Igreja Evangélica Presbiteriana
Domingo, 13 de maio de 2012
Pr. Plínio Fernandes
Meus irmãos, vamos ler Mateus 5:17-20
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou
os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. 18 Porque em
verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais
passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19 Aquele, pois, que violar
um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será
considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar,
esse será considerado grande no reino dos céus. 20 Porque vos digo
que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos céus.
Em Israel havia, entre
outros, dois principais grupos religiosos de grande proeminência entre
o povo, e cujas doutrinas eram reputadas como da mais alta piedade: os escribas
e os fariseus.
Os escribas eram os
encarregados de copiar e preservar as Escrituras Sagradas, “a lei e os
profetas”, que nós chamamos Antigo Testamento, e também de fazer comentários
sobre elas, de modo que o povo pudesse conhecê-las. E os fariseus (a palavra
quer dizer “separados”) eram pessoas de grande rigor em sua vida religiosa, que
em grande parte determinavam o pensamento do povo de modo geral.
Estes dois grupos não
eram pessoas conscientemente erradas, mas herdeiros de uma rica tradição
que remontava aos dias de Esdras, que é considerado o primeiro escriba. Esdras
havia proposto no seu coração que haveria de estudar, obedecer e ensinar a lei
do Senhor em Israel, e por isto foi grandemente abençoado por Deus.
Os escribas e os
fariseus desejavam seguir nos mesmos passos de Esdras. E por isto então, no seu
desejo de obedecer à lei do Senhor criaram em volta dos mandamentos de Deus uma
espécie de cerca, apresentando acréscimos que, se obedecidos garantiriam a
obediência à lei. Estes acréscimos e explicações autorizadas, nos evangelhos
são algumas vezes chamados “a tradição dos anciãos”.
Havia um total de 613
mandamentos, sendo 248 positivos e 365 negativos. Se você os guardasse seria
uma pessoa “perfeita”. Entre esses “mandamentos”, os mais familiares a nós são
aqueles mencionados nos evangelhos por causa dos conflitos que havia entre
Jesus e os escribas e fariseus. Porque para os fariseus, guardar as tradições
deles era a mesma coisa que guardar a lei e os profetas.
Mas não para Jesus. Por
exemplo, ele curava enfermos em dia de sábado, andava mais que um quilômetro,
coisas que para os fariseus eram proibidas; Jesus não se preocupava com as cerimônias
de purificação que eles faziam quando voltavam da rua. Então, na visão dos
escribas e fariseus, Jesus era um transgressor da lei. E não somente isto, mas
em seus ensinamentos, Jesus convidava a todo o tipo de pecadores a virem a ele
e ouvirem o Evangelho da graça de Deus, que oferecia perdão, salvação para
todos os homens, e não somente para os de determinadas seitas.
Como pudemos ver ao
estudar as bem-aventuranças, viver de acordo com os ensinamentos de Jesus “é
uma coisa perigosa”. O Senhor Jesus, o único ser humano que obedeceu à lei com
perfeição foi muitas vezes mal entendido, como alguém que não valorizava e que
não obedecia à Palavra de Deus.
Assim, nesta altura de
seus ensinamentos, Jesus se dedica a explicar aos seus discípulos qual devia
ser a atitude deles em relação à lei do Senhor dada no Antigo Testamento. Há
pelo menos dois pontos que podemos perceber nos ensinamentos de Jesus sobre a
lei:
1º - Jesus não veio
anular a lei, mas cumpri-la.
E esta palavra,
“cumprir”, significa “manifestá-la em toda a sua plenitude”.
Jesus veio cumprir a
lei, primeiramente porque ele sempre,
em tudo o que fez, obedeceu à lei do Senhor dada no Antigo Testamento. Em segundo lugar, Jesus também cumpriu a
lei porque, mesmo sendo sem pecado, ele morreu de acordo da lei como se fosse
um pecador, pendurado no madeiro, para levar sobre si o castigo pelos nossos
pecados. Desta maneira ele satisfez a justiça da lei que dizia que o salário do
pecado é a morte.
E em terceiro lugar, Jesus trouxe a lei à sua plenitude
porque ele veio nos ensinar a compreender o significado dela. Ele nos mostra
que a lei do Senhor é muito mais profunda do que os escribas e fariseus
supunham, pois ela nos mostra a vontade de Deus como algo a ser obedecido,
antes de tudo, em nosso coração; mas ela também nos mostra que somos pecadores
desde o coração, e que o único caminho para sermos aceitáveis a Deus é o perdão
gracioso, acompanhado de uma transformação espiritual, de um novo coração, isto
é, do arrependimento, da conversão, que nos transforma de modo que aí sim,
podemos obedecer aos mandamentos.
