Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. Jeremias 15:16

domingo, 17 de dezembro de 2017

A luz prevalece sobre as trevas - Lc 23.44-49

      IPC de Vila Continental
Domingo, 22 de outubro de 2017
Pr. Plínio Fernandes
 44 Já era quase a hora sexta, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona. 45 E rasgou-se pelo meio o véu do santuário. 46 Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou. 47 Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo. 48 E todas as multidões reunidas para este espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se a lamentar, batendo nos peitos. 49 Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia permaneceram a contemplar de longe estas coisas.
Em Lucas 22:3, está escrito que Jesus disse aos que, conduzidos por Judas, foram prendê-lo:
– “Esta é a vossa hora e o poder das trevas”.
Talvez nada mostrasse isto tão intensamente como o que aconteceu quando o Senhor foi cruelmente colocado sobre a cruz.
Desde a hora sexta (meio-dia) até à hora nona (três da tarde), quando ele morreu, houve uma imensa escuridão sobre a terra.
Escuridão não somente no sentido visível, como se o dia se tornasse em noite, mas também escuridão das almas que ali estavam.
As autoridades judaicas, os soldados romanos, a multidão, e até mesmo os criminosos zombavam do Senhor.[1]
E os discípulos, bem como outras pessoas que o haviam acompanhado, agora ficaram de longe, angustiados com tudo o que estava acontecendo.[2]
Parecia que o mal havia triunfado.
Mas Jesus é “a luz do mundo”,[3] e quando você acende uma luz num lugar escuro, as trevas não prevalecem contra ela.[4]
No princípio de todas as coisas, quando a terra era sem forma e vazia, e havia trevas, o Senhor disse: –“Haja luz!”, e houve luz.[5]
Da mesma forma, a promessa do profeta Isaías que dizia:
... Galiléia dos gentios! O povo que estava em trevas, viu grande luz,E aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz, [6]
... se cumpriu quando o Senhor, depois de ser batizado, foi morar em Cafarnaum, e dali saiu para salvar pecadores, para curar enfermos, expulsar demônios e anunciar a vida eterna no reino de Deus.
A mesma luz que, diz o apóstolo João, ilumina todo homem que vem ao mundo.[7]
E agora, mesmo quando havia haviam chegado a hora e o poder das trevas, mais uma vez a luz do Senhor prevaleceu.
Eu desejo meditar com vocês sobre a maneira como a luz de Cristo prevaleceu sobre a escuridão daquela hora.
1. Prevaleceu porque não foram os homens, nem foram as forças espirituais que mataram a Jesus
v. 46 Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.
Veja, se você olhar do ponto de vista humano, a crucificação de Jesus aconteceu através de uma série de atos de fúria raivosa e irracional da parte das autoridades judaicas.
Os chefes judeus haviam desenvolvido um ódio imenso contra o Senhor.
Herodes, rei da Galiléia, e Pôncio Pilatos, governador da Judeia, não viram em Jesus crime algum. Ele nunca fez nada de errado.
Mas o ódio dos judeus era tão grande que não quiseram que Jesus fosse “apenas açoitado”. Eles o queriam morto, conspirando com Judas, o traidor, conseguiram que Jesus fosse crucificado.[8]
Mas por trás de toda a crueldade humana estava o plano de Deus, vale dizer, o plano do próprio Senhor Jesus.
Vamos ler João 10.17, 18.
17 Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. 18 Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.
Se o Senhor Jesus quisesse, ele bem poderia pedir 12 legiões de anjos, e imediatamente eles viriam em seu socorro. [9] Mas se ele fizesse assim, como então os planos e as promessas de Deus se cumpririam?
Durante os últimos três anos de sua vida na terra, quando Jesus ia por toda a parte, fazendo o bem e pregando o evangelho da nossa salvação, houve várias ocasiões em que os homens maus quiseram matá-lo, mas Jesus simplesmente se afastava, porque ainda não havia chegado a hora. [10]
Mas agora a hora havia chegado. E então, por volta da hora nona, aquele que tinha o poder sobre a sua própria vida, morreu momento em que quis, clamando em alta voz:
– Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.
E dizendo isto, expirou.
Não foram os homens, e não foi Satanás que tirou a vida de Jesus. Foi ele que a entregou.
2. A luz prevaleceu sobre as trevas porque, em sua morte, o Senhor Jesus cumpriu a grande missão de conduzir-nos ao céu
v. 45 – E rasgou-se pelo meio o véu do santuário.
