessoas, como vemos em Lucas 8:1-3.

A ajuda aos necessitados

2ª aos Coríntios capítulos 8 e 9. O texto é por demais longo para transcrevê-lo aqui. Peço que você o leia diretamente em sua Bíblia. Mas nele o Espírito Santo dá testemunho do comportamento das igrejas apostólicas, angariando fundos em favor dos pobres. Também podemos ver o mesmo testemunho em Atos capítulos 4 e 5.

As necessidades de manutenção das igrejas.

No Novo Testamento, não temos esses edifícios de propriedade da igreja, para o povo de Deus se reunir. Naqueles tempos, as igrejas se reuniam nas casas dos crentes (e em tempos de perseguição, até mesmo nas catatumbas). Com o passar do tempo, os discípulos de Jesus cresceram em número, e começaram também a se reunir em edifícios especialmente destinados a isto, que passaram a ser chamados templos.
Bem, estas casas de adoração precisam ser mantidas (agora mesmo, enquanto escrevo, acabo de receber um “Comunique-se” da Prefeitura, estabelecendo muitas coisas que as igrejas precisam providenciar. E o Evangelho ensina: “Daí a César o que é de César”. Para isto precisamos recursos financeiros.
Bem, como você pode ver, tanto a Bíblia como a nossa experiência diária testemunham as necessidades econômicas da igreja. E o meio como Deus providenciou para estas coisas é a contribuição, em amor e fé, do povo de Deus. A entrega dos dízimos nada tem a ver (e nunca teve, nem no Antigo Testamento) com sacrifícios pelo perdão dos pecados. Mesmo no Antigo Testamento, o perdão dos pecados era concedido como resultado de arrependimento e fé no sangue precioso do Senhor Jesus (que ali era representado pelos sacrifícios feitos no santo dos santos, e que apontavam para o sacrifício que nosso Salvador fez por nós). Eu sugiro que você leia a mensagem que postei no último domingo, aqui neste link.
Os crentes em Jesus são obrigados a contribuir? É claro que não. Os crentes dos primeiros dias, assim como hoje em dia, não eram (e não são) obrigados a dar nada. Mas motivados pelo amor, e desejosos de manter os ministros, a ajuda aos pobres e às demais necessidades da igreja, foram instruídos a contribuir com liberalidade. Se alguém não puder contribuir, isto não é visto como algo merecedor da ira de Deus, pois não é assim que a Bíblia nos ensina.
Então, em minha denominação eclesiástica (assim como na maioria das outras denominações) temos o seguinte procedimento: os membros da igreja espontaneamente contribuem, conforme as seus recursos, e não segundo aquilo que não têm; a direção da igreja (e não os pastores), considerando nossas possibilidades, estabelece um orçamento, dentro do qual são especificados os vencimentos (que chamamos côngruas) para o sustento do pastor. É graças a este sustento (que não está acima da média daquilo que meus irmãos também ganham com seu trabalho), que cuido de minha família e dedico tempo integral ao meu ministério. A igreja também estabelece a quantia para as despesas de edificação e manutenção do edifício e suas dependências, as contribuições para os campos missionários, o sustento do seminário da igreja e outros órgãos da denominação. E tudo é minuciosamente contabilizado e declarado aos órgãos governamentais.
Voltando à sua pergunta inicial, a resposta é “Não. Não me aproprio dos dízimos da igreja”. Isto seria pecado. Mas a igreja, de acordo com suas possibilidades, amorosamente, sustenta o seu pastor. Pelo que sou muito grato a Deus, que em sua sabedoria e cuidado amoroso, providenciou as coisas desta maneira.
Última observação: não creio que o irmão, ao citar “trinta moedas de prata”, que foi a quantia pela qual Judas Iscariotes traiu nosso Senhor, esteja querendo dizer que os ministros devidamente sustentados através da amorosa contribuição do povo de Deus estejam fazendo o papel de Judas. Você é um homem temente a Deus, e certamente não deseja ofender seus irmãos, ministros do Evangelho.