Se você continuar a ler
o texto de Mateus 5 verá que várias vezes Jesus usa a frase: “Ouvistes o que
foi dito aos antigos”, e em seguida acrescenta: “Eu porém vos digo”. Depois
estudaremos melhor cada uma delas.
Mas Jesus, em cada uma
delas ressalta um aspecto diferente e complementar de nossa vida interior:
humildade, amizade, perdão, pureza, sinceridade, mansidão, amor incondicional;
são aplicações das bem-aventuranças.
vs. 21, 22 – “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará
sujeito a julgamento. 22 Eu,
porém, vos digo que todo aquele que sem
motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem
proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem
lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”.
vs. 27, 28 – “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28 Eu, porém, vos digo: qualquer
que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com
ela”.
vs. 33, 34 – “Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas
cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. 34 Eu, porém, vos digo: de modo
algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus”.
vs. 38, 39 - Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo: não
resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe
também a outra”.
vs. 43, 44 – “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu
inimigo. 44 Eu, porém, vos
digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.
Nestas frases, muitas pessoas pensam
que Jesus está se referindo ao ensino do Antigo Testamento, e dizendo que agora
ele está ensinando uma coisa diferente. Mas há pelo menos duas coisas aqui que
nos ajudam a entender o que Jesus quer dizer:
1ª – Jesus não diz assim: “Ouvistes o que diz a Escritura”, como é
o costume dele ao se referir ao Antigo Testamento. Ele diz: “Ouvistes o que foi dito aos antigos”.
2ª – Mais especialmente no v. 43,
ele cita: “Amarás ao teu próximo e
odiarás ao teu inimigo”. Mas o Antigo Testamento ensina que também devemos
amar aos nossos inimigos.
Quando Jesus fala sobre o que foi
dito aos antigos, não está se referindo ao ensino da Bíblia, mas ao ensino da
Bíblia conforme era interpretado pelos escribas e fariseus. Então ele diz: “Ouvistes o que foi dito aos antigos... eu porém, vos digo que não é assim...”. E em
seguida trás à luz o verdadeiro ensinamento da lei, conforme veremos em cada um
destes casos que Jesus nos dá como exemplos da vontade de Deus expressa na lei
e nos profetas.
2º - O segundo ponto que podemos
perceber aqui é que os discípulos de Jesus não desvalorizam a lei e os
profetas, não os descartam, antes, entendendo a sua intenção, fazem da lei,
conforme interpretada por Jesus, o seu modo ideal de vida.
Digo “ideal” porque o cristão
infelizmente não consegue ser perfeito neste cumprimento da lei, mas este é o
seu alvo.
Ele sabe que o Antigo Testamento é a
lei do Senhor que restaura a alma, que dá sabedoria e alegria. E Jesus vai mais
adiante dizendo que o galardão que receberemos no reino do céu será
proporcional à nossa obediência. Mais ainda, ele diz que se a nossa justiça,
isto é, a nossa prática da lei, não exceder à dos escribas e fariseus, jamais
entraremos no reino dos céus.
Em nosso estudo de hoje, vamos fixar
a nossa atenção neste fato: se a nossa justiça não for superior à dos escribas
e fariseus, não entraremos no reino dos céus. E por “justiça” Jesus está se
referindo ao nosso comportamento. Tem que ser superior. E depois ele nos dá
alguns exemplos do que ele quer dizer.
Meus irmãos, nós precisamos prestar
atenção: Deus é amor, e Jesus é a revelação suprema do amor de Deus por nós.
Jesus é a encarnação do amor de Deus. No entanto, quando se referia aos
escribas e fariseus, suas palavras eram enérgicas, graves. Todos os evangelistas
testemunham o fato de que Jesus, por amor às suas ovelhas, criticava fortemente
as práticas religiosas deles; e aqui ele nos diz que a nossa justiça precisa
ser algo mais que farisaísmo. O que Jesus quer dizer com isto?
A fim de entendermos melhor, como
preparação para os nossos estudos posteriores, vamos destacar algumas coisas da
religião farisaica que Jesus criticava.