O véu do santuário era uma espessa cortina que havia no templo em Jerusalém, e que separava o lugar santíssimo (o “santo dos santos”) dos demais recintos.
O santo dos santos, no qual ficava a arca a aliança, era uma representação do céu, o lugar da presença de Deus, e não era qualquer pessoa que podia entrar nele, mas somente o sumo sacerdote de Israel, e uma única vez por ano, a fim de oferecer a Deus um sacrifício para expiar os pecados do povo.
Para que o sumo sacerdote entrasse através do véu, ele deveria estar santificado, e comparecer perante Deus com a oferta do sangue de um cordeiro, sem defeito, que deveria ser aspergido sobre a tampa da arca da aliança.
Este era o caminho pelo qual os homens deveriam chagar-se a Deus. Sem o sangue do cordeiro nem mesmo o sumo sacerdote poderia passar pelo véu.[11]
Mas quando Jesus foi crucificado, o véu do templo foi rasgado, de alto abaixo.
Porque Jesus é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. [12]
Por meio do corpo de Jesus na cruz, por meio do seu sangue derramado, por meio da sua morte, um “novo e vivo caminho” para Deus foi aberto para todos os homens que nele crerem.
Vamos ler Hebreus 10.19-22.
19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.
Por meio da sua morte, Jesus é o nosso caminho para Deus, a nossa porta de entrada no céu, é a nossa vida pela eternidade.
Um dos exemplos mais vívidos que temos na Escritura aconteceu na hora mesma da crucificação do Senhor.
Mateus nos diz que os dois ladrões que também foram crucificados estavam zombando de Jesus. Mas Lucas acrescenta que no coração de um deles resplandeceu a luz da salvação.
Leiamos Lucas 23.39-43.
39 Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.  40 Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?  41 Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.  42 E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.  43 Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
Embora não saibamos como foi a vida pregressa deste homem a história de sua conversão é tão clara.
Mateus nos diz que ele era um ladrão (literalmente, “bandido”), e uma vez que condenado à morte, era provavelmente um assassino. Mas em meio à sua vida errada, percebemos aqui, ele começou a ouvir de Jesus.
Quem sabe o tenha ouvido pessoalmente, nalguma de suas pregações.
Veja como ele sabe tanta coisa sobre Jesus: sabe que Jesus não tem pecado; sabe que Jesus é o rei, e que nos conduz ao reino de Deus.
E também se reconhece como um pecador, e que está ali na cruz por causa dos seus próprios pecados.
Então ele faz uma verdadeira profissão de sua fé, e pede que Jesus se lembre dele.
E a resposta de Jesus é maravilhosa:
Hoje mesmo estarás comigo no paraíso.
O paraíso, de acordo com o que o apóstolo Paulo ensina, é o lugar da habitação de Deus, onde vamos viver com Cristo após esta vida, um lugar de consolo para todas as nossas lutas, tristezas e tribulações, e das recompensas de uma vida de fé, amor e esperança em Jesus.[13]
Hoje: não daqui a centenas de anos, depois de um prolongado “sono da alma”.
No paraíso: nem Jesus, nem o ladrão arrependido precisaram passar um tempo no inferno ou no purgatório. Mas naquele mesmo dia estariam no paraíso com Deus. [14]
Veja: como eram grandes as trevas em que este homem vivia.
Mas a luz do Senhor resplandeceu em sua vida, ele enxergou. E sua alma foi salva.
3. A luz que resplandeceu naquelas trevas permanece brilhando eternamente.
Não sabemos o que aconteceu posteriormente com as demais pessoas que estavam ali. Mas os soldados, especialmente o chefe deles, ficou profundamente tocados com tudo o que aconteceu. E as multidões, que a princípio se aglomeraram por “diversão”, saíram dali lamentando a morte de um justo.
Talvez muitos deles tenham uns quarenta dias depois se convertido, quando no dia do pentecostes ouviram Pedro dizer:
– A este Jesus, a quem vós o crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.[15]
Mas o fato é que Pedro, e todos os demais discípulos e mulheres que haviam ficado contemplando de longe depois se aproximaram, ou melhor, foram aproximados.
E a partir deles muito mais gente, que um dia jazia nas trevas do pecado, no vale da sombra da morte, foi iluminada.
Veja, meu irmão, o que o Espírito Santo fez na sua vida:
2ª Co 4:3-6
3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, 4 nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.  5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.
