Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 9 de julho de 2017

A segunda multiplicação dos pães - Mc 8:1-9 (Devocional)

IPC de Vila Continental, domingo, 02 de julho de 2017
Pr. Plínio Fernandes
Naqueles dias, quando outra vez se reuniu grande multidão, e não tendo eles o que comer, chamou Jesus os discípulos e lhes disse: 2 Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanecem comigo e não têm o que comer.  3 Se eu os despedir para suas casas, em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe.  4 Mas os seus discípulos lhe responderam: Donde poderá alguém fartá-los de pão neste deserto? 5 E Jesus lhes perguntou: Quantos pães tendes? Responderam eles: Sete.  6 Ordenou ao povo que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães, partiu-os, após ter dado graças, e os deu a seus discípulos, para que estes os distribuíssem, repartindo entre o povo.  7 Tinham também alguns peixinhos; e, abençoando-os, mandou que estes igualmente fossem distribuídos.  8 Comeram e se fartaram; e dos pedaços restantes recolheram sete cestos.  9 Eram cerca de quatro mil homens. Então, Jesus os despediu.  
Uma das coisas mais admiráveis que eu vejo no ministério do Senhor Jesus, é imensa capacidade que ele tinha de, apenas pela sua presença, pelos seus gestos e palavras de graça, atrair multidões.
O texto nos diz que ele, seus discípulos e esta multidão estavam num lugar deserto, e já havia três dias que estavam juntos.
Nós vemos isto em grande medida também no profeta João Batista, “a voz que clamava no deserto, preparando o caminho do Senhor”.
Nem Jesus, nem João Batista, precisavam divulgar que em tal dia e tal hora estariam em tal lugar, para atrair multidões. Não precisavam de um estádio, ou de um templo, ou qualquer outro local apropriado. As pessoas iam até eles no deserto, tal era a unção do Espírito Santo na vida deles, atraindo muita gente para o reino de Deus.
Pois bem; o texto nos diz que, nesta ocasião, havia três dias que estas quase quatro mil pessoas estavam seguindo a Jesus. Não voltaram pra casa; deixaram seus afazeres de lado. Quando é que uma pessoa deixa tudo para seguir outra durante três dias?
Jesus precisava ordená-las que voltassem aos seus lares, à sua vida cotidiana, mas não quis que elas fossem sem se alimentar.
Então, mais uma vez, aquele que fez o universo do nada, manifestou o seu poder, multiplicando sete pães e alguns peixinhos, de tal forma que quase quatro mil pessoas foram saciadas.
Com isso, nosso Senhor estava “correndo um risco muito grande”.
Digo isto porque em duas ocasiões diferentes Jesus realizou o milagre da multiplicação dos alimentos:
A primeira delas está registrada nos quatro evangelhos: Mateus 14, Marcos 6, Lucas 9 e João 6 – quando o Senhor tomou cinco pães e dois peixes, e alimentou mais de cinco mil pessoas.
E esta segunda vez está registrada em Mateus 15 e aqui em nosso texto.
Na primeira vez, diante do que fizera, conforme registrado em João 6, as pessoas ficaram tão entusiasmadas que quiseram arrebatar a Jesus para o proclamarem rei – aliás, se eu estivesse entre aquela multidão, também gostaria de tê-lo como rei: um rei que resolveria de vez o problema da escassez, que solucionaria de vez o problema da pobreza.
Mas se ele aceitasse isto, a sua missão seria completamente desvirtuada.
Por outro lado, Jesus não tinha necessidade alguma de fazer uma demonstração de poder.
E aqui o vemos publicamente, diante de quatro mil testemunhas, demonstrando o seu infinito poder, multiplicando alimentos pela segunda vez. Mas não o faz por exibicionismo. Não o faz em busca de popularidade.
Em todo o comportamento de nosso Senhor existe uma atitude profundamente espiritual, que deve nos fortalecer a confiança nele, a nossa admiração e amor por ele.
Eu gostaria apenas de destacar brevemente três atitudes que podemos aprender e cultivar, ao meditar no comportamento de Jesus ao multiplicar os pães e peixes.
1º - Uma atitude de profunda e simples confiança na infalível providência de Jesus.
Como eu disse, o Senhor não fez este milagre por exibicionismo. Não teve como propósito alimentar seu próprio ego, e contar a todos que ele era “o ungido de Deus”.
Você consegue imaginar? Já faz três dias que estão juntos: Jesus, os discípulos imediatos, e as multidões. Não estão num acampamento com todo o conforto, como costumamos fazer em nossos retiros.
Homens, mulheres e crianças, com poucas condições de higiene, alimentação, sem lugares confortáveis para reclinar a cabeça, mas ávidas por ouvir ao Senhor. Quantos ali vendo nele o tão esperado Salvador, que redimiria a Israel de todas as suas tribulações.
Sem dúvida, poderia haver também muita gente que “apenas estava ali”, não porque estivesse buscando o reino de Deus em primeiro lugar.
Mas Jesus diz a respeito de todos:
2 Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanecem comigo e não têm o que comer.  3 Se eu os despedir para suas casas, em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe.
Eu penso que a palavra “compaixão” é uma das mais fortes e doces de toda a Bíblia Sagrada, e muito especialmente no comportamento de Jesus.
A palavra compaixão é o substantivo que corresponde ao verbo “com-padecer”, que significa sofrer com, sentir com.