No amor do Senhor, no sincero desejo de edificar sua fé,
Pr. Plínio

sábado, 24 de setembro de 2016

Daniel - O que acontece quando oramos



Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 18 de dezembro de 2011
Pr. Plínio Fernandes
Dn 2:17-23
Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, 18 para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu. 20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; 21 é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. 22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. 23 A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei.
Dn 6:10
Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.
Dn 9:1-19
No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,2 no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos. 3 Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. 4 Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; 5 temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; 6 e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra. 7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje se vê; aos homens de Judá, os moradores de Jerusalém, todo o Israel, quer os de perto, quer os de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas transgressões que cometeram contra ti. 8 Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti.
Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele 10 e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. 11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição e as imprecações que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós, porque temos pecado contra ti. 12 Ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, e fez vir sobre nós grande mal, porquanto nunca, debaixo de todo o céu, aconteceu o que se deu em Jerusalém. 13 Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade. 14 Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz. 15 Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e a ti mesmo adquiriste renome, como hoje se vê, temos pecado e procedido perversamente. 16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós. 17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor. 18 Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. 19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
Dn 10:1-5
No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão.2 Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. 3 Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras. 4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre, 5 levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz;
Dn 10:11-13
Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. 12 Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. 13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia.
Em nosso estudo anterior, Daniel capítulo 9, nós nos concentramos nas palavras do anjo Gabriel ao profeta, registradas no v. 23.
E consideramos que nelas são mencionadas três bênçãos que Deus concede àqueles a quem ele ama:
A 1ª bênção que vimos foi esta: o Senhor dá ordens aos seus anjos, para que cuidem dos seus amados.
A 2ª bênção, é que, aos seus amados, Deus envia a sua Palavra.
E a 3ª bênção, é que, dos seus amados, Deus atende às orações.
O anjo diz que Deus fez as coisas por Daniel porque ele era um homem “muito amado”.
Ao mesmo tempo vimos, espalhadas por toda a Bíblia, as mesmas bênçãos sendo prometidas e concedidas a todos os crentes, pois todos os crentes em Jesus são amados de Deus.
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho Jesus, para que todo aquele que crer em Jesus não pereça, mas tenha a vida eterna, e vida em abundância.
Considerando o fato de que Daniel era amado de Deus, e que tinha as suas orações atendidas, dissemos que todas as suas súplicas eram dirigidas pelo Espírito Santo, pois em tudo o que ele falava a Deus havia o transbordar de um coração profundamente conhecedor das Escrituras Sagradas, inspiradas por Deus.
Daniel, desde a sua juventude, dedicava grande parte de seu tempo à leitura e à meditação das Escrituras, ou como ele as chama em 9:2, “tais Bibliois” (os livros, de onde vem a nossa palavra Bíblia).
E para ele a Bíblia não era um livro de tempos antigos, como agora reunidos numa edição moderna e luxuosa.
Seu coração entendia e amava aqueles livros como sendo a Palavra viva, de Deus, que se cumpria a cada dia, inclusive em sua vida. A Palavra de Deus que falava a cada dia, a ele e a cada crente.
Então a sua prática constante era esta: Daniel lia a Bíblia, meditava, e neste meditar o Espírito de Deus lhe falava.
E Daniel orava, isto é, falava com Deus. E neste ler, meditar e falar, neste buscar ao Senhor e encontrar, ele crescia em conhecer ao Senhor, se fortalecia em sua fé, em sua esperança e em seu amor.
Pois “o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo” (11:32).
Assim o que vemos aqui é uma ilustração que exemplifica o ensino de Jesus em João 14:21.
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
Em nosso estudo de hoje, focalizando a nossa atenção nas Palavras de Deus sobre a vida de oração de Daniel, e tendo já considerado que ele era dirigido por um profundo conhecimento da Bíblia, eu gostaria de fazer três considerações sobre o que acontece quando oramos.