Amado, a tua própria conversão é o poder da luz do Senhor que continua a brilhar para sempre.
Houve um tempo em que você mesmo em trevas. Você não conhecia a doutrina do Senhor, não conhecia o Senhor, e por natureza estava condenado a uma vida de trevas eternas, naquele terrível lugar de choro e aflição,[16] pois era escravo do pecado, do mundo e de Satanás.[17]
Mas a luz do Evangelho disse ao seu coração: – Haja luz!; e a tua alma resplandeceu.
Hoje você vive na luz. Você sabe o seu caminho. O seu caminho é Jesus. Você sabe para pode vai, porque o teu destino é a casa do Pai.
Eu sou a luz do mundo, disse o Senhor. Quem em segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.[18]
Conclusão
O dia da crucificação de Jesus foi o momento mais terrível da história do mundo.
Deus encarnado estava sendo crucificado.
Os dominadores deste mundo tenebroso, as forças espirituais do mal, estavam despejando sobre ele todo o ódio que têm para com Deus desde o começo da história humana.
Pecadores ignorantes, pecadores religiosos e pecadores bandidos zombavam e procuravam infligir dores físicas e morais sobre um homem inocente, que não havia feito por merecer nada daquilo.
Mas também foi a hora em que a luz resplandeceu mais intensa do quem em qualquer outra.
A luz resplandeceu porque ninguém tirou a vida de Jesus. Ele é quem a entregou, e entregou para o seu Pai. Ele deu a sua vida em lugar da nossa vida.
A luz resplandeceu nas trevas também porque na cruz ele rasgou o véu do templo, a abriu para nós um caminho ao santo dos santos, à presença de Deus nos mais altos céus.
A luz resplandeceu nas trevas porque desde lá continua a brilhar para sempre, no coração de todo aquele a quem ouve o Evangelho e nele crê.
Aplicações
Eu quero fazer três aplicações para a vida daqueles que amam a Deus:
1. Confie em Deus, mesmo que o mundo pareça estar em trevas
Is 50:10
Quem há entre vós que tema ao SENHOR e que ouça a voz do seu Servo? Aquele que andou em trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do SENHOR e se firme sobre o seu Deus
Amados, o mundo em que vivemos, decaído com está, e especialmente os dias em que vivemos, está caminhando nas trevas.
Estamos em dias que o mal é chamado bem, e o bem é chamado mal. Em dias que a Palavra de Deus, que é doce como o mel, é considerada amarga, e o pecado é considerado doce. Em que se faz da luz escuridade, e a escuridade é chamada esclarecimento.[19]
Dizem que homens não são homens e mulheres não são mulheres.
Dizem que a verdade não é absoluta, mas que tudo é relativo.
Dizem que os mandamentos de Deus são opressores , e que a liberdade exige que façamos tudo o que desejarmos.
E o resultado é que a delinquência, a irreverência, as blasfêmias contra Deus, os crimes estão correndo soltos em nossas ruas e nos palácios.
Mas isto não deve nos desanimar. Pois a luz do Senhor é mais forte que todas as trevas que podem existir no universo inteiro.
Mesmo que as coisas estejam difíceis, confie que no fim de todas as coisas o bem triunfará.
Ore pela nossa nação. Ore pela igreja do Senhor. Ore pela sua casa. Muitas vezes, quando a imoralidade corre solta, as falsas doutrinas são propagadas, a igreja torna-se fraca em seu testemunho, Deus tem levantado o seu povo para se aproximar dele, para orar, para confessar e abandonar seus pecados, e a história das nações tem mudado. Foi assim na reforma do século XVI, e em muitos outros momentos da história.
2. No desanime quando as luzes do mal quiserem prevalecer em teu próprio coração.
Muitas vezes a escuridão do pecado tenazmente nos assedia. Muitas vezes as tentações das trevas querem nos envolver.
Mas a cada dia, aproxime-se de Deus. Jesus, pelo seu corpo na cruz, abriu para nós um novo e vivo caminho. Pelo sangue de Jesus nós temos acesso ao trono de Deus, e neste trono, que é um trono de graça, e não de condenação para os crentes, temos também o mesmo Jesus como nosso sumo sacerdote, intercedendo diante de um Pai amoroso.
Se tentados, ele nos ajuda em nossas tentações.