Quando a Bíblia diz que Jesus se compadeceu está dizendo que ele como que “entrou na nossa pele”, e sentiu em sua própria pele as nossas necessidades, as nossas dores, os nossos sofrimentos, o nosso cansaço, as nossas tentações.
É por causa de sua compaixão que ele se entregou na cruz por nós.
É por causa de sua compaixão que Jesus se tornou o nosso grande sumo sacerdote.
Vamos ler Hebreus 4:14-16
14Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão.  15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.  16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.
Irmão, em todas as suas necessidades espirituais, confie na compaixão que Jesus tem por você, porque Jesus não muda. Ele é o mesmo ontem, hoje, e o será para sempre.
Ele tem alimento mais que suficiente, para nossas almas.
Mesmo que você se sinta faminto, fraco, caídos até, jamais se deixe esmorecer, porque Jesus, o teu sumo sacerdote, se compadece de você.
O seu trono é um trono de graça, onde encontramos socorro em nossas necessidades.
E da mesma forma em suas necessidades da vida presente.
Jesus conhece as nossas necessidades diárias. Ele próprio as experimentou, pois quando esteve entre nós também se sentiu cansado, também sentiu fome e sede, e teve dores físicas, e também precisou dinheiro para o dia a dia, e até para pagar impostos.
Ele sempre nos suprirá sempre, ele sempre cuidará de nós.
Mesmo que leve “três dias”, isto é, mesmo que não seja tão imediato quanto achamos que deveria ser, nunca devemos deixar de confiar na compaixão e nos cuidados do Senhor por nós.
2º - Devemos desenvolver uma permanente atitude de gratidão diante de todas as coisas que o Pai celestial nos concede.
O v. 6 nos diz que o milagre aconteceu e Jesus alimentou a multidão depois de ter dado graças ao Pai pelo alimento.
Ele dá graças aqui, como também o fez diante da refeição pascal, na noite em que instituiu a santa ceia.
Aliás, frequentemente nós vemos nos evangelhos, o Senhor Jesus erguendo os olhos ao Pai celestial e agradecendo.
Por exemplo, em Mt 11:25 e Lc 10:21, ele diz: – “Graças te dou, ó Pai, Senhor dos céus e da terra, porque... revelaste estas coisas aos pequeninos...”.
Em Jo 11:41, ele diz: – “Pai, graças te dou, porque me ouviste... aliás, eu sei que sempre me ouves...”.
Jesus tinha o hábito de agradecer o pão de cada dia pois sabia que tudo provém de Deus, o nosso Pai.
Com isto aprendemos que todo o alimento que temos diante de nós, seja suficiente para alimentar quatro mil, seja apenas sete pães, tudo vem de Deus, e por eles o nosso coaração deve ser grato.
Certamente que todo o alimento que recebemos, seja espiritual, seja físico, é uma preciosa dádiva que recebemos do Pai celestial. Tudo o que coopera para a manutenção de nossa vida é dom de Deus.
Algum tempo atrás, uma querida irmã testemunhou: ela estava contando que não gostava de tomar remédios, mas precisa tomar certos remédios de uso contínuo.
Certa ocasião, tomou um comprimido nas mãos, com má vontade, e já estava para reclamar por ter que tomar aquele comprimido mais uma vez. De repente, percebeu que é graças a este medicamento que está viva. E percebeu então que aquele pequeno comprimido que ele precisa tomar todos os dias é uma resposta de Deus às suas orações. Então o seu coração se tornou grato.
As coisas mais simples: o alimento cotidiano, as roupas que vestimos, a residência em que moramos, o ar que respiramos, e até a capacidade de respirar, tudo vem das mãos do Senhor.
Então, irmão querido, seja sempre grato a Deus, por todas as pequenas coisas que ele dia a dia te concede em sua providência.
3º - Devemos administrar bem todas as coisas que o Senhor nos dá.
Nas duas ocasiões em que Jesus multiplicou os alimentos, ele ordenou que tudo quanto havia sobrado deveria ser recolhido.
Na primeira ocasião foram recolhidos doze cestos de pães.
E agora, sete cestos.
E João registra o motivo pelo qual o Senhor ordenou que tudo fosse recolhido:
Jo 6:12-13
12 E, quando já estavam fartos, disse Jesus aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. 13 Assim, pois, o fizeram e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que haviam comido.
Penso que nos dias seguintes eles tiveram muito pão para distribuir e também com que se alimentar.
Com isto, o Senhor está nos ensinando que desperdício é pecado.
Muitas vezes, acontece que não nos damos conta disto, e quando Deus nos supre abundantemente nós esbanjamos, desperdiçamos, e depois sentimos falta, e ficamos apertados.
Mas não é que Deus não supriu: ele supriu, mas não fizemos bom uso. Sejamos bons administradores dos bens que o Senhor nos dá: usando, repartindo e poupando.
Temos uma preciosa promessa de Deus que nos é feita de muitas maneiras:
Sl 23:1 – O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará.
Fp 4:19 – E o meu Deus há de suprir cada uma das vossas necessidades.
Mt 6:33 – Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas.
Então é necessário que, além de ser gratos por tudo quanto o Senhor nos dá, não o desperdicemos.
Conclusão e aplicação
A quem Jesus alimentou?
Às pessoas que o seguiam havia três dias, colocando Jesus em primeiro lugar.
Sigamos a Jesus: sua pessoa. Aprendamos com seu comportamento.
– Confie na providência de Deus.
– Seja grato por todas as coisas.
– Administre bem aquilo que o Senhor te concede,

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