IPC em Pda. de Taipas
Domingo, 23 de julho de 2017
Pr. Plínio Fernandes
Amados irmãos, vamos ler o Evangelho de Marcos,
1:28-39
28 Então,
correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança
da Galiléia. 29 E,
saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de
Simão e André. 30 A
sogra de Simão achava-se acamada, com febre; e logo lhe falaram a respeito
dela. 31 Então,
aproximando-se, tomou-a pela mão; e a febre a deixou, passando ela a servi-los.
32 À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e
endemoninhados. 33 Toda a cidade estava reunida à porta. 34 E ele curou muitos doentes de toda
sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que
falassem, porque sabiam quem ele era. 35 Tendo-se levantado alta
madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava. 36
Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam. 37
Tendo-o encontrado, lhe disseram: Todos te buscam. 38 Jesus, porém,
lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu
pregue também ali, pois para isso é que eu vim. 39 Então, foi por
toda a Galiléia, pregando nas sinagogas deles e expelindo os demônios.
Não existe ninguém mais
importante do que nosso Senhor Jesus.
Isto porque Jesus Cristo é o
Filho de Deus que se fez carne, um ser humano como nós, e habitou entre nós.
É o Filho eterno do Deus eterno,
o criador de todas as coisas nos céus e na terra, sejam visíveis ou invisíveis.
Todas as coisas sem vida, e todos
os seres viventes, sejam de natureza espiritual ou não, foram criados por ele e
para ele.
E o Senhor, o nosso criador, se
fez carne, na forma de um ser humano humilde, puro, santo, que agradava em tudo
ao seu Pai celestial, a fim de morrer na cruz pelos nossos pecados.
Então, não é de admirar que,
antes da cruz, Jesus fazia o bem em qualquer lugar que estivesse.
Se alguém estava enfermo, movido
pela compaixão que tinha, o Senhor curava. Se uma pessoa estivesse oprimida
pelo diabo, ele libertava.
E assim, não demorou muito, e ele
já havia se tornado conhecido de muitas pessoas, em muitos lugares.
Estava, por assim dizer, “no auge
de sua fama”. Era procurado por muitas pessoas.
Mas, ainda que ele tivesse grande
satisfação em ajudar os que o buscavam, o Evangelho nos diz que por vezes o
Senhor conscientemente se afastava dos muitos que o buscavam.
Pois havia algo mais essencial,
mais necessário.
O v. 35 de nosso texto de hoje
diz que ele levantou-se de madrugada, foi para um lugar deserto, e orava.
E depois disto, embora muitos o
procurassem, retirou-se para outros lugares a fim de pregar o evangelho. Pois
viera para isto.
Jesus tinha tal firmeza de
propósito, que nada desviava sua atenção e suas ações.
Alta madrugada, sai de casa, vai
para um lugar deserto e ora.
Orar (falar com Deus), e pregar –
falar a Palavra de Deus aos homens, individual ou coletivamente.
Este é um assunto a respeito do
qual eu gosto muito.
Confesso o quanto o desconheço, o
quanto sou pequeno nestas coisas.
Mas eu sei que, ao olhar para
Jesus, além do Filho eterno de Deus, eu vejo nele um homem segundo o coração de
Deus, e o ideal de um homem segundo o coração de Deus.
Eu gostaria de meditar com os
irmãos, apenas sobre o que vemos aqui em Jesus.
Apenas olharmos para Jesus e
admirarmos a beleza que há nele.
1.
Veja o desejo de Jesus de estar só com Deus
v. 35 – Ele se levantou alta madrugada, foi para um lugar deserto, e
ali orava.
Jesus, quando se fez carne,
tornou-se um ser humano perfeito, e como ser humano perfeito, tinha
necessidades físicas comuns, como alimentar-se, dessedentar-se, descansar e
dormir.
Às vezes ele estava tão cansado
dos afazeres que conseguia dormir mesmo quando uma grande tempestade estava rugindo
à sua volta[1].
Jesus estava trabalhando muito.
Precisava descansar.
Mas tinha uma coisa que ele
sentia necessidade ainda maior.
Então ele se levantou de
madrugada, saiu para um lugar deserto,
e foi orar.
Num certo sentido, Jesus nunca
precisaria se isolar das pessoas para estar a sós com Deus, pois ele está no
Pai e o Pai está nele[2].
Deus está em toda a parte, e o
Cristo está em toda parte[3].
Além disto, conforme diz o
evangelho de João, Deus não deu a Jesus o Espírito por medida[4].
Em Jesus residia corporalmente toda a plenitude da divindade[5].
Mas Jesus se levanta de
madrugada, sai de casa – isola-se de sua família, isola-se de seus discípulos,
de qualquer outro ser humano, deixa qualquer atividade, para estar a sós com o
Pai e o Espírito Santo.
Uma intimidade sem igual; um
estar com Deus diferente de todos os outros momentos.
Este modo de estar com Deus até a
família atrapalha, então ele sai de casa; até os amigos mais chegados, quanto
mais aquelas pessoas todas que estariam à sua procura logo ao amanhecer.