E mesmo assim, se cairmos, ele nos ajuda para que não desfaleçamos em nossa fé, e tenhamos um coração ousado, limpo, em plena certeza de fé.
Ande na luz do Senhor, confessando seus pecados a Deus, não permitindo que as obras das trevas prevaleçam em seu coração.
3. Não seja cúmplice das obras das trevas, antes, reprove-as.
Amados, até as indústrias, os meios de comunicação em massa, as chamadas classes de elite, as pessoas que se entendem por esclarecidas (estas que a Palavra de Deus chama de loucas) estão se empenhando ferozmente para divulgar, forçar, impor a imoralidade em nome da democracia, da liberdade individual.
Não defenda estas coisas, não seja cúmplice destas coisas, não participe.
Veja o Salmo 101.3
Não porei coisa injusta diante dos meus olhos.
Às vezes eu vejo alguém defendendo que nós, os crentes, podemos, por exemplo, que podemos ouvir novelas de televisão, que podemos ouvir músicas, que podemos participar de festas, sem nos importar com o conteúdo, porque “o conteúdo não nos afeta”.
Fala-se mais ou menos assim:
– Se eu vir alguém fazendo uma coisa errada, não significa que eu vá fazer também. Eu estou apenas assistindo.
Está bem, suponhamos que não te afete (o que eu duvido muito). Como você, dizendo-se filho da luz, fica a apreciar, a se recrear, contemplando as obras das trevas.
E como não te afeta? Deveria afetar! Você deveria sentir nojo destas coisas abomináveis a Deus. Desperta, tu que dormes; levanta-te de entre os mortos, e Cristo te esclarecerá.[20]
Por último, quero fazer uma aplicação a alguém que ainda não recebeu esta luz, que é Jesus, em seu coração.
Você está andando nas trevas do pecado, fazendo a vontade de Satanás, o inimigo da tua alma, perdido e sem rumo.
E quando alguém anda na escuridão, o resultado é a morte.
Mas Jesus pode iluminar a tua vida. Ele pode te livrar das trevas e te conduzir seguro pelo caminho do céu.
Nós temos um hino que diz:
Deixa a luz do céu entrar,
Deixa o sol em ti nascer
Abre o coração, que Cristo vai entrar
E o sol em ti nascer [21]
Venha ao Senhor Jesus, confiando que na cruz ele morreu pelos seus pecados. Venha a Jesus por piores que sejas os seus pecados. Como aquele malfeitor que pediu: – Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino, peça isto ao Senhor, arrependido. Deixa a luz do céu entrar, e Jesus será a luz da tua vida.








[1] Vs. 34-36
[2] Mc 14:50
[3] Jo 8:12
[4] Jo 1:5
[5] Gn 1:3
[6] Cf. Mt 4:13-16; Is 9:1,2
[7] Jo 1:9
[8] Lc 23:8-25
[9] Mt 26.53
[10] Jo 7.30; 8.20
[11] Cf Hb 9:1-6
[12] Jo 1.29
[13] 2ª Co 12.1-4
[14] Ap 2.7
[15] At 2.36
[16] Mt 22.13
[17] Ef 2.1-3
[18] Jo 8.12
[19] Vj. Is 5.20
[20] Ef 5.11-14
[21] Hinário Novo Cântico, 209

domingo, 10 de dezembro de 2017

Aos trabalhadores da seara - Lc 10:1-20

Lc 10:1-20
Seminário Presbiteriano Conservador
Sexta-feira, 01 de dezembro de 2017
Pr. Plínio Fernandes
Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir.  2 E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.  3 Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. 5 Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa! 6 Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós. 7 Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar de casa em casa. 8 Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido. 9 Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus. 10 Quando, porém, entrardes numa cidade e não vos receberem, saí pelas ruas e clamai: 11 Até o pó da vossa cidade, que se nos pegou aos pés, sacudimos contra vós outros. Não obstante, sabei que está próximo o reino de Deus. 12 Digo-vos que, naquele dia, haverá menos rigor para Sodoma do que para aquela cidade. 13 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza. 14 Contudo, no Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras. 15 Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno. 16 Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou. 17 Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! 18 Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. 19 Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. 20 Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.
No cap. 9, v. 51 aqui deste Evangelho, Lucas nos diz que os dias de Jesus subir ao céu estavam se aproximando.
Então ele manifestou em seu rosto a firme e corajosa resolução de ir para Jerusalém, onde seria entregue à morte para a nossa salvação.