1. Quando oramos há uma luta espiritual
Em nosso estudo anterior, vimos que, quando oramos, uma das coisas que acontece é que, se necessário, Deus dá ordens aos seus anjos a nosso respeito, para que eles trabalhem em nosso favor.
Agora, ao mesmo tempo em que temos um amoroso Senhor no céu, que tem prazer em nos atender, que se deleita em nos dar o que é bom, que tem a nosso respeito pensamentos de paz, temos também um feroz inimigo que com todas as forças guerreia contra nossas almas.
Este inimigo é Satanás e seus anjos.
Então lemos no cap. 10 que Daniel se pôs a orar e jejuar. Ele estava buscando uma Palavra de Deus a respeito da igreja israelita.
Durante vinte e um dias esteve orando, chorando de aflição pela vida espiritual de seu povo. Manjar desejável não comeu (algumas pessoas têm chamado a esta prática, e imitado o seu exemplo, de “jejum de Daniel”, pois Daniel não deixou de se alimentar totalmente, mas se absteve daqueles tipos de alimento que tendem a nos deixar preguiçosos).
Se absteve de carne e vinho, se absteve de manjares desejáveis (BV – “As gostosas sobremesas do palácio”; BLH: “Não comi comida gostosa”)
Não se absteve totalmente de comida e bebida, mas apenas daquelas que propiciam uma tendência a comer demais.
Assim lemos na história da igreja que muitos homens notáveis o faziam sistematicamente, por exemplo, J. Calvino e J. Wesley.
Daniel se dedicou a orar, a jejuar, e a batalha começou.
Leiamos novamente o cap. 10:13. O anjo do Senhor diz a Daniel:
Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. 13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia.
Isto aconteceu no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia. O anjo de Deus diz que ele foi enviado desde o primeiro dia em que Daniel começou a orar.
Mas quando o Senhor enviou seu anjo, surgiu em cena um outro ser espiritual, um príncipe que lutava contra o anjo de Deus. Era o príncipe que tinha, por assim dizer, o domínio sobre as forças espirituais do mal na região da Pérsia.
Amados, embora eu não entenda em profundidade estes assuntos, pois a própria Bíblia só nos fala o suficiente para o bem de nossas almas, a fim de que saibamos contra quem é a nossa luta, estes fatos aqui de Daniel 10 podem ser mais bem entendidos se lermos também Efésios 6:11 e 12:
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Quando Daniel começou a orar e Deus enviou sua resposta, iniciou-se uma luta nas regiões celestiais. Um dos dominadores deste mundo tenebroso, o príncipe do reino da Pérsia, das forças espirituais malignas dali, entrou em luta contra as forças espirituais do Senhor.
Mas o mesmo tempo o mensageiro de Deus teve ajuda, porque Miguel, que na epístola de Judas é chamado Arcanjo, isto é, um dos anjos principais, veio ajudá-lo, e ele pôde vencê-lo e chegar a Daniel.
Irmãos, este é um fato que não podemos ignorar, e não podemos esquecer. Fazer a obra de Deus envolve conflito, envolve luta espiritual.
Satanás e seus demônios lutam contra nós, lutam contra nossas famílias, lutam contra a igreja, e contra as igrejas.
Lutam querendo nos desencorajar, querendo nos desviar, lutam querendo nos desanimar.
Lutam com mentiras, com falsas doutrinas, lutam tentando-nos a crer num evangelho do diabo, que tem levado as pessoas a viver para Mamom, isto é, para as riquezas materiais, e não para Jesus.
E porque precisamos saber e não esquecer? Pelo menos por duas razões:
1ª – Para que não desanimemos diante da aparente demora.
Veja, no cap. 9 de Daniel lemos ali ele recebeu a resposta no mesmo dia, embora o seu pedido só viesse a cumprir dois ou três anos depois.
No cap. 10, por causa da luta, a resposta demorou vinte e um (21) dias.