1. Os escribas e
fariseus diziam que era “lei” coisas que Deus não dissera
Como já mencionei anteriormente,
eles eram pessoas que, pelo menos em princípio tinham boas intenções. Pretendiam-se
herdeiros e imitadores de homens de Deus, como Esdras, assim como nós nos
entendemos como herdeiros dos Reformadores do século XVI. Os comentários que
faziam da Bíblia, e os mandamentos que acrescentavam, tinham o propósito de
produzir obediência à lei. Mas o problema é que com isto acabavam desobedecendo
à própria Escritura.
Por exemplo:
Pv 30:5, 6 – “Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo
para os que nele confiam. 6
Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado
mentiroso”.
Desta forma, os escribas e fariseus
acabavam dizendo coisas que Deus não havia falado, como se ele houvesse falado,
e se tornavam mentirosos.
E assim, ensinando coisas de homens,
tornavam inválida a pura palavra de Deus.
Mt 15:1-9
1 Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e
perguntaram: 2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos
anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem. 3 Ele, porém, lhes
respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da
vossa tradição? 4 Porque Deus
ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe
seja punido de morte. 5 Mas
vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo
que poderias aproveitar de mim; 6
esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de
Deus, por causa da vossa tradição. 7 Hipócritas! Bem profetizou
Isaías a vosso respeito, dizendo: 8 Este povo honra-me com os
lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 E em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
A primeira coisa que precisamos
aprender: a Bíblia é suficiente. Não precisamos acrescentar nada. Isto não quer
dizer que não devamos comentá-la, interpretá-la, transmiti-la, mas que devemos
tomar todo o cuidado para não acrescentar nossas tradições como se fossem a
Palavra de Deus.
2. Os escribas e
fariseus colocavam fardos sobre as pessoas, que nem eles mesmos carregavam
Mt 23:2-4
1 Então, falou Jesus às multidões e aos seus discípulos:2 Na
cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus.3 Fazei e
guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas
obras; porque dizem e não fazem.4 Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem
sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem
movê-los.
Isto Jesus diz por que, com os
acréscimos que eles faziam, colocavam sobre as pessoas um peso que nunca fora a
intenção de Deus. Por um lado, “tudo era proibido”. Tudo tinha que ser milimetricamente
calculado. Deus não gosta disto; Deus não gosta daquilo. Não faça isto; não
faça aquilo outro. Não coma isto, não coma aquilo. Por outro lado, uma lista
enorme de coisas que deveriam ser feitas.
E assim, a lei do Senhor que deveria
dar vida, paz e alegria, se tornava, aos olhos de todos, um fardo a ser
carregado em antecipação ao céu. E aqueles que não vivessem de acordo com as
listas do farisaísmo estavam condenados eternamente.
Não é preciso dizer que quando uma
igreja se torna legalista, impondo mandamentos de homens, acaba tornando seus
costumes, na prática, como superiores ao ensino da Palavra de Deus, a vida das
pessoas se torna difícil, a religião se torna “desprazerosa”.
3. Os escribas e
fariseus se tornaram pessoas mais preocupadas com a aparência das coisas do que
com a verdadeira piedade
E isto se manifestava de duas maneiras:
3.1 – A preocupação em manter a aparência de devoção a
Deus e erudição diante dos homens
Mt 23:5-7
5 Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens;
pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas.6 Amam o
primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas,7
as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.
3.2 – A preocupação com cerimonialismos externos
Mt 15:1, 2
1 Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e
perguntaram:2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos
anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem.
Irmãos, não pensemos que isto não
seja fácil de acontecer.Vejamos a tentação na qual Moisés caiu:
2ª Co 3:13 – “E não
somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não
atentassem na terminação do que se desvanecia”
Paulo está se referindo ao comportamento
de Moisés, conforme registrado em Êx 34 (29-35). Ali está escrito que depois
que Moisés desceu do Monte Sinai, onde passara muito tempo em comunhão com
Deus, seu rosto estava brilhando. Mas depois Moisés colocou um véu sobre o
rosto. O apóstolo diz que isto aconteceu porque o brilho do rosto de Moisés
começou a desvanecer, e Moisés encobriu seu rosto para que as pessoas não
percebessem.
O que desejo dizer é que se até
Moisés, que era fiel como mordomo da casa de Deus, se deixou dominar pela
vaidade, o mesmo pode acontecer a qualquer pessoa. Até mesmo Pedro ficou
preocupado com o que iriam pensar os judeus em Antioquia, vendo-o comer com os
gentios (Gl 2:11 e segs.). Precisamos cuidar para que nossa religião não seja a
da preocupação com as aparências externas.