Mas nosso Senhor decidiu também que, a caminho de Jerusalém, passaria por várias cidades, inclusive samaritanas, anunciando mais uma vez a chegada do reino de Deus.
Então, mais uma vez, como já fizera antes, ele enviou seus discípulos, de dois em dois, desta vez um grupo de setenta, de cidade em cidade, para que o precedessem.
Eles deveriam curar os enfermos, libertar os oprimidos de espíritos malignos, e chamar as pessoas ao arrependimento, anunciando que o reino de Deus está próximo.
O tempo era curto, e precioso demais para ser desperdiçado. Havia muita gente a ser alcançada com a mensagem.
Então deveriam orar, pedindo a Deus que enviasse mais trabalhadores para sua seara, mais pregadores do Evangelho.
E não deveriam se embaraçar com nada.
Quando ele diz: – “A ninguém saudeis pelo caminho”, não está ensinado que devem ser descorteses, mas que agora não é hora para se perder tempo.
Que eles fossem pregando de cidade em cidade. Se fossem bem recebidos, que ali ficassem o tempo necessário, se não, que sacudissem o pó de seus pés e fossem adiante.
– “Não leveis bolsa (onde colocavam o dinheiro) nem alforje (onde colocavam alimento e roupas para viagem), nem mais um par de sandálias”, isto é, não se preocupem com o que comer, ou beber, não se preocupem com dinheiro ou outras necessidades, não se embaracem com estas coisas, pois tudo o que vocês precisarem lhes será dado. –“Digno é o trabalhador do seu salário”.
Jesus também deixou claro que não seria uma tarefa sem dificuldades. Haveria quem os recebesse, hospedasse e suprisse. Mas outros os rejeitariam. Por isto também estavam sendo enviados como se fossem ovelhas para o meio de lobos, que enfrentariam perigos.
Não obstante, deveriam avançar intrepidamente, abençoando, curando, libertando os oprimidos, chamando ao arrependimento e anunciando a salvação eterna, bem como o dia do juízo de Deus.
Com estas coisas todas, meus irmãos, o Senhor está dando aos discípulos a consciência de quem eles são, do que devem fazer, e do que devem esperar pela frente.
Então eles partem, e algum tempo depois voltam de sua missão; e como estão felizes, pois tal como o Senhor disse, assim aconteceu. Até os demônios submetiam-se a eles, por causa do nome de Jesus. O que também fez o Senhor exultar de alegria no Espírito Santo, e dar graças a Deus.
Meus irmãos, no v. 2, o Senhor diz a eles que deveriam orar. Deveriam pedir a Deus que enviasse mais trabalhadores para sua seara, isto é, que Deus enviasse mais pregadores assim como agora estava enviando a eles.
Uma instrução que segundo Mateus, Jesus já havia dado também anteriormente, antes de enviar os doze numa missão semelhante.[1]
E na Primeira Carta a Timóteo, cap. 5, vs. 17 e 18, Paulo deixa claro que esta é uma oração que Deus tem respondido.
Ali, ele ensina que os presbíteros docentes, os pastores que se dedicam ao ensino da Palavra, devem ser remunerados pelo seu trabalho, e cita as palavras de Jesus aqui do v.7: – “Digno é o trabalhador do seu salário”.
Quero dizer: os ministros da Palavra estão entre os trabalhadores da seara a quem Jesus se refere aqui.
Assim, eu desejo destacar algumas verdades que o Evangelho aqui nos fala sobre os pregadores do Evangelho.
Verdades que formam em nós a consciência, as convicções de quem somos.
1. Os pregadores têm a santa e humilde convicção de que são homens de Deus
No v. 1 está escrito que estes homens foram “designados” por Jesus, isto é anunciados publicamente como escolhidos para aquela missão.
No v. 3, o Senhor diz: – Eis que eu vos envio...
E no v. 16 ele diz:
– Quem vos der ouvidos ouve-me a mim, e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou.
Portanto, os pregadores são homens que, antes tudo, pertencem a Deus, e por isto escolhidos, e enviados. Ou como também dizem o profeta Jeremias e o apóstolo Paulo, homens dados por Deus à igreja.[2]
Mais tarde, na mesma carta em que Paulo cita as palavras do Senhor Jesus aqui em Lucas 10, ele também ensina quais são os critérios que a igreja deve usar para reconhecer e designar um homem como ministro do Evangelho:
Primeiramente este homem deve aspirar, ter um intenso e profundo desejo de superintender, de cuidar do rebanho do Senhor.