Atividades atrapalham, mesmo as
melhores.
Então ele se levanta de madrugada
e procura um lugar sozinho.
Há uma espécie de intimidade com
Deus que não pode ser vivenciada com a igreja, com a família ou com qualquer
outra pessoa; que não pode ser vivenciada em meio aos afazeres diários,
tampouco enquanto se está envolvido em outras atividades, mesmo que solitárias.
Há um estar a sós com Deus que
envolve isolamento, o cessar de fazer outras coisas.
Acho que podemos descrever isto
como amor a Deus, o desejo, a necessidade de ser só ele e Deus.
2.
Veja a dependência que ele tinha de Deus
A começar dos discípulos, havia
muitas pessoas procurando Jesus, e muitas expectativas destas pessoas em relação
a ele.
Havia os que esperavam pães
multiplicados.
Havia os que esperavam sinais.
Havia os que esperavam que ele
fosse juiz e partidor.
Havia os que desejavam fazê-lo
rei.
Havia muitas coisas externas que poderiam
desviá-lo de seu propósito: ele iria dar a sua vida na cruz, levando sobre si o
castigo do pecado que era nosso.
Mas a cruz só teria sentido se
antes ele explicasse o reino de Deus. Por isto, antes da cruz, ele precisava
pregar o reino, ele precisava chamar os pecadores ao arrependimento. Além
disto, a cruz só teria sentido e poder se antes dela, ele mesmo vivesse uma
vida de perfeita obediência ao Pai, triunfando onde nós falhamos.
Estas coisas; vida obediente, e
pregação da Palavra, eram o essencial antes da cruz. Sem estas coisas a cruz
não nos salvaria.
Então, em vista disto, Jesus
também tinha que lidar com suas próprias tentações, com as decisões que deveria
tomar.
E o que ele fazia?
Veja o que ele fazia antes de
tomar decisões.
Lc 6:12, 13 – Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de
orar, e passou a noite orando a Deus. 13 E, quando amanheceu,
chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu
também o nome de apóstolos.
Veja o que Jesus fazia diante de suas mais
terríveis tentações.
Lc 22:39-44 – E, saindo, foi, como
de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o acompanharam. 40
Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em
tentação. 41 Ele, por sua vez, se afastou, cerca
de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava, 42 dizendo: Pai, se queres, passa de
mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. 43
Então, lhe apareceu um anjo do céu que
o confortava. 44 E, estando em agonia, orava mais
intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo
sobre a terra.
Veja o que muitas vezes ele fazia depois de um dia
de trabalho.
Mt 14:23 – E, despedidas as
multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava
ele, só.
3.
Veja a confiança que Jesus manifestava em Deus
Ele se levantava de madrugada e
orava.
Nós não sabemos as exatas
palavras que Jesus dizia ao Pai nestas horas; não está registrado o conteúdo de
todas as suas orações.
Talvez ele dissesse pouca coisa,
como naquela noite do Getsêmani, talvez ele nem dissesse palavra alguma, e
apenas o coração dele se aquietasse na presença de Deus, mas certamente ele se
dirigia a Deus como seu Pai.
E nestas orações, ele dava graças
pela maneira como Deus se revelava aos humildes e pequenos[6].
Ele dava graças por que o Pai sempre atendia aos seus pedidos[7].
Ele confessava ao Pai as suas necessidades, os seus temores, e pedia forças
para vencer as tentações.
Nestas orações ele se entregava a
Deus. Colocava diante de Deus seus propósitos, seus intentos.
E também orava em favor dos
discípulos: suas tentações, suas fraquezas, até os pecados que ele sabia, os
discípulos viriam a cometer.
Certa ocasião, sabendo que Simão
Pedro iria negá-lo, e dar mau testemunho, ele disse:
Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos
peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé
não desfaleça...[8].
O Espírito Santo nos diz que
Jesus já entrou no mundo orando:
– “Eis-me aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade...” [9]
Diz que seguiu pela vida orando,
morreu orando:
– “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” [10].
Porque Jesus sabia que tudo
dependia de Deus, e confiava em Deus. Sabia que Deus o atenderia. Sabia que
Deus o amava. Confiava que suas orações eram ouvidas, pois Deus nunca deixou de
atendê-lo.
Aliás, sabe o que Jesus, depois
que fez a purificação dos nossos pecados e se assentou à direita de Deus nas
alturas do céu?
Rm 8:34 – Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou,
antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por
nós.
Intercedendo, por mim, por você, por todos aqueles
por quem ele morreu. Para que nossos pecados sejam perdoados. Para que nossa fé
não desfaleça. Para que sejamos perseverantes até o fim.
E tenha certeza, amado: a intercessão de Jesus é
ouvida.
Concluindo...
A vida humana de Jesus Cristo é
muito bonita, em todos os seus aspectos.
Se nós apenas olharmos para ele,
amamos esta vida santa e este homem santo.
Se tão somente olharmos, nosso
coração é moldado, nossa vida é transformada, nós somos chamados para fazer o
mesmo.
Procure o Pai, para estar só com
ele. Dependa do Pai. Confie tudo ao Pai.
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