4. Os escribas e
fariseus, tendo deixado a pura Palavra de Deus de lado, deixaram também ao
Senhor. Tornaram-se pessoas descaridosas e legalistas
O coração deles estava longe do
coração de Deus.
Lc 6:36-48
36 Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando
na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. 37 E eis que uma mulher da
cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um
vaso de alabastro com unguento; 38 e, estando por detrás, aos seus
pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios
cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento. 39 Ao ver
isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem
saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. 40
Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele
respondeu: Dize-a, Mestre. 41 Certo credor tinha dois devedores: um
lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta.42 Não tendo
nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o
amará mais? 43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais
perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. 44 E, voltando-se para a
mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água
para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os
seus cabelos. 45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que
entrei não cessa de me beijar os pés. 46 Não me ungiste a cabeça com
óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. 47 Por isso, te
digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas
aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. 48 Então, disse à mulher:
Perdoados são os teus pecados.
Em todas estas coisas, o que podemos
observar é isto: o farisaísmo se tornou um modo de vida religiosa afastado da
Bíblia, ainda que se entendesse como bíblico. Longe da lei do Senhor, encharcado
de costumes e tradições humanas, desamoroso, preocupado com aparências. Os
fariseus não tratavam com seus próprios corações, pois achavam que com seu modo
de vida estavam fazendo tudo conforme Deus queria.
Mas quando Deus veio, se encarnou na
frente deles, eles não o reconheceram. Não amavam ao semelhante, pois não
amavam a Deus. Com os lábios honravam, mas o coração estava longe do Senhor.
Não tinham verdadeira comunhão e amizade com Deus. Eram orgulhosos, egoístas,
atores da religião.
Conclusão
Então Jesus nos diz:
“Olhem!
A justiça de vocês não pode ser assim: a justiça de um fariseu. Não pode ser a
justiça de uma pessoa que se acha perfeita, que não ama aos outros porque são
pecadores; não pode ser uma justiça que quer ser mais bíblica do que a Bíblia,
mais sábia do que Deus.
“Tem que
ser uma justiça de coração: de um coração que ama a lei do Senhor, e não a
tradições e mandamentos de homens. De um coração que ama ao seu próximo, e não amante
de si mesmo. De um coração transformado. Somente uma pessoa que tem o coração
transformado pode entrar no reino dos céus.
“E somente uma pessoa que anda com Deus de verdade, e não
com uma lista de pode e não pode é que tem um coração transformado.”
Aplicação
Nós devemos nos examinar, sempre. Nós somos protestantes,
nos entendemos como herdeiros da Reforma, e dizemos que amamos a Bíblia porque
nela o Senhor fala conosco.
Mas como é a nossa vida de fé? É de fato alicerçado na
comunhão com Deus que vem por meio das Escrituras e da oração, ou é só uma
religião de tradição, isto é, recebi este ensino e o pratico maquinalmente?
Como é a minha religião? É de coração que eu faço as coisas,
ou é porque, se eu não fizer a minha mãe vai falar, ou os homens vão pensar
mal, ou é porque não vou demonstrar espiritualidade? Com é o meu coração? Meu
coração é humilde? Meu coração é puro? Meu falar é verdadeiro? Meu amor é
incondicional?
E ainda que em grande medida alguém perceba que tem
andado nos caminhos do Senhor, esta sondagem deve provocar em nós fome e sede
de justiça maior, profunda, de uma justiça que não seja farisaica, que nos leve
a confessar, a orar, a buscar o Espírito do Senhor, para que ele nos torne cada
vez mais semelhantes a Jesus, diante dos olhos de nosso Deus.
Muito obrigado, ótimo estudo, me ajudou a entender essa passagem do evangelho! Deus continue a abençoar vcs com sua presença e palavra.
ResponderExcluirAmém. Muito obrigado, amado. Deus no abençoe.
ExcluirGlória a Deus por este estudo me abriu
ResponderExcluirO entendimento obrigado Deus continue a capacita-lo
Amém. Sinto-me grato por tê-lo abençoado, meu irmão. Deus o abençoe sempre.
ExcluirNossa como foi ótimo esse estudo, quero aprender mais ainda.
ResponderExcluirQue o Senhor atenda o seu desejo, amado.
ExcluirIrmão obrigada! Chorei lendo seu estudo...certamente foi o espírito santo que pôs todas estas coisas em seu coração. Deus o abençoe e continue lhe usando assim. Glória a Deus...