Mas também deve ser apto para ensinar, isto é, possuir os dons necessários para ministrar a Palavra.
E também dever ser um homem reconhecido por sua vida santa e ordeira, pelo seu bom testemunho, tanto dentro de casa, no ambiente familiar, como fora dele.
Se ele tiver estas qualificações deve ser primeiramente experimentado, e depois designado como presbítero sobre o rebanho de Deus.[3]
Agora, embora a igreja empregue estes critérios todos para eleger seus ministros, não podemos esquecer que nestas coisas todas estão se manifestando os propósitos de Deus, pois em Atos 20 o apóstolo, falando aos presbíteros de Éfeso, também diz que “o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com seu sangue”.[4]
Por isto também “importa que os homens nos considerem ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus”.[5]
Assim, irmãos, embora não sejamos dados a experiências místicas, a sonhos e visões; através da comunhão com Deus que usufruímos pela meditação na sua Palavra, pela oração, pela comunhão da igreja, pelos dons que se evidenciam, pelo amor que temos à mensagem do Evangelho, no amor pela igreja, entendemos que, se somos ministros da Palavra, é porque o Senhor da seara nos tem designado para isto, e tem realizado todas estas coisas, todos estes movimentos em nossa alma e na vida da igreja.
Cremos que temos sido chamados por ele, que nos escolheu para isto desde o ventre materno,[6] ou ainda mais: antes mesmo da criação do mundo,[7] e a seu tempo manifestou seu propósito para nós.
2. Os pregadores também têm a firme convicção de que são homens sustentados por Deus
O Senhor lhes disse que haveria lugares em que seriam bem recebidos, hospedados; mas também haveria lugares em que seriam rejeitados.
Mas qualquer que fosse a reação das pessoas em relação a eles, que não perdessem a convicção que falavam em nome de Deus.
“Quem vos der ouvidos, ouve-me a mim; quem vos rejeitar, a mim me rejeita; quem porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou”.
O Senhor lhes disse que, se bem recebidos, ali permanecessem o necessário, anunciando o reino de Deus; mas, se rejeitados, que não perdessem seu precioso tempo, e seguissem adiante.
Pois de qualquer modo, ou trazendo salvação, ou trazendo juízo, a palavra por eles pregada era a Palavra de Deus.
O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios sobre a maravilha de alguém ser um pregador do Evangelho.
Ele diz:
– Haja o que houver, por meio de Cristo nós sempre seremos conduzidos em triunfo, a nossa mensagem sempre surtirá efeito, tanto nos que se salvam como nos que se perdem. Para alguns, seremos como cheiro de morte, mas para outros, aroma de vida.
– Pois nós somos ministros de uma nova aliança, não da letra, que mata; mas do Espírito que dá vida.
E diante desta tarefa tão grandiosa a certa altura ele pergunta:
Quem, porém, é suficiente para estas coisas?
E também responde:
Não que nós sejamos, capazes, por nós mesmos, de fazer alguma coisa; mas a nossa suficiência vem de Deus.[8]
Da mesma maneira nós vemos neste texto diante de nós: a nossa suficiência vem de Deus.
Quero destacar dois sentidos:
2.1. Primeiro, digamos assim, no sentido mais “prosaico”: ele concede tudo o que à manutenção das coisas essenciais para a vida neste mundo.
v. 4 – Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias...
Não se preocupem em levar dinheiro, nem alimento para a viagem, nem mesmo um par extra de sandálias, isto é, não se preocupem nem com as coisas mais essenciais.
v. 7 – Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, porque digno é o trabalhador do seu salário.
Agora, meus irmãos, eu gostaria de comparar com o texto que se encontra no cap. 22, v. 35.
Faz parte de um diálogo do Senhor com os discípulos, momentos antes dele ser preso em Jerusalém, e entregue à morte pelos nossos pecados.
A seguir, Jesus lhes perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Nada, disseram eles.
Irmão, não está escrito em lugar algum do Evangelho que os pregadores precisam ser homens “endinheirados”.
Para que você tenha autoridade espiritual não é necessário que os homens vejam que você está “bem de vida”, ou que você tenha um belo carro ou casa. E você não é chamado para amar ou buscar estas coisas.
