Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 4 de junho de 2017

Vitória sobre a culpa - Jo 8:1-11




Vitória sobre a culpa
Jo 8:1-11
3ª IPC de São Paulo
Domingo, 18 de dezembro de 2005
Pr. Plínio Fernandes

Você já se sentiu culpado? Já se sentiu acusado por outras pessoas, ou por sua própria consciência, de modo que um sentimento de vergonha ou incapacidade moral tomasse conta de seus pensamentos?
A culpa, real ou imaginária, é um problema seriíssimo que em maior ou menor grau afeta todos os seres humanos. E a única maneira correta de lidarmos com ela é através da orientação que nos é dada por Deus.
Como eu disse, existe uma culpa que é real. Mas também pode existir um sentimento de culpa que não vem de uma culpa real, mas de qualquer forma são coisas que nos perturbam a vida, que tiram a paz de nosso coração e nos impedem de viver para Deus com liberdade e alegria.
Assim sendo, irmãos, eu gostaria de estudar com vocês estes dois problemas: o problema da culpa real, e o problema da falsa culpa.
No momento iremos considerar o problema da culpa real, e numa ocasião posterior, o problema da falsa culpa.
Para o momento presente vamos meditar neste texto que temos diante de nós.
Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.  2 De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava.  3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos,  4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.  5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?  6 Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo.  7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.  8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.  9 Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.  10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?  11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.
Esta é uma das histórias preferidas do Novo Testamento.
Porque é um exemplo maravilhoso do grande amor de Jesus para com os pecadores, quer dizer, do grande amor de Jesus para conosco.
Jesus estava num de seus lugares prediletos: o templo de Jerusalém, o qual ele carinhosamente chamava “casa de meu Pai”, ou “casa de oração”. Ele gostava de estar ali desde menino.
Naquele dia ele se levantara de madrugada e fora para a casa de seu Pai, onde estava ensinando às pessoas.
Mas de modo brusco a paz e a harmonia foram quebradas, pois chegaram os “embaixadores do mal”, alguns escribas e fariseus trazendo uma mulher apanhada em flagrante adultério.
A Bíblia nos diz claramente que a motivação deles não era o fazer a vontade de Deus.
Embora se mostrassem tão “zelosos da lei de Deus”, seu propósito real era ter algum motivo do qual pudessem acusar Jesus. Mesmo que isto pudesse custar a vida daquela pobre mulher.
Pois, de acordo com a lei de Moisés, esta mulher deveria ser apedrejada.
Se Jesus dissesse que ela não deveria ser apedrejada, poderia ser acusado de contrariar a lei dos judeus.
Se, por outro lado, dissesse que ela deveria ser apedrejada, poderia ser acusado de se insubordinar contra o governo romano.
Era uma armadilha que tentavam colocar sob os pés de Jesus.
Mas o Senhor mostra, de maneira muito sábia, que ele não veio a este mundo para fazer a vontade dos judeus, ou dos romanos, ou de qualquer outro ser humano: ele veio para fazer a vontade de Deus, isto é, buscar e salvar os homens perdidos.
Assim, temos aqui uma história que nos apresenta muitas pessoas culpadas.
E dentre estas pessoas culpadas, esta mulher que está sendo acusada, perante Jesus, do pecado de adultério.
Ela foi levada à presença de Jesus para ser condenada. Segundo o costume, seu véu deveria estar retirado, os cabelos soltos e despenteados, as vestes desordenadas. E Jesus, se seguisse a lei de Moisés literalmente, deveria pronunciar a palavra de juízo contra ela.
Está sendo humilhada, arrastada, tratada com desprezo, como se fosse um “lixo humano”.
Mas uma coisa maravilhosa acontece; aquele grande mal que estavam trazendo sobre ela, que deveria conduzir à condenação e morte, surte exatamente o efeito contrário: na presença do juiz de toda a Terra, aquela mulher que deveria ser punida recebe uma palavra de perdão, uma palavra de vida e paz, e sai dali, não para o local de execução; mas sai para uma vida nova, restaurada.