Quando lemos Neemias caps. 1 e 2, vemos que ele precisou continuar orando quatro (4) meses.
Zacarias, o pai de João Batista, Ana, a mãe de Samuel, oraram anos antes de terem seus pedidos recebidos. Estes santos de Deus oravam por um filho, e quando estes filhos, nasceram, João Batista e Samuel, que grandes homens diante do Senhor.
Parece que, quanto maior a bênção, mais precisamos continuar lutando.
Ora, quando nos lembramos de que há uma batalha espiritual na oração, somos motivados a continuar orando.
Na parábola da viúva, em Lucas 18, Jesus nos ensina que devemos continuar orando sem esmorecer, pois às vezes temos a impressão de que nosso Pai celestial é demorado em atender. Mas o que ele quer que saibamos é que o Pai, depressa, nos atende, então não desanimemos.
2ª – Para que não desanimemos de fazer a obra.
Algum tempo atrás eu estava pregando em certa igreja. Durante a semana eu havia estudado muito, orado muito; assim como fazem todos os pastores, quando preparo as mensagens peço a Deus que me dê sabedoria para estudar, entender, preparar, transmitir. Peço que o Senhor edifique os irmãos por meio do nosso estudo.
Outros irmãos, companheiros que Deus me deu para orar, oram por mim e pela igreja muitas vezes.
Mas enquanto eu pregava, um conflito espiritual muito grande estava se travando em minha mente.
Vinham frases fortes em minha mente, como se alguém estivesse falando do meu lado. E as frases diziam:
Cadê aquela família? E aquela pessoa? Você não vê tanta gente ausente? Você não vê que não adianta nada o que você está fazendo? Larga a mão disto”.
Então eu continuei a pregar com muito custo, dizendo no meu coração:
“Senhor, estou fazendo a tua obra.”
Depois do culto, conversando com certa irmã, ela disse que também havia enfrentado uma luta enorme enquanto dirigia a igreja nos cânticos do Senhor (Satanás odeia que elogiemos a Deus).
Que o nosso trabalho é à toa, que não vai prosperar, é o que diz o diabo.
Mas sabem, irmãos, ao mesmo tempo, eu me lembrei da Palavra da verdade: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”.
Então eu pensei: “Se um demônio está aqui, já está derrotado, porque Jesus é maior”.
Você se lembra? Jesus nos ensina que Satanás é o pai da mentira. E que a Bíblia é a verdade.
E o que nos diz a Palavra da verdade?
Eu quero citar dois textos:
1ª Co 15:57, 58
Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.  58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.
Sl 126:5, 6
Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. 6 Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes. 
Então, quando você estiver orando, quando você estiver fazendo a obra, e Satanás começar a lutar contra você, dizendo a você que Deus não está ouvindo, lembre-se da Palavra de Deus, a Palavra da verdade, e não acredite nas mentiras de Satanás.
Orar é uma luta espiritual.
2. Quando oramos, estamos fazendo a obra de Deus
Vamos ler Jo 6:28, 29
Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus? 29 Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.
Precisamos nos lembrar disto também, numa época em que as pessoas pensam que fazer a obra de Deus implica ficar agitados de um lado pro outro, promovendo eventos, realizações, obras vistosas que glorificam mais ao homem do que a Deus.
A obra de Deus é Deus quem realiza, e a obra de Deus é crer em Jesus.
Ora, mais do que qualquer outra coisa, orar é um trabalho de fé, é um trabalho da alma.
2.1 – A nossa oração é um meio de Deus realizar seus planos eternos.
O espírito de Daniel entendia isto, pois veja como ele se comporta.
No cap. 9 ele diz que leu em Jeremias sobre os planos de Deus para Israel.
Em Jeremias 29 o Senhor diz que depois de setenta (70) anos na Babilônia, os israelitas seriam levados de volta à terra santa, e a reconstrução nacional começaria.
Mas para que isto acontecesse, eles iriam primeiro se colocar a buscar ao Senhor de todo o coração.