Claro que não estou dizendo que possuir bens materiais ou dinheiro seja pecado. O que desejo enfatizar é que o reino de Deus não é comida ou bebida.
Você se lembra da história do profeta Eliseu?
Tudo o que ele tinha quando passava pela cidadezinha de Suném, era um pequeno quarto com uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro, que uma família temente a Deus e carinhosa lhe oferecia.
Mas quando passava pelo lugar, as pessoas diziam: – Vejo que este que passa por nós é santo homem de Deus.[9]
Por outro lado, embora o Senhor não diga que você deve se envolver no ministério por dinheiro (porque ele mesmo não promete que você terá muito dinheiro), ele promete que não lhe faltará o necessário.
Simplesmente busque em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas necessárias lhe serão acrescentadas.
2.2. O segundo sentido que desejo destacar, é que ele nos concede toda a capacidade, toda a autoridade, todos os dons necessários para o ministério
v. 16 – Quem vos der ouvidos, ouve-me a mim; quem vos rejeitar, a mim me rejeita
v. 17 – Senhor, até os demônios se nos submetem pelo teu nome...
v. 19 – Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões...
Nós reconhecemos que nem todos os pregadores se defrontam, no dia a dia, com pessoas “endemoniadas”.
Mas irmãos, pregar o Evangelho é dia a dia se esforçar para implantar o reino de Deus no coração dos homens.
Em relação aos que já fazem parte da igreja do Senhor, esforçar-se para que Cristo seja dia a dia formado em seus corações.[10]
Em relação aos incrédulos, falar em nome de Cristo para que se reconciliem com Deus.[11]
É como que penetrar no império das trevas, a fim de tirar os que lá estão cativos, e transportá-los, em nome de Deus, para o reino do Filho do seu amor.[12]
E quanto a isto Jesus faz esta promessa: as portas do inferno não prevalecerão, não resistirão ao avanço de sua igreja.[13]
O Senhor nos dá autoridade; concede-nos capacidade, concede-nos todos os dons necessários a fim de que, por nosso intermédio, as pessoas sejam colocadas diante da eternidade.
Não que sejamos capazes, por nós mesmos, mas a nossa suficiência vem de Deus
3. Os pregadores são homens amados por Deus
v. 20 – Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.
Sem dúvida o fato de “expulsar demônios”, ser um instrumento de Deus para a libertação dos oprimidos do diabo é uma grande alegria.
Mas existe uma alegria maior ainda que se abriga no coração de um verdadeiro discípulo de Jesus, e aqui, no caso de um homem verdadeiramente chamado por Deus para o ministério da Palavra: é a alegria de saber que o seu nome está arrolado no céu, escrito no livro da vida.
Conforme o livro do Apocalipse, existem aqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro, e assim existem aqueles cujos nomes estão escritos, e isto desde a fundação do mundo.[14]
É um modo de se referir à nossa eterna salvação.
Ora, esta salvação eterna é um dom de Deus aos seus escolhidos, àqueles a quem ele em amor elegeu para uma vida de santidade por meio da fé, a quem, antes da criação do universo, o Senhor predestinou para a adoção de filhos, os salvou e chamou com santa vocação, não segundo as obras humanas, mas pela sua determinação e graça.[15]
Aqueles que tendo nele crido, foram selados com o Santo Espírito da promessa, que é a garantia de pertencem a Deus.[16]
Na carta aos filipenses, Paulo menciona um homem chamado Clemente, e outros companheiros de ministério, cujos nomes, diz ele, estão escritos no livro da vida.[17]
E meus irmãos, esta é uma das nossas grandes motivações: eu prego o evangelho da salvação, do arrependimento e fé para com Deus mediante Jesus Cristo, porque o meu próprio coração está pleno de alegria pela minha própria salvação.
Eu sei que há um mandamento, e também por isto eu prego, pois conheço o temor do Senhor, e “ai de mim se não pregar o evangelho”.[18]
Eu sei que os homens são almas necessitadas, também prego com o desejo de ganhar as pessoas para Deus, e apresentar suas vidas diante do Senhor.[19]
Mas também prego porque a boca fala do que o coração está cheio, e o meu coração está pleno da alegria da minha própria salvação, que o faz transbordar de amor pela Palavra.