Com base nesta Palavra do Senhor nós vamos meditar sobre o problema da culpa real

1. O que é culpa? O que é culpa real, verdadeira?
É a responsabilidade colocada sobre alguém por causa de algum comportamento errado. Implica em que a pessoa acusada cometeu algum delito contra a lei do Senhor.
Bem, a partir disto fica muito claro que num sentido amplo todos nós somos culpados.
Pois de uma forma ou de outra, quer em pensamentos, quer em atitudes, quer em palavras, em ações, todos nós transgredimos a lei de nosso Deus.
Neste texto que estamos considerando temos o exemplo de algo que é um grande pecado aos olhos de nosso Senhor (aos olhos humanos isto muitas vezes nem é considerado pecado, mas nem por isto deixa de ser grave aos olhos de Deus): o pecado de adultério.
É um grave pecado pois foi o Senhor quem trouxe à existência esta maravilhosa instituição chamada família.
Ele trouxe a família à existência por amor a nós, para nosso bem estar e felicidade.
Para que o homem seja feliz com sua esposa e ambos com seus filhos.
E quando então alguém adultera, quando alguém age com infidelidade conjugal está cometendo um grande pecado contra Deus.
Por isto também que Davi, confessando seu pecado neste sentido escreveu: – Pequei contra ti, Senhor (Sl 51).
Mas a Palavra de Deus dá um passo adiante nos mostrando que pecar não consiste apenas em obras, mas que o pecado acontece desde o mais íntimo de nosso ser, de nosso coração, e mesmo que ele não se transforme em obras externas, se ele acontece em nossa mente, ele acontece na presença de Deus, aquele diante de quem o coração de cada ser humano está completamente descoberto.
Por exemplo, em 1ª Jo 3:12,15 está escrito:
Não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.
Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.
Ou Mt 5:27-29
Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.  28 Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.  29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.
Assim, portanto, no sentido bíblico, todos nós somos culpados, e todos nós temos muitas culpas.
E a culpa trás condenação e castigo: o castigo do inferno.
Mas o Senhor de nossas vidas, por causa de sua grande bondade para conosco se utiliza de vários meios através dos quais ele nos mostra que somos culpados, e nos mostra isto para que possamos então encontrar a salvação desta tão grande condenação.
2. De onde nos vem o conhecimento de nossas culpas?
Em nosso texto básico encontramos os vários instrumentos de Deus
2.1. Um deles é a “lei do Senhor”
No v. 5, quando estas pessoas hipócritas falam da lei, estão citando textos como Levítico 20:10 e Deuterônomio 22:22-24.
Embora a lei de Deus esteja sendo utilizada aqui por gente hipócrita, ela, em si mesma, é justa e verdadeira.
Ela nos diz o que é justo, bom, santo, qual é o modo de vida que agrada a Deus e faz bem à humanidade, e também o que é mau e traz condenação.
Como disse Paulo, é por meio da lei dada por Deus que vem o conhecimento de que somos pecadores.
2.2. Outra maneira de Deus para nos mostrar nossas culpas é através de outras pessoas.
Novamente, estas pessoas que estão aqui, na presença de Jesus, não estavam, na realidade, preocupadas em fazer a vontade de Deus.
São gente hipócrita e injusta. Falando de modo mais claro, estavam sendo verdadeiros instrumentos de Satanás em seu propósito de causar destruição.
Veja bem: não estou dizendo que sempre que você for acusado por alguém você deve simplesmente acreditar. Mas estou dizendo que até mesmo pessoas agindo com injustiça podem ser instrumentos de Deus para falar conosco.
Assim, as alegações daquelas pessoas eram verdadeiras, pois estavam baseadas na Bíblia (o diabo também se utiliza da Bíblia para seus próprios fins de destruir).
Estavam se utilizando da lei. Lei que mostra que o salário do pecado é a morte.
Mas é claro que Deus também pode se utilizar de pessoas honestas, que amam realmente à Palavra de Deus e a nós, para nos convencer de nossas culpas.