Aliás, não é somente Jeremias que nos ensina isto:
Vejamos Ez 36:37, 38:
Assim diz o SENHOR Deus: Ainda nisto permitirei que seja eu solicitado pela casa de Israel: que lhe multiplique eu os homens como um rebanho.  38 Como um rebanho de santos, o rebanho de Jerusalém nas suas festas fixas, assim as cidades desertas se encherão de rebanhos de homens; e saberão que eu sou o SENHOR.
E Is 62:6, 7:
Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o SENHOR, não descanseis,  7 nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.
Estes três profetas (Jeremias, Ezequiel e Isaías) estão nos dizendo que Deus faz a sua obra mediante as nossas orações.
Deus tem um plano: reconstruir Jerusalém, multiplicar seus homens como um rebanho.
Deus dá uma ordem aos seus vigias: orem, peçam, não descansem, não deem descanso ao Senhor, enquanto ele não cumprir o seu propósito.
2.2 – O Senhor faz a sua obra em nossa vida particular, e na vida dos nossos irmãos, mediante nossas orações.
Dn 9:13
Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade.
Note a segunda parte deste versículo. Eu acho especialmente edificante a construção deste texto na versão Atualizada (ARA).
Ela destaca a doutrina de que somente podemos nos converter dos nossos maus caminhos se buscarmos o favor de Deus.
Pois é Deus quem trabalha em nossa alma as disposições espirituais que lhe agradam.
Ou como diz Paulo, Deus é quem efetua em nós o querer e o realizar de sua vontade.
Se não buscarmos o favor de Deus, não conseguimos nos converter das nossas iniquidades, não conseguimos nos aplicar à sua verdade, mas nos tornamos servos da carne, escravos da sensualidade, dominados pela vaidade dos bens materiais, sujeitos ao poder do pecado.
Por isto é que Jeremias orou:
Senhor, sara-me, e serei curado, salva-me, e serei salvo. (Jr 17:14)
E Efraim disse:
Converte-me, e serei convertido. (Jr 31:18)
Mas além disto, Daniel olha para o amor de Deus.
Dn 9:19:
Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
Bill Hybbels escreveu um livro muito interessante, chamado: “Ocupado demais para deixar de orar”. Acho que podemos parafrasear o nome ligeiramente alterando em nossas mentes para: “Necessitado demais para deixar de orar”.
Nossa necessidade de Deus é grande. Como o corpo precisa de água e alimento, nossa alma precisa de Deus, de seu Espírito, do Espírito de seu Filho habitando em nosso coração, conduzindo a nossa vida nesta Babilônia religiosa, moral e espiritual em que vivemos nos dias de hoje.
Nossa necessidade de santificação é grande, porque sem santificação, ninguém verá o Senhor. A nossa salvação implica santificação.
Mas o que faz a obra em nossa alma é isto: o Espírito de Deus nutrindo pela Palavra. Por isto precisamos buscar em oração.
Irmão, você quer ver a obra de Deus ser realizada na tua vida?
Você quer ver a obra de Deus realizada na tua casa?
Você quer ver s obra de Deus realizada na nossa igreja?
E Deus? Ele quer realizar a obra? Será que Deus quer usar você?
Deus quer que você ore? Deus quer que você ore muito? E Satanás? Ele quer que você ore?
E a quem você vai agradar? A Deus ou ao diabo?
3. Oração é um meio de crescermos em nosso conhecimento de Deus
Voltemos ao cap. 2, depois que Deus responde à oração de Daniel e seus amigos. Vejamos a reação do profeta:
 Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu. 20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; 21 é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. 22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. 23 A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei.
Voltemos ao cap. 9:4:
Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos
9:14
Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz.
9:18
Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
Daniel nutria comunhão com Deus, pela Palavra e pela oração. E tanto por uma como por outra ele aprendia que:
Ao Senhor pertence a sabedoria e o poder.
Ele domina sobre tudo e sobre todos.
Ele conhece tudo e conhece todos.