ResponderExcluirAmém. Obrigado. Deus inunde sempre o seu coração, com a consciência do seu grande amor.
ExcluirCertamente esse estudo mudou minha vida nesse instante, me trouxe um entendimento que eu não tinha, me abriu os olhos de uma maneira gloriosa. O Senhor te abencoes. Obrigada
ResponderExcluirAmém. Que Deus te abençoe, Natally.
ExcluirAgradeço a Deus pela sua inspiração, depois desta leitura fiquei esclarecido.
ResponderExcluirQue Deus o abençoe. Que o Senhor lhe fortaleça na fé, na esperança e no seu amor para com Ele, para com sua Palavra, e para com o seu povo.
Excluiroi amigo e como fica a guarda do sabado nesse contexto?
ResponderExcluirOi amigo. Gostaria que você, por favor, me esclarecesse melhor sua pergunta. O que você entende sobre o assunto poderia me fazer compreender melhor o que você quis perguntar, e então terei melhor condição de responder. Deus o abençoe.
Excluireu gostaria de saber se é necessario guardar o sabado ainda pois o que sei é que devemos guardar os mandamentos , eu estou fora da igreja a 4 anos e estudo a biblia mais a questao do sabado fico confuso , obrigado
ResponderExcluirOlá, Eduardo.
ExcluirMe alegro em seu interesse a respeito da lei do Senhor; é uma evidência de que você deseja fazer a vontade de Deus.
Estou aqui resumindo aqui (em duas partes, por causa do espaço) algumas informações sobre o sábado, de acordo com as quais nós separamos um dia em cada semana para nos dedicarmos mais exclusivamente às atividades de adoração a Deus, como igreja.
Não é um estudo exaustivo, mas apenas algumas observações gerais sobre o assunto. Eu recomento fortemente a leitura e meditação de cada texto bíblico que estou colocando como referência. Será de grande proveito.
1. Em nosso texto bíblico, a palavra sábado é a transliteração (e não a tradução) da palavra hebraica shabhath, que significa cessar, parar, implicando no conceito de descansar. Quer dizer, na Bíblia, “sábado” não é o “nome” do dia que vem depois da sexta-feira, segunda-feira, terça-feira, etc. Estes são as designações dos dias da semana em alguns países, mas não provém da Bíblia. Mas em outros, os nomes equivalentes são diferentes, por exemplo, “Saturday” (dia de saturno), “Sunday” (dia do sol), “Monday” (dia da lua), etc.
2. Assim, traduzindo mais literalmente, Êxodo 20:8,9 lemos assim:
Lembra-te do dia de descanso (sábado), para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho...
3. Então o princípio é este: Deus nos deu sete dias por semana. Em seis dias devemos nos dedicar mais especificamente às “coisas seculares”, mas o sétimo dia é para “descansarmos das coisas seculares” e separarmos (santificarmos) para “as coisas de Deus”. Neste sentido, Jesus nos ensina que o sábado foi feito para o homem (Mc 2:27), isto é, para o nosso bem. E de igual modo, todos os mandamentos que Deus nos dá em sua Palavra (a Bíblia), tem esta dupla finalidade: que Deus seja glorificado através da nossa obediência (pois os mandamentos são um reflexo do caráter justo e bondoso de Deus), e para o nosso bem (Dt 10:12, 13).
4. Além do sétimo dia, existem outros períodos de tempo que são chamados “sábado” na Bíblia. Por exemplo:
Excluir4.1 – O último de cada sete anos era um ano sabático, quando toda a terra deveria “descansar”, isto é, nada deveria ser plantado, mas deveria se guardar nos anos anteriores, fazendo provisão para o sétimo ano. E o que a terra produzisse naturalmente deveria ser deixado para as pessoas pobres e os animais (Lv 25:1-7). A culminação dos anos sabáticos era o ano do jubileu, que acontecia depois de sete x (vezes) sete anos sabáticos. Era quando todas as dívidas deveriam ser canceladas, os escravos libertados, etc. (Lv 25:8 e segs.).
4.2 – O tempo da salvação que temos em Cristo Jesus é também chamado “sábado”, pois agora, pela fé em Jesus, entramos no “descanso” que Deus nos preparou (Hb 4:1-5).