E é o que ele faz na maioria das vezes. Por exemplo, quando Paulo confrontou o apóstolo Pedro na igreja de Antioquia, pois este último estava agindo com dissimulação.
2.3.  Outra maneira que o Senhor mostra nossas culpas é tratando com nossa própria consciência
 No v. 9 está escrito que eles sentiram-se acusados pela própria consciência.
O Senhor Jesus fez com que eles olhassem para dentro de si mesmos, e se examinassem.
A nossa consciência é um instrumento maravilhoso, uma lâmpada que ilumina o nosso interior, que pesa as nossas motivações, as nossas razões e os nossos propósitos.
Havia naquelas pessoas um falso zelo para com a vontade de Deus.
Havia parcialidade, dois pesos e duas medidas, havia hipocrisia.
Mas quando confrontados por Jesus, ao examinarem sua própria consciência, viram-se culpados.
Um bom exame de consciência pode quebrantar até mesmo o coração dos mais endurecidos.
E isto nos leva ao nosso terceiro ponto.
Temos dito que todos nós, em maior ou menor medida temos nossas culpas reais.
Precisamos lidar com elas.
Somente se lidarmos com nossas culpas reais é que podemos ter o discernimento necessário para também lidarmos com nossas falsas culpas.
3. O caminho da vitória sobre nossas culpas
Nós vemos aqui duas atitudes que nos ajudam a tratar com este problema
3.1. O reconhecimento de nossas culpas
Podemos nos utilizar dos instrumentos de Deus, os instrumentos que ele usa para que reconheçamos nossas culpas.
Até mesmo quando o propósito primário de alguns é nos prejudicar, tudo pode ser tranaformado em bênção.
Veja o que aconteceu com esta mulher. O propósito de Satanás era roubar, matar e destruir.
O propósito de Satanás era humilhar e derrotar.
Mas assim como aconteceu na história de Jó, e na história de Pedro, o que o Senhor fez foi transformar aquela situação de morte em vida e salvação.
Pois Jesus não veio para trazer juízo e condenação: veio dar vida em abundância.
Por outro lado, se não reconhecermos nossas culpas, nunca poderemos lidar com elas.
Como nos lembra Jesus, ele somente cura os que estão doentes; os pretensamente sãos não precisam de médico.
Se o pior cego é aquele que não quer enxergar, precisamos enxergar nossos próprios pecados, reconhecer nossas faltas.
3.2. Precisamos nos abrigar em Jesus
Os escribas e fariseus desta história reconheceram seus próprios pecados; sentiram-se acusados por sua própria consciência.
Mas, à semelhança de Adão e Eva que, cônscios de seu pecado fugiram da presença do Senhor, estes também afastaram-se de Jesus.
E então saíram dali ainda mortos em seus pecados.
A mulher adultera permaneceu na presença do Senhor.
Não nos é dito o que se passava em seu coração.
Talvez ela não pudesse fazer mais nada a não ser ficar ali, paralisada.
Coração cheio de medo. Rosto corado de vergonha, indefesa.
Ou quem sabe esperançosa, pois já ouvira falar de Jesus, de seu imenso amor para com os pecadores.
Mas seja pelo que tiver sido, ela recebeu salvação.
Primeiro, ela recebeu uma palavra de perdão: – Eu não te condeno.
Depois, uma palavra de libertação: – Não peques mais.
Digo palavra de libertação porque quando Jesus nos ordena algo ele concede junto o poder para fazer o que ele nos ordena
Por exemplo, Jesus diz ao cego: – Recupera a tua vista, e o cego passa a enxergar.
Ele diz ao paralítico: – Levanta-te, toma o teu leito e anda, e o homem se vê restaurado.
Então se ele diz: – Teus pecados estão perdoados, teus pecados estão perdoados.
E se ele diz: – Não peques mais, então o poder para não pecar é concedido.
A culpa se vai. E um modo de viver diferente se inicia
Conclusão e aplicação
Você tem culpas?
Há alguma coisa que incomoda você, sua consciência?  Algum pecado em seu passado, ou em seu presente?
Você pode ser livre disto agora mesmo. Você pode agora mesmo começar uma fase nova em sua vida.
Reconheça seus pecados. Volte-se para Jesus, pois o nosso Deus é rico em perdoar, tem prazer na misericórdia. Nele há perdão e libertação.
Simplesmente creia que em Jesus teus pecados estão perdoados. Viva como uma pessoa livre do pecado. Não peque mais.

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