Ele é justo, misericordioso, grande e temível.
Faz lembrar a oração de Jesus em João 17, a maneira como ele se dirige ao seu Pai celestial.
Jo 17:11b
Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós.
Jo 17:25
Pai justo, o mundo não te conheceu.
Já reparou que na Bíblia, os homens que tinham maior intimidade com Deus, o Pai de amor e misericórdia, nunca se dirigiram a ele como “o cara lá de cima”? Nem como “deusinho querido”, nem como “Jesus cristinho amado”?
Os irmãos sabem que digo isto em oposição a certas pessoas que nos dias de hoje acham bonito esta suposta demonstração de afeto e familiaridade com Deus.
Eu não pretendo com isto dizer que tais pessoas sejam hipócritas, ou que “do alto do meu pedestal” eu seja melhor que elas.
Mas o que pretendo é dizer que isto é uma linguagem muito inconveniente, para não dizer desrespeitosa.
Algum tempo atrás uma pessoa queria colocar certo cântico na igreja, e muito corretamente veio pedir a minha aprovação como pastor. Ele me disse:
Eu gostaria que o senhor lesse a letra e me dissesse se está bom.
Eu li, e perguntei àquele jovem:
Porque você me chamou de “senhor”? Eu sou o teu senhor?
E ele respondeu:
Não; mas é uma questão de respeito.
Então eu respondi:
Está certo. Mas veja, neste cântico, a pessoa que canta está se dirigindo a Jesus, o nosso Deus, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, e chamando-o de “você”. Não é uma linguagem conveniente para usarmos em relação a Deus, você não acha?.
E o jovem concordou.
Pois quem conhece a Deus sabe que ele é Pai (Abba - papai), grande e temível, digno de confiança, digno de nossa alegria em sua presença, digno de nossa reverência, digo de humildade de nossa parte.
Quando oramos, o nosso conhecimento de Deus se torna maior.
Conclusão
Podemos concluir dizendo que a comunhão com Deus através da meditação e da oração é uma necessidade vital.
Disto depende o vigor da nossa fé.
Disto depende o progresso da igreja, o avanço do reino de Deus em nossa vida e no mundo.
Um crente que não ora é um crente derrotado pelo diabo.
Uma igreja que não ora é uma igreja que rasteja.
Precisamos orar, e orar muito.
Disto depende a nossa sobrevivência espiritual.
Aplicação
Você quer fazer a obra de Deus?
Você quer ser um vencedor sobre o mundo, a carne e o diabo? Ou você quer viver em pecado?
Você quer ver a igreja prosperar, ser abençoada?
Você está disposto a lutar pela sua alma? Você está disposto a lutar pela vida espiritual de seus parentes, de seus irmãos na fé?
Então faça como Daniel:
Separe tempo diariamente para estar com Deus, lendo, meditando, e orando.
Como Daniel, faça isto sozinho.
Como Daniel, faça isto com os companheiros que Deus lhe der.
Ore com a igreja.
Como aquele homem cego, que quando disseram para ele parar de incomodar Jesus com suas súplicas, aí é que ele pediu mais ainda, quando o diabo quiser calar sua boca, ore mais ainda.
Como Neemias, que respondeu a Sambalate e outros falsos amigos, quando estes queriam impedi-lo de reconstruir os muros de Jerusalém, responda que você está fazendo uma grande obra, e não pode parar.
Quando for necessário, além de orar jejue, confesse pecados.
Ore pela igreja, ore por mim, ore por nossas famílias.
Ore, ore, ore. Esta é uma obra para a qual o Senhor nos tem chamado.
Quando eu era menino, havia um cântico que me abençoava muito. Ele dizia:
Uma voz me disse lá do céu,
cante,cante,cante para mim,
ore,ore,ore uma vez mais,
segue,segue,segue após mim;
venha ser fiel até a morte
que estarei contigo até o fim;
logo estarás ali no céu onde tem uma coroa preparada para ti.

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