5. Depois que Jesus morreu e ressuscitou, os crentes começaram a se reunir no primeiro dia da semana, muito provavelmente porque este é o dia da ressurreição (Mt 28:1; Mc 16:9). Assim, os apóstolos costumavam ir às sinagogas nos sábados (dia do descanso), com o fim de evangelizar os que ali estavam (At 16:13; At 17:1-3). Mas como crentes em Jesus costumavam se reunir no primeiro dia da semana para o “partir do pão”, isto é, a santa ceia (At 20:7). No primeiro dia da semana também deveriam ser separadas as ofertas (1ª Co 16:2). Tempos mais tarde, o primeiro dia da semana passou a ser chamado “domingo” (dia do Senhor). No séc. IV, quando o “Império Romano” tornou-se oficialmente cristão, o domingo passou a ser também um dia oficial de descanso. Mas isto não quer dizer que foi o imperador romano que instituiu a separação do domingo como dia religioso cristão; apenas tornou oficial uma prática antiga.
6. No entanto, ainda que os cristãos tenham o hábito de reunir-se no primeiro dia da semana, a Bíblia não impõe este dia deva ser obrigatório.
6.1 – Se alguém entender que deve “santificar” o sétimo dia, e não o primeiro, não deve ser condenado por isto: o que importa é que esta pessoa esteja vivendo para Deus (Rm 14:1-12). Mas por razões práticas, é de bom sendo que os crentes observem o primeiro dia, por ser a prática adotada há muito nas igrejas cristãs. Todavia, se alguma igreja observa o “sábado” depois da sexta-feira, não deve ser condenada por isto.
6.2 – Por outro lado, aquele que entende que o dia com o “nome” de sábado é o que deve ser observado, não peca se o fizer assim. Mas peca se condena aqueles que guardam o primeiro dia (domingo). Cl 2:16, 17 nos diz que os sábados, bem como “luas novas” e outras celebrações judaicas eram meras sombras de uma realidade maior, que é Cristo, o nosso salvador. Se estamos em Cristo, estas ordenanças judaicas se tornaram para nós coisas do passado, não devem ser impostas, não precisam ser observadas e ninguém pode nos julgar por não praticá-las. Na verdade, insistir nestas coisas é uma “volta ao passado”, um retrocesso motivado pela falta de conhecimento do evangelho.
Certa vez eu fui apresentado a um homem que pertence a uma igreja que observa legalisticamente o “sábado” que vem depois da sexta-feira. Logo de início ele foi muito agressivo comigo, e perguntou: “Então, lá na sua igreja vocês já guardam o sábado?” Ao que respondi: “Sim, todos os domingos nós guardamos o sábado. Pois sábado quer dizer ‘descanso’, é nós fazemos isto, para o Senhor”.
É assim que nós entendemos. Espero que estas breves observações sejam de auxílio. Mas, eu gostaria de continuar a conversar com você, sobre outros aspectos de sua vida que você mencionou em sua pergunta; e também continuarmos o assunto do “sabado”, se você sentir necessidade. Porém aqui no blog ainda não coloquei um espaço adequado para isto. Por isto, se você desejar que continuemos nossa conversa, pode escrever para meu e-mail (pliniofernandes16@gmail.com). Terei prazer em continuarmos.
No amor de Jesus.
Muito Bom! O Compromisso com a Verdade de Deus é muito importante, em tempos onde vemos pessoas que fazem da Bíblia um livro de conto de fadas.
ResponderExcluirMaravilhoso. Estava lendo ontem esse capitulo de Mateus e queria compreender sobre essa "justiça' que Jesus se refere. Esse estudo além de esclarecer esse assunto, nos ensina muito sobre o comportamento dos escribas e fariseus em suas reais práticas, comparando-as com o que Jesus defende nas escrituras. gostei muito. Deus o instrua cada vez mais.
ResponderExcluirEsse é o tipo de obreiro que Deus procura para cuidar do seu povo. Que tem compromisso com a verdade.
ResponderExcluirPois o que tem de mentirosos enganando o povo de Deus por aí e distorcendo a Bíblia e inventando doutrinas são muitos.
Muito bom,que o Senhor continue te usando sempre.
ResponderExcluirAmém ! Esclarecedor ! Deus seja louvado! 👏👏👏
ResponderExcluirÓtimo estudo, fui muito edificado lendo ele. Deus te abençoe.
ResponderExcluirexelente estudo,bem profundo de esclarecimento.
ResponderExcluirJesus te abençoe poderosamente.
Ótimo que O espírito santo continue a usar os irmãos poderosamente esclarecedor!!
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