Como quando Davi orou pedindo a restauração de sua própria alma, dizendo:
[Senhor,] Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. 13 Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.[20]
Se eu estou salvo, sei que não é por minhas obras; sei que sou amado, escolhido por Deus, desde antes da criação do mundo. [21]
Sei que o Filho de Deus me amou, e a si mesmo se entregou por mim.[22]
Sei que o amor de Deus foi derramado em minha vida, pelo Espírito Santo que me foi outorgado.[23]
Conclusão e aplicações
De acordo com o ensino de nosso Senhor, os pregadores do Evangelho são homens de Deus: escolhidos e enviados por Deus, para falar em nome de Deus.
Os pregadores também são homens sustentados por Deus. Tanto nas coisas mais simples, como o comer e beber e o vestir-se, como nas coisas maiores: a consagração, a autoridade, a capacidade e os dons para o serviço do reino.
Os pregadores são amados de Deus, homens cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro, desde antes da fundação do mundo.
Eu quero fazer algumas aplicações gerais:
1. Primeiramente à igreja
Primeiramente, a igreja deve sempre estar cônscia da importância primordial do ministério da Palavra.
E deve pedir que o Senhor da seara lhes dê mais trabalhadores. 
Além disto, como eu disse, a igreja é instrumento ordinário através do qual o Espírito Santo age a fim de designar um homem como pregador do Evangelho.
Mas o Espírito Santo também estabelece critérios sobre os quais a igreja deve se basear para reconhecer e fazer a vontade de Deus.
Então precisa escolher seus ministros com seriedade, dirigida pelo temor do Senhor, instruída pela Palavra de Deus.
Além disto, a igreja, assim como os pregadores, deve ser se alegrar por tomar parte nos propósitos de Deus para divulgar a Palavra.
E deve se alegrar pelos homens a quem o Senhor tem escolhido, e reconhecê-los, e acolhê-los sempre, e receber com mansidão a mensagem, pois é de Deus.
A igreja deve se entender como instrumento através de quem o Espírito Santo, que a usou para designar os pregadores; mas também como o instrumento do qual o mesmo Espírito Santo se utiliza para sustentar estes mesmos pregadores.
Sustentar com suas orações,[24] e sustentar também financeiramente. Como o apóstolo Paulo pergunta: se os ministros da Palavra, repartem com a igreja bens espirituais, eternos, será muito receber bens materiais como retribuição?[25]
2. Aos trabalhadores da seara, os chamados para o ministério da Palavra:
Se fomos chamados pela graça de Deus que nos alcançou antes da criação do mundo, antes de tudo, humildade.
Por nós mesmos não somos capazes de nada, e nada fizemos para merecer este privilégio.
Estes dias eu li uma frase muito interessante que dizia: –“Deus é incrível. Você não precisa ser incrível. Precisa somente ser obediente”.
Então trabalhemos com humildade, sem vanglória, com amor, dedicação.
Trabalhemos com responsabilidade, com fidelidade à Palavra, pois ela é de Deus, e não nossa, e esta Palavra coloca a vida de cada ser humano diante de Deus e da eternidade.
Trabalhemos com modéstia, simplicidade, sem amor às glórias deste mundo, sem amor aos bens deste mundo, sabendo o que necessitarmos, o nosso pastor suprirá.[26]
Trabalhemos com oração, pois dependemos do Senhor da seara. Ele é quem nos envia, e quem nos sustenta, e quem nos torna úteis. Peçamos ao Senhor da seara que envie mais trabalhadores, pois ainda somos poucos diante da necessidade.
Trabalhemos com destemor e alegria, sabendo que no final de tudo receberemos a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.



[1] Mt 9:37, 38.
[2] Jr 3:15; Ef 4:11
[3]
Tm 3:1-13
[4] At 20:28
[5] 1ª Co 4:1
[6] Jr 1:4, 5; Gl 1:15, 16
[7] Ef 1:11
[8] 2ª Co 2:14-3:11
[9] 2º Rs 4:8 e segs.
[10] Gl 4:19
[11] 2ª Co 5:20
[12] Cl 1:13
[13] Mt 16:18
[14] Ap 13:8; 7:8; 20:15
[15] 2ª Tm 1:9
[16] Ef 1:13, 14
[17] Fp 4:3
[18] 1ª Co 9:16
[19] 1ª Co 9:22
[20] Sl 51:12, 13
[21] Ef 1:4,5
[22] Gl 2:20
[23] Rm 5:5
[24] Ef 5:18, 19
[25] 1ª Co 9:11
[26] Sl 23